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Universidade Estácio de Sá

Doutorado em Educação 2020.2


Disciplina: prática de Pesquisa
Profª Edna Chamon

Doutorandas:
Sandra Jovchelovitch Margareth Ramos – Introdução
Denise Teberga – Cap. 1 (pág. 33 a 44)
Claudia Sordillo – Cap. 1 (pág. 45 a 56)

03/09/2020
PSICOLOGIA SOCIAL

A psicologia tenta
responder este
problema

Quem detém? Qual


é o seu significado?

Problema do Saber –
Sócrates e Descartes

Os
Os contextos
contextos do
do saber:
saber: representações,
representações, comunidades
comunidades ee cultura
cultura
PSIQUE/LOGOS
Ambos obscurecidos – consolidação gradual
sobre a noção de conhecimento processada
com pura racionalidade.
Crítica da autora:
“O saber torna-se uma progressão de
estados de obscuridade emocional e
relacional que ameaçam a racionalidade
do saber.” Na mitologia grega Psiquê é
uma divindade que representa
a personificação da alma.
Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura
Do que se trata o livro?
PSICOSSOCIAL
• DESENVOLVIMENTO DE UM ENFOQUE PSICOSSOCIAL PARA O ESTUDO
DOS SABERES A FIM DE RESGATAR A CONEXÃO COM OS MUNDOS
PESSOAIS, INTERPESSOAIS E SOCIOCULTURAIS.

REPRESENTAÇÃO SOCIAL
• A BASE DOS SISTEMAS DO SABER ESTÁ NA REPRESENTAÇÃO SOCIAL

DIVERSIDADE E EXPRESSIVIDADE
• PELA REPRESENTAÇÃO SOCIAL COMPREENDE-SE TANTO A DIVERSIDADE
COMO A EXPRESSIVIDADE DE TODOS OS SISTEMAS DE CONHECIMENTO.

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


O que a Autora quer?

“Recuperar a visão dialógica da


representação, reafirmar seu
caráter simbólico e social e ligar
a sua dinâmica a diferentes
formas de conhecimento

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


Enfoque do livro sob 3 proposições
Primeira

Segunda

Terceira
• Processos • O conhecimento é um • A compreensão da
representacionais são fenômeno plural e heterogeneidade do
tanto simbólicos como heterogêneo. conhecimento implica
sociais. • Expressa as diversas em desmantelar a
• Gênese da visões dos mundos: representação social
representação: as subjetivos, tradicional.
interrelações, o Eu- intersubjetivos e • Todas as comunidades
Outro presentes na objetivos. São humanas possuem
vida social. representadas de diversas formas de
• Investiga o “QUEM”, formas diferentes. saber.
“COMO”, “POR EU”,
“QUE” e “PARA QUE”
(Jodelet, 2000).

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


Quanto aos capítulos...
Capítulo 1
• Contextualiza a discussão da proposta do livro.
• Abarca sobre as questões da Psicologia Social das representações e sua construção.
• Destaca a dinâmica afetiva e social.

Capítulo 2
• Vai nas origens das Representações Sociais.
• Introduz o conceito de polifasia.
• Analisa posições dos pioneiros: Durkhem, LéviBruhl, Piaget, Freud e Vygotsky.

Capítulo 3
• Amplia os contextos do saber
• Apresenta a relação entre saber, comunidade e esfera pública.
• Fala das representações coletivas que hoje demandam novas formas de saber.

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


Quanto aos capítulos...
Capítulo 4
• Expõe sobre a forma representacional baseada nas relações intersubjetivas e
interobjetivas.
• Apresenta as funções das representações “o que”, o “como”, o “que”, o “por que” e o
“para que” da representação.

Capítulo 5
• Fala da diversidade do conhecimento e coloca questões sobre os diferentes saberes.
• A ambivalência entre o Eu e o Outro.
• Identificação dos encontros dialógicos e não dialógicos.

Capítulo 6
• Apresenta dois princípios que procuram estabelecer uma relação dialógica e que
orientam a pesquisa da Psicologia Social.
• O primeiro - todos os conhecimentos são expressivos à medida que representa
mundos subjetivos, intersubjetivos e objetivos.
• O segundo – as diferentes formas de saber podem coexistir.

