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MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE

LITÍGIOS
TÍTULO V
TRIBUNAIS
CAPÍTULO I
Princípios gerais

Artigo 202.º
Função jurisdicional
1. Os tribunais são os órgãos de soberania com competência para administrar a
justiça em nome do povo.
2. Na administração da justiça incumbe aos tribunais assegurar a defesa dos
direitos e interesses legalmente protegidos dos cidadãos, reprimir a violação da
legalidade democrática e dirimir os conflitos de interesses públicos e privados.
3. No exercício das suas funções os tribunais têm direito à coadjuvação das outras
autoridades.
4. A lei poderá institucionalizar instrumentos e formas de composição não
jurisdicional de conflitos.
MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE
LITÍGIOS
“composição não jurisdicional”:
A resolução de conflitos fora (do âmbito) dos tribunais e sem o recurso
a critérios de legalidade estrita.

Composição jurisdicional: intervenção decisiva de um terceiro:


(heterocomposição)

Composição não jurisdicional: autocomposição. Às próprias partes


cabe encontrar a solução do litígio, que não passa pela aplicação das
soluções ou “receitas” configuras pelo legislador, pelo Direito.
MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE LITÍGIOS

Meios Alternativos de Resolução de Litígios: procedimentos


complementares aos processos jurisdicionais ou seja aos procedimentos
que correm os seus termos nos tribunais integrados na Organização
Judiciária do Estado em que as decisões a proferir se baseiam
essencialmente em regras de legalidade estrita.
(Vide www.dgpj.mj.pt/sections/gral)

COMPOSIÇÃO NÃO JURISDICIONAL ≠ MEIOS ALTERNATIVOS DE


RESOLUÇÃO DE LITÍGIOS.

 A arbitragem é um importante meio alternativo de resolução de


litígios, mas não deixa de ser uma forma de composição jurisdicional
de conflitos.
MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE
LITÍGIOS

Meios alternativos de resolução de litígios, ou meios


extrajudiciais: Mediação, Conciliação e a Arbitragem.

A MEDIAÇÃO caracteriza-se, essencialmente, por ser um meio


alternativo onde cabe às partes encontrar a solução do conflito. Trata-se
de um processo “não adversarial de resolução de litígios” em que as
partes procuram – auxiliadas por um terceiro imparcial – chegar a um
acordo.
Ao mediador não cabe decidir, mas estabelecer e procurar manter a
comunicação entre as partes de forma a que as mesmas encontrem a
solução.
MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE LITÍGIOS
(MEDIAÇÃO)

Em Portugal a mediação foi introduzida nos Tribunais, com os Julgados de


Paz, em 2001. Constitui uma fase do processo, facultativa, que antecede o
julgamento. As partes podem afastar a mediação ou desistir da mesma em
qualquer momento.

Os Julgados de Paz constituindo verdadeiros tribunais têm uma existência “ …


vocacionada para permitir a participação cívica dos interessados e para
estimular a justa composição dos litígios por acordo das partes” (artigo 2º da
Lei 78/2001, de 13 de Julho, com as alterações da Lei n.º 54/2013 de 31 de
julho).

Vide, www.conselhodosjulgadosdepaz.com.pt
MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE LITÍGIOS
(MEDIAÇÃO)

Na área familiar

 Desde Julho de 2007, está em funcionamento o Sistema de Mediação


Familiar, com competência para os conflitos surgidos no seio das
relações familiares, nomeadamente: regulação, alteração e
incumprimento do exercício do poder paternal; divórcio e separação
de pessoas e bens; conversão da separação de pessoas e bens em
divórcio; reconciliação dos cônjuges; atribuição e alteração de
alimentos; atribuição de casa de morada da família; privação do
direito e autorização ao uso dos apelidos do outro cônjuge.

Vide; https://smf.mj.pt/
MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE LITÍGIOS
(MEDIAÇÃO)

Na área laboral

 Em 2006, surgiu o Sistema de Mediação Laboral que funciona sem


ligação com os tribunais, mas através de uma lista de mediadores
gerida pelo Gabinete de Resolução Alternativa de Litígios do Ministério
da Justiça De acordo com o protocolo celebrado entre o Ministério da
Justiça e diferentes entidades, que deu origem ao SML, podem ser
objecto de mediação os litígios em que não estejam em causa direitos
indisponíveis e que não resultem de acidente de trabalho

http://www.dgpj.mj.pt/sections/gral/mediacao-publica/sistema-de-media
cao5560
MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE
LITÍGIOS
(MEDIAÇÃO)

Na área penal
Na área do Direito penal foi aprovada a mediação, pela Lei 21/2007, de
12 de Junho, aplicável a alguns crimes particulares ou semi-públicos,
cuja pena não seja superior a 5 anos
Relativamente aos crimes semi-públicos existe limitação aos crimes
contra as pessoas e contra o património.

http://www.dgpj.mj.pt/sections/gral/mediacao-publica/sistema-de-m
ediacao7982
MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE LITÍGIOS
(CONCILIAÇÃO)

Na conciliação,

intervém um terceiro (igualmente) imparcial, a quem cabe um papel


mais activo relativamente ao mediador.
Ao conciliador cabe conduzir o processo, promovendo ou propondo as
soluções a adoptar pelas partes para a resolução do litígio.

Na Lei Processual Civil a tentativa de conciliação é obrigatória: arts


591.º, 594.º e 604.º
MEIOS ALTERNATIVOS DE RESOLUÇÃO DE LITÍGIOS
(ARBITRAGEM)

 
Na arbitragem

A arbitragem voluntária é um meio privado de resolução de litígios


caracterizado pelo facto de as partes poderem designar pessoas
(árbitros) que investem no poder de dirimir os seus conflitos, através da
prolação de uma decisão vinculativa.

A arbitragem voluntária está regulada na Lei 63/2011, de 14 de


Dezembro ( LAV).

www.dgpj.mj.pt/sections/gral/arbitragem

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