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Estudo do

movimento
Módulo 6
CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS
SISTEMAS DA VIDA ORGÂNICA INTERNA
CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS DA VIDA ORGÂNICA
INTERNA

A – Sistemas de regulação da vida orgânica interna


1. Homeostasia.
2. Aspetos diferenciadores da regulação endócrina e nervosa.
3. Sistema nervoso autónomo – funções.
4. Sistemas simpático e parassimpático.
5. Sistema endócrino:
a) Noção de glândula endócrina;
b) Noção de hormona;
c) Noção de órgão alvo.
6. Importância da hipófise.
HOMEOSTASIA

▪ Este fenómeno foi descrito pela primeira vez pelo fisiologista


francês Claude Bernard e posteriormente foi estudado mais
aprofundadamente pelo fisiologista norte americano Walter
Cannon;

▪ A homeostasia consiste no processo de regulação através do qual


o organismo consegue manter o equilíbrio.
HOMEOSTASIA

▪ No organismo humano, o meio que envolve as células tem que ser


mantido dentro de certos limites fisiológicos para alem dos quais
a vida não é possível. Esta capacidade de adaptação do
organismo em condições variáveis está associada à noção de
homeostasia, que pode ser definida como a capacidade de,
perante alterações do mundo exterior, manter relativamente
estáveis as condições internas do organismo.
HOMEOSTASIA

▪ Os processos homeostáticos e os sistemas que lhes estão associados assumem uma


importância particular no individuo cujo organismo é forçado a trabalhar próximo dos
limites, como acontece frequentemente nas situações de treino e de competição
desportiva. A produção de taxas elevadas de catabolitos, o grande consumo de
oxigénio (O2), o gasto de nutrientes e de água, o aumento de acidez do meio interno e
o considerável incremento da temperatura são exemplos de alterações profundas que
muitas vezes acompanham o exercício físico intenso. A continuidade do trabalho
muscular nestas condições adversas, sem perdas de rendimento, exige
desenvolvimento da capacidade de adaptação de todos os sistemas orgânicos
envolvidos processos homeostáticos. Entre outros objetivos, esse é o papel do treino
desportivo.
HOMEOSTASIA

▪ É a capacidade do organismos manter o meio interno em equilíbrio,


apesar das alterações que o próprios meio possa sofrer;
▪ É o processo de regulação através do qual um organismo consegue
manter o seu equilíbrio;
▪ É a tendência existente em alguns organismos para o equilíbrio e
conservação de elementos fisiológicos e do metabolismo através de
alguns mecanismos de regulação;
▪ É fundamental que a nossa temperatura mantenha-se constante, que a
nossa pressão não se eleve, nem caia abruptamente e que os nossos
batimentos cardíacos mantenham-se a um ritmo adequado;
▪ Caso o meio seja alterado implica que as células não consigam
funcionar adequadamente.
LIQUIDO INTERSTICIAL

▪ Apesar das mudanças que possam ocorrer no organismo,


internamente, a homeostasia é a circunstância do meio interno
(liquido intersticial);
▪ Durante a circulação do sangue, juntamente com alguns glóbulos
brancos, sai dos vasos sanguíneos sob pressão, um pouco de
líquido que entra no espaço entre as células corpóreas (espaços
intersticiais), formando o chamado fluído intersticial ou líquido
intercelular.
CARACTERÍSTICAS DA HOMEOSTASIA

▪ A capacidade de sustentar a vida depende da constância dos


fluidos do corpo humano e pode ser afetada por diversos fatores,
como:
▪ Temperatura;
▪ Salinidade;
▪ pH;
▪ Concentrações de nutrientes, como a glicose, de gases como o oxigênio e
de resíduos, como o dióxido de carbono e a ureia.

▪ Conservando-se em temperatura (37ºC) garante-se que as trocas


necessárias para o corpo ocorrem, implicando assim que as
células do corpo se desenvolvam.
TIPOS DE HOMEOSTASIA
▪ Homeostasia Hídrica:
▪ Homeostasia hídrica, ou osmorregulação, acontece nos rins e significa a regulação da água dentro do organismo. A
homeostasia feita pelo fígado e pâncreas (segregação de insulina) serve para regular os níveis de glicose no
sangue:
▪ Os rins excretam ureia e regulam as concentrações de água e de uma grande variedade de iões;
▪ O pâncreas produz insulina e glucagon para regular a concentração de açúcar no sangue.

