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MEMÓRIAS LITERÁRIAS –

CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO
E ASPECTOS LINGUÍSTICOS

4º ENCONTRO – NOVEMBRO/2013
Se bem
me lembro ...

emórias Literárias
A vida não é a que a gente viveu, e
sim a que
a gente recorda, e como recorda para
É aquilo que ocorre ao Relato que alguém faz, muitas
espírito como resultado de vezes na forma de obra literária,
experiências já vividas; a partir de acontecimentos
lembrança; reminiscência. históricos dos quais participou
ou foi testemunha, ou que estão
fundamentados em sua vida
particular.
SEMELHANTES,
PORÉM DIFERENTES
MEMÓRIAS LITERÁRIAS E SUAS
SEQUÊNCIAS TIPOLÓGICAS
MEMÓRIAS LITERÁRIAS –
CARACTERÍSTICAS E PECULIARIDADES
CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO E
CONTEÚDO TEMÁTICO
Identificação da situação de comunicação
PLANO GLOBAL DAS
MEMÓRIAS LITERÁRIAS
Partes próprias da composição do gênero
 Início, meio e fim bem demarcados.
 O Início do texto é dedicado a situar o leitor no
tempo e no espaço a serem rememorados.
 Relato de fato(s) marcante(s), ao longo do texto, e
os motivos que o tornam significativos.
 O texto pode ser concluído com uma cena ou fato
vivido pelo narrador em um momento passado.
 As memórias também podem ser concluídas com o
deslocamento do narrador para o tempo presente.
PLANO GLOBAL DAS
MEMÓRIAS LITERÁRIAS
Narrador
 Narrador-personagem ou narrador-testemunha em
1ª pessoa.
 Apesenta-se e manifesta-se como EU, falando
daquilo que viveu sob, somente, o seu ponto de vista.

 Uso dos pronomes pessoais e possessivos de


primeira pessoa.
PLANO GLOBAL DAS
MEMÓRIAS LITERÁRIAS

Adequação da Linguagem

 Uso da linguagem formal.

 Havendo rompimento da norma padrão/culta, que o


seja a serviço do sentido do texto.
 Emprego de palavras e expressões que já não
existem ou que se transformaram.
A ENTREVISTA NA PRODUÇÃO
DAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS
O entrevistado e o tema
A escolha do entrevistado – antigo morador.

 Assuntos que provocam lembranças referentes ao


tema: modos de viver do passado; transformações
físicas da comunidade; origem da comunidade;
antigos lugares de trabalho; profissões que
desapareceram; eventos marcantes.
A ENTREVISTA NA PRODUÇÃO
DAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS
Retextualização – da entrevista para as memórias
literárias
Nessa atividade, devem ser consideradas as
condições de produção, de circulação e de recepção
dos textos.

 Envolve estratégias de eliminação (por exemplo, de


marcas interacionais, hesitações) e inserção (por
exemplo, de pontuação), substituição (por exemplo,
de uma forma mais coloquial para uma mais formal),
seleção, acréscimo, reordenação, reformulação e
condensação (por exemplo, agrupamento de ideias).
A DESCRIÇÃO NAS
MEMÓRIAS LITERÁRIAS
Motivações para a descrição

É importante reparar no objeto descrito, como se o


olhasse pela primeira vez, e ter clareza de quem é o
leitor ao qual se dirige, o que ele precisa saber a
respeito dos fatos, dos lugares, das personagens e dos
costumes abordados no texto.
A DESCRIÇÃO NAS
MEMÓRIAS LITERÁRIAS
Finalidade da descrição

 A descrição pode ser utilizada como recurso para


seduzir o leitor e aproximá-lo da experiência relatada
pelo autor do texto – enfatizando-se determinadas
cenas, características de lugares ou personagens,
sensações, impressões e informações captadas pelos
cheiros, sabores, cores, texturas, sons.
A DESCRIÇÃO NAS
MEMÓRIAS LITERÁRIAS
Descrição também na comparação ONTEM e HOJE

 Através da descrição, além de se caracterizarem


lugares, objetos e pessoas considerados importantes
nas experiências vividas no passado, também se
compara o tempo antigo com o atual, destacando,
principalmente, as diferenças.

