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Escola de Ciência e Tecnologia

Engenharia Civil

Checklist para Autovistoria


Preventiva em Barragens

Aluna: Lorrane Carlos de Sousa Queiroz


Orientadora: Rachel Sampaio de Oliveira

Duque de Caxias – RJ
Setembro/2021

PROJETO FINAL DE ENGENHARIA II 1


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Introdução
 As barragens são estruturas projetadas para contenção e acumulação de substâncias
líquidas, como reservatórios de água, ou de mistura de líquidos e sólidos provenientes
do processo beneficiamento de minérios;

 Tipos de barragens: Arco, Gravidade em Concreto, Contraforte de concreto,


Enrocamento e Terra.
Figura 1: Barragem a Gravidade. Figura 2: Barragem de Terra.

Fonte: Geocontract Fonte: Notícias de mineração

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Barragem de terra x Outros métodos


 Uma barragem de água, não sofre muitas alterações significativas durante sua vida
operacional;

 Suas funções podem ser para geração de energia, como hidrelétricas, reservas de
água para períodos de secas, outros.

Figura 5: Represa Santa Maria . Figura 6: Barragem Hidrelétrica.

Figura 5: Barragem a Gravidade.

Fonte: ICMBio Fonte: Ius Natura

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Barragem de terra x Outros métodos


 As barragens de rejeito pode ter seu barramento aumentado para conter volumes
adicionais de rejeitos;

 Procedimento conhecido como alteamento de barragem. Principais usados são a


montando e jusante.

Figura 7: Barragem a Gravidade. Figura 8: Barragem a Gravidade.

Fonte: Vale Fonte: Vale

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Introdução
 As barragens surgiram para solucionar problemas com a irrigação e abastecimento de
água. Com o avanço tecnológico expandiu seu uso para uso industrial, geração de
energia, despejo de rejeitos, entre outros;

 Nos últimos anos foi observado grande número de acidentes com barragens. Entre
2011 até 2017 a ANA (Agência Nacional das Águas) registrou 24 acidentes e mais de
7 incidentes por ano.

Figura 9: Acidentes e Incidentes com barragens de 2011 à 2017

Fonte: Relatório de segurança em barragens, Agência Nacional das Águas (2017)

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Justificativa
 Existem muitas barragens de rejeitos pelo território brasileiro, sua maior concentração
é no estado de Minas Gerais. Só a empresa Vale tem 82% de suas barragens
concentradas em Minas;

 O setor minerário é oque mais possui registro de acidentes, devido sua técnica
construtiva.
Rompimento de Barragens no país entre 2001-2019
Local Ano Nome Tipo Impacto
Contaminação do rio Paraíba do Sul,
Barragem de
Barragem em mortandade de animais e peixes e
Cataguases 2003 rejeitos
Cataguases interrupção do abastecimento de água de
industriais.
600.000 pessoas.
Barragem de
água para Danos ambientais variados (assoreamento
Vilhena (RO) 2008 Apertadinho
geração de de rios, erosão do solo, entre outros).
energia
19 óbitos, 8 desaparecidos, 600
Barragem de
Barragem do desabrigados, interrupção do abastecimento
Mariana 2015 rejeitos
Fundão de água da população, poluição do rio São
minerários
Francisco, afetação da atividade pesqueira .
Fonte: Autor

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Justificativa
 Muitos fatores podem comprometer a
segurança das barragens: Mudança nas Figura 10: Rompimento barragem da Mina do
característicos dos matérias, intemperismo, Feijão em Brumadinho
desastres naturais, etc;

 Exemplos mais recentes, foi o rompimento


da barragem de Brumadinho – MG, em 25
de janeiro de 2019. Deixou cerca de 270
mortos, muitos desaparecidos;.

 É grande o número de acidentes que


poderiam ser evitados, a prevenção de
acidentes é totalmente viável através de
métodos de monitoramento, inspeções Fonte: TV Globo/Reprodução

regulares e medidas preventivas.