▪ Homeostasia Térmica:
▪ Regulação térmica, que é uma forma de equilíbrio e controle da temperatura do corpo humano que é feita através
da pele e da circulação sanguínea. O ambiente externo, quando sujeita o corpo a temperaturas mais baixas, obriga
a algumas alterações. Nesse caso, o corpo usa mais energia para manter a temperatura e em situações extremas o
corpo envia mais sangue para a região dos órgãos vitais, sendo que os braços e pernas, por serem menos
importantes, ficam mais prejudicados:
▪ Os músculos esqueléticos tremem para produzir calor quando a temperatura corporal é muito baixa;
▪ Outra forma de gerar calor envolve o metabolismo de gordura;
▪ O suor arrefece o corpo por evaporação.

▪ Homeostasia Psicológica:
▪ A homeostasia psicológica consiste no equilíbrio entre as necessidades de um indivíduo e o suprimento dessas
mesmas necessidades. Assim, quando essas necessidades não são supridas, acontece uma instabilidade interior,
que é solucionada com alterações nos comportamentos, que culminem na satisfação dessas necessidades.
HOMEOSTASIA HÍDRICA

▪ Acontece nos rins;


▪ É a regulação da água dentro do organismo;
▪ A homeostasia é realizada pelo fígado e pâncreas(segregação da
insulina) serve para regular os níveis de glicose no sangue.
HOMEOSTASIA TÉRMICA

▪ É uma forma de equilíbrio e controlo da temperatura do corpo


humano que é feita através da pele e da circulação sanguínea;
▪ O ambiente externo, quando sujeita o corpo a temperaturas mais
baixas, obriga a algumas alterações. Nesse caso, o corpo usa mais
energia para manter a temperatura;
▪ Em situação extremas o corpo envia mais sangue para a região
dos órgãos vitais, sendo que os braços e pernas, por serem menos
importantes, ficam mais prejudicados.
HOMEOSTASIA PSICOLÓGICA

▪ Consiste no equilíbrio entre as necessidades de um individuo e o


suprimento dessas mesmas necessidades;
▪ Como as necessidades não são supridas, acontece uma
instabilidade interior, que é solucionada com alterações nos
comportamentos, que culminam na satisfação dessas
necessidades.
SISTEMA NERVOSO

▪ É a parte do organismo que transmite sinais entre as diferentes partes do organismo


e coordena as ações voluntárias e involuntárias;
▪ Cérebro – Centro de comandos do sistema nervoso;

▪ Neurónios – células principais do sistema nervoso que estão todas ligadas entre si e
permitem a comunicação entre as diferentes partes do corpo;

▪ Espinal medula – é uma espécie de autoestrada que leva ao cérebro as sensações do


corpo e transmite de volta as ordens do cérebro dos músculos e aos órgãos. É a
espinal medula que recebe todos os sinais do corpo e os envia para o cérebro e de
igual modo faz de intermediária nas comunicações entre o cérebro e o corpo. As
informações que são transmitidas pela espinal medula chegam-nos através dos cinco
sentidos, uma espécie de antenas que captam os sinais que estão à nossa volta.
SISTEMA NERVOSO

Os nervos formam uma vasta rede de comunicações é como se


fossem mais de 75 quilómetros de fios elétricos invisíveis que
enviam mensagens do cérebro a todo o corpo, a cerca de 400
Km/hora, quatro vezes mais depressa que um automóvel na
autoestrada.
ESTRUTURA DO SISTEMA NERVOSO

Sistema Nervoso

Sistema Nervoso Central Sistema Nervoso Periférico

Superior Médio Inferior Sistema Nervoso Sistema Nervoso


Autónomo Somático
SISTEMA NERVOSO CENTRAL

▪ O sistema nervoso central é constituído pelo cérebro, pelo


cerebelo e pela medula espinal. Este desempenha numerosas e
variadas funções, dando-nos possibilidade, entre outras coisas, de
mantermo-nos acordados, de pensar, de refletir e de reagir ao
ambiente;
▪ O cérebro e a medula espinal têm para além disso função de
receber e elaborar perceções como a luz, os sons, os odores, os
sabores, o quente, o frio e as vibrações;
▪ Por fim, é o sistema nervoso central que permite o bom
funcionamento do organismo. Sem este, não poderíamos falar,
escrever, contar e não poderíamos nem sequer andar, mantermo-
nos em equilíbrio, respirar, controlar a pressão arterial etc.
SISTEMA NERVOSO CENTRAL

