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UNIVERSIDADE IGUAÇU - UNIG

Disciplina:
Clínica e Fisioterapia na Infância e na

Adolescência

Profª: Penha Laprovita

01/ 04 / 2020
 Também denominada  Doença Pulmonar
Crônica (DPC)
 Nas últimas décadas, houve uma sobrevida de
recém-nascidos cada vez mais prematuros e com
menor peso ao nascer. Tal fato se deve ao
progresso ocorrido na assistência neonatal.
Houve uma redução na mortalidade e elevação
da morbidade neonatal, sendo a DISPLASIA
BROCOPULMONAR (DBP) uma doença de
grande importância clínica, já que compromete a
função pulmonar de forma geral, tornando-se
uma das principais causas de DOENÇA
PULMONAR CRÔNICA NA INFÂNCIA.
DEFINIÇÃO:
 Em 1979, A Displasia Broncopulmonar passou a ser
definida por Bancalari como:

“A necessidade de Ventilação com Pressão


Positiva Intermitente na primeira semana de vida,
acompanhado por sinais de desconforto
respiratório, necessidade de oxigenoterapia por
mais de 28 dias de vida e somados a alterações na
radiografia de tórax.”
DEFINIÇÃO:

 Shennan et al, em 1988, Caracterizou como


patologia que consistia na persistência dos
sinais e sintomas de aumento de trabalho
respiratório, associados a alterações na
radiografia de tórax e necessidade de
oxigenoterapia além de 36 semanas de idade
pós-conceptual.
DEFINIÇÃO:

 Em 2000 houve uma Conferência de


Consenso nos EUA, onde se definiu a
DISPLASIA BRONCOPULMONAR como:

“ Lesão Pulmonar presente em todo neonato


que necessitou de concentrações de oxigênio
acima de 21% por mais de 28 dias de
vida.”
INCIDÊNCIA:

 A incidência diminui naqueles neonatos com mais


de trinta semanas de idade gestacional e com peso
de nascimento maior que 1.200 gramas.
 Prematuridade, extremo baixo peso;
 Acomete principalmente o sexo masculino;
 Raça branca; História familiar de asma
 Os filhos de mãe diabéticas ou hipertensa.
 Atualmente, existe uma grande associação da Displasia
Broncopulmonar com as INFECÇÕES NEONATAIS
ETIOPATOGENIA:
 Dentre os principais fatores etiológicos da
Displasia Brocopulmonar, estão:

- Lesão pulmonar causada pela Ventilação Mecânica;


- Deficiência nutricional;
- Exposição pulmonar pós-natal e mediadores químicos
do processo inflamatório em razão da toxidade pelo O 2;
- Infecção;
- Persistência do Canal Arterial (PCA).
ETIOPATOGENIA:
 A respiração normal depende de estruturas
chamadas ALVÉOLOS, que mantém íntima relação com os
vasos denominados capilares pulmonares, que realizam a
troca de gases (oxigênio e gás carbônico).
ETIOPATOGENIA:

 A principal
conseqüência dessa lesão
pulmonar é a alteração e a
interrupção do crescimento
e do desenvolvimento
pulmonar pós-natal.
TOXIDADE PELO OXIGÊNIO:
 As elevadas concentrações de O2 produzem
radicais tóxicos como:
Que são geralmente
 Superóxido; dismutados pelos
 Peróxido de Hidrogênio; antioxidantes
existentes no
 Radicais livres. organismo

Os RN prematuros possuem deficiência desses


antioxidantes
TOXIDADE PELO OXIGÊNIO:

 Quando expostos a elevadas concentrações de


O2, poderão apresentar uma série de alterações
pulmonares,como produção de membrana hialina,
edema, vasodilatação e lesão dos capilares pulmonares
com aumento da permeabilidade destes, inflamação e
necrose epitelial, e diminuição da síntese do surfactante
pulmonar.

Esses fatores associados podem também levar à


diminuição do volume e da complacência pulmonar,
com conseqüentes áreas de atelectasias.
IMATURIDADE PULMONAR:

A Displasia Broncopulmonar possui


forte relação com a diminuição do
crescimento e o desenvolvimento pulmonar.

A síntese dos antioxidantes ocorre a partir do


terceiro trimestre de gestação, portanto os prematuros
não possuem esses mecanismos de defesa , nem
outros que os defendam das lesões agudas, o faz que
estes evoluam para a DBP.
IMATURIDADE PULMONAR:
O pulmão do prematuro apresenta uma
diminuição da capacidade residual funcional (CRF),
com maior chance de colabamento pulmonar,
diminuição qualitativa e quantitativa do surfactane
pulmonar, o que também promove a diminuição do
volume pulmonar, tornando as vias aéreas distais
com características restritivas.