O autor olha para o presente e enxerga o passado.


A AUTORIA NAS
MEMÓRIAS LITERÁRIAS
As vozes do narrador

 Pode haver mudança no plano global (com a mudança de


tempo – ontem p/ hoje, e de voz do narrador, sem que haja
Título
quebraInstigante
no relato.
OS ASPECTOS LINGUÍSTICOS
NAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS
Recursos linguísticos de expressividade (efeitos de
sentido)

 Nesse caso, o uso dessas expressões é intencional e


adequado para o contexto.
OS ASPECTOS LINGUÍSTICOS
NAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS
Marcas linguísticas de passado
PERFEITO DO INDICATIVO

VERBOS NO PASSADO IMPERFEITO DO INDICATIVO


IMPERFEITO DO
SUBJUNTIVO

MODIFICADORES
ASPECTUAIS
PALAVRAS E ORAÇÕES SUBORDINADAS
EXPRESSÕES
PALAVRAS/EXPRESSÕES
ANTIGAS OU EM DESUSO
OS ASPECTOS LINGUÍSTICOS
NAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS
Sinais de pontuação no texto
SINAL DE PONTUAÇÃO EMPREGO

Separar elementos de uma enumeração.


VÍRGULA
Introduzir uma explicação a mais sobre quem faz a ação.

Intercalar explicações que o autor acha que o leitor


TRAVESSÃO desconhece.
Enfatizar uma passagem, situação marcante.

Transmitir ao leitor sentimentos como espanto,


EXCLAMAÇÃO admiração, surpresa ou alegria.

Aproximar o autor de seu interlocutor, estabelecer


INTERROGAÇÃO diálogo com o leitor.
OS ASPECTOS LINGUÍSTICOS
NAS MEMÓRIAS LITERÁRIAS
Sinais de pontuação no texto

SINAL DE PONTUAÇÃO EMPREGO

Indicar enumeração.
DOIS-PONTOS
Indicar a introdução da fala de uma personagem ou de
uma explicação ao longo do texto.

PONTO-FINAL Produzir frases curtas para imprimir ritmo ao texto.

Indicar a referência a uma expressão utilizada pelo autor.


ASPAS
Indicar uma ironia ou uma citação.
EXEMPLIFICANDO COM TEXTOS
A criança que ainda vive em mim
NÃO SITUA O LUGAR
ESPECIFICAMENTE.
Quando TÍTULO INSTIGANTE.
criança, vivia altas aventuras. Acordava cedinho, junto com o sol,
merendava e ia correndo aonde o vento me levasse.
Seguia a brisa, não me importava para onde ela fosse. Entrava a mata a
NARRADO
dentro sem medo do que ia enfrentar. EM dia
Cada 1ª PESSOA
era uma– nova aventura, uma grande
descoberta. NARRADOR-PERSONAGEM
Sempre que eu podia, dava uma escapadinha para o açude me divertir.
Tantos peixes, tanta alegria, tanta emoção!
Chegava em casa tarde,
COMPARAÇÃO sempre com aquela bronca me esperando, mas
ENTRE
minha alegria era tanta que
PASSADO nem me importava. No dia seguinte eu ia de novo para
E PRESENTE
novas descobertas.
Hoje, quando volto àquele lugar, me lembro sempre daquelas grandes
aventuras. É quando batem no peito a saudade e a tristeza, pois aquela mata que me
USO
alegrava tanto foi destruída. DE LINGUAGEM
Agora só há casas eFIGURADA
prédios.
(EFEITO
O açude, que tantos peixes DE SENTIDO)
tinha, hoje nem água tem.
O meu coração chora em saber que tudo aquilo se foi. Mas nunca nem
ninguém vai tirar o lugar em que vivi de dentro de mim.
TEXTO DESCLASSIFICADO, POIS, APESAR DO ADEQUADO USO DOS
RECURSOS LINGUÍSTICOS, NÃO SE TRATA DO GÊNERO MEMÓRIAS
LITERÁRIAS, MAS SIM DE RELATO PESSOAL.
Páginas de minha vida

