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CAPÍTULO IV

O TOYOTISMO E AS NOVAS FORMAS DE ACUMULAÇÃO DE


CAPITAL
O TOYOTISMO E AS NOVAS FORMAS DE
ACUMULAÇÃO DE CAPITAL
 A partir dos anos 70
 Crise do padrão de acumulação taylorista/ fordista

 Toyotismo e a era da acumulação flexível.

 A acumulação flexível caracteriza-se pelo surgimento de setores de


produção inteiramente novos, novas maneiras de fornecimento de
serviços
 As mudanças que ocorreram na década de 70, seriam responsáveis
pela instauração de uma nova forma de organização industrial e de
relacionamento entre o capital e o trabalho.
O TOYOTISMO E AS NOVAS FORMAS DE
ACUMULAÇÃO DE CAPITAL
 Um trabalhador mais qualificado, participativo, multifuncional,
polivalente, dotado de “maior realização no espaço do trabalho”.
 sistema just in time-é um sistema com objetivo de produzir a
quantidade exata de um produto, de acordo com a demanda, de
forma rápida.
A FALÁCIA DA “QUALIDADE TOTAL” SOB A
VIGÊNCIA DA TAXA DE UTILIZAÇÃO
DECRESCENTE DO VALOR DE USO DAS
MERCADORIAS
 “Quanto mais “qualidade total” os produtos devem ter, menor
deve ser seu tempo de duração”. Pag52
 Os produtos devem durar pouco para ter uma reposição no
mercado.
 O modo de produção capitalista converte-se em inimigo da
durabilidade dos produtos.
 Desperdício

 Fast food

 Celulares

 Computadores
A LIOFILIZAÇÃO ORGANIZACIONAL E DO
TRABALHO NA FÁBRICA TOYOTIZADA: AS NOVAS
FORMAS DE INTENSIFICAÇÃO DO TRABALHO
 Ele se fundamenta num padrão produtivo organizacional e
tecnologicamente avançado.
 Estrutura produtiva flexível (empresas terceirizadas)

 “Envolvimento participativo” dos trabalhadores

 Trabalho polivalente

 “Empresa enxuta”
É UMA FORMA DE ORGANIZAÇÃO DO TRABALHO QUE NASCE NA
TOYOTA, NO JAPÃO PÓS-45
TOYOTISMO( CARACTERISTICAS)
 É uma produção muito vinculada à demanda.
 Fundamenta-se no trabalho operário em equipe, com
multivariedade de funções.
 A produção se estrutura num processo produtivo flexível, que
possibilita ao operário operar simultaneamente várias máquinas.
 Tem como princípio o just in time, o melhor aproveitamento
possível do tempo de produção.
 Organiza os Círculos de Controle de Qualidade (CCQs)

 O Toyotismo implantou o “emprego vitalício” para uma parcela


dos trabalhadores das grandes empresas (cerca de 25 a 30%) 55
anos
CONSEQUÊNCIAS DO TOYOTISMO PARA O TRABALHADOR.

 Intensificação da exploração do trabalho.


 A expansão do trabalho part time.(Emprego de meio
período).
 Crescimento dos trabalhadores imigrantes

 Terceirização

 Trabalhadores temporários, aumento de horas extras


EXPERIÊNCIA DO TOYOTISMO NO
OCIDENTE
 GM (fracassou). objetivo de enfrentar a expansão japonesa
no mercado norte-americano.
 A empresa investiu na robotização.

 Carro competitivo para o mercado japonês

 Não adiantava introduzir robôs e tecnologia avançadas, sem a


equivalente qualificação e preparação de sua força de
trabalho.
CAP. V
DO NEOLIBERALISMO DE
THATCHER À
“TERCEIRA VIA” DE TONY BLAIR
Neoliberalismo, mundo do trabalho e crise
do sindicalismo na Inglaterra
NEOLIBERALISMO, MUNDO DO TRABALHO E CRISE
DO SINDICALISMO NA INGLATERRA
 A sociedade inglesa alterou-se profundamente.
 Mutações ocorreram em seu parque produtivo, passando
pela redução das empresas estatais, pela retração do setor
industrial, pela expansão do setor de serviços privados.
 Movimento sindical ingles -períodos de ascensão(décadas de
1890 e 1970) e declínio 30 e 1980.
 Ao longo da sua história, o sindicalismo inglês esteve
sempre associado à ideia de força e estabilidade.
 Em 1920 45,2% dos trabalhadores eram sindicalizados.
SINDICALISMO INGLÊS
 TUC central sindical inglesa.
 TUC da origem ao Partido Trabalhista.

