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Métodos de Cálculos Luminotécnicos

Disciplina de Instalações Elétricas

Fernando Hoefling dos Santos


fernando.santo@farroupilha.ifrs.edu.br
Cálculo Luminotécnico
Cálculo Luminotécnico
Para calcular os efeitos da luminotécnica no ambiente, sã o necessá rios levar em
consideraçã o vá rios fatores. Dessa forma, é essencial saber para que será usado o
ambiente, qual será a cor das paredes, do teto e do piso e a altura das estaçõ es de
trabalho, se for o caso. Também é necessá rio ter informaçõ es das lâ mpadas que serã o
utilizadas, como fluxo luminoso, índice de reproduçã o de cores e temperatura de cor.

Ao iniciar um projeto luminotécnico deve-se realizar algumas opçõ es preliminares:


- escolher o tipo de iluminaçã o mais adequada;
- o tipo de luminá ria (aspectos de decoraçã o e ofuscamento);
- tipo do local (sala, escritó rio, loja, etc); e
- atividades que serã o desenvolvidas.

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Cálculo Luminotécnico
Basicamente existem dois métodos para cá lculo luminotécnico:

- Método dos Lumens ou Método do Fluxo Luminoso;


- Método Ponto por Ponto.

O método mais utilizado para sistemas de iluminaçã o em edificaçõ es é o método


dos Lumens, ou método do Fluxo Luminoso, que consiste em determinar a
quantidade de fluxo luminoso (lumens) necessá rio para determinado recinto
baseado no tipo de atividade desenvolvida, cores das paredes e teto e do tipo de
lâ mpada/luminá ria escolhidas.

O método ponto por ponto também chamado de método das intensidades


luminosas baseia-se nas leis de Lambert e é utilizado quando as dimensõ es da fonte
luminosa sã o muito pequenas em relaçã o ao plano que deve ser iluminado. Consiste
em determinar a iluminâ ncia (lux) em qualquer ponto da superfície, individualmente,
para cada projetor cujo facho atinja o ponto considerado. O iluminamento total será a
soma dos iluminamentos proporcionados pelas unidades individuais.

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Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Cálculo Luminotécnico
Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
O método dos lumens é muito utilizado no dimensionamento de instalaçõ es em
que se adota o paradigma de que o plano de trabalho é horizontal e ocupa toda a á rea
do ambiente, consiste na determinaçã o do fluxo luminoso total, necessá rio para
atender ao nível de iluminâ ncia adequado para a atividade a ser executada no
mesmo.
Para determinar o fluxo luminoso necessá rio em um ambiente, utiliza-se a
seguinte formula:

Onde:
• Φ: fluxo luminoso total (lm);
• S: área do recinto (m²);
• Em: nível de iluminância mantida (lux), tabela 1;
• u: coeficiente de utilização, tabela 2;
• d: fator de manutenção, tabela 4.

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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Seleçã o da iluminâ ncia mantida para o ambiente em questã o.

Para iniciarmos o método dos lumens, devemos selecionar a iluminâ ncia


mantida, representada por Em, a partir da atividade a ser exercida dentro do
ambiente.
Para isso, usaremos os valores contidos na tabela da sessã o 5 – Requisitos para o
planejamento da iluminaçã o, parte integrante da norma ABNT NBR ISO/CIE 8995-1,
vide exemplo abaixo, e posteriormente usaremos este valor para o cá lculo do fluxo
luminosos total.

PLANEJAMENTO DOS AMBIENTES (Á REAS), TAREFAS E ATIVIDADES COM A


ESPECIFICAÇÃ O DA ILUMINÂ NCIA, LIMITAÇÃ O DE OFUSCAMENTO E QUALIDADE DA COR

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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Escolha das luminárias e lâmpadas.
A pró xima etapa consiste na escolha das luminá rias e lâ mpadas, que depende de
diversos fatores:
• objetivo da instalação (comercial, industrial, domiciliar);
• fatores econô micos;
• razõ es da decoraçã o;
• facilidade de manutençã o, etc.

