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"O espírito é que vivifica. A carne de nada serve. As palavras que vos
A decisão da fé
Foi Pedro, nesta hora, quem tomou a iniciativa da fidelidade,
fidelidade que Católicos e Ortodoxos têm mantido integralmente
através dos tempos, apesar das disputas e divisões:
"Então Jesus disse aos Doze: 'Não quereis vós também partir?'
Simão
Pedro respondeu-lhe: 'Senhor, a quem iremos, só tu tens palavras de
vida eterna! Nós cremos e reconhecemos que és o Santo de Deus'"
(Jo 6,67-69).
Quanto a você, o que diz? Sustenta o realismo da fé nesta palavra
criadora que faz do pão Sua presença que nutre para a vida eterna?
No que você crê? Pois, também a você, nesta geração, cabe a decisão
da fé.
Pão da Aliança
Sentar-se à mesma mesa, comer do mesmo pão ... Realização e sinais
humaníssimos de comunhão, amizade, aliança. Diante do Santo dos
Santos do Templo de Jerusalém, estava perpetuamente servida a
mesa dos "pães da proposição" (Lv 24,5-9), sinal da aliança de Israel e
Javé, o Deus da Aliança. No Novo Testamento, "comer o pão no Reino
de Deus" (Lc 14,15) significa tomar parte no desejado banquete do
Messias. Na Igreja dos primeiros tempos, a partilha do pão entre os
discípulos era tomada como concretização da Presença de Jesus, o
Messias, com os seus irmãos:
"O pão que partimos não é a comunhão com o corpo de Cristo?"
(1Cor 10,16; cf. Lc 24,30).
Pão da Aliança
Ora, e o Corpo do Senhor não é a mesma Igreja? Escreve Paulo: tudo
o Pai colocou sob os pés de Cristo, e colocou o Cristo como
"cabeça da Igreja que é o seu Corpo: a plenitude daquele que
plenifica tudo em tudo” (Ef 1, 22-23).
Vinho
O outro alimento que Jesus destaca na última ceia é o
vinho. Jesus nem desprezava nem temia o vinho. Em
Caná, ele o deu até a quem estava abusando dele. Por
isso, o mordomo comentou com o noivo:
Paulo e o cálice do
Senhor
"Com efeito, eu mesmo recebi do Senhor o que vos
transmiti. Na noite em que ele foi entregue, o Senhor
Jesus tomou o pão, e, depois de dar graças, ele o
partiu, dizendo: 'Isto é o meu Corpo, que é para vós.
Fazei isto em memória de mim'. Do mesmo modo, no
fim da Ceia, ele tomou o cálice, dizendo: 'Este cálice é
a Nova Aliança em meu sangue'. Portanto, todas as
vezes que comeis deste pão e bebeis deste cálice,
anunciais a morte do Senhor até que ele venha. Por
isto todo aquele que comer do pão ou beber do cálice
do Senhor indignamente será réu do Corpo e do
Sangue do Senhor" (1 Cor 11,23-27) .
Paulo e o cálice do
Senhor
Cada vez que comungamos, recebemos do cálice que
tanto custou ao Senhor beber na sua espantosa
paixão e morte de Cruz. Estamos dispostos? Tomamos
a Cruz dele cada dia? Queremos estar com ele
também no Calvário? Entendemos o Calvário como
coisa dele? Esquisitice dele? Problema dele? Ou já
percebemos que o Calvário é nosso, é criação nossa, e
que ele, simplesmente, bondosamente,
amorosamente, nos faz companhia lá, na paixão que
nossos pecados renovam para nós e nossos irmãos,
enquanto dura a história? Sim, ele é o Salvador vindo
a nós. Ele é "Deus-conosco", o Emanuel, até o fim, até
as situações mais extremas.
Infidelidades e fidelidade
Pedro queria ser fiel. Falando Jesus de sua morte que
se aproximava, quando já se encaminhavam para o
Horto das Oliveiras, ele declarou:
"- Senhor, estou pronto a ir comigo à prisão e à
morte!"
O Mestre replicou:
"- Pedro, eu te digo que o galo não cantará hoje sem
que por três vezes tenhas negado conhecer-me" (Lc
22,31-34).
Infidelidades e fidelidade
Jesus nos é fiel até quando somos infiéis. Ampara a
nossa fragilidade e tem paciência conosco. Tolera a
temeridade de Pedro e as ambições mundanas de
Tiago e João. Vê mais fundo, vê a vocação profunda
que o Pai lhes plantou nos corações. Vê como somos
destinados a ele: "Somos para Cristo e Cristo para
Deus" (1Cor 3,23). Por isso, nesta mesma noite em
que foi entregue, ele nos afirmou a sua fidelidade
dando-nos participação na fidelidade dele: