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INSTITUTO FLORENCE DE ENSINO

EPILEPSIA

Prof.ª Enf.. Francimara Morais


1-DEFINIÇÃO
O que é epilepsia?
- É uma alteração temporária e reversível do funcionamento do cérebro, que não tenha sido
causada por febre, droga ou distúrbio metabólicos. Produzindo assim manifestações
motoras, sensitivas, sensoriais, psíquicas ou neurovegetativas (disritmia cerebral paroxística),
- Durante alguns segundos ou minutos, uma parte do cérebro emite sinais incorretos, que
podem ficar restritos a esse local ou espalhar-se.

Tipos de epilepsia:

- Parcial: são convulsões


caracterizadas por descargas focais,
originando-se de uma porção de um
hemisfério cerebral, com
rebaixamento da consciência.

- Generalizada: atingem os dois


hemisférios cerebrais.
2- ASPECTOS HISTÓRICOS
ψ Origem:
 Foi vista em animais filogeneticamente mais
antigos que o homem, sugerindo que já havia
animais epilépticos antes do surgimento do
homem.
 Mais remotas descrições de epilepsia surgem no
Egito e datam 3500 a.C. Por volta de 1.700 a.C o
principal documento que trata de neurologia no
Egito Antigo, Papiro de Smith, cita possíveis
crises convulsivas nos trechos que descrevem
ferimentos na cabeça.
 Era relacionada a espíritos malignos e
fenômenos sobrenaturais, magia e maldições.

 Por volta de 400 a .C., Hipócrates, o pai da


medicina, afirmou que a causa da epilepsia não
estava em espíritos malignos, e sim no cérebro.
PERSONALIDADES QUE VIVERAM COM EPILEPSIA

- Ian Curtis, roqueiro inglês. O vocalista da banda Joy


Division (criada em 1977, época seguinte ao estouro do
movimento punk) teve a primeira crise convulsiva logo após
a estréia em Londres. O show foi decepcionante e a crise o
abalou. Depois disso, a excitação dos shows o levava a ter
ataques epilépticos em pleno palco.

- Van Gogh, pintor holandês. Em uma dessas cartas,


quando estava internado em Sait-Remy, ele escreveu: "as
alucinações insuportáveis desapareceram, estando agora
Van Gogh reduzidas a um pesadelo simples, eu penso que em
conseqüência do uso que venho fazendo do brometo de
potássio", o primeiro medicamento usado para combater
crises epilépticas.

- Napoleão Bonaparte, imperador francês. "Gemia e


babava, tinha uma espécie de convulsão que cessava ao
cabo de um quarto de hora…" (testemunho de Talleyrand,
ano de 1805, um dos que atestam que o imperador sofria,
desde jovem, de epilepsia)

Ian Curtis

Napoleão Bonaparte
3 – EPIDEMIOLOGIA

Dados específicos (atual)


- Afeta cerca de 1% da população mundial;
- A Organização Mundial da Saúde estima que cerca de 50 milhões de pessoas no
mundo são portadores de epilepsia, sendo que destas, 40 milhões estão em
países subdesenvolvidos. Apesar desse cenário alarmante, a organização
afirma que 70% dos novos casos diagnosticados podem ser tratados com
sucesso, desde que a medicação seja usada de forma correta.
- Acredita-se que pelo menos 25% dos pacientes com epilepsia no Brasil são
portadores em estágios mais graves
-
4 – ETIOLOGIA
O que causa epilepsia?
- Qualquer coisa que perturbe o padrão normal de atividade neural. A epilepsia também
pode desenvolver-se devido à anormalidade na eletricidade no cérebro, desequilíbrio nos
neurotransmissores ou alguma combinação desses fatores.
Alguns fatores podem desencadear crises epilépticas:
- Muitas vezes a causa é desconhecida;
- Pode ter origem em ferimentos sofridos na cabeça ou não;
- Trauma na hora do parto, abusos de álcool, tumores;
- Mudanças súbitas da intensidade luminosa ou luzes a piscar;
- privação de sono;
- genética;
- ingestão alcoólica;
- AVC;
- febre;
- ansiedade;
- cansaço;
- algumas drogas e medicamentos.
5 – CARACTERISTICAS CLÍNICAS

ψ Sintomas:
A epilepsia é caracterizada por crises epilépticas repetidas e não é
contagiosa. Às vezes, a pessoa com epilepsia perde a consciência, mas às
vezes experimenta apenas pequenos movimentos corporais ou
sentimentos estranhos. Porém, sintomas menores não significam que a
crise seja de menor importância.
ψ Sintomas nas crises:

- Crise parcial
- Crise generalizada
- Crise parcial simples
- Crise parcial complexa
- Crise de ausência
- Crise tônico-clônica
6 – DIAGNÓSTICO

ψ O diagnóstico é realizado pelo médico


neurologista através de uma história
médica completa, coletada com o
paciente e pessoas que tenham
observado a crise. Além disso, pode
ser necessário exames
complementares como
eletroencefalograma (EEG) e
neuroimagem, como tomografia e/ou
ressonância magnética de crânio. O
EEG é um exame essencial, apesar de
não ser imprescindível, pois o
diagnóstico é clínico.