Tenho 86 anos de idade e sou conhecido como senhor Souza. Deus me deu a
oportunidade de ter uma vida maravilhosa, cercado por pessoas inigualáveis. Durante
minha vida, morei em muitos locais: Mossoró, Apodi, Sobral e, por fim, Fortaleza.
Lembro-me bem da infância maravilhosa que tive em cada um desses lugares. Como
esquecer o calor de Mossoró? Como posso me esquecer de um bairro onde morei em
Apodi chamado Apanha Peixe? Na verdade, é assim chamado, porque nele há uma
lagoa tão grande
APESAR que
DEmal dá para ver
APRESENTAR seu fim REMINISCÊNCIAS,
ALGUMAS e, quando alguémO ia pescar,
TEXTO É, as redes
vinhas lotadas de tantoPREDOMINATEMENTE,
peixe, daí o nome. Mais tarde, eu me mudei um vilarejo de dez
AUTOBIOGRÁFICO.
casas de taipa que ficavam a uma distância de 150 metros umas das outras. Apesar da
simplicidade, era um local ótimo de se morar. Eu me sentia feliz em meio a tantas
vacas, ovelhas, galinhas e outros bichos.
Tempos depois, partimos para Sobral. A cidade com aqueles prédios
centenários, casas do século XVII e uma igreja tão linda! Nosso destino era o vilarejo
chamado Triângulo. Lá era fantástico! Havia grandes árvores, rios e uma barragem
enorme para represar água por conta da seca. Como tudo que é bom dura pouco, mais
uma vez tivemos de vir embora para Fortaleza, onde nasci. Chegando a Fortaleza,
quase não a reconheci, pois estava muito diferente da que tinha deixado há três anos.
Muitas coisas tinham mudado: a rodoviária, as casas, ruas e avenidas,
muitos prédios tinham sido construídos. Nossa família instalou-se num bairro de
nome Parangaba, onde passei o resto de minha infância e vida. Na mesma rua,
residia uma umbandista amiga de minha mãe. Esse foi o meu primeiro contato com
alguma religião. Gostava de participar dos cultos, achava muito linda a forma como
os mesmos eram feitos, as vestimentas, as músicas, as imagens dos santos
africanos, tudo aquilo me fascinava, eu achava magnífico. Em frente de casa havia
uma praça e uma igreja. Na época de festas juninas, o lugar se enchia de alegria.
Nós crianças ficávamos fascinadas com o parque de diversões.
Era um prazer subir na roda-gigante, no alto da qual dava para se ver as
luzes da cidade. Havia também um carrossel, um tiro ao alvo para ganharmos
prémios tão cobiçados. Divertíamo-nos assistindo às tradicionais quadrilhas e ao
casamento matuto.
Porém, minha vida em Fortaleza não era bem o que eu queria, apesar de
ter parque de diversões, fantástico para uma criança deslumbrada como eu.
Quando você é uma criança, tudo lhe fascina. Você pensa que o mundo é de uma
forma até você crescer, estudar e descobrir que seu pais não é o mundo como
pensa, até descobrir que existe egoísmo, pessoas que desmatam as floretas por
pura ambição, matam animais para o comércio. Quantos animais que estão em
extinção hoje! Na minha época, não existia essa coisa que se chama aquecimento
global. Revendo tudo, fico triste demais, pois hoje tudo está sendo destruído: as
florestas, os animais, rios e lagoas, cachoeiras e tantos outros tesouros preciosos da
terra.
Outros tempos ótimos de minha vida foram vividos intensamente. Segui
meu rumo, passei pela adolescência, vivi a juventude em boa parte na faculdade.
Anos depois, conheci uma linda jovem com quem casei e assumi minha fase adulta.
Minha esposa não pôde ter nenhum filho, mas sempre me deu muita alegria e
compensou essa falta com sua presença afetuosa. Infelizmente, vinte anos depois que
nos casamos, ela veio a falecer. Depois disso, eu me dediquei a cuidar de minha mãe,
pois ela já não tinha mais tanta vitalidade, falecendo com pouco mais de cem anos.
  Fui um homem bem sucedido no trabalho, tive ótimas amizades e me tornei
esse senhor solitário que sou agora. Atualmente minha única companhia são alguns
animais que crio, meus amáveis gatos e cachorros, sem contar com a companhia de
minhas plantas. Hoje, ao completar 86 anos, sou um senhor muito agradecido a Deus
pela intensa vida que tive, agradeço por tudo que me fez e fico aguardando o
momento em que todas essas e tantas outras lembranças restem apenas em papéis
escritos no livro de minha vida.
Os velhos tempos