▪ Para poder cumprir estas multíplices funções, o cérebro deve ser


provido de um sistema de ligação extremamente desenvolvido
que mantém em contacto com todo o corpo; é este o papel do
sistema nervoso periférico, formado por todos os nervos e que
leva, precisamente, mensagens do sistema nervoso central ao
resto do organismo e vice-versa.
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

▪ A função principal do sistema nervoso periférico é a transmissão ao


cérebro das perceções do organismo (gustativas, visuais, olfativas,
tácteis e auditivas);
▪ Além disso, os nervos periféricos têm a função de transmitir os impulsos
nervosos do cérebro e da medula espinal às várias partes do corpo;
▪ O sistema nervoso periférico encaminha todos estes sinais através do
corpo mediante impulsos elétricos que se propagam ao longo das fibras
nervosas;
▪ Dado que o sistema nervoso tem uma estrutura muito complexa e a sua
importância é fundamental para o bom funcionamento do nosso corpo,
pequenas perturbações do seu funcionamento aparelho podem produzir
consequências graves.
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

▪ O sistema nervoso periférico está subdividido em duas partes: o


sistema nervoso autónomo e o sistema nervoso somático;
▪ O sistema nervoso autónomo funciona autonomamente, sem
controlo direto da vontade;
▪ O sistema nervoso autónomo é responsável por funções tais como
a circulação sanguínea, a respiração e a digestão;
▪ Sistema nervoso somático pelo contrário é controlado pela
vontade.
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
SISTEMA NERVOSO SOMÁTICO

▪ É relacionado com o aparelho locomotor e processa a informação


da pele, músculos, olhos, etc.;
▪ Transmite ordens do SNC e dos músculos;
▪ Tem uma relação com o meio externo e movimentos voluntários;
▪ Responsáveis por ações conscientes como andar, saltar, etc.
SISTEMA NERVOSO AUTONOMO

▪ É relacionado com os aparelhos circulatório, digestivo e urinário as


funções básicas e involuntárias do organismo;
▪ Está relacionado com o controlo e comunicação interna no
organismo;
▪ É responsável pelo controlo automático do corpo;
▪ Não é independente do Sistema Nervoso;
▪ Está interligado com o hipotálamo.
SISTEMA NERVOSO AUTONOMO

Sistema
nervoso
autónomo

Simpático Parassimpático
SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO

▪ Sistema Nervoso autónomo a parte Simpática:

▪ Os neurónios localizam-se na medula torácica e lombar;

▪ Fibras curtas.
SISTEMA NERVOSO AUTÓNOMO

▪ Sistema Nervoso autónomo a parte Parassimpática:

▪ Os neurónios localizam-se no tronco encefálico e na


medula sacral;

▪ Fibras Longas.
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO
SISTEMA NERVOSO PERIFÉRICO

▪ É formado por um conjunto de glândulas que apresentam como


atividade característica a produção de secreções denominadas de
hormonas, que são disponibilizadas na circulação sanguínea pelas
glândulas endócrinas.
SISTEMA ENDÓCRINO

▪ Definição de hormona:

▪ São substâncias químicas produzidas pelo organismo, mais


propriamente no sistema endócrino e por alguns neurónios
espacializados;

▪ São produzidas, ou segregadas, em pequenas quantidades, sendo


depois lançadas para a corrente sanguínea ou para outros fluídos
corporais.
SISTEMA ENDÓCRINO

▪ Tipos de Hormonas:

▪ Endócrinas;

▪ Exócrinas
SISTEMA ENDÓCRINO

▪ Função das Hormonas:


▪ Regulam a atividade do organismo, seja para induzir ou inibir alguma
ação;

▪ Regulam o crescimento, o desenvolvimento do corpo, as mudanças na


puberdade, a ação reprodutora e a menopausa, os processos
metabólicos do organismo, a atividade do sistema imunológico, entre
muitas outras atividades corporais;

▪ Tudo o que acontece no nosso corpo é ativado, regulado ou inibido


pelas hormonas.
SISTEMA ENDÓCRINO

• As glândulas endócrinas estão localizadas em


diferentes partes do corpo:
• Hipófise;
• Tiroide e Paratiroides;
• Timo;
• Suprarrenais;
• Pâncreas; 
• Glândulas sexuais.
SISTEMA ENDÓCRINO