 Plurissindicalismo

 Principal sustentação encontrava-se nos setores industriais,


estatais e privados.
 Na década de 60 houve grande expansão das paralisações.

 60-70 enfraquecimento dos sindicatos. Esgotamento

 Um perfil mais claramente socialista

 França , Itália, corrente de esquerda ligadas aos partido


comunista.
 A ascensão do conservadorismo de Thatcher.
 Ocupou o cargo de primeira-ministra1979-1990.
CONSERVADORISMO DE THATCHER
 Implementação do modelo neoliberal
 Fortalecer a liberdade de mercado, buscando o espaço da Inglaterra na
nova configuração do capitalismo.
 A nova agenda da politica econômica inglesa

 1) A privatização de praticamente tudo o que havia sido mantido sob


controle estatal no período trabalhista
 2) Redução e mesmo extinção do capital produtivo estatal

 3) Enfraquecimento dos sindicatos

 4) Expansão dos empregos entre trabalhadores não manuais, a


elevação e ampliação do setor de serviços, especialmente os privados,
a expansão do trabalhador autônomo, que duplicou entre 1979 e 1990
 5)Trabalho Part time
SINDICALISMO EM INIMIGO
CENTRAL DO NEOLIBERALISMO
 Dirigentes sindicais foram excluídos das discussões da
agenda estatal
 Funcionários do governo foram impedidos de exercer ação
sindical
 Restrição a atuação de sindicalizados nos locais de trabalho.

 Coibir e restringir a ação sindical

 “As greves de solidariedade foram proibidas; também foram


coibidas as ações de conscientização dos sindicatos, como os
piquetes e a pressão sindical tradicionalmente exercida
sobre os trabalhadores que desconsideravam as decisões
coletivas, tomadas por voto secreto, pela realização da
greve.”pag 70
ALGUMAS CONSEQUÊNCIAS DO
NEOLIBERALISMO INGLÊS
 Greves dos mineiros de 1982-1984- contra a politica de fechamento
da minas.
 Entre 1989-1990 Revolta contra o pool tax (imposto comunitário )

 Desindustrialização (indústria de carvão e siderurgia)

 Desemprego (os trabalhadores desempregados somavam mais de 2


milhões, chegando a 3 milhões em 1986)
 Trabalho part time.

 Aumento do número de trabalhadores no setor de serviços.

 “part-time-workers”, trabalho a tempo parcial

 “temporary -workers”, trabalho temporário

 “casual-workers”, trabalhadores ocasionais

 “self-employed-workers”, trabalhadores autônomos


.
À “JAPONIZAÇÃO” E AO TOYOTISMO NA INGLATERRA

 Nissan. Ikeda Hover


 Incentivos fiscais

 Sistema Just in time

 Implementação de três princípios básicos: flexibilidade, controle da


qualidade e team work
 Team work- a transferência da responsabilidade para o próprio
trabalhador, individualmente
 Sistemática do Kaizen, os trabalhadores são “incentivados” a “fazer
suas próprias mudanças.
 Comunicação entre os trabalhadores do chão da fábrica e a alta
administração.
 O Kaizen, portanto, cumpre uma função claramente ideológica, de
envolvimento dos trabalhadores com o projeto da empresa.
 Controle de qualidade sem a contrapartida do “emprego vitalício”
TEAM WORK NA INDÚSTRIA DE
ALIMENTOS.
 Choc-co
 Maior participação feminina na empresa

 Fusão com a Food-Co

 Para uma nova visão empresarial

 Líderes
 1) A motivação dos times de trabalho;

 2) Planejar, organizar e cuidar da qualidade;

 3)Identificar as necessidades de treinamento e desenvolvimento;

 4)Dimensionar a performance do trabalho, dos custos e do orçamento;

 5)Estabelecer o padrão da produção e a discussão do desempenho;

 6) Cuidar da comunicação, das questões disciplinares e outros problemas.