Aqui era muito bom nos velhos tempos, as casas eram simples e as pessoas
eram mais unidas. Todo santo dia as pessoas iam de manhã bem cedo tomar café na
casa da Dona Verônica. Nós adorávamos os seus bolos. Muitas crianças deixavam de
tomar seu lanche só para poder apreciar os doces da vizinha mais querida da rua. Era
um verdadeiro mundo de açúcar, doces, bolos coloridos, de formas e tamanhos
variados. Que saudade! O de brigadeiro era divino, vocês iriam adorar, se apaixonar,
seria a melhor palavra para dimensionar a nossa admiração. Uma pena hoje não ser
mais assim, ninguém tem amigos como antigamente, atualmente as pessoas são mal
educadas e também falsas, na verdade, nem todos, mas a sua maioria,
  As pessoas podiam ser mais humildes e menos mal educadas. Mas isso é
coisa de agora, e o que importa no momento são as boas lembranças do meu lugar. O
APESAR DE MENCIONAR BREVENMENTE UM LUGAR (NÃO ESPECIFICADO),
cheiro de terra molhada, por exemplo, que quase não sentimos mais, isso quando
PREVALECE
chove. São duas O as
raridades, RELATO
chuvas DOS COSTUMES
e a terra. DE por
A primeira UMA ÉPOCA.no nordeste e
estarmos
a segunda porque na minha rua só tem asfalto. O asfalto tornou minha rua muito
quente. Na verdade, hoje sobra calor no chão e falta calor humano.
Outra saudade dos velhos tempos é o costume de sentarmos na calçada para
uma conversa no final da tarde. Minha avó e toda a vizinhança ficavam horas batendo
papo, jogando conversa fora, esperando o tempo passar até meu pai chegar da escola e
ela entrar para cuidar de seu jantar. Hoje, quase ninguém faz isso, por causa dos
assaltos e também das brigas, todos nós temos medo da morte, por isso quase
ninguém senta mais nas calçadas, os tiros e as brigas de gangues invadiram nosso lugar.
  É muito triste a realidade da minha rua atualmente. Percebemos que o ontem
já envelheceu e está muito doente, assim como eu, e estão mais velhos ainda os
hábitos e os costumes que ficaram num passado que infelizmente não volta mais.
EM TODO CORPO DO TEXTO, PERCEBEM-SE INDÍCIOS DA REALIZAÇÃO DA
ENTREVISTA COM ALGUM ANTIGO MORADOR DO LUGAR RETRATADO.