▪ Função Geral da Glândulas Endócrinas:


▪ Regular as atividades do corpo humano através das hormonas
transportadas pelo sangue aos vários órgãos.
REGULAÇÃO ENDÓCRINA E NERVOSA

▪ O sistema nervoso e o sistema endócrino constituem os dois


sistemas reguladores da vida orgânica interna e é a sua ação
conjugada e complementar que dependem os processos
homeostáticos que permitem que o organismo interno adeque a
sua atividade às necessidades ditadas pelo comportamento do
individuo e pelas alterações do meio envolvente;
▪ A multiplicidade e grande diversidade de funções que o organismo
humano tem a capacidade executar simultaneamente, assim
como a capacidade de adaptação que revelamos nas situações
mais variáveis, dependem da grande eficácia e versatilidade
destes sistemas reguladores;
REGULAÇÃO ENDÓCRINA E NERVOSA

▪ Com formas de atuação distintas, as características de


intervenção dos dois sistemas reguladores são diferentes;
▪ O sistema nervoso, atuando através de impulsos que percorrem os
neurónios e se transmitem através de sinapses, apresenta
capacidade de intervir de forma muito rápida e precisa, visto que
os seus impulsos podem ser direcionados para pontos precisos do
nosso corpo;
▪ As glândulas endócrinas atuam por secreção de substâncias
químicas – hormonas - que libertam na corrente sanguínea. A sua
ação só se faz sentir quando a respetiva hormona atinge o órgão
alvo; este sistema é, portanto, mais lento que o sistema nervoso.
REGULAÇÃO ENDÓCRINA E NERVOSA

▪ Em contrapartida, a sua ação é bastante mais duradoura, dado


que permanece enquanto a hormona se encontrar ativa na
corrente sanguínea. Por outro lado, não tendo capacidade de atuar
com a precisão espacial do sistema nervoso, o campo de ação do
sistema endócrino é muito mais vasto, porque as hormonas
podem atingir todos os pontos onde o sangue conduz;
▪ Porque pode controlar a intensidade de secreção de algumas
glândulas endócrinas, o sistema nervoso situa-se
hierarquicamente acima do sistema endócrino na organização dos
sistemas reguladores corporais.
REGULAÇÃO ENDÓCRINA E NERVOSA

▪ O principal órgão encefálico de controlo vegetativo é o hipotálamo.


Grande parte do papel que o hipotálamo desempenha na vida
vegetativa exerce-se através do controlo direto da glândula mais
importante do sistema endócrino, a hipófise que regula várias
outras glândulas e funções diversas da visa orgânica interna;
▪ A ligação entre o hipotálamo e a hipófise constitui o principal
ponto de contacto entre o sistema nervoso e o sistema endócrino.
REGULAÇÃO ENDÓCRINA E NERVOSA

Natureza da Mensagem Transporte da Mensagem Ação Duração do Efeito

SISTEMA NERVOSO Impulsos nervosos Células nervosas Rápida Curta

SISTEMA ENDÓCRINO Hormonas Sangue Tardia Prolongada


REGULAÇÃO ENDÓCRINA E NERVOSA

▪ No sistema nervoso as mensagens são transmitidas ao longo das


células(neurónios), atuam impulsos eletroquímicos.
▪ No sistema endócrino as glândulas endócrinas atuam por
secreções de substancias químicas (hormonas), que se libertam
na corrente sanguínea regula:
▪ Metabolismo celular;
▪ Absorção dos nutrientes;
▪ Reprodução.
B – APARELHO CIRCULATÓRIO
CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS DA VIDA ORGÂNICA INTERNA
CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS DA VIDA ORGÂNICA INTERNA

B – APARELHO CIRCULATÓRIO
1. Organização geral e funções.
2. Coração – localização e constituição geral.
3. Fases do ciclo cardíaco.
4. Parâmetros cardíacos e sua interação:
i. Frequência cardíaca;
ii. Volume sistólico;
iii. Débito cardíaco.
5. Mecanismos nervosos e hormonais de regulação cardíaca.
6. Grande circulação (sistémica) e pequena circulação (pulmonar).
7. Tipos de vasos e suas características – artérias, veias e capilares.
8. Significado funcional do pulso.
CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS DA VIDA ORGÂNICA INTERNA

