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FACULDADE DE CIÊNCIAS DE SAÚDE –TETE

CURSO DE MEDICINA GERAL

ORTOPEDIA

Gangrena
Docente:
GRUPO V Dr. Dário Fernandes
Membros do grupo
1. Amélia Fernando Sande 1. João Taremba Maringa
2. Ana Cristina Fianda 2. Laurinda Cacilda Filimone
3. Armindo Luís Sequeira 3. Marcia Dilar
4. Bernabé Manuel Tepa 4. Nelma Chissano
5. Clésia Bernardo 5. Prestelo
6. Diana Gonçalves Fidelis 6. Vania Abílio Chiringe
7. Elias Artur Chauchane 7. Florença António
8. Flávia Fernando 8. Fausia Limeme
9. Irene Fernandes Madacatel 9. Luísa José Macovisse Acana
10.João José António 10.Silvestre Silva Siueue
GANGRENA

("Gangraina" = úlcera devoradora)


A gangrena é uma complicação da necrose
caracterizada pela deterioração dos tecidos do corpo.
Resulta de isquemia, infecção ou trauma (ou uma
combinação desses processos).
Introdução
 A gangrena é uma complicação da necrose caracterizada pela
deterioração dos tecidos do corpo. Resulta de isquemia, infecção
ou trauma (ou uma combinação desses processos).
 Duas categorias principais: gangrena infecciosa (que inclui fasciite
necrosante e gangrena gasosa) e gangrena isquêmica (que pode
surgir da obstrução arterial ou venosa).
 Os fatores de risco incluem diabetes, tabagismo, aterosclerose,
doença renal, abuso de álcool e drogas, malignidade, trauma ou
cirurgia abdominal, feridas contaminadas, desnutrição, estados
hipercoaguláveis, uso prolongado de torniquetes e MRSA adquirido
na comunidade.
Objectivos

 Definir a gangrena
 Citar as suas causas e classificação
 Elucidar o quadro clinico e as complicações
 Descrever a conduta, critérios de transferências e
prevenção.
Epidemiologia
 A gangrena ocorre igualmente em homens e mulheres.
 A gangrena gasosa espontânea pode ser mais comum
que a gangrena associada ao trauma, causada por
outras espécies de Clostridium.
Etiologia
INFECCIOSAS
NÃO INFECCIOSA
 Clostridium perfringens  A aterosclerose
 Outras espécies de Clostridium  Microangiopatia
 Bacteroides fragilis,  Estados hipercoaguláveis,
 Escherichia coli,  Abuso de drogas iv,
 Vasculite, câncer,
 Espécie de Proteus,
 Síndrome antifosfolipídica,
 Pseudomonas aeruginosa  Flegmasia cerulea dolens
 Klebsiella pneumoniae  Outras doenças autoimunes
 Streptococcus betahemolíticos A,
 Espécies de Staphylococcus
Fatores de risco
Gangrena isquêmica Gangrena infecciosa
 Diabetes mellitus,  Trauma ou cirurgia abdominal
 Aterosclerose, recente, feridas contaminadas,
 Tabagismo,  Diabetes mellitus,
 Alcoolismo, doença renal,
 Aplicação prolongada de  Abuso de drogas,
torniquetes,
 Lesão por varicela,
 Estados hipercoaguláveis,  Picadas de insetos,
 Abuso de drogas,  Malignidade,
 Malignidade e  Imunossupressão e
 Doença renal.  Desnutrição
Classificação
1. Gangrena úmida (Gangrena infecciosa)
Fasciite necrosante
 A gangrena de Fournier
 Angina de Ludwig:
Gangrena gasosa (mionecrose clostrídica)
Celulite anaeróbia (necrose úmida ou gangrena úmida)
Gangrena sinérgica bacteriana progressiva (de Meleney)

2. Gangrena seca (Gangrena isquêmica)


Fasciite necrosante
 Infecção de gordura subcutânea e fáscia com
preservação da pele e do músculo subjacente, causada
por staphylococcus aureus bacteroides, clostridium,
peptostreptococcus enterobacteriaceae
 Ela ocorre com mais frequência após procedimentos
cirúrgicos e em pacientes com diabetes, alcoolismo,
imunossupressão, uso de droga intravenosa (IV) ou
doença vascular periférica.
A gangrena de Fournier

 É uma fasciite necrosante da região perineal e genital,


decorrente de infecção polimicrobiana sinérgica.
Caudada por escherichia coli, klebsiella ou enterococos
junto com anaeróbios como bacteroides, fusobacterium,
clostridium ou estreptococos microaerofílicos.
 Frenquente entre 50-70 anos com comorbilidades.
Gangrena de fournier
Angina de Ludwig
 Forma rara de gangrena causada por estreptococos do
grupo A acomete geralmente a região da cabeça e do
pescoço, a penetração bacteriana nos compartimentos
fasciais submandibular, submentoniano e sublingual.
Gangrena gasosa
 Uma infecção necrosante dos tecidos moles com o
sinal clínico específico de formação gasosa; pode
causar morte. Os patógenos mais clostridium
perfringens, clostridium septicum, clostridium
bifermentans e outros.
Gangrena gasosa
Gangrena sinérgica bacteriana (de
Meleney) progressiva

