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O EGITO ANTIGO

A Formação do Egito antigo


O Egito é considerado uma das mais antigas
civilizações do mundo. Está localizado ao norte da
África e foi colonizado por povos de origem africana,
asiática e semítica.
Os primeiros grupamentos chegaram a região a
aproximadamente 6.000 anos a.C se fixando graças as
cheias do rio Nilo que proporcionavam fertilidade as
terras para a agricultura. Por isso Heródoto,
historiador grego, afirmou que o “Egito era uma
dádiva do Nilo”, pois a vida, naquela região árida,
estava ligada a ele.
O rio Nilo tem cheias anuais que
marcavam o inicio do calendário
egípcio, em junho. As águas
transbordavam inundando as
margens e depositando grande
quantidade de matéria orgânica
chamada “humos”.
Em setembro, a próxima
estação, os campos eram arados
pelos camponeses que revolviam a
terra e a semeavam.
Para aproveitar melhor as cheias
os egípcios construíram canais para
irrigação levando a fertilidade para
campos mais distantes do rio.
Os principais produtos eram
trigo, cevada, lentilha, cebola,
algumas frutas e legumes.
A Formação do Egito antigo
As tribos que se fixaram na região precisaram se
juntar e formar os nomos, devido a necessidade de
força e organização para aproveitar as cheias do Nilo,
bem como para a construção dos canais de irrigação,
diques e reservatórios.
Os nomos se agruparam em dois reinos, formando
ao norte o Baixo Egito, no delta e ao sul o Alto Egito,
no vale.
Por volta de 3.100 a.C. o faraó Menes uniu as duas
regiões, formando o Estado egípcio.
O Império dos faraós
O Egito antigo era uma teocracia,
ou seja, os faraós, considerados filhos
do deus Amon-Ra, governavam
baseados na autoridade divina,
acumulando os poderes de sacerdote,
chefe militar e da administração.
Também era faraó quem controlava
os trabalhos na agricultura e distribuía
a justiça.
Com todo esse poder os faraós
construíram grandiosos monumentos
como os templos aos deuses e as
pirâmides
A era dos Impérios
O antigo Egito viveu mais de trinta dinastias com
diversos faraós. Possuiu três grandes momentos de
prosperidade que chamamos impérios e períodos
intermediários de instabilidades políticas.
Império Antigo:
A administração centralizada proporcionou
maior desenvolvimento da agricultura e sua
irrigação e aproveitamento. A consequência foi um
excedente de gêneros que possibilitou a construção
dos grandes monumentos.
Nesse período os faraós davam terras para seus
oficiais o que, mais tarde, contribuiu para a diminuição
do seu poder que, aliado a anos de secas, fez com que
o Egito passasse fome. Foi o fim do império antigo e
inicio do 1º período intermediário, marcado pela
disputa do poder pelas lideranças locais.
Império Médio
Com a reunificação do Egito a prosperidade e a
estabilidade voltaram. Áreas degradadas, irrigação e
produção agrícola foram recuperadas. Campanhas
militares dominaram vizinho como a Núbia, rica em
ouro. Uma estrutura defensiva chamada “Muros-do-
Rei” foi montada para evitar ataques externos.
Houve “democratização” religiosa, no que se refere
a vida no além. Ao contrário do período anterior,
acreditou-se que todos possuíam alma e encontrariam
com os deuses.
Na política, para garantir a sucessão, faraó dividia o
trono com seus herdeiros que se transformavam em co-
faraós.
No final desse período foi permitido a imigração
de asiáticos para garantir a força de trabalho, porém,
ambiciosas campanhas aliadas as poucas cheias do Nilo
enfraqueceram a economia, provocando o declínio e,
finalmente, a tomada do poder pelos hicsos, o que deu
origem ao 2º período intermediário.
Império Novo
Após anos de luta os faraós conseguiram derrotar
os hicsos e retornar ao poder dando inicio ao Império
Novo.
Características desse período foram as vitórias
militares e as alianças políticas, muitas vezes
conseguidas com casamentos.
Com grande influencia, principalmente comercial,
boas cheias do Nilo e excedentes agrícolas, o Egito
chegou ao máximo de sua glória, que também é
mostrada com grandes construções.
“Após a morte de Ramsés II e a subida ao trono de
seu filho Merenptah, a instabilidade política assolou o
Egito. Diversos golpes de Estado depuseram muitos
faraós em pouco tempo e diversos distúrbios civis,
corrupção, revoltas de trabalhadores e roubos de
túmulos contribuíram para a instabilidade interna.
Como forma de ganhar popularidade, durante o início
da XX dinastia foram concedidas terras, tesouros e
escravos para os sacerdotes dos templos de Amon, o
que fortaleceu o poder destes, e mais tarde,
fragmentou o país.” (www.egitoantigo.net/imperio-novo-do-egito.html)
A sociedade egípcia
A sociedade egípcia possuía distintas classes:
Os sacerdotes: responsáveis pelo ensino e religião.
Recebiam terras dos faraós e doações dos nobres e
camponeses para as intervenções junto aos deuses.
Os nobres: eram os funcionários da alta administração,
comércio e assuntos estrangeiros. Viviam no luxo com altos
salários.
Os escribas: também trabalhavam na administração,
porém, executando as ordens de faraó.
Soldados: mercenários contratados que ficavam a
serviço do faraó.
Artesãos: alguns tinham oficinas e trabalhavam
próximos aos faraós e aos nobres. Entre eles estavam os
tecelões, oleiros, vidreiros, ourives, entre outros.
A sociedade egípcia