B – APARELHO CIRCULATÓRIO

9.Retorno venoso e seus fatores facilitadores:

9.1. Gradiente de pressão venosa;

9.2. Palmilha venosa;

9.3. Válvulas venosas;

9.4. Bomba respiratória;

9.5. Bomba muscular.

10. Pressão Arterial – pressão sistólica e pressão diastólica.

11. Variações da pressão arterial em função do débito cardíaco e da resistência


periférica.
CONSTITUIÇÃO E FUNCIONAMENTO DOS SISTEMAS DA VIDA ORGÂNICA INTERNA

▪ B – APARELHO CIRCULATÓRIO
12. Sangue – componentes e funções gerais:
12.1. Constituintes do plasma;
12.2. Elementos figurados;
12.3. Transporte;
12.4. Manutenção do ph;
12.5. Manutenção da temperatura;
12.6. Hemostase;
12.7. Defesa orgânica.
13. Adaptações do aparelho circulatório ao esforço físico:
13.1. Alterações cardíacas;
13.2. Redistribuição do fluxo sanguíneo.
ORGANIZAÇÃO GERAL E FUNÇÕES

▪ O aparelho circulatório assegura, através do sangue, o transporte


a todo o corpo de elementos necessários às funções celulares;
▪ É através da corrente sanguínea que as células são abastecidas
de O2 e nutrientes, e que expulsam dióxido de carbono (CO2) e
metabolitos formados nas reações celulares;
▪ É também pela corrente sanguínea que as hormonas atingem os
órgãos alvo;
▪ Quando pensamos mais especificamente no músculo esquelético,
a importância do aparelho circulatório e do sangue assume ainda
maior preponderância devido ao seu exigente metabolismo,
nomeadamente em situação de exercício físico.
ORGANIZAÇÃO GERAL E FUNÇÕES

▪ Para cumprir essas funções, o aparelho circulatório é constituído por


uma componente periférica, que consiste num sistema contínuo de
vasos onde o sangue circula, e por uma componente central, o coração,
que funciona como uma bomba que impulsiona o sangue, assegurando a
circulação e regulando a sua velocidade;
▪ Do ponto vista funcional, devemos distinguir no aparelho circulatório
duas divisões:
▪ Grande circulação;
▪ Pequena circulação.
▪ A pequena circulação, ou circulação pulmonar, visa levar o sangue aos
pulmões de forma a restabelecer o seu teor em O2 e expulsar o CEO2
através do processo respiratório. O sangue encontra-se, então, em
condições de poder ser devolvido a todo o corpo pela grande circulação.
ORGANIZAÇÃO GERAL E FUNÇÕES
ORGANIZAÇÃO GERAL E FUNÇÕES

▪ A esse conjunto de “tubos”, que podem ser veias (que transportam


o sangue, pobre em oxigénio) e artérias (que transportam o
sangue limpo, rico em oxigénio), chamamos de aparelho
circulatório;
ORGANIZAÇÃO GERAL E FUNÇÕES

▪ As artérias são vasos que partem do coração e transportam sangue


para os vários órgãos do corpo e fornecem oxigénio e substâncias
nutritivas a todas as células;
▪ As veias têm a função de transportar o sangue de volta ao coração;
▪ As artérias constituem uma parte da pequena e da grande circulação;
▪ A pequena circulação reconduz o sangue empobrecido de oxigénio
aos pulmões;
▪ Na grande circulação o sangue, uma vez reoxigenado, retorna ao
coração, de onde é conduzido a todo o organismo através das
artérias. Em seguida, o oxigénio e as substancias nutritivas
depositam-se nas células e o sangue reflui através das veias.
ORGANIZAÇÃO GERAL E FUNÇÕES

▪ A maior artéria é a aorta, que parte do ventrículo esquerdo do


coração ramificando-se posteriormente em artérias de menores
dimensões, que irrigam todas as partes do corpo;

▪ Por conseguinte, são as arteríolas(as mais pequenas entre as


artérias) que, graças à rede dos capilares, situados entre as
arteríolas e as veias transmitem às células e as substâncias
nutritivas que irrigam os tecidos;
ORGANIZAÇÃO GERAL E FUNÇÕES
▪ As artérias são revestidas por uma parede elástica e bastante
espessa constituída por três túnicas. A adventícia, intermédia e a
interna ou íntima;
▪ Os capilares ligam as arteríolas às veias, são muito pequenos e
finos e a sua parede é formada por uma camada fina de células.
São vasos sanguíneos microscópicos que se originam das
ramificações das artérias e veias e têm como função irrigar as
células;
▪ As veias são vasos que transportam o sangue dos tecidos para o
coração.
ORGANIZAÇÃO GERAL E FUNÇÕES