Para tanto, é necessá rio a consulta do catá logo dos fabricantes de luminá rias e
lâ mpadas para auxiliar nessa escolha.
Para exemplificar do que se trata um catá logo, observe o exemplo no pró ximo
slide, fornecida pela Philips.
Neste catá logo, também é possível encontrarmos o índice de ofuscamento, fluxo
luminoso da luminá ria, e em especial, o coeficiente de utilização (u) das luminá rias,
necessá rio para o cá lculo do fluxo luminosos total. Mas para isso sã o necessá rias duas
informaçõ es: o índice do local (k) e a refletâ ncia do ambiente, que veremos
posteriormente.

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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso

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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Índice de Local:  Esta determinaçã o varia de acordo com a metodologia de
cá lculo adotada: se de origem europeia ou de origem americana, veremos isto em um
exemplo prá tico posteriormente, mas sempre é uma relaçã o entre o comprimento,
largura e altura do recinto, além de depender das cores das paredes, dimensõ es do
compartimento das lâ mpadas ou luminá rias.

A General Electric fornece o Índice do Local através de uma tabela, onde


aparecem letras de A-J, que são funçõ es da largura, comprimento do local e:
- altura do teto: se a luminá ria for direta ou semi-indireta;
- distâ ncia do foco luminoso ao chã o ou ao plano de trabalho: se a luminá ria for pendente, direta ou semi-direta.

A Philips chama o Índice do Local de Fator do local (K) que pode ser calculado da
seguinte forma:

Onde:
K: Fator do Local;
C: comprimento do local em m;
L: largura do local em m;
H: altura do local em m, (ou altura da luminá ria ao plano de trabalho).

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ou Método do Fluxo Luminoso
Fator de Reflexão: determinado através da refletâ ncia dos tetos, paredes e
pisos. Para efeito de cá lculo luminotécnico, utiliza-se os índices contidos na tabela
simplificada abaixo.
Vale ressaltar que a refletâ ncia é composta por 3 nú meros XYZ, onde:
X: representa a superfície do teto;
Y: representa a superfície da parede;
Z: representa a superfície do piso.

ÍNDICE DE REFLEXÃ O TÍPICA

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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Pois bem, de posse do índice do local (k) e do fator de reflexã o, estamos em
condiçõ es de buscar o coeficiente de utilizaçã o (u) na tabela do fabricante da
luminá ria, que relaciona o fluxo luminoso inicial emitido pela luminá ria (fluxo total)
e o fluxo recebido no plano de trabalho (fluxo ú til).

Coeficiente de utilização:  é dependente do Índice do local (K) e das cores das


paredes, dimensõ es do compartimento das lâ mpadas ou luminá rias. Geralmente,
pode ser encontrado tabelado pelo fabricante das luminá rias.

O coeficiente de utilizaçã o depende:

- da distribuiçã o e da absorçã o da luz, efetuada pelas luminá rias;


- das dimensõ es do compartimento que exprime-se através do Índice do Local;
- das cores das paredes e teto, caracterizados pelo Fator de Reflexã o.

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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Fator de depreciação ou de Manutenção: corresponde a uma diminuiçã o do
fluxo luminoso em um ambiente com o passar do tempo, é relaçã o entre o fluxo
luminoso no fim do período de manutençã o e o fluxo luminoso no início da
instalação. O fluxo luminosos emitido por um aparelho de iluminaçã o decresce com o
uso devido a três causas:
- diminuiçã o do fluxo luminoso emitido pelas lâ mpadas, ao longo a vida ú til das mesmas;
- a sujeira que se deposita sobre os aparelhos;
- a diminuiçã o do poder refletor das paredes e do teto em consequência de seu escurecimento progressivo.

Essas perdas serã o levadas em consideraçã o nos cá lculos, sendo que o


coeficiente de depreciaçã o é representado pela letra d. Assim, o fator de depreciaçã o
muda para cada ambiente, de acordo com o seu período de manutençã o e nível de
limpeza.