 A ideia dos lideres provocam a redução da atividade sindical dentro da


fabrica
TEAM WORK NA INDÚSTRIA DE
ALIMENTOS
 “Novos métodos de trabalho” e a estrutura produtiva
existente, de base fordista.
 Divisão sexual do trabalho

 Homem trabalho- capital intensivo-maquinaria


informatizada- atividades de administração
 Mulher-trabalho intensivo –atividades rotineiras-
empacotamento- trabalho em tempo parcial.
 Empresa alimentícia os sindicalistas são consultados pela
administração e lideres referente a questões de emprego,
saúde e horário de trabalho.
CONSEQUÊNCIAS NO INTERIOR DA CLASSE
TRABALHADORA INGLESA. POLITICA NEOLIBERAL
 Ausência de regulamentação da força de trabalho
 Aumento do desemprego

 Inglaterra único país da União Europeia cujo jornada de


trabalho aumentou.
 Média de horas trabalhadas por semana aproximadamente
40h homens e 38h mulheres. Enquanto na Alemanha 36h
 Recusa do neoliberalismo da era Thacher/Major em aceitar os
termos da Carta Social da União Europeia.
AS GREVES INGLESAS NOS ANOS 90: AS FORMAS
DE CONFRONTAÇÃO COM O NEOLIBERALISMO E
A PRECARIZAÇÃO DO TRABALHO
 1995 inicio 1996 Vauxhall Motors. Os trabalhadores desencadearam
uma ação visando obter uma redução da jornada semanal de trabalho
e aumento salarial para todos os trabalhadores.
 Obtiveram êxito com a redução da jornada de trabalho de 39h para
38h e aumento salarial
 Greve dos doqueiros 1995-1998. ela se voltou contra as formas de
flexibilização do trabalho no sistema portuário, que acarretava um
forte processo de precarização das condições de trabalho.
 Essa discussão iniciou em 1988. quando Thatcher anunciou a
intenção de repelir o sistema de emprego permanente.
 Não houve apoio das principais centrais sindicais.

 Janeiro de 1998. aceitaram a proposta patronal de 28 mil libras.


O NEW LABOUR E A “TERCEIRA VIA”
DE TONY BLAIR
 Tem como objetivo dar continuidade ao projeto de reinserção
do Reino Unido
 O distanciamento do Partido em relação aos sindicatos e ao
TUC.
 E aproximou cada vez mais o NL do “moderno empresariado
britânico”
 New Labour pós-Thatcher, “moderno”, defensor vigoroso da
“economia de mercado”, de flexibilização do trabalho, das
desregulamentações, da “economia globalizada e moderna”
 A Terceira Via representa um movimento de modernização do
centro.
O NEW LABOUR E A “TERCEIRA VIA”
DE TONY BLAIR
 Tony Blair é, em verdade, expressão da subjetividade e do
projeto político gestado pelo “moderno” capital britânico
após o incontornável desgaste do neoliberalismo
thatcherista. Era preciso encontrar, nas fileiras da
oposição, uma nova variante mais abrandada do
neoliberalismo, que mantivesse sua pragmática e fosse,
desse modo, capaz de preservar os interesses do capital
britânico. Pag 100.
CAPÍTULO VI