- EEG
Como se faz o diagnóstico de Epilepsia?
- Vídeo – EEG
O diagnóstico é clínico! Por isso, é muito
- Ressonância magnética do encéfalo importante a descrição detalhada das
- Tomografia computadorizada do crânio crises.
ψ Primeiros socorros:
- Tente amparar a queda da vítima para evitar lesões
graves;
- Desaperte as roupas que comprimam o pescoço, o
tórax e a cintura.
- Coloque-a deitada em posição lateral para que a saliva
escorra e a pessoa não se engasgue.
- Afaste os objetos próximos e crie um espaço de
segurança a redor da vítima, procurando tornar a
zona silenciosa e tranquila.
- Coloque um pano dobrado na boca do doente, entre
os dentes para não morder a língua;
- Mantenha-a em repouso no fim da convulsão. Deixe-a
dormir. 
- Espere que o ataque termine e nunca abandone o
doente;
- Caso se inicie uma segunda crise, chame uma
ambulância para transportar o doente até uma
unidade hospitalar;
7 –TRATAMENTO

ψ O tratamento da epilepsia é feito com medicamentos que


inibem as descargas epilépticas.
Os medicamentos normalmente necessitam ser ingeridos a
cada 8,12 ou 24 horas, dependendo da medicação prescrita.
Tomar os medicamentos na quantidade e na hora indicada
pelo médico é um dos passos importantes para obter sucesso
no tratamento.

Alguns medicamentos:
Ácido Valpróico
Carbamazepina
Fenitoína E quando o tratamento com remédios
Primidona não dá resultado?
Gabapentina É possível, em alguns casos, recorrer à
Diazepam "cirurgia da epilepsia". Para isso, o
Clonazepam tecido cerebral, que produz a atividade
elétrica anormal provocando as crises,
Clobazam
deve ser removido sem alterar as
Primidona funções cerebrais do indivíduo. A
cirurgia pode ser indicada em crianças e
adultos.
8 - PROGNÓSTICO
ψ Prognóstico em epilepsia pode ser definido como a probabilidade de o paciente entrar num
período de remissão das crises. Remissão completa das crises é a meta principal, tanto para o
paciente como para o médico. Os primeiros estudos até 1968 mostraram, baseados em casuísticas
de pacientes de clínicas hospitalares, que aproximadamente um terço dos pacientes ficavam livres
de crises por um período de dois a quatro anos. Estudos posteriores (após 1968) mostraram a
remissão de crises em aproximadamente dois terços dos pacientes, principalmente nos estudos
em que a população estudada era da comunidade e não de clínicas hospitalares.

ψ A maioria das pessoas com epilepsia aparenta levar


uma vida normal. Ainda que a epilepsia atualmente não
tenha cura definitiva, em algumas pessoas ela
eventualmente desaparece. A maioria dos ataques
epiléticos não causa lesão cerebral. Não é incomum que
pessoas com epilepsia, especialmente crianças,
desenvolvam problemas emocionais e de
comportamento. Para muitas pessoas com epilepsia o
risco de ataques epiléticos restringe sua
independência. A maioria das mulheres com epilepsia
pode ficar grávida, mas deve discutir com o médico
sobre sua doença e medicamentos tomados. Mulheres
com epilepsia tem uma chance maior de 90% de ter um
bebê saudável.
9 – PREVENÇÃO

A prevenção da epilepsia e, portanto, das crises


epilépticas, liga-se diretamente às condições de vida e à
assistência médico-sanitária:

 Cuidados pré-natais e de parto às gestantes;


 Cumprimento do calendário de vacinações nas
crianças;
 Controle de doenças infecciosas e parasitárias e
seus sintomas;
 Cuidado com a febre em crianças;
 Não tomar remédio sem orientação médica;
 O controle da hipertensão arterial sistêmica e do
alcoolismo;
 E a prevenção do uso de drogas;
 Dirija veículos com atenção usando o cinto de
segurança, e capacete quando necessário.
10 – PAPEL DA ENFERMAGEM

É fundamental que as pessoas saibam o que é


epilepsia, quais são suas implicações práticas, para
que o paciente e sua família deixem de ser vítimas
de preconceito e estigma na comunidade. Pacientes
com epilepsia apresentam isolamento social,
dificuldade nos relacionamentos
sociais, no trabalho, na escola, no lazer e até nas
atividades de vida diária. Por isso, costuma-se dizer
que a epilepsia é uma condição que afeta o bem-
estar biopsicossocial, ou seja, afeta a vida do
paciente como um todo
“Ter epilepsia é estar sujeito à insegurança pelo fato
de não se saber quando e onde as crises irão
ocorrer”
Obrigada pela atenção!!!!

By. Francimara Morais

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