Devido a imaturidade, as vias aéreas proximais são


mais calibrosas e com maior complacência , fazendo
com que apresentem características obstrutivas.
FISIOPATOLOGIA:

 De acordo com a patologia, podemos


classificá-la em:

Displasia Broncopulmonar Clássica:

Displasia Broncopulmonar Nova ou Atípica:


FISIOPATOLOGIA:
Displasia Broncopulmonar Clássica:
 Ocorre em neonatos com idade gestacional
maior e expostos a lesão pulmonar precoce, como
a Síndrome do Desconforto Respiratório
submetidos a VPM e O2 de maneira excessiva.
-Gerando graus variados de fibrose e necrose
nas vias aéreas proximais e distais;
- Hipertrofia da mucosa peribrônquica;
- Metaplasia escamosa
FISIOPATOLOGIA:
Displasia Broncopulmonar Clássica:
- Diminuição do epitélio ciliado;
- Diminuição do transporte mucociliar e hipertrofia

das glândulas mucosas, fatores que levam ao


acúmulo de secreções;
- Hipertrofia da musculatura lisa vascular e lesão das

células tipo I.
Essa forma de DBP é caracteriza pela lesão
pulmonar grave, com maior destruição alveolar
e fibrose
FISIOPATOLOGIA:
Displasia Broncopulmonar Nova ou Atípica:
- É caracteriza pela lesão pulmonar mais leve,
hiperdistensão mais uniforme das vias aéreas e
alvéolos, com menor grau de fibrose, de proliferação
celular e hipertrofia da musculatura lisa.
-- AA lesão
lesão pulmonar
pulmonar predominante
predominante éé aa
hipoalveolização
hipoalveolização associada
associada aa diminuição
diminuição ee alteração
alteração
da
da vascularização
vascularização pulmonar,
pulmonar, decorrente
decorrente da
da liberação
liberação
de
de mediadores
mediadores inflamatórios,
inflamatórios, Ventilação
Ventilação Pulmonar
Pulmonar
Mecânica,
Mecânica, corticosteróide,
corticosteróide, desnutrição,
desnutrição, hipóxia
hipóxia ou
ou
hiperóxia.
hiperóxia.
QUADRO CLÍNICO:

 O Quadro Clínico varia de acordo com a gravidade


da doença, podendo caracterizar-se por:

- Tiragens;
 Desconforto Respiratório:
- Retrações;
- Taquipnéia;
- Cianose central
QUADRO CLÍNICO:
 Os neonatos que desenvolvem a Displasia
Broncopulmonar Clássica foram submetidos a altos
parâmetros ventilatórios nos primeiros dias de vida.

 Apresentam hipertensão pulmonar importante, com


diminuição da saturação periférica de oxigênio arterial à
manipulação;
 Crises de broncoespasmos;
 Atelectasias;
 Infecção de repetição.
QUADRO CLÍNICO:
 Podem também apresentar seqüelas em outros
órgãos, como:

- Dificuldade na alimentação, evoluindo com


dependência crônica de O2;

- Baixo ganho estatural e, inclusive, atraso no


desenvolvimento neuropsicomotor.
QUADRO CLÍNICO:

 Os neonatos que evoluem com forma a de


Displasia Broncopulmonar Nova ou Atípica
apresentam sinais e sintomas mais discretos,
sendo submetidos à Ventilação Mecânica
Pulmonar invasiva ou não-invasiva com
parâmetros não agressivos.

 Esses recém-nascidos podem evoluir com


necessidade de oxigenoterapia não pela DBP, mas
sim por alguma outra doença adquirida.
Os sinais visualizados na radiografia de tórax variam
QUADRO RADIOLÓGICO:

conforme sua intensidade


São visualizadas linhas de fibrose que podem estar
visíveis até a região periférica do pulmão, sendo o
acometimento pulmonar bilateral;
Hiperinsulflação;
Áreas de enfisema intersticial pulmonar;
Atelectasia;
Cardiomegalia com visualização ou não do tronco da
artéria pulmonar.
TRATAMENTO:

 Corticosteróides;
 Broncodilatadores;
 Oxigenoterapia;

 Diuréticos;
 Nutrição;

 Fisioterapia Respiratória e Motora.