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


Pergunta para discussão
1. Conforme Jovchelovitch, “as representações mentais
individuais foram definidas como a busca da certeza do
mundo exterior. Essa visão de representação encontra-se na
ciência cognitiva dominante nas teorias críticas,
demonstrando a Ideia de representação.”
Qual é a sua compreensão a respeito de representação uma
vez que há uma tendência em reduzi-la a um processo
cognitivo individual?
2. Podemos dizer que o Sujeito é plenamente racional?
Justifique sua posição.

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


SABER, AFETO E INTERAÇÃO
SABER, AFETO E INTERAÇÃO

REPRESENTAR/ TORNAR PRESENTE, POR SÍMBOLOS,


O QUE ESTÁ DE FATO AUSENTE

REALIDADE DO MUNDO

REPRESENTAÇÃO

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


As representações implicam um trabalho simbólico
que emerge das inter-relações Eu, outro e objeto
mundo e como tal tem o poder se significar, de
construir sentido, de criar realidade. (p. 35)
Sua tarefa está
Processo
Na ação social, relacionada às
simbólico
na dinâmica suas
imbricado em
ativa da vida construções
arranjos
social de visão
institucionais
mundo

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


PSICOLOGIA SOCIAL DAS REPRESENTAÇÕES

Perspectiva Função
sentido
psicossocial simbólica

A função simbólica desestabiliza a ideia de que a representação é cópia do mundo exterior.

É uma relação de vários para vários


Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura
A psicologia social da representação considera a significação e o contexto social
como dimensões fundamentais de todos os fenômenos representacionais

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


A relação entre sujeito objeto

Introspeccionismo

Psicologia do
sujeito puro Sujeito é
visto a partir
de seu Comportamental
próprio ismo
Psicologia do universo
objeto puro

Cognitivismo

sujeito

outro objeto

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


Racionalidade do conhecimento Diferentes modalidades de saber e
representação

A forma e as propriedades internas dos sistemas


de conhecimento de crianças e povos primitivos

Como o conhecimento evolui e se transforma

Como o conhecimento evolui de formas mais


simples para mais complexas

Evolui e deixa de ter As formas de


propriedades conhecimento
primitivas? coexistem?
Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura
Conhecimento na Era
Medieval

Universo criado por Deus Conhecimento restrito aos monges copistas


Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura
Conhecimento na Era
Moderna “Referenciais inevitáveis”
(Taylor, 1989)

Surgimento da ideia de
representação
desincorporada e a-social

Corte entre o sujeito e o


mundo

Filósofo Origem da subjetividade


da Era Moderna
“Cogito ergo sum” Modelo do “pensador solitário”

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


A representação mental
Teoria da mente e da
razão processual

Necessário desengajamento
entre o Eu e o Mundo e entre
o Eu e o Eu mesmo – Reforço
da filosofia cartesiana

Expulsão das dimensões


subjetiva e intersubjetiva –
Desumanização do sujeito da
representação

Sujeito – Representação - Mundo John Locke (1632-1704)


Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura
Desenvolvimento da
Psicologia Vygotsky (1896-1934)
Aspectos sociais da
representação

Freud (1856-1939)
Consciente/Inconsciente

Herança de Descartes: Winnicott (1896-1971)


A-socialidade Construtivismo Aspectos culturais da
Piaget - Biólogo (1896-1980)
Descorporação Individualismo representação
Ontogênese da representação
Pensar sobre a mente Ação
Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura
Pergunta para discussão
1. Que diferenças podemos apontar entre “representação
mental”, ideia que se originou com Descartes, e esteve
presente até o início do século XX, e o fenômeno da
representação social, proposto por Moscovici (1961)?
2. Segundo o método de Descartes e a teoria da mente e da
razão processual de Locke, para atingirmos o conhecimento
verdadeiro, precisamos observar o mundo, através do
desengajamento entre o Eu e o Outro e o Eu e o Eu mesmo.
Essa seria a base do conhecimento científico. Você concorda
com essa metodologia? Por quê?

