textual
Nobreza Popular
Uma das muitas cenas memoráveis do imperdível filme ―Brasileirinho‖ do diretor finlandês Mika kaurismãki é a do
Guinga contando como nasceu a música ―Senhorinha‖, dedicada à sua filha. Depois Zezé Gonzaga canta a música. Quem
não se emocionar deve procurar um médico urgentemente porque pode estar morto. ―Senhorinha‖ tem letra de Paulo
César Pinheiro e é uma das coisas mais bonitas já feitas no Brasil – e não estou falando só de música. O filme todo é uma
exaltação do talento brasileiro, da nossa vocação para a beleza tirada do simples ou, no caso do chorinho, do complicado,
mas com um virtuosismo natural que parece fácil. Recomendo não só a quem gosta de música, mas a quem anda
contagiado por sorumbatismo de origem psicossomática ou paulista e achando que o Brasil vai acabar na semana que
vem. Não é a música que vai nos salvar, claro. Mas passei o filme todo vendo e ouvindo o Guinga, o Trio Madeira Brasil, o
Paulo Moura, o Yamandú, o Silvério Ponte, a Elza Soares, a Teresa Cristina, a Zezé Gonzaga (e até Adenilde Fonseca!) e
pensando: é essa a nossa elite. Essa é a nossa nobreza popular, a que representa o melhor que nós somos. O oposto do
patriciado que confunde qualquer ameaça ao seu domínio com o fim do mundo. Uma das alegrias que nos dá o filme é
constatar que o chorinho, longe de estar acabando, está se revitalizando. Tem garotada aprendendo choro hoje como
nunca antes. Substitua-se o choro pelo Brasil que não tem nojo de si mesmo e pronto: a esperança em por aí.
Parafraseando o Chico Buarque: Contra desânimo, desilusão, dispnéia, o trombone do Zé da Véia. O Globo, 02/09/2007
1. Qual é o tema do texto:
a) A aprendizagem da música pelos jovens.
b) A beleza das cenas do filme Brasileirinho.
c) A emocionante canção de Paulo César Pinheiro.
d) A exaltação do valor da música popular.
e) A rejeição da cultura da elite.
R: D
Analise a tirinha a seguir :
A respeito do texto acima, é possível considerar que:
(A) é uma crítica às leis que foram criadas para a proteção da mulher,
pois, na história acima, a namorada é vítima, sendo maltratada pelo
rapaz.
(B) a história acima relata um fato muito comum nos dias atuais: a
necessidade de se mostrar feliz nas redes sociais, mesmo que a
realidade não seja tão boa.
(C) o casal retratado na história acima é a realidade de todo casal
atualmente.
(D) no segundo quadrinho, a moça pede educadamente que o
namorado feche a boca para comer, mas ele não entende.
B
Leia o texto abaixo e depois responda as questões propostas
GERAÇÃO DO CELULAR
Inaê Soares da Silva
O uso do celular é considerado atualmente o maior entretenimento dos brasileiros e tem ocupado quase a
metade das horas vagas da população. Especialistas confirmam que as pessoas estão viciadas. Os usuários não
usam o celular ou a internet apenas para olhar uma mensagem ou outra; na verdade, ficam vidrados o dia
inteiro, seja na rua, na praça, com os amigos e até mesmo no trabalho. As pessoas precisam aprender ter mais
contato com o mundo real.
As crianças estão passando horas do seu tempo livre em frente ao computador ou no celular diante de jogos
quando poderiam usar esse tempo para uma boa leitura de bons livros ou para uma conversa com os amigos.
Adultos chegam do trabalho e vão direto conferir as últimas atualizações dos aplicativos de relacionamentos; até
idosos estão aderindo à nova tecnologia. A cultura da população está mudando e isso preocupa.
Acredito que as redes sociais foram criadas para que nós tivéssemos mais contato com as pessoas, mas está
ocorrendo o contrário. O que veio para aproximar, acabou afastando. As redes sociais estão tornando as pessoas
antissociais. A comunicação que prevalece é a virtual e a prática de boas atitudes humanas, como o “bom dia”
ou “por favor”, são raros.
Temos que incentivar crianças, adolescentes e até mesmo adultos a se desconectarem do mundo virtual para se
conectarem ao mundo real. Deixar o celular desligado quando estiver em família, curtir um passeio sem tantas
selfies e dar preferência ao bate-papo olho-no-olho são situações que fortalecerão o relacionamento e o amor.
Da Silva, Inaê Soares. Escola João Moreira Barroso. Setembro de 2017 (Adaptado). Professor Maurício Araújo
Segundo a autora, como os usuários do celular estão se comportando
atualmente em relação aos aplicativos de relacionamento?
(A) Eles estão passando todo o seu tempo livre nas redes sociais.
(B) Os usuários usam o celular excessivamente.
(C) Os usuários usam todos os dias o celular, mas conseguem limitar o
tempo que passam nas redes sociais.
(D) Usam as redes sociais apenas para se relacionar amorosamente.
B
Qual a proposta de solução apresentada pela autora para diminuir os
problemas causados pelo celular?
(A) “Temos que incentivar às crianças, aos adolescentes e até aos
adultos a se desconectarem do mundo virtual para se conectarem
com o mundo real.”
(B) “A comunicação que prevalece é a virtual e a prática de boas
atitudes humanas, como o “bom dia”, “por favor”, são raros.”
(C) “O que veio para aproximar, acabou afastando.”
(D) “As redes sociais estão fazendo as pessoas antissociais umas com
as outras.”