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Legislação
 Em 20 de setembro de 2010, foi criada a Lei nº 12.334 sobre segurança de
barragens, ela estabelece a Política Nacional de Segurança de Barragens (PNSB) e
cria o Sistema Nacional de Informação sobre Segurança de Barragens (SNISB);

 Em 2020, foi sancionada a nova lei que altera significativamente a Politica


Nacional de Segurança de Barragens (PNSB – Lei 12.334/2010). Publicada
no Diário Oficial da União no dia 1º de outubro de 2020, a Lei 14.066/2020
apresentando mudanças em outras legislações e multas e sanções do PNSB mais
severa;

 A PNSB tem como objetivo regulamentar as ações de segurança a serem


adotadas, levando em consideração todas as etapas do empreendimento, como:
planejamento, projeto, construção, primeiro enchimento e primeiro vertimento,
operação, desativação e usos futuros de barragens em todo o Brasil.

PROJETO FINAL DE ENGENHARIA II 8


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Objetivo Geral

 Propor melhorias ao Manual de Segurança e Inspeção de barragens.

Objetivos Específicos

 Comparar métodos de inspeção utilizados pelas empresas com a sugerida pelo Manual de
Segurança em barragens

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Segurança de Barragens
 Além das leis já existentes, existe o Manual de Segurança e Inspeção de
Barragens desenvolvido pelo MINISTÉRIO DA INTEGRAÇÃO NACIONAL,
Secretaria de Infraestrutura Hídrica em julho de 2002, com o objetivo de
estabelecer parâmetros e um roteiro básico para orientar os procedimentos de
segurança a serem adotados em barragens;

 O manual também pretende:


 Definir requisitos mínimos de segurança;
 Uniformizar os critérios empregados na sua avaliação;
 Permitir uma supervisão consistente, da segurança de barragens, de modo
a conduzir à execução de melhorias, que contribuam para o aumento da
segurança dessas estruturas;
 Contribuir para a legislação e regulamentação da segurança de barragens,
em âmbito nacional.

PROJETO FINAL DE ENGENHARIA II 10


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Principais causas de acidentes


 Listadas no Manual de Segurança e Inspeções de Barragem, as principais causas
de rupturas em barragens são:

 Galgamento;
 Infiltrações;
 Deslizamentos;
 Erosão Interna (piping);
 Falta de proteção no taludes.

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Classificação de Barragens
 Cada barragem deve ser classificada de acordo com as consequências de sua
ruptura. A classificação constitui a base para a análise da segurança da barragem
e para fixar níveis apropriados de atividades de inspeção.

 Elas são classificadas, basicamente, de 2 modos:

 Por Dano Potencial Associado (DPA);


 Categoria de Risco.

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Classificação de Barragens
Dano Potencial Associado (DPA)
 De acordo com a resolução CNRH 143:2012 da PNSB, Dano Potencial Associado,
é o dano que pode ocorrer devido ao rompimento, vazamento, infiltração no
solo ou mau funcionamento de uma barragem, independentemente da sua
probabilidade de ocorrência, podendo ser graduado de acordo com as perdas de
vidas humanas e impactos sociais, econômicos e ambientais.

 O Dano Potencial Associado pode ser classificado em três categorias:


Faixa de Classificação do DPA
Dano Potencial Associado DPA
Alto ≥ 13
Médio 7< DPA < 13
Baixo ≤7
Fonte: Autor, 2021(Adaptado do PNSB, 2021)

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Classificação de Barragens
Dano Potencial Associado (DPA)
 O critério para a classificação do DPA segue os seguintes aspectos:
a) Volume total do reservatório, incluindo todas as barragens em indústrias e
minerações;
b) Existência de população a jusante;
c) Impacto ambiental;
d) Impacto socioeconômico.

 Para cada um dos itens citados, de acordo com os dados da barragem em


estudo, é atribuído uma pontuação que varia de 0 a 10. A soma das pontuações
de cada item é o valor que define a faixa de classificação do Dano Potencial
Associado.

