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Romantismo no Brasil

O Romantismo no Brasil teve como marco


fundador a publicação do livro "Suspiros
poéticos e saudades", de
Gonçalves de Magalhães, em 1836, e
durou 45 anos terminando em 1881 com a
publicação de
Memórias Póstumas de Brás Cubas, por
Machado de Assis. O Romantismo foi
sucedido pelo Realismo.
Período Histórico: 1836 - 1881

• No Brasil, o momento não histórico em que ocorre o


Romantismo tem que ser visto a partir das últimas
produções árcades, caracterizadas pela satírica política de
Gonzaga e Silva Alvarenga, bem como as idéias de
autonomia comuns naquela época. Em 1808, com a
chegada da corte portuguesa ao Brasil fugindo de
Napoleão Bonaparte, a cidade do Rio de Janeiro passa por
um processo de urbanização, tornando-se um campo
propício à divulgação das novas influências européias; a
então colônia brasileira caminhava no rumo da
independência.
• Após 1822, cresce no Brasil independente o sentimento de
nacionalismo, busca-se o passado histórico, exalta-se a natureza da
pátria; na realidade, características já cultivadas na Europa e que se
encaixavam perfeitamente à necessidade brasileira de ofuscar
profundas crises sociais, financeiras e econômicas. De 1823 a 1831, o
Brasil viveu um período conturbado como reflexo do autoritarismo de
D. Pedro I: a dissolução da Assembléia Constituinte ; a Constituição
outorgada; a Confederação do Equador; a luta pelo trono português
contra seu irmão D. Miguel; a acusação de ter mandado assassinar
Líbero Badaró e, finalmente, a abdicação. Segue-se o
período regencial e a maioridade prematura de Pedro II. É neste
ambiente confuso e inseguro que surge o Romantismo brasileiro,
carregado de lusofobia e, principalmente, de nacionalismo.
Contexto histórico

• Com o incremento da industrialização e do comércio,


notadamente a partir da Revolução Industrial do século XVIII, a
burguesia, na Europa, vai ocupando espaço político e ideológico
maior. As idéias do emergente liberalismo incentivam a busca
da realização individual, por parte do cidadão comum. Nas
últimas décadas do século, esse processo levou ao surgimento,
na Inglaterra e na Alemanha, de autores que caminhavam num
sentido contrário ao da racionalidade clássica e da valorização
do campo, conforme normas da arte vigente até então. Esses
autores tendiam a enfatizar o nacionalismo e identificavam-se
com a sentimentalidade popular. Essas idéias foram o germe do
que se denominou romantismo.
• Tais atitudes e outras consequentes delas foram se consolidando e,
ao chegarem à França, receberam um vigoroso impulso graças à
Revolução Francesa de 1789. Afinal, essas tendências literárias
individualistas identificavam-se amplamente com os princípios
revolucionários franceses de derrubada do Absolutismo e ascensão
da burguesia ao poder, através de uma aliança com camadas
populares. A partir daí, o ideário romântico espalhou-se por todo o
mundo ocidental, levando consigo o caráter de agitação e
transgressão que acompanhava os ideais revolucionários franceses
que atemorizavam as aristocracias européias. A desilusão com esses
ideais lançaria muitos românticos em uma situação de marginalidade
em relação à própria burguesia. Mesmo assim, devemos associar a
ascensão burguesa à ascensão do Romantismo na Europa.
Bernardo Guimarães
• Bernardo Guimarães, o escritor da famosa obra "A Escrava
Isaura"
• Considerado um dos mais importantes regionalistas românticos
brasileiros, opta por seguir um dos caminhos traçados por José
de Alencar ambientando suas tramas nos estados de
Minas Gerais e Goiás. Suas obras conservam o caráter linear
romântico, apresentando a estrutura folhetinesca típica de sua
época; prezam pela valorização do pitoresco e do regional,
resgatando os hábitos típicos da sociedade imperial.
Caracteriza-se por usar, por vezes, a linguagem oral em sua obra
e fazer críticas sutis aos sistemas patriarcal, clerical e
escravocrata do Brasil Império.
Franklin Távora
• Franklin Távora, inovador e arrojado, é o primeiro
escritor brasileiro a retratar o cangaço nordestino.
• Um dos mais importantes escritores do romance
regionalista brasileiro, Franklin Távora foi o primeiro
autor romântico a escrever sobre o cangaço
nordestino e um dos mais assíduos críticos do
romantismo de José de Alencar pois acreditava num
romantismo mais realista, menos idealizado, tanto
que suas obras oscilam entre o romântico e o
realista.
Visconde de Taunay
• Visconde de Taunay, o autor de "Inocência"Outro
importante autor da vertente regionalista do
romantismo brasileiro, que tomou por cenário de
suas narrativas a província de Mato Grosso. Sua
obra caracteriza-se pela precisão de detalhes e pela
descrição minuciosa da paisagem mato-grossense,
abusando de detalhes sobre a flora, a fauna e o
relevo do cerrado central do Brasil. Seus romances
apresentam a habitual estrutura romântica linear e
acessórios realistas.
• Memórias de um Sargento de Milícias - Conta a história de Leonardo, um homem que
conta as memórias de sua vida desgraçada. Filho de Leonardo Pataca e Maria das
Hortaliças, Leonardo foi abandonado ainda criança por sua mãe, que fugiu com um
marinheiro, e por seu pai que não o queria. Passou a viver com o padrinho que não
tinha filhos e o criara com muita dedicação, encobrindo todas as suas travessuras. Era
um menino insuportável. Mais tarde torna-se um boêmio arruaceiro, que quase
sempre era preso e logo depois solto teve por um bom tempo o sargento Vidigal em
sua cola. Devido a essa freqüência na cadeia, Leonardo cria amizades no meio militar e
logo, por apadrinhamento, ganha a patente de sargento de milícias. Após ganhar tal
cargo, decide-se casar para fazer jus à sua patente casa-se com Luisinha que estava
recém viúva e foi o primeiro amor na sua adolescência. "Memórias de um Sargento de
milícias" causou um grande impacto no público burguês, sendo lido principalmente
por intelectuais da literatura da época e alcançando o ápice de sucesso após a morte
de Manuel Antônio de Almeida em um naufrágio. A narrativa é linear, apesar de
"começar pelo final", é farta de humor, e o núcleo principal caracteriza-se pela falta de
classe e de valores.

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