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


Universidade Estácio de Sá
Mestrado em Educação 2020.2
Disciplina: prática de Pesquisa
Profª Edna Chamon

Sandra Jovchelovitch
Doutorandas:
Denise Teberga: O desenvolvimento da Representação/A ontogênese da
representação
Margareth Ramos: Para além do espelho da natureza/A representação como
estrutura
Claudia Sordillo: A natureza material da representação/A natureza polivalente
da representação/O problema da hiper representação
Mestranda:
Jacqueline Carrano: A representação como espaço potencial

10/09/2020
DESENVOLVIMENTO DA REPRESENTAÇÃO

CIRCUNSTÂNCIAS PROCESSOS CIRCUNSTÂNCIAS


HISTÓRICAS REPRESENTACIONAIS PSICOSSOCIAIS

FORMA E DESENVOLVIMENTO HISTÓRICO


ESTRUTURA FUNÇÃO SIMBÓLICA
CONEXÃO
ENTRE

COGNITIVO – SOCIAL – EMOCIONAL


ONTOGÊNESE DA REPRESENTAÇÃO

ENTENDER COMO AS ESTRUTURAS


PSICOLÓGICAS SE DESENVOLVEM

ENTENDER A FORMA ADULTA

TEORIA DESCENTRAÇÃO COMO O CAMINHO DO DESENVOLVIMENTO DE


GENÉTICA ESTRUTURAS COGNITIVAS E FUNÇÕES PSICOLÓGICAS SUPERIORES.
DIMENSÕES COMUNS= O
MÉTODO GENÉTICO, A
PRIMAZIA DO EU, OUTRO E A
IMPORTÂNCIA DA FUNÇÃO
SIMBÓLICA.

ESSAS DIMENSÕES CONSTITUEM A


EXPLICAÇÃO QUE DEFINE A
REPRESENTAÇÃO COMO PESSOAL, SOCIAL E
COGNITIVA
RELAÇÃO COM O OBJETO AUSENTE = EXISTÊNCIA É
INDEPENDENTE DE SUA PRESENÇA

A DESCENTRAÇÃO É O QUE PRODUZ A FUNÇÃO SIMBÓLICA, A CAPACIDADE DE REPRESENTAR


SIMBOLICAMENTE AQUILO QUE NÃO ESTÁ LÁ, PARA SER VISTO OU TOCADO
Representações como espaço potencial

Principio Princípio
Espaço
do da
potencial
prazer realidade

Representação
simbólica
Eu
Outro

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


Para além do espelho da natureza:
representação como criação social p.70

MOVE-SE DO
COMPREENSÃO DOS
CONSTRUÇÃO ATIVA INDIVIDUAL AO SOCIAL
FENÔMENOS
DE ATORES SOCIAIS E DO SOCIAL AO
PSICOSSOCIAIS
INDIVÍDUO

REPRESENTAÇÃO

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


A representação como uma estrutura
mediadora e comunicativa p.71
A representação emerge como uma
estrutura mediadora entre o sujeito-outro-
objeto. Nesse sentido, podemos dizer que é
uma estrutura de ação comunicativa? Por
quê?

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


Objeto
Arquitetura da
Representação

Co A
a
tiv
m ção

m ção
ica

un
Co A
un

ica
çã
o
Representação
Sujeito Outro
Comunicação Ação
TEMPO 1 CONTEXTO 1
Arquitetura da Representação:
constituintes e modo de produção p.72-73

Essa representação pode ser conceituada como uma


função lógica com sete argumentos:
R (S, O, Ob, AC, P, T, C), onde:
S=eu; O=outro; Ob=objeto; AC=ação comunicativa;
P=projeto; T=tempo; C=contexto.
Explique como funciona esse sistema de relações.
Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura
A natureza material da
representação
A objetividade do mundo é socialmente construída pela constância e
institucionalização das práticas humanas, que se solidificam e estabilizam

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


A natureza polivalente da
representação
As representações são construções ontológicas, epistemológicas, psicológicas, sociais,
culturais e históricas

Mulher no século XIX Mulher nos séculos


XX e XXI

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


O problema da hiper-
representação

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura


“Não há saber que não deseje representar!
Universidade Estácio de Sá
Mestrado em Educação 2020.2
Disciplina: prática de Pesquisa
Profª Edna Chamon