Tabela 4 – Exemplos de fatores de manutenção para sistemas de iluminação de interiores com lâmpadas

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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Quantidade das luminárias: o nú mero necessário de luminárias é calculado em
funçã o do fluxo total, calculado nos passos anteriores, e do fluxo da luminá ria
escolhida no catá logo do fabricante, o nú mero de luminá rias é dado pela expressã o
abaixo:

Onde:
• n: número de luminárias;
• Φ: fluxo luminoso total (lm);
• φ: fluxo por luminária (lm).
• Conhecido o número total de luminá

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ou Método do Fluxo Luminoso
Distribuição das luminárias: conhecido o nú mero total de luminá rias necessá rias,
basta agora distribuí-las uniformemente no ambiente, de acordo com o esquema
abaixo.

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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Apesar de ser o mais simples dos métodos de cá lculo, presente na maioria dos
livros e cursos de eletricidade e de iluminaçã o, ele pode ser traiçoeiro, conduzindo ao
super dimensionamento. Tudo depende da metodologia de cá lculo adotada: se de
origem europeia ou de origem americana.

As fó rmulas para o cá lculo do fluxo luminoso é a mesma, o que varia neste caso,
é o modo e obtençã o do fator de utilização e do fator de depreciação, que devem
ser obtidos em tabelas pró prias do fabricante.

A seguir será apresentado um exemplo de cá lculo utilizando as duas


metodologias, a europeia e a americana, para o dimensionamento luminotécnico pelo
Método dos Lumens.

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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Exemplo - Método dos lumens: origem dos cálculos faz a diferença:
Segue neste a realizaçã o de um dimensionamento da iluminaçã o geral
distribuída de um mesmo ambiente, utilizando as duas metodologias, a de origem
européia e norte-americana, para que possamos comparar os resultados
encontrados.
Dados do local

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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Exemplo - Método dos lumens: origem dos cálculos faz a diferença:
1 - Metodologia europeia (Philips)
Esta metodologia é encontrada nos livros europeus e nos manuais técnicos dos
fabricantes de produtos de iluminação de origem europeia.

1.1 - Determinação do Fator de Área (K): para a metodologia europeia, o fator de


á rea depende das dimensõ es do recinto, e obtêm-se diretamente pelo emprego da
fó rmula:
 

K=(C.L)/((C+L).H)
K=(8.6)/((8+6).2)
K=1,71

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ou Método do Fluxo Luminoso
Exemplo - Método dos lumens: origem dos cálculos faz a diferença:
1.2 – Fator de Reflexão: dependendo da tabela do fabricante, este pode apresentar
dois tipos de cabeçalhos, um contendo um nú mero de três algarismos onde o
primeiro se refere a cor do teto, o segundo refere-se a cor da parede e o terceiro do
piso; porém existem tabelas onde esses fatores estã o expressos em “%”, logo o
primeiro algarismo do cabeçalho representa a reflexão do teto, a segunda linha a reflexão
da parede e a terceira, a do piso.

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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Exemplo - Método dos lumens: origem dos cálculos faz a diferença:
1.3 – Determinação do Fator de Utilização (u): para determinar este valor, recorre-se
à tabela do fator de utilização constante do folheto da luminária escolhida. Cruza-se o
valor do Fator de Área (K) com os índices de refletância do recinto a ser iluminado.

Para um valor de K=1,71 e refletâncias de teto, parede e piso, de 70%, 50% e 20%
respectivamente, obtém-se, por interpolação (média linear), o valor de 0,56 para o Fator
de Utilização.

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ou Método do Fluxo Luminoso
Exemplo - Método dos lumens: origem dos cálculos faz a diferença:
1.4 – Determinação do Fator de Depreciação (d): com o tempo, paredes e tetos
ficarão sujos. Os equipamentos de iluminação acumularão poeira. As lâmpadas fornecerão
menor quantidade de luz. Alguns desses fatores poderão ser eliminados por meio de
manutenção. Admitindo-se uma boa manutenção periódica, podemos adotar os fatores de
depreciação de acordo com a tabela a seguir:

Vamos adotar um valor bem conservador, de 0,80.


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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Exemplo - Método dos lumens: origem dos cálculos faz a diferença:
1.5 – Determinação do número de luminárias (N): com essas informações é
possível efetuar o cálculo para quantificar o número correto de luminárias para o recinto a
ser iluminado.
 

n=(8.6.500)/(5400.0,56.0,80)
N=9,92
 
Aproximadamente 10 luminárias

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ou Método do Fluxo Luminoso
Exemplo - Método dos lumens: origem dos cálculos faz a diferença:
2 - Metodologia norte-americana (GE)
Esta metodologia é encontrada nos manuais técnicos dos fabricantes de
produtos de iluminação de origem norte-americanas e em livros brasileiros de
instalaçõ es elétricas e iluminaçã o.