Os camponeses: trabalhavam na agricultura durante o


período da semeadura e da colheita. Quando os canais
estavam secos faziam sua manutenção e, fora dessas épocas,
trabalhavam nas obras estatais como nas construções dos
monumentos dos faraós. Pagavam os tributos por usar as
terras ficando com muito pouco para sobreviver. Os
camponeses não eram usados em guerras.

escravos: eram os prisioneiros de guerra e em menor


número.

Veja a pirâmide social a seguir:


A sociedade egípcia
Economi
A economia a controlada
era pelos faraós e,
dependendo do período, a arrecadação era usada
para as grandes construções ou para conquistas
expansionistas.
O Egito não cunhava moedas, seu comércio era a
base de troca e, em transações mais complexas,
usava colares e outras jóias.
Exportavam trigo, linho e cerâmicas para a
Fenícia, Síria, Creta e Palestina e importavam
madeira, marfim e metais preciosos. O transporte
era tanto marítimo quanto terrestre através das
caravanas de camelos.
Religião
Os mais antigos chamavam o Egito de “Terra dos deuses.
Eram politeístas, provavelmente devido a junção dos ídolos
das tribos e nomos.
Segundo a lenda, o primeiro deus foi Atum que criou Shu,
deus do ar e Tefnut, deusa da umidade. A união desses criou
outros deuses responsáveis por forças da natureza. Entre os
principais estão o casal Osiris e Isis. O primeiro foi morto e
despedaçado pelo irmão, mas seus pedaços foram juntados
com faixas dando origem ao processo de mumificação. Osiris
foi para o submundo (o mundo perfeito dos mortos). Por isso
sabemos que os antigos egípcios acreditavam na vida após a
morte e no retorno da alma ao corpo. Assim, era necessário
preservar o corpo ao máximo e enterrá-lo com seus
pertences.
A religião egípcia era antropozoomórfica, o que significa
que a figura de seus deuses misturavam formas humanas
com animais considerados sagrados. Esses deuses não
podiam oferecer bênçãos diretas aos homens como
indivíduos, mas sua vontade coincidia com a prosperidade do
Estado.

Bastete, deusa-gata;
Hator, deusa-vaca;
Hórus, em forma de falcão;
Min, deus peixe;
Amom, deus carneiro;
Necbete, deusa corvo;
Ptá, deus boi;
Sebeque, deus crocodilo.
Anubis, Thot, Horus e Osíris
O Livro dos Mortos
O livro dos mortos foi escrito em um período de degradação
religiosa e exploração da crença. Em um dos capítulos desse livro
(125) registrou-se o juízo final, composto de três fases. No primeiro
o morto alega sua inocência sobre 42 pecados, afirmando ser puro;
depois afirma suas virtudes e que satisfez a vontade dos deuses; e
por último seu coração era posto na balança. Vários deuses estão
presentes para ajudar no julgamento. Osíris é o juiz supremo. O
deus com cabeça de crocodilo para devorava os indignos. Existe
uma grande balança para pesar as obras dos homens. Os que são
considerados inocentes vão para um bom lugar de prazeres
simples, mas de colheitas abundantes, enquanto que os maus
receberão a sentença de Osíris, indo para a escuridão sem a luz do
deus-sol. Faraó tinha o privilégio de não ser julgado por ser
confundido com os deuses. No pós-morte faraó tornava-se um ser
glorificado e entrava para o círculo dos deuses.
A Escrita
Para registrar seus trabalhos, na agricultura, religião,
arquitetura ou artes, os egípcios desenvolveram uma forma de
escrita baseada em sinais chamados pictograficos e
hierógrifos. Eram desenhos que depois foram somados a
sílabas. Os egípcios foram provavelmente os primeiros a
desenvolver uma forma de escrita que depois os fenícios
aperfeiçoariam criando o alfabeto.