A CLASSE-QUE-VIVE-DO-TRABALHO
A FORMA DE SER DA CLASSE
TRABALHADORA HOJE
POR UMA NOÇÃO AMPLIADA DE
CLASSE TRABALHADORA
 A classe trabalhadora, hoje inclui a totalidade daqueles
que vendem sua força de trabalho, tendo como núcleo
central os trabalhadores produtivos.
 Sendo o trabalhador produtivo aquele que produz diretamente
mais-valia e participa diretamente do processo de valorização
do capital. (Proletariado das industrias.)
A classe-que-vive-do-trabalho engloba também os
trabalhadores improdutivos, aqueles cujas formas de
trabalho são utilizadas como serviço, seja para uso público
ou para o capitalista, e que não se constituem como
elemento diretamente produtivo.
POR UMA NOÇÃO AMPLIADA DE
CLASSE TRABALHADORA
 Segundo Marx, o trabalho é consumido como valor de uso e
não como trabalho que cria valor de troca.
 Assalariados, desde aqueles inseridos no setor de serviços,
bancos, comércio, turismo, serviços públicos etc., até
aqueles que realizam atividades nas fábricas mas não criam
diretamente valor.
 Setor de serviços em expansão no capitalismo
contemporâneo
 Todo trabalhador produtivo é assalariado e nem todo
trabalhador assalariado é produtivo, uma noção
contemporânea de classe trabalhadora.
POR UMA NOÇÃO AMPLIADA DE
CLASSE TRABALHADORA
 Uma noção ampliada de classe trabalhadora inclui, então,
todos aqueles e aquelas que vendem sua força de trabalho
em troca de salário.
 Proletariado industrial

 Assalariados do setor de serviços

 Proletariado rural

 trabalhadores terceirizados

 os trabalhadores assalariados da chamada “economia


informal”
 Trabalhadores desempregados

 O mundo do trabalho vem sofrendo mutações importantes.


DIMENSÕES DA DIVERSIDADE,
HETEROGENEIDADE
E COMPLEXIDADE DA CLASSE TRABALHADORA
 Tem sido uma tendência frequente a redução do proletariado
industrial, fabril, tradicional, manual, estável e
especializado, herdeiro da era da indústria verticalizada.
 Um enorme incremento do novo proletariado fabril e de
serviços, trabalho precarizado-São os “terceirizados”,
subcontratados.
 Os trabalhadores remanescentes da era da especialização
taylorista-fordista
 O crescente desemprego

 Processos de desindustrialização e desproletarização, tendo


como consequência a expansão do trabalho precarizado,
parcial, temporário, terceirizado, informalizado etc.
DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO:
TRANSVERSALIDADES ENTRE AS
DIMENSÕES DE CLASSE E GÊNERO
 Aumento significativo do trabalho feminino.
 Remuneração é bem menor do que aquele proposto para o
trabalho masculino.
 Maior qualificação trabalho masculino /Menor qualificação
trabalho feminino.
 Descriminação da mulheres casadas.

 A expansão do trabalho feminino tem se verificado


sobretudo no trabalho mais precarizado, nos trabalhos em
regime de part time, marcados por uma informalidade
 Tripla jornada de trabalho
DIVISÃO SEXUAL DO TRABALHO:
TRANSVERSALIDADES ENTRE AS
DIMENSÕES DE CLASSE E GÊNERO

 O capital tem sabido também se apropriar intensificadamente


da polivalência e multiatividade do trabalho feminino, da
experiência que as mulheres trabalhadoras trazem das suas
atividades realizadas na esfera do trabalho reprodutivo, do
trabalho doméstico.
 A luta das mulheres por sua emancipação é também – e
decisivamente – uma ação contra as formas histórico-sociais
da opressão masculina.
OS ASSALARIADOS NO SETOR DE SERVIÇOS, O
“TERCEIRO SETOR” E AS NOVAS FORMAS DE
TRABALHO EM DOMICÍLIO

 Uma significativa expansão dos assalariados médios e de


serviços.
 O setor de serviços, que cada vez mais se submete à
racionalidade do capital..
 Crescimento do terceiro setor ONGs

 Um mecanismo de incorporação de homens e mulheres que


foram expulsos do mercado de trabalho.
 Expansão do trabalho em domicílio. Itália com a
teleinformatica
 O trabalho produtivo em domicílio, mescla-se com o trabalho
reprodutivo doméstico, fazendo aflorar novamente a
importância do trabalho feminino.
TRANSNACIONALIZAÇÃO DO
CAPITAL E MUNDO DO TRABALHO
 O mundo do trabalho e seus desafios são também cada
vez mais transnacionais.

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