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Organofuncionais
Mestre em Saúde, Ambiente e Trabalho
Especialista em Voz pelo CFFa
Vocologista pela University of IOWA
Profa. Me. Fga. Émile Rocha
Nódulos Vocais
Lesões de massa, benignas e bilaterais, de característica esbranquiçada ou levemente
avermelhada. Desenvolvem-se em área de maior vibração das PPVV (região mediana).
Lesões comuns em mulheres jovens de 25 a 35 anos e em crianças do sexo masculino.
Acredita-se que o nódulo vocal é alteração laríngea mais comumente encontrada na
população;
Lesão relacionada a longo histórico de mau uso e/ou abuso vocal;
Geralmente acompanhados de tensão musculo-esqueletica.
Localizam-se na camada superficial da lâmina própria e constituem-se em tecido
edematoso e/ou fibras colágenas. Podem ainda vir acompanhados de componente
vascular
Nódulos iniciais são macios ou flexíveis e geralmente vem acompanhados por edema;
Apresentam cor avermelhada
Nódulos se tornam –se crônicos ou fibróticos devido ao trauma continuado. O tecido
edemaciado passa por hialinização e fibrose, tornando-se mais rígidos. Apresentam-se
esbranquiçados.
Pré-nodulos = espessamento em terço médio
Zona de turbilhonamento = inicio de formacao dos nódulos.
Nódulos Vocais
Acredita-se que a gênese dos nódulos pode ser definida como um reparo do organismo
a um processo inflamatório local com depósito de fibroblastos. Portanto quanto maior
presença de fibronectina na PPVV (responsável por determinar a intensidade desta
resposta inflamatória), maior a predisposição do individuo em desenvolver o nódulos.
Acido hialurônico é outra substância relacionada ao desenvolvimento de nódulos. Tal
proteína tem efeito osmótico de atrair água para região da lâmina própria,
incrementando o efeito coxim das PPVV, diminuindo assim o trauma de superfície
durante a fonação. Assim quanto maior taxa de acido hialurônico menor a
predisposição em desenvolver nódulos. Os homens tem 3x mais tal proteína do que as
mulheres e crianças.
Os principais fatores anatomofuncionais predisponentes de nódulos são: laringe de
proporção glótica baixa e com ângulo de abertura das PPVV reduzido; presença de
microdiafragma laríngeo, alergias, distúrbios da glândula tireóide e do hormônio do
crescimento, refluxo gastresofágico
Características vocais: rouquidão e soprosidade. Pode-se ainda relatar fadiga vocal,
pigarro, perda de potencia vocal, pitch agravado, perda de agudos, dor em região do
pescoço.
Geralmente vem acompanhados de fenda dupla ou triangular medio-posterior.
Pólipos
Lesão de massa pediculada ou séssil, geralmente unilateral que pode, por vezes se
apresentar gelatinoso, hialino ou fibrinóide e hemorragico e ocorrer em diferentes
regiões das PV. Pode vir acompanhada de formações nodulares contralaterais.
Associado a trauma (mais profundos na lamina própria) ou hemorragias, alem de
poluição e tabagismo. Apresenta formacao histológica mais complexa que nódulos.
Apresenta-se sob 3 tipos: Gelatinoso: constituído por tecido conjuntivo frouxo, com
poucos vasos sanguíneos e invadido por substancia gelatinosa. Pouco freqüente;
Fibrotico: tecido conjuntivo vascularizado, forma progressiva do gelatinoso. O mais
encontrado; Angiomatoso ou hemorrágico: de natureza hemorrágica, com grande
proliferação de vasos sanguíneos.
Mais comumente encontrado em adultos jovens do sexo masculino entre 35 e 45
anos de idade.
Qualidade vocal rouca, com soprosidade variável, dificuldade nas freqüências
elevadas, dificuldade na variação de loudness
Tratamento: Cirúrgico. Terapia fonoaudiológica pré e pós cirurgia.
Edema de Reinke
Edema crônico que se localizado logo abaixo do epitélio, na
camada superficial da lamina própria.
Apresenta coloração rosada, caracterizada por acumulo de fluido.
Também conhecido como degeneração poliplóide, polipose difusa
ou cordite polipoide.
Comumente encontrada em adultos entre 45 e 65 anos tabagistas.
Também associado a hipotireoidismo e abuso vocal.
Qualidade vocal grave e rouca. Por vezes fluida e crepitante.
Modulação restrita. Queixa respiratória e ICPFA são comuns.
Tratamento: remoção dos fatores irritantes e cirurgia. Fonoterapia
pós cirurgia.
Granuloma
Lesão de massa inflamatória comumente encontrada na região posterior da laringe
(porção cartilagínea – ponta do processo vocal da aritenóide ou sobre a própria
articulação cricoaritenóidea) caracterizado por um crescimento benigno de tecido de
granulação hipertrófico. E geralmente unilateral, mas pode ser bilateral.
Apresenta coloração esbranquiçada, amarelada ou avermelhada, possuindo forma
variável, arredondada,bilobada e com rebordo irregular
Geralmente esta associado a Refluxo Laringo-faríngeo, trauma por entubação;
inalação de substancias irritativas; abuso vocal; estresse psicológico ou a
combinação entre tais fatores;
Mulheres são menos propensas por apresentar coaptação glótica em região
posterior incompleta
Qualidade vocal grave, tensa com ataque vocal brusco e loudness forte. As vezes
queixa esta apenas associada a alterações cinestésicas tais como: dificuldade na
respiração, sensação de corpo estranho na garganta, dor a deglutição ou fonação,
pigarro constante, tosse irritativa.
Tratamento: remoção da causa e remoção do granuloma em terapia fonoaudiológica,
a depender da sua posição (técnica de arrancamento) ou cirurgia.
Ulcera de Contato
Escavações uni/bilaterais, com imagem erosiva. Também conhecida
como paquidermia apofisaria
Lesões inflamatórias comumente encontrada em região posterior de
PPVV (interaritenoidea).
Comum em adultos, com maior prevalência no sexo masculino.
Causa: multifatorial, mas geralmente junção de tensão muscular
fonatória e refluxo Laringo-faríngeo. Também comum em casos de
entubação.
Sintomas: pigarro constante e fadiga vocal. As vezes, rouquidão
leve e/ou soprosa.
Voz com freqüência grave, modulação restrita, ataques vocais
bruscos, loudness elevada
Tratamento: medicamentoso; fonoterapia para modificação
comportamental. Em alguns casos cirurgia também e aplicável.
Referencias Bibliográficas