Sandra Jovchelovitch

1. REPRESENTAÇÕES SOCIAIS E A DIVERSIDADE DO SABER P.78 A 84. MARGARETH RAMOS


2. AMPLIAR AS FRONTEIRAS DA PSICOLOGIA SOCIAL / REPRESENTAÇÕES SOCIAIS / O PAPEL DO SOCIAL NA CONSTITUIÇÃO
DO CONHECIMENTO P.84 A 92. CLAUDIA SORDILLO
3. O PAPEL DA FUNÇÃO SIMBÓLICA NA FORMAÇÃO DAS REPRESENTAÇÕES/O ESFORÇO PARA REABILITAR O SENSO COMUM
E RECUPERAR A SABEDORIA DOS SABERES COTIDIANOS AS FONTES INTELECTUAIS DAS REPRESENTAÇÕES SOCIAIS / ÉMILE

4.
DURKHEIM E AS REPRESENTAÇÕES COLETIVAS P.92 A 99 MÁRCIA GALVÃO
LUCIEN LÉVY-BRUHL E A LÓGICA DOS ESTILOS DE PENSAR / P.99 A 106 DENISE TEBERGA Capítulo 2
5. PIAGET E A NATUREZA CONSTRUTIVA DAS REPRESENTAÇÕES / VYGOTSKY E AS DESCONTINUIDADES DA RAZÃO P.106 A
115 JAQUELINE CARRANO
6. FREUD E O INCONSCIENTE / POLIFASIA COGNITIVA E PLURALIDADE DA RAZÂO: PARA O DESENVOLVIMENTO DE UMA
RAZÃO MAIS SÁBIA P.115 A 126 LEONARDO ARAÚJO

Data: 17/09/2020
“Em uma certa enciclopédia chinesa que se intitula Empório
Celestial de Conhecimento Benevolente, está escrito, em
suas remotas páginas, que os animais se dividem em
a) os pertencentes ao imperador i) os que se agitam como loucos
b)os embalsamados j)os inumeráveis
c) os domesticados k) os desenhados com um pincel
d) os leitões muito fino de pelo de camelo

e) as sereias l) etc

f)os fabulosos m) os que acabam de quebrar um


vaso de flor
g) os cães em liberdade
n) os que de longe parecem moscas.”
h) os incluídos na presente
Foucault, 1974.
classificação

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura - Capítulo 2


“A concepção de mundo da criança”: Piaget entrevista
Roy, um menino de 6 anos sobre as origens do Sol e da
Lua.

- Como o sol começou? - Foi quando começou a vida.


- Sempre existiu um sol? - Não.
- Como ele começou? - Porque ele sabia que a vida tinha
começado.
- De que foi feito? - De fogo.
- Mas como? - Porque havia fogo lá em cima.
- De onde veio o fogo? - Do céu.
- Como o fogo foi feito no céu? - Ele foi aceso com um fósforo.
- De onde veio este fósforo? - Deus o jogou fora. PAUSA
- O que é a vida? - É quando alguém está vivo.
- O que fez a vida começar? - Nós fizemos quando começamos
a viver.
Roy
Piaget, 1929

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura - Capítulo 2


O sistema
Classificatório
para doenças
mentais
DSM-IV-TR

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura - Capítulo 2


Relação entre saber e
o contexto social.

Ligação dos sistemas


de saber a
comunidades,
culturas e histórias.

Comparação de

ue se sistemas de
conhecimento e
construção de um

o referencial para lidar


com as diferenças.

ulo? Concepção do
conhecimento como
plural.

Os contextos do saber: representações, comunidades e cultura - Capítulo 2


Lucien Lévy-Bruhl
Pensamento primitivo

Tem características próprias Coexiste com outras formas de pensar


Lei da
participação
Peculiar à
mentalidade
primitiva Laços emocionais e
sociais
Participação entre
pessoas e objetos
A visão de descontinuidade do
pensamento lógico e coexistência de
diferentes racionalidades

Funções que
Produção das RS Irredutibilidade desempenham na
vida social

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