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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Exemplo - Método dos lumens: origem dos cálculos faz a diferença:
2.1 - Determinação do Fator de Área (K): O Fator de Á rea é representado por uma
letra, denominada através de uma tabela, cuja qual está reproduzida a baixo apenas
em parte:

Observe que nã o existe nenhuma referência com relaçã o ao plano de trabalho. É


de se supor, que à distâ ncia do chã o ao foco luminoso, já leva em consideraçã o a
altura do plano de trabalho, usualmente entre 0,75 e 0,80 m.
Obtivemos assim o Fator de Á rea para o recinto em análise igual a F.
 

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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Exemplo - Método dos lumens: origem dos cálculos faz a diferença:
2.2 – Fator de Reflexão: dependendo da tabela do fabricante, este pode apresentar
dois tipos de cabeçalhos, um contendo um nú mero de três algarismos onde o
primeiro se refere a cor do teto, o segundo refere-se a cor da parede e o terceiro do
piso; porém existem tabelas onde esses fatores estã o expressos em “%”, logo o
primeiro algarismo do cabeçalho representa a reflexão do teto, a segunda linha a reflexão
da parede e a terceira, a do piso.

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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Exemplo - Método dos lumens: origem dos cálculos faz a diferença:
2.3 – Determinação do Fator de Utilização (u): para determinar este valor, recorre-
se a uma tabela genérica de Fator de Utilizaçã o. Cruza-se o valor do Fator de Á rea
com os índices de refletâ ncia do ambiente a ser iluminado, de forma similar à
metodologia de origem europeia. O quadro a baixo mostra a parte da tabela de
determinaçã o do Fator de Utilizaçã o para a luminá ria genérica do tipo “refletor
parabó lico duplo para 2 lâ mpadas fluorescentes”.

Para um fator de área igual a “F” e refletâncias de teto, parede e piso, de 70%, 50% e 20%
respectivamente, obtém-se o valor de 0,42 para o Fator de Utilização.

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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Exemplo - Método dos lumens: origem dos cálculos faz a diferença:
2.4 – Determinação do Fator de Depreciação (d): na mesma tabela de determinação
do Fator de Utilização é mostrado, no canto inferior esquerdo de cada tipo genérico de
luminária, o valor do Fator de Depreciação correspondente.

Vamos adotar o valor da tabela, destacado em vermelho, de 0,75.

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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Exemplo - Método dos lumens: origem dos cálculos faz a diferença:
2.5 – Determinação do número de luminárias (N): com essas informações é
possível efetuar o cálculo para quantificar o número correto de luminárias para o ambiente
a ser iluminado. A fórmula é a mesma utilizada anteriormente, na metodologia de origem
europeia.

n=(8.6.500)/(5400.0,42.0,75)
n=14,1 
Aproximadamente 14 luminárias

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Cálculo Luminotécnico Método dos lumens
ou Método do Fluxo Luminoso
Exemplo - Método dos lumens: origem dos cálculos faz a diferença:
3 – Conclusão:

Enquanto, pelo cálculo empregado na metodologia de origem europeia, chega-se a


um resultado de 10 luminárias, a metodologia norte-americana conduz a 14 luminárias, ou
seja, um resultado que implica em um acréscimo de custo de instalação e de consumo de
energia, 40% maior.

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Método do Ponto a Ponto

Cálculo Luminotécnico
Cálculo Luminotécnico Método do Ponto a Ponto
Este segundo método para o cálculo da iluminação deve ser usado quando a
dimensões da fonte luminosa são muito pequenas em relação ao plano que deve ser
iluminado, é baseado na lei de Lambert, que afirma que:

“A iluminância produzida em um ponto de uma superfície é proporcional à intensidade luminosa da fonte na direção da superfície,
proporcional ao cosseno do ângulo de incidência que o raio luminoso faz com a normal ao plano e inversamente proporcional ao
quadrado da distância da fonte à superfície”.

onde:
E: iluminamento em lux;
I: intensidade luminosa em candelas;
θ: ângulo entre a vertical à superfície receptora e o ponto a ser iluminado;
d: distância do foco luminoso ao ponto.