EVOLUÇÃO DOS PACIENTES COM DBP:
 PULMÃO:

 Complicaçoes a longo prazo em


crianças nascidas prematuramente:

- Pneumonias e Bronquiolites;
- Hospitalização freqüente por
doenças respiratórias;
- Tosse e sibilância crônica;
- Hiper-reatividade brônquica.
EVOLUÇÃO DOS PACIENTES COM DBP:
 PULMÃO:
- A Capacidade Residual Funcional tende a
normalizar entre 12 e 24 meses de vida.
- A Complacência Pulmonar normaliza-se por volta dos
3 anos de idade.

As crianças com DBP podem apresentar MELHORA


PROGRESSIVA com o AVANÇO da IDADE, de acordo
com o CRESCIMENTO do PARÊNQUIMA PULMONAR
através da MULTIPLICAÇÃO DOS ALVÉOLOS.
EVOLUÇÃO DOS PACIENTES COM DBP:
 CARDIOVASCULAR:
- Hipertrofia Ventricular Direita frequente em
50% das crianças com DBP.

 NEUROLÓGICO:
- Apresentam mais seqüelas neurológicas, como:
 Paralisia Cerebral, principalmente a Displegia
Espástica e Retardo do Desenvolvimento.
O Prognóstico Neurológico depende da gravidade da DBP e
de outros fatores de riscos para o RETARDO NO
DESENVOLVIMENTO.
EVOLUÇÃO
EVOLUÇÃODOS
DOSPACIENTES
PACIENTESCOM
COMDBP:
DBP:
 CRESCIMENTO:
Os lactentes com DBP apresentam vários
fatores que comprometem o desenvolvimento
ponderal estatural com:
- Trabalho Respiratório ELEVADO;
- Episódios de HIPÓXEMIA;
- Uso de CORTICÓIDES pós-natal;
- Diminuição da INGESTA ALIMENTAR;
- Elevada morbidade respiratória e infecciosa nos
primeiros anos de vida;
PAPEL DA FISIOTERAPIA NA DBP:
A elaboração das condutas terapêuticas na DBP
deve considerar:
- Acúmulo de secreções brônquicas;
- Alterações mecânicas da caixa torácica  que
contribuem para a acentuação dos distúrbios
ventilatórios e os distúrbios sensoriais, posturais,
motores e ocupacionais.
A intervenção e os cuidados FISIOTERAPÊUTICOS se fazem
necesários tanto na FASE AGUDA como na FASE CRÔNICA da
doença, independentemente se o paciente estiver hospitalizado
ou sendo tratado ambulatorialmente.
PAPEL DA FISIOTERAPIA NA DBP:
O “Programa de Tratamento” deve envolver aspectos
relacionados à PREVENÇÃO e o TRATAMENTO de
Complicações Pulmonares e Extra pulmonares,
sempre pensando no paciente como um todo.
PAPEL DA FISIOTERAPIA NA DBP:

 Objetivos da FISIOTERAPIA durante a fase hospitalar:

• Melhorar os sintomas respiratórios;


• Manter a saturação de Oxigenação adequada;
• Controlar a função pulmonar;
• Manter as vias aéreas pérvias;
• Ajudar no desbloqueio torácico;
• Interagir as atividades musculares respiratórias
e não-respiratórias.
PAPEL DA FISIOTERAPIA NA DBP:
 TÉCNICAS PARA AJUDAR NA REMOÇÃO DAS
SECREÇÕES BRÔNQUICAS:

 Vibração ou Vibrocompressão;
 Drenagem Postural;
 Aumento do Fluxo Expiratório (AFE);
 Bag Squezing (para pacientes sob a Ventilação
Mecânica);
 Aspiração Brônquica e de VAS.
PAPEL
PAPELDA
DAFISIOTERAPIA
FISIOTERAPIANA
NADBP:
DBP:
 TÉCNICA PARA AJUDAR NA ESTABILIZAÇÃO DA
MECÂNICA TÓRACO-ABDOMINAL:
 Método Reequlíbrio Tóraco-Abdominal;
 Conscientização Diafragmática.

 ATUAÇÃO NAS ALTERAÇÕES NO


NEURODESENVOLVIMENTO:
 Mobilizações realizadas de forma a integrar a
respiração às atividades psiquica-motora, otimizando
seu desempenho físico e valorizando suas
potencialidades, oferecendo-lhe uma melhor
qualidade de vida.
DISPLASIA BRONCOPULMONAR
“A VIDA é aquilo
que acontece
enquanto
planejamos o
futuro...”
John Lenon

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