▪ O sangue e um liquido viscoso em cuja composição podemos distinguir uma


parte liquida, o plasma, que ocupa cerca de 55% do volume sanguíneo, e
partículas sólidas, os elementos figurados, que correspondem a cerca de
45% do volume total do sangue. 0s elementos figura- dos, ou células do
sangue, são os glóbulos vermelhos, também conhecidos por hemácias ou
eritrócitos, os glóbulos brancos ou leucócitos, e as plaquetas;

▪ O sangue assegura funções fundamentais para o processo homeostático.


Tem um papel preponderante no transporte de elementos essenciais para o
metabolismo celular, como o 02 e os nutrientes, e de remoção de produtos
finais que tem que ser excretados, como o C02. No transporte de 02, os
glóbulos vermelhos desempenham um papel essencial através de uma
proteína.
CORAÇÃO – LOCALIZAÇÃO E CONSTITUIÇÃO GERAL

▪ O coração localiza-se no lado esquerdo da cavidade torácica, no


espaço compreendido entre os dois pulmões;
▪ No seu interior existem quatro cavidades envolvidas por uma
parede de três camadas.
CORAÇÃO – LOCALIZAÇÃO E CONSTITUIÇÃO GERAL
AURÍCULAS VENTRÍCULOS
• Cavidades de receção. • Cavidades especializadas na ejeção do sangue.
• Paredes musculares finas porque apenas tem que • Paredes musculares espessas pois tem que
bombear o sangue para os ventrículos. expelir o sangue a grande velocidade.
• Ventrículos esquerdo (grande circulação) mais
desenvolvido.
CORAÇÃO – LOCALIZAÇÃO E CONSTITUIÇÃO GERAL

▪ O lado direito e esquerdo do coração não comunicam


entre si;

▪ Cada aurícula comunica com o ventrículo do seu lado


através de um orifício regulado por válvulas (mitral e
tricúspida) que impedem o refluxo no sentido contrário;

▪ A contração do miocárdio é determinada localmente


(tecido nodal) de uma forma ritmada com intervalos de
tempo mais ou menos regulares.
FASES DO CICLO CARDÍACO

▪ O funcionamento do coração baseia-se em alternância


de fases:
▪ Diástole – relaxamento do miocárdio e enchimento das
cavidades de sangue;
▪ Sístole – contração do miocárdio e ejeção do sangue para vasos
periféricos.
▪ Estas fases acontecem desfasadas nas aurículas e nos
ventrículos.
FASES DO CICLO CARDÍACO
PARÂMETROS CARDÍACOS

DÉBITO CARDÍACO
▪ Corresponde à quantidade de sangue que sai do
coração por minuto (l/min) e é igual ao produto de dois
fatores:
▪ Volume Sistólico – quantidade de sangue expulsa em cada
ciclo cardíaco pela sístole ventricular.
▪ Frequência Cardíaca – número de ciclos cardíacos por minuto.
▪ Um indivíduo com 60bpm e com 70ml de volume
sistólico, apresenta um Débito Cardíaco de
4200ml/min.
PARÂMETROS CARDÍACOS

▪ A capacidade adaptativa do coração permite alterar os


valores do volume sistólico e da frequência cardíaca.
▪ Em EF, é possível observar valores de 12000ml/min de
Débito Cardíaco.
▪ Essa capacidade depende de mecanismos de regulação
extrínsecos ao coração: nervosos e hormonais.
MECANISMOS NERVOSOS E HORMONAIS DE
REGULAÇÃO CARDÍACA

▪ A regulação nervosa é feita pelo Sistema


▪ Nervoso Autónomo:
▪ As terminações parassimpáticas promovem a redução da
Frequência Cardíaca (↓FC).
▪ As terminações simpáticas aumentam a Frequência Cardíaca
(↑FC) e aumentam o Volume Sistólico (↑).
MECANISMOS NERVOSOS E HORMONAIS DE
REGULAÇÃO CARDÍACA

▪ A atividade cardíaca também é afetada por ação


de hormonas (Sistema Endócrino):
▪ As catecolaminas (adrenalina e norandrenalina) são as
mais importantes e têm efeitos semelhantes ao
Sistema Simpático, provocando ↑FC e Volume Sistólico.