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Cálculo Luminotécnico Método do Ponto a Ponto
Neste método, o processo ocorre de maneira um pouco diferente do método anterior,
já que antes é necessário decidir quantas luminárias serão utilizadas, seus tipos e
disposição para, então, ser possível prever se o nível de iluminamento em um ponto
desejado é suficiente para determinada tarefa.

O método ponto por ponto, também chamado de método das intensidades luminosas,
permite o cálculo do iluminamento em qualquer ponto da superfície, individualmente,
para cada projetor cujo facho atinja o ponto considerado. O iluminamento total será a
soma dos iluminamentos proporcionados pelas unidades individuais.

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Cálculo Luminotécnico Método do Ponto a Ponto
Sendo assim, o iluminamento em um dado ponto é calculado de acordo com a
expressão abaixo:

Onde:
Ep: iluminamento em um ponto P (lm/m²);
I: intensidade luminosa da fonte na direção de P (cd);
h: altura de montagem da luminária, que pode ser a distância da fonte de luz ao ponto ou distância do teto ao ponto (m).
θ: ângulo entre a vertical à superfície receptora e a fonte de luz (graus).

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Cálculo Luminotécnico Método do Ponto a Ponto
Exemplo - Método Ponto à Ponto:
Em um escritório responsável por arquivamento e cópia, calcular o iluminamento em
um ponto P, na horizontal, iluminado por quatro fontes A, B, C e D, com as seguintes
distâncias d da vertical que passa pelas fontes ao ponto P, conforme imagem abaixo. As
luminárias são de vapor de mercúrio, de 400 W, com fluxo inicial de 20.500 lumens.

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Cálculo Luminotécnico Método do Ponto a Ponto
Exemplo - Método Ponto à Ponto:
Passo 1: Cálculo da distância d4: primeiramente, devemos calcular a distância 
d4 (cateto oposto do ângulo θ4), conforme abaixo:

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Cálculo Luminotécnico Método do Ponto a Ponto
Exemplo - Método Ponto à Ponto:
Passo 2: Cálculo dos ângulos θ e dos cos³θ: para calcular os ângulos, faremos uso da
trigonometria pela da seguinte expressão:

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Cálculo Luminotécnico Método do Ponto a Ponto
Exemplo - Método Ponto à Ponto:
Passo 3: Cálculo da intensidade luminosa na direção de cada ponto: para o cálculo da
intensidade luminosa podemos fazer uso da curva de intensidade (imagem abaixo) para a
luminária em questão, usando os valores dos ângulos calculados no passo 2.

Vale ressaltar que a curva fornece a intensidade luminosa para 1.000 lumens, porém a
luminária em questão possui fluxo de 20 500 lumens, ou seja, 20,5 vezes mais. Desse
modo, o resultado obtido pela interseção das linhas radiais com a curva do diagrama
deverá ser multiplicado por 20,5, conforme abaixo:

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Cálculo Luminotécnico Método do Ponto a Ponto
Exemplo - Método Ponto à Ponto:

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Cálculo Luminotécnico Método do Ponto a Ponto
Exemplo - Método Ponto à Ponto:
Passo 4: Cálculo do iluminamento fornecido por cada ponto: sabemos que o
iluminamento no ponto P, no plano horizontal, é dado por:

Como supomos as luminárias situadas a 6 m de altura em relação ao piso, então:

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Cálculo Luminotécnico Método do Ponto a Ponto
Exemplo - Método Ponto à Ponto:
Passo 5: Verificar se o Iluminamento obtido satisfaz as necessidades do ambiente:
agora, compare o Iluminamento obtido através dos cálculos e verifique se o mesmo supera
em grandeza, o nível de Iluminância mantida que foi obtida na tabela da norma, para esta
atividade.

Conforme a tabela, é possível verificarmos que o nível de iluminamento fornecido


pelos pontos de luz é suficiente para atender às necessidades do escritório no ponto P.

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