A
A inteligência moral e a emocional da criança pedem corpo saudável e mente educada,
bem como o entendimento de seu propósito no mundo. Abandonada ou distanciada da
figura paterna, pode ficar vulnerável. Assim, a tirinha à direita sugere:
(A) nitidamente que a criança confunde o pai
com um personagem da TV.
(B) que a criança questiona ser filho da TV,
uma vez que ela é a responsável por ensiná-
lo, satisfazê-lo e orientá-lo, substituindo os
pais em suas funções de auxílio, companhia
e afeto.
(C) que a TV poderia ser facilmente substituída
por um computador, tendo em vista o
aumento do número de crianças com
acesso à internet.
(D) no trecho: “seguir ao lado do filho pelas
trilhas da vida!” está relacionado às
televisões portáteis e às de bolso.
B
O bicho
Vi ontem um bicho
Na imundice do pátio
Catando comida entre os detritos.
Quando achava alguma cosia,
Não examinava nem cheirava:
Engolia com voracidade.
O bicho não era um cão,
Não era um gato.
Não era um rato.
O bicho, meu Deus, era um homem.
BANDEIRA, Manuel. Poesias reunidas. Rio de Janeiro: Ática, 1985.
O que motivou o bicho a catar restos foi:
a) A própria fome.
b) A imundice do pátio.
c) O cheiro da comida.
d) A amizade pelo cão.
a
Texto I
―Sou completamente a favor da flexibilização das relações trabalhistas, pois a velhíssima legislação
brasileira, além de anacrônica, vem comprometendo seriamente a nossa competitividade‖.
Texto II
―É uma falácia dizer que com a eliminação dos direitos trabalhistas se criarão mais empregos. O
trabalhador brasileiro já é por demais castigado para suportar mais essa provocação.‖
O Povo, 17 abr. 1997
• Os textos acima tratam do mesmo assunto, ou seja, da relação entre patrão e empregado. Os dois
se diferenciam, porém, pela abordagem temática. O texto II em relação ao texto I apresenta uma:
a) Ironia.
b) Semelhança.
c) Oposição.
d) Aceitação.
e) Confirmação.
c
Leia o texto abaixo.
Vida Tempo passou, tornei-me adulto.
Quando era criança pura, Sempre à procura do lado oculto.
Moleque, danado e travesso. Mas as viagens malucas
Tudo que tocava levava Continuavam presas à magia.
Ao mundo da fantasia.
Logo chegou a velhice,
Mas logo me tornei adolescente. Aquela que tudo esclarece.
A confusão permeava minha mente. Que cochichou bem baixinho:
Por mais que tentasse a magia, Sabedoria, só para quem a merece.
Estavam fechadas as portas da BELO, João. Disponível em:
fantasia. <www.mundojovem.com.br>
- p.9, nº 384 - Março/2008.
No verso “Que cochichou bem baixinho”, a expressão destacada refere-
se a
A) adolescente.
B) adulto.
C) criança.
D) sabedoria.
E) velhice.
E
Leia o texto abaixo e responda.
Tempestade
A noite se antecipou. Os homens ainda não a esperavam quando ela desabou sobre a
cidade em nuvens carregadas. Ainda não estavam acesas as luzes do cais, no Farol das
Estrelas não brilhavam ainda as lâmpadas pobres que iluminavam os copos [...], muitos
saveiros ainda cortavam as águas do mar quando o vento trouxe a noite de nuvens
pretas.
AMADO, Jorge. Mar morto. 79ª ed. Rio de Janeiro: Record, 2001. Fragmento.
No trecho “... que iluminavam os copos...”, o pronome destacado retoma o substantivo
A) homens.
B) luzes do cais.
C) Farol das Estrelas.
D) lâmpadas pobres.
E) saveiros.
D
Esse texto é um poema contemporâneo, rompendo com padrões tradicionais da composição poética. Entretanto,
apresenta um elemento de continuidade que é o uso de
A) imagem elucidativa.
B) narratividade.
C) objetividade.
D) pontuação direta.
E) rimas.
E
TEXTO II
Compare os dois textos a seguir. Lobato
TEXTO I
No Sítio do Picapau Amarelo, cenário mágico
das histórias de Monteiro Lobato, surgiu à literatura
Abertura
brasileira para crianças. Da legião de pequenos leitores
que a partir dos anos 20 devoraram as aventuras da
Era uma vez um homem que contava histórias, boneca Emília e dos outros personagens do Sítio,
Falando das maravilhas de um mundo encantado nasceram novas gerações de escritores infantis dos
pais.
Que só as crianças podiam ver. Embora Lobato tenha ficado conhecido por sua
Mas esse homem, que falava às crianças, obra literária, não se limitou a ela. Foi um dos homens
Conseguiu descrever tão bem essas maravilhas, mais influentes do Brasil na primeira metade do século
e encabeçou campanhas importantes, como a do
Que fez todas as pessoas acreditarem nelas. desenvolvimento da produção nacional do petróleo.
Pelo menos as pessoas que cresceram por fora, Além do promotor público, empresário,
Mas continuaram sendo crianças em seus corações. jornalista e fazendeiro, foi editor de livros. Em 1918
fundou, em São Paulo, a Monteiro Lobato & Cia,
Ele aprendeu tudo isso com a natureza, editora que trouxe ao país grandes novidades gráficas
Em lugares como esse sítio e comerciais. Até morrer, em 1948, foi o grande
Onde ele viveu. agitador do mercado de livros no Brasil. [...]
[...]
Nova Escola, Ano XIII, nº 100, mar.1997.