▪ As hormonas da tiróide, indutoras do metabolismo


basal, também provocam o ↑ Débito Cardíaco.
PEQUENA CIRCULAÇÃO E GRANDE CIRCULAÇÃO
PEQUENA CIRCULAÇÃO E GRANDE CIRCULAÇÃO

▪ A Pequena Circulação inicia-se no Ventrículo Direito que envia o


sangue venoso pelas artérias pulmonares para os pulmões, onde
ocorrem as trocas gasosas. Termina na Aurícula Esquerda, onde
chega pelas veias pulmonares.
▪ A Grande Circulação inicia-se no Ventrículo Esquerdo que bombeia
sangue arterial (rico em O2) pela artéria aorta que o distribui a
todo o corpo e termina na Aurícula Direita, onde chega através das
Veias Cavas.
PEQUENA CIRCULAÇÃO E GRANDE CIRCULAÇÃO
TIPOS DE VASOS E SUAS CARATERÍSTICAS

▪ É possível identificar dois tipos de vasos distintos


que se relacionam com o sentido da circulação
do sangue que transportam:
▪ Artérias recebem o sangue dos ventrículos e
transportam-no para o corpo (aorta) ou para os
pulmões (pulmonares).
▪ Veias conduzem o sangue que vem do corpo (cavas) ou
dos pulmões (pulmonares) nas aurículas.
TIPOS DE VASOS E SUAS CARATERÍSTICAS

▪ Artérias
▪ Forte parede de músculo liso.
▪ Propagam uma onda contrátil ao longo de toda a rede arterial – pulso.
▪ As artérias ramificam-se, sucessivamente, em arteríolas e capilares.
▪ As arteríolas e capilares apresentam a capacidade de aumentar ou
diminuir o seu diâmetro.
▪ Veias
▪ Paredes musculares fracas.
▪ Não existe uma onda contrátil.
▪ Ricas em válvulas (sobretudo nos membros inferiores).
▪ As veias de menor calibre – vênulas – com origem nos capilares,
transformam-se em veias.
RETORNO VENOSO E SEUS FATORES
FACILITADORES

RETORNO VENOSO

▪ É potenciado por:
▪ Palmilha venosa: rede de veias na planta do pé;
▪ Bomba muscular: contração muscular;
▪ Bomba respiratória: mudanças de pressão nas cavidades
abdominal e torácica relacionadas com movimentos
respiratórios.
PRESSÃO ARTERIAL

▪ É a pressão que o sangue exerce na parede das artérias e


varia consoante a fase do ciclo cardíaco:
▪ Pressão sistólica ou máxima: corresponde à fase em que o
sangue sai do coração pelo ventrículo esquerdo (sístole
ventricular).
▪ Pressão diastólica ou mínima: corresponde à diástole
ventricular.
VARIAÇÕES DE PRESSÃO ARTERIAL EM FUNÇÃO DO
DÉBITO CARDÍACO E DA RESISTÊNCIA PERIFÉRICA

▪ Depende de dois fatores: débito cardíaco e


resistência periférica (vasoconstrição).
▪ Os valores da PA devem ser mantidos dentro de
valores normais, caso contrário:
▪ ↓PA compromete a circulação periférica;
▪ ↑PA sobrecarrega o coração.
▪ Os valores variam com esforço físico, nutrição,
hidratação e estados emocionais.
COMPONENTES E FUNÇÕES GERAIS DO SANGUE

▪ O sangue é composto por:


▪ 55% de Plasma;
▪ 45% Células sanguíneas:
▪ Eritrócitos, hemácias ou glóbulos vermelhos;
▪ Leucócitos ou glóbulos brancos;
▪ Plaquetas.
ADAPTAÇÕES DO APARELHO CIRCULATÓRIO AO
ESFORÇO FÍSICO

▪ A nível central, isto é, no coração:


▪ ↑Volume sistólico e ↑FC => ↑Débito Cardíaco.
▪ A nível periférico, ou seja, nos vasos:
▪ Vasodilatação dos capilares dos músculos.
▪ ↑Retorno venoso pelo ↑ eficácia da Bomba
Muscular.
▪ ↑PA, principalmente da máxima.

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