A escrita era de domínio dos sacerdodes, nobres e


escribas. Existiam mais de seis mil sinais, porém, a cada
período eram usados cerca de mil.
Arquitetura
Além de construírem as grandes pirâmides, das quais ainda
existem 110, os egípcios fizeram templos para seus deuses, entre outros
monumentos.

O templo de Abu Simbel foi construído por ordem de Ramsés II, faraó do
Egito entre 1279 e 1212a.C.. A obra foi talhada na montanha e sua entrada é
assinalada por quatro estátuas de Ramsés II. Acreditava-se que os deuses se
hospedavam nos templos quando visitavam a terra.
Arquitetura
As principais pirâmides são as de Queóps, Quéfren e
Miquerinos. As pirâmides eram túmulos dos grandes faraós. A
de Queóps, segundo o historiador grego Heródoto, levou 20
anos e 100 mil homens para ser construída. Isso se explica
porque foram usados 2,3 milhões de blocos de granito
pesando cada um 2,5 toneladas, por volta de 2.500 a.C.
quando os egípcios ainda não conheciam a roda ou o cavalo.
Sua construção exigia boa engenharia que possibilitou o
desenvolvimento da matemática.
Necrópole de Gizé, onde estão localizadas as pirâmides de Quéops, Quéfren e Miquerinos
Mumificação
A técnica da mumificação possibilitou grandes avanços na
medicina, como por exemplo a descoberta da importância do
coração.
O objetivo da mumificação era a preservação do corpo
por acreditar que a alma voltaria a ele para viver no mundo
dos mortos.
Primeiro retirava-se o estômago, intestino,
fígado e pulmões do corpo para envolve-los em
natrão, um tipo de sal que eliminava a água dos
órgãos. Através do esmagamento retirava-se o
cerebo pelas narinas. Depois o corpo também
ficava no natrão por 40 dias, a fim de não
apodrecer e em seguida era embalsamado
recebendo os órgãos novamente. Após esse
processo o corpo era envolvido com faixas de
linho e finalmente colocado no caixão.
Decadência
Domínio Assírio e Persa
Por volta do ano 700 a.C. uma série de
conflitos foram iniciados com os assírios, o que
resultou em seu domínio temporário.
Em 525 a.C. foi a vez dos persas que chegou a
capturar o faraó Psamético e governar o Egito
através de representantes chamados sátrapas.
Em 332 a.C. os persas entregam o Egito ao
domínio de Alexandre da Macedônia, recebido
como libertador pelo povo.
Domínio Macedônico

Os Ptolomeus
Ptolomeu era o nome dado aos governantes do
Egito durante o período grego e que sucederam
Alexandre. A capital era na recém erguida cidade de
Alexandria, centro da rica cultura grega com biblioteca,
pólo de cultura e ensino. A economia e o comércio
exterior estavam no centro das preocupações.
A cultura grega não se impôs a egípcia. O ptolomeu
se considerava um faraó, porém, algumas tradições
foram fundidas como no caso de alguns deuses
egípcios com gregos, enquanto outras foram mantidas.
Domínio Romano
A partir de 30 a.C. observando a instabilidade da
região e a muito tempo preocupados com a demanda de
cereais que recebia do Egito, os romanos resolveram
garantir o domínio da região assegurando-a como sua
província. Assim, na Batalha do Áccio o exército romano
derrotou Marco Antonio e a rainha ptolomaica Cleópata.
A situação foi estabilizada com a repressão de
revoltas, cobrança de impostos e controle dos salteadores.
A cidade de Alexandria se tornou ainda mais importante
pois era rota comercial de artigos de luxo.
Na cultura algumas tradições religiosas continuaram
sendo mantidas e foram alteradas apenas com a chegada
do cristianismo.

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