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Análise de um Soneto de

Luís Vaz de Camões

Hugo Pinheiro nº11


Joana Simões nº12
João Aleixo nº13
“Alma minha gentil, que te
partiste”
Alma minha gentil, que te partiste
Tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento Etéreo, onde subiste,


Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente,
Que já nos olhos meus tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te


Algũa cousa a dor que me ficou
Da mágoa, sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus, que teus anos encurtou,


Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou.

Luís Vaz de Camões, "Sonetos"


Estrutura Interna (Tema)

Neste poema o “eu lírico” lamenta a perda da sua amada.


O estado de espirito do poeta é de uma profunda tristeza “E viva eu cá
na terra sempre triste” e revela um sentimento de perda “De mágoa,
sem remédio, de perder-te”.
O tema deste poema é a saudade. O poeta sente saudade por alguém
que lhe era muito querido e que parte. Também estão presentes os
mistérios da morte e da existência de vida para além dá morte.
Estrutura Interna

O poema pode ser dividido em duas partes.


Na primeira parte representada pela primeira quadra, o poeta introduz o
assunto e dá a conhecer o falecimento prematuro da sua amada “a sua
alma gentil”. Recorda também a paixão vivida e o desejo de perpetuar
essa paixão.
Na segunda parte o poeta sugere que a falecida peça a Deus que o leve
brevemente para junto dela “Que tão cedo de cá me leve a ver-te”.
Análise Formal
O poema é um Soneto pois tem duas quadras e dois tercetos, os versos
têm 10 silabas métricas (decassílabos).

Esquema rimático é: ABBA ABBA CDC e DCD.

Rima interpolada em A
Rima emparelhada em B
Rima cruzada em C
Rima cruzada em D
Recursos Expressivos
• No poema o autor utiliza vários recursos expressivos tais como :
• Hipérbato – “Repousa lá no céu eternamente”
• Perífrase – “Assente etéreo”
• Apostrofe – “Roga a Deus”
• Adjetivação – “´Triste”, “ardente”
• Antítese - “lá” e “cá”

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