Você está na página 1de 14

FACULDADE DE DIREITO

CURSO DE DIREITO

Direito Internacional Privado

Por: Desejado G. Mepina


1
Tema:

- Qualificação
- Noção

2
Qualificação – Noções Gerais

Problema:
 Como descrever as situações factuais abrangidas na previsão
normativa e subsumir cada situação concreta a categoria
apropriada do direito de conflito do foro?

3
Qualificação – Noções Gerais
Lembrem-se que são os conceitos técnico-jurídicos ou simplesmente
Conceitos-quadro que as normas de DIP utilizam para definir o
objecto da conexão ou a delimitar o âmbito em que revela a conexão
estabelecida.
Dai pergunta-se: Qual é o critério geral de interpretação de tais
conceitos?

Tradicionalmente existem 3 soluções:


a) A teoria de qualificação da lex fori
b) A teoria de qualificação da lex causae
c) A da comparação dos direitos.
4
Qualificação – Noções Gerais
a) Teoria de qualificação da lex fori
 A determinação do conteúdo dos conceitos-quadro obtem-
se recorrendo ao direito material da ordem jurídica local.

Os conceitos-quadro das normas de conflitos teriam, assim,


exactamente o mesmo valor que os seus homólogos do
direito interno da lex fori.

5
Qualificação – Nocoes Gerais
Criticas a esta teoria:
Neste caso, significaria que, manifestamente, pertencendo a
norma de conflitos a lex fori, a lexi fori tem de pertencer a
sua interpretacao.
So que devemos entender que a lexi fori é diferente da lexi
materialis, senão a lexi formalis. E o conteudo e limites dos
conceitos proprios do direito de conflitos nao se obtem ,
necessariamente e apenas, por via de uma simples
referencia automatica aos conceitos homologos do
respectivo sistema de preceitos materiais.

6
Qualificação – Nocoes Gerais
b) Teoria de qualificação lege causae
 Defende que se deva deferir a lei designada pela norma de conflitos
a definição do conceito-quadro utilizado por esta mesma norma.

Aspecto negativo desta teoria:


O recurso a lex causae com esse objectivo redundaria, com efeito,
em converter a norma de conflitos numa norma em branco. O
legislador, tendo escolhido a conexão relevante, desinteressar-se-ia de
definir ele próprio o domínio em que a conexão e relevante.
Neste caso, o legislador teria desistido de estabelecer uma
verdadeira norma jurídica.

7
Qualificação – Noções Gerais
c) Teoria de qualificação da comparação dos direitos

Sustenta a necessidade de construir e interpretar a norma de


conflitos em função de todos os sistemas jurídicos cuja a
aplicação ela e susceptivel de desencadear.

Neste caso, esta teoria recomenda ao recurso de direito


comparado, pois, só pelo método de comparação jurídica
se torna possível apurar o conteúdo dos diferentes
conceitos utilizados pelas normas do DIP.

8
Qualificação – Noções Gerais
Nota: Determinar para cada preceito de DIP o juízo de
valoração de interesses que o informa, constitui o momento
mais relevante do respectivo processo de interpretação. Dai
que fica evidente que a interpretação de toda a norma de
conflitos só pode ser ima interpretação teleológica.

9
Qualificação – Noções Gerais
Exemplo:
Imagine que os artigos 18 e 19 do Direito de Família português se referirem
apenas a filiação legitima, excluindo, assim, a filiação ilegítima, e a lei de
família moçambicana atribui ao pai ilegítimo a mesma posição a do pai
legitimo. Porem, procura-se criar uma norma de conflitos para estabelecer a
lei aplicável para a obrigação de alimentos dos pais.
Considere ainda que o artigo 1589 do DF português consagra que o pai
ilegítimo e o filho não são parentes. E o artigo 21 do Direito de Conflitos
português aponta como “conexão decisiva, a nacionalidade da mãe ao
tempo do nascimento do filho”.
QUID IURIS?
 Sendo você um legislador moçambicano que pretende criar uma norma de
conflito, que conceito-quadro e elemento de conexão criaria?

10
Qualificação – Noções Gerais
Resposta:
O artigo 21 fica inaplicável aqui, não tanto em virtude do facto
de nela se aludir unicamente a obrigação de alimentos do
pai, como antes por forca da consideração de que a escolha
deste elemento de conexão foi estreitamente influenciada
pela posição do DF português, ante o problema da
paternidade ilegítima. Uma vez que o artigo 1589 consagra
que o pai ilegítimo e o filho não e havido como parentes.
Neste caso seria apropriado estabelecer como conceito-quadro
“relações de filiação” e elemento conexão “a lei pessoal do
pai”.
11
Qualificação – Noções Gerais
Conclusões:
 A interpretação das normas de conflitos ‘e uma interpretação autónoma.

 O conceito-quadro abrange todos os institutos ou conteúdos jurídicos, quer


de direito nacional ou estrangeiro, aos quais convenha, segundo a ratio
legis, o tipo de conexão adoptado pela regra de conflitos que utiliza o
mesmo conceito.

12
TPC

Faca uma interpretacao atenta e


detalhada do art. 15 do Codigo
Civil mocambicano.

13
Obrigado

Até a próxima aula

14

Você também pode gostar