ACENTUADO USO DE PALAVRAS E


EXPRESSÕES PRÓPRIAS
O almoço dos trabalhadores DOcasa-grande
era feito na FALAR LOCAL. e logo de manhã cedo os
EMPREGO ADEQUADO DOS TEMPOS
jumentos encostavam-se ao engenho, trazendo em caçuás as enormes panelas cheias de
VERBAIS.
comida, geralmente a carne dos porcos que eram criados na fazenda. Enquanto alguns
mexiam os tachos,
USOoutros sentavam
DE RECURSOS DEno chão para pegar
LINGUAGEM o de comer.
ADEQUADO AO CARÁTER
À tardinha esfriavam os corposLITERÁRIO.
para irem banhar-se no açude. De longe ouviam-
se os gritos das maritacas misturados à algazarra dos trabalhadores, que pareciam
crianças brincandoRETRATAÇÃO DE HÁBITOS
de pega-pega. Ceavam naE DE PRODUTOS DA
casa-grande... ÉPOCA.chegando, no corpo
E vinham
traziam o cheiro gostoso do sabonete Alma de Flores, considerado um luxo naquela
época, cabelos limpos, cheios de brilhantina, que espelhavam de longe. Depois da ceia,
sentavam em redes ou tamboretes, iluminados pelo clarão da lamparina, e contavam
histórias reais ou de trancoso. O café era servido, e o canivete, retirado da cintura, para
cortar o fumo de rolo com o qual faziam um cigarro grosso, enrolado com palha de milho
seco que pegavam na tolda, o isqueiro de metal a querosene rodava de mão em mão para
acender os cigarros. Alguns resolviam ir namorar, mesmo que o pai da moça ficasse no
meio dos dois.
LEMBRANÇAS DE UM ANTIGO
O mundo encantado do engenho MORADOR.
Aluna: Isabela Kethyes Bezerra Bessa
SENTIMENTOS, IMPRESSÕES E
APRECIAÇÕES QUE ENREDAM O
Sentado aqui no alpendre da casa-grande, olhando em volta desse mundo
LEITOR.
silencioso Título
em que hoje vivo, me lembro de cada momento que passei neste lugar. O
rodopiar dos ventos no canavial, o cheiro da cana verde misturado ao ar puro das águas
instigante. MEMÓRIAS
cristalinas do açude, o barulho dos animais, as vozes dos trabalhadores... Tudo isso está
ASSUMIDAS EM
guardado na minha memória.
PRIMEIRA
EraREFERÊNCIA
época de fartura, o engenho
A OBJETOS, acolhia de braços abertos todos os que ali iam
PESSOA.
chegando. Meu pai, homem forte, comandava com braveza e ao mesmo tempo com
LUGARES, MODOS DE VIDA,
humildadePALAVRAS
os trabalhadores que rudemente
E EXPRESSÕES QUE transformavam com habilidade a cana em
rapadura.
TRANSPORTAM O LEITOR PARA
DentroA eÉPOCA
fora do engenho ouvia-se o lepe-lepe das palhetas, mexendo o tacho
E LUGAR
fervente de mel.MENCIONADO.
A moenda subia e descia com um ranger musical, esmagando a cana e
soltando uma garapa esverdeada. Jumentos iam e vinham, trazendo nos lombos cangalhas
cheias de cana, cujas folhas se arrastavam pelo chão e pareciam cantar uma canção,
alegrando nossos ouvidos.
O cheiro vindo da gamela da rapadura, ora com mistura de cravo e erva-doce, ora
de coco, fazia com que aguçasse o paladar de quem passava. As mulheres esparramavam o
mel na pedra para começar o puxa-puxa do alfenim, seus corpos moviam-se sem parar,
pareciam bailarinas ou... borboletas
COMPARAÇÃO ENTRE O PASSADO E O PRESENTE

Naquele tempo tudo era diferente, as pessoas eram mais amigas umas das
outras e viviam mais felizes. O LUGAR É BEM CARACTERIZADO,
Hoje, o engenho está de pé, bem conservado,
SABENDO-SE as pessoas
EXATAMENTE sempre
DE ONDE SÃOvêm para
tirar retratos e ouvir histórias de como funcionavaAS
tudo aquilo, mas nunca vão entender
MEMÓRIAS.
como funcionava o coração, a amizade de cada pessoa que ali vivia, pois essa máquina de
tirar retrato jamais vai retratar as lembranças, as saudades e a história real do mundo
encantado do engenho.

(Texto baseado na entrevista feita com o senhor José Enias Bessa.)

O TEXTO RETRATA DE MODO PRÓPRIO E ORIGINAL AS LEMBRANÇAS


GLOSSÁRIO
DO ANTIGO
Cangalha – armação feita deMORADOR ENTREVISTADO
madeira, colocada - AUTORIA.
em animais, para carregar coisas,
objetos.
Caçuás – espécie de bolsa de couro, colocada no jumento, para levar objetos.
Brilhantina – espécie de gel perfumado que os homens usavam nos cabelos nas
décadas passadas.
Tolda – terreno adubado para plantar milho.
A vida não é a que a
gente viveu,
e sim a que a gente
recorda,
e comoObrigada!
recorda para

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