 Geralmente ocorre após infecção em uma ferida


operatória abdominal, em volta de um local de
ileostomia ou colostomia, na saída de um trato
fistuloso, ou em proximidade com ulceração crônica em
um membro. Causada por Staphylococcus aureus e
estreptococos microaerofílicos.
Gangrena isquêmica (gangrena seca)

 Ocorre devido ao comprometimento crônico do fluxo


sanguíneo. Na maioria dos pacientes, a parte afetada
Não é infectada. Esse tipo de gangrena apresenta-se
clinicamente como tecido frio, preto e seco.
Gangrena isquêmica
Gangrena isquêmica
Quadro clinico

Gangrena isquêmica:
Gangrena úmida (infecciosa):
 Membro frio,
 Febre baixa,  Dor (ardência na planta dos
 Calafrios, pés e pododáctilos, sendo
 Lesões bolhosas de cor púrpura pior à noite),
ou vermelha,  Púrpura, edema, úlceras,
 Dor intensa à palpação sobre  Livedo reticular
áreas contíguas, Oclusão Arterial Aguda
 Crepitação,  Dor súbita, paralisia,
 Perda de sensação parestesia, palidez, ausência
de pulsos.
Complicações

 Sepse
 Choque séptico
 Insuficiência renal aguda
 Hemólise
 Perda do membro
 Coagulação intravascular disseminada (CID)
Diagnósticos diferenciais

 Erisipela
 Celulite
 Picadas de inseto
 Trombose venosa profunda (TVP)
 Piomiosite
 Pioderma gangrenoso
Exames complementares
 Hemograma completo com esfregaço do sangue
periférico,
 Testes da função hepática,
 Testes da função renal,
 Proteína c-reativa,
 Lactato desidrogenase (LDH) sérica
 Estudos de coagulação
 Radiografias simples
 Ressonância nuclear magnética (RNM)
• Tomografia computadorizada (TC)
Conduta
 Manutenção dos sinais vitais
 Desbridamento cirúrgico + cuidados de suporte intensivos,
 Antibióticoterapia empírica de amplo espectro
 Eleição: vancomicina: 30 mg/kg/dia IV 12/12h ou linezolida: 600 mg
IV 12/12h, Piperacilina/tazobactam: 3.375 g IV 6/6h -ou-
Imipeném/cilastatina: 1 g IV 6-8 horas -ou- Meropeném: 1 g IV 8
horas, Ceftriaxona: 1-2 g IV 12-24 horas, Ciprofloxacino: 400 mg IV
12 horas, Metronidazol: 30 mg/kg/dia IV 6h, Benzilpenicilina sódica:
2.4 a 4.8 g/dia IV 4-6 horas
 Irrigação local com soro fisiológico infundido em bacitracina
 Oxigenoterapia hiperbárica
 Amputação
Conduta

 Heparina: 80 U/kg em bolus IV seguidas por infusão de


18 U/kg/hora
 Terapia trombolítica: estreptoquinasa 250 000 U dosis
inicial, 100 000 U/hora 48-72 h
 Revascularização cirúrgica
 Angioplastia transluminal percutânea
 Amputação
Critérios de transferência

 Pacientes com sepse ou choque séptico


 Paciente que apresenta CID
Prevenção

Gangrena isquêmica
 Evitar e cessar o tabagismo, Gangrena infecciosa
 Controle de lipídeos e  Evitar fechamento cirúrgico de
colesterol, feridas traumáticas.
 Rígido controle glicêmico em  Antibioticoterapia adequada nas #
diabéticos, expostas, feridas infectadas.
 Controle da hipertensão,  Desbridamento agressivo do
 Prática regular de exercícios tecido desvitalizado
 Evitar obesidade.
Bibliografia
 SABISTON, Tratado de cirurgia, FUNDAMENTOS BIOLOGICOS de la
PRÁCTICA QUIRÚRGICA MODERNA, 20ª edição , 2017.
 SCHWARTZ. PRINCIPIOS DE CIRUGÍA, 9ª edição, McGRAW-HILL
INTERAMERICANA EDITORES, S. A. de C. V. 2016
 GOMEZ, G. Pardo & GUTIÉRREZ, A. García ; Temas de Cirugía, Tomo I,
La Habana: Editorial Ciencias Médicas; 2018.
 FERRAINA, Pedro y ORIA, Alejandro; Cirugía de Michans , 5ª edicao,
Buenos Aires: Hl .Ateneo, 2019
 DOHERTY, Gerald M. Diagnóstico y tratamento QUIRÚRGICOS; 13ª
edição, McGRAW-HILL INTERAMERICANA EDITORES, Mexico, 2017
 MARTINEZ, E. Lobo; Manual de Urgencias Quirúrgicas, 4ª edição, Madrid,
2016.

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