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Análise de

Artigo:
O LAZER DAS
CRIANÇAS NO
BAIRRO UBERABA
EM CURITIBA: A
DIALÉTICA
ENTRE OS
ESPAÇOS DE
Resumo do
artigo:
Autoras: Dra. ALINE TSCHOKE e Dra. SIMONE RECHIA

Objetivo do estudo: analisar como os espaços públicos


de lazer na periferia de Curitiba atendem as
necessidades infantis, suas relações com a gestão
pública e a problemática urbana.

Procedimentos metodológicos foram: aplicação de


protocolos, observações, entrevistas com lideranças
locais, e análise interpretativa.

Resultados: existem poucas possibilidades para a


vivência do lazer infantil, limitadas pela violência,
vazio dos espaços, raridade de ações do Estado,
ausência dos pais no cotidiano infantil.
O meio urbano
Lefebvre (1999, p. 77-98) compreende meio urbano como ponto de intersecção entre os níveis global
(representado pelo poder do Estado e dos homens), misto (que seria o nível urbano representado pela cidade)
e o particular (onde se estabelecem as relações entre o hábitat e o habitar do indivíduo). Considerando esses
níveis, é no meio urbano que podemos perceber o espaço como projeção das relações sociais.

Cidade: parte física, arquitetônica, Global: centralidade do poder,


Particular: relações dos indivíduos
e relações. relações econômicas.

As dinâmicas sociais no meio urbano têm diminuído o tempo e espaço para a fruição das práticas
corporais, reduzindo-as a espaços específicos tidos como de lazer, as escolas, praças, etc.
Espaço e lugar
Tuan (1983, p. 3). [...] o espaço representa liberdade, possibilidade, um convite à apropriação, à ação.
Quando tal espaço é transformado em “lugar”, passa a ser dotado de significado, tornando-se parte do
indivíduo, fechado no sentido de segurança e representatividade.

Para Michel de Certeau o espaço é resultado da apropriação, atribuição de significados, práticas corporais e
cognitivas no lugar. Ou seja, na perspectiva de Certeau o lugar são os espaços físicos definidos por ações
urbanísticas enquanto o lugar é o resultado da apropriação.

São os passos que moldam os lugares e os transformam em espaços, que inserem e inscrevem nestes
camadas simbólicas que se sobrepõem e criam uma extensa rede de significados que,
compartilhados simbolicamente através da comunicação, modificam os usos que os sujeitos fazem
dos mesmos (Certeau,1998, p. 176 citado por Reis, 2013).
Espaço e lugar
A apropriação
Certeau (1994, p. 40) considera que a apropriação acontece quando alguém estabelece um contrato com
outros indivíduos e com o ambiente, através de diferentes formas de comunicação, evidenciando a linguagem
corporal. Isto porque, quando se trata de um contrato entre a pessoa e o objeto, o movimento acaba sendo o
ponto direto de conexão. Percebe-se tal fato quando, ao mesmo tempo em que um indivíduo influencia o
espaço, fazendo com que ele se torne significativo, este espaço o influencia, muitas vezes, determinando suas
ações.

Pertencimento Ressignificação Desenvolvimento de relações Atribuição de significados


“É necessário uma aldeia inteira para educar
uma criança”
Proverbio Africano.

Rechia (2003) salienta que as experiências vivenciadas na infância em espaços públicos se


configuram como um pulsar da vida infantil no meio urbano, os quais são ambientes
privilegiados para potencializar alguns valores sociais e históricos importantes ao exercício da
cidadania.
“É necessário uma aldeia inteira para educar
uma criança”
Proverbio Africano.

Rechia (2003) salienta que as experiências vivenciadas na infância em espaços públicos se


configuram como um pulsar da vida infantil no meio urbano, os quais são ambientes
privilegiados para potencializar alguns valores sociais e históricos importantes ao exercício da
cidadania.
Resultados da pesquisa

Praça Renato Russo; Praça Homero Morinobu Oguido Escola Maria Marly Piovezan

Praça do Cairo
Resultados da pesquisa

Praça Renato Russo; Praça Homero Morinobu Oguido Escola Maria Marly Piovezan

Praça do Cairo
Resultados da pesquisa

Problemas com os equipamentos e manutenção Pouca presença dos pais

Lazer vivenciado na escola, na maioria das


Falta de segurança vezes em projetos sociais, com uma abordagem
funcionalista e utilitarista do lazer.

Pouca efetividade de ações do poder público


Relacionando o artigo ao livro estudado

Estratégia Tática
A negação do lazer que ao mesmo tempo perpetua a Ressignificação dos espaços, como o da
ideia de desvalorização do lazer, ou de que o lazer só escola, como espaços de lazer, ou até
pode ser vivenciado por pessoas com recursos
mesmo as ações de vivenciar o lazer nos
financeiros, contribuindo para uma visão capitalista ao
tratar o lazer como bem de consumo. O Estado se espaços disponíveis mesmo que esse não
exime de suas obrigações ao não estabelecer ou ainda ofereça tais condições.
mesmo não o garantir como direito social.

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