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Classificação de Barragens
Classificação quanto a Dano Potencial Associado
Volume Total do Reservatório Existência de população Impacto Sócio
(todas as barragens em Impacto ambiental
a jusante Econômico
indústrias e minerações) (b) (c) (d)
(a)

Muito pequeno
≤ 500.000m³ Inexistente Insignificante Inexistente
(1) (0) (0) (0)

Pequeno 0,5 a 5hm³ Pouco Frequente Pouco Significativo Baixa Concentração


(0) (2) (1)

Médio 5 a 25hm³ Frequente Significativo Média Concentração


(5) (6) (3)

Grande 25 a 50hm³ Existente Muito Significativo Alta Concentração


(10) (8) (5)

Muito Significativo
Muito Grande - Agravado -
≥ 50hm³ (10)

Fonte: Autor, 2021(Adaptado do PNSB, 2021)

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Classificação de Barragens
Categoria de Risco
 Também de acordo com a PNSB, as barragens serão classificadas de acordo com
aspectos da própria barragem que possam influenciar na possibilidade de
ocorrência de acidente, com os seguintes critérios:
 Características Técnicas (CT);
 Estado de Conservação (EC);
 Plano de segurança de barragens (OS).
 Assim como o DPA, as faixas de classificação também são três:
Categoria de Risco CRI
Alto ≥ 60 ou EC=10
Médio 35< CRI < 60
Baixo ≤ 35
Fonte: Autor, 2021(Adaptado do PNSB, 2021)

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Relatório de Segurança em Barragens (RSB)

 Segundo o Manual de Segurança e alguns artigos da Lei 12.334, estabelece que


uma barragem deve:
 Ser classificada de acordo com as consequências de sua ruptura;
 Possuir um Plano de Segurança;
 Possuir Plano de Ação de Emergência (PAE);
 Realizar Inspeções Periódicas;

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Relatório de Segurança em Barragens (RSB)


 Analisando o relatório de segurança em barragens (RSB) de 2020, foi constatado
que:
 4739 das barragens listadas são classificadas como de médio e alto risco e
dano potencial associado, e 13475 não são classificadas;
 Dentre essas 16852 não possuem um Plano de Segurança de Barragem;
 1867 não possui Plano de Ação de Emergência (PAE) e o restante não sabe
informar;
 Algumas dessas são classificadas como tipo de inspeção regular, estão em
operação, mas tiveram sua última inspeção feita em 2018;
 E dentro desse período, nenhuma delas foi autuada pelo descumprimento
das exigências.

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Referências Bibliográficas
• PUBLICA. Brasil registra mais acidentes em barragens por ano. Disponível em:
https://apublica.org/2019/01/brasil-registra-mais-de-tres-acidentes-em-barragens-por-ano/.
Acesso em: 30 mai. 2020.
 
• ABNT NBR 13028. Disponível em: https://pedlowski.files.wordpress.com/2019/03/nbr13028-
2018.pdf. Acesso em: 30 mai. 2020.
 
• AGÊNCIA NACIONAL DAS ÁGUAS. Fiscalização de barragens. Disponível em:
https://www.ana.gov.br/panorama-das-aguas/barragens/fiscalizacao-de-barragens. Acesso em:
30 mai. 2020.

•  PUC GOIÁS. Classificação de barragens. Disponível em:


http://professor.pucgoias.edu.br/SiteDocente/admin/arquivosUpload/15030/material/puc_barra
gens_02_classificacao_2013-2.pdf. Acesso em: 30 mai. 2020.
 
• R7. Em 2015, rompimento da barragem em Mariana matou 19 pessoas. Disponível em:
https://noticias.r7.com/brasil/em-2015-rompimento-da-barragem-em-mariana-matou-19-
pessoas-25012019. Acesso em: 30 mai. 2020.

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Referências Bibliográficas
• LEITE, Sérgio R. Modelo para Avaliação de Riscos em Segurança de Barragens com
Associação de Métodos de Análise de Decisão Multicritério e Conjuntos Fuzzy. 2019.
Dissertação (Mestrado em Computação Aplicada) - Universidade de Brasília. Disponível em:
https://repositorio.unb.br/bitstream/10482/36965/1/2019_S%C3%A9rgioRibeiroLeite.pdf.
Acessado em: 07 mar. 2021.
• ANA. Agência Nacional das Águas. CURSO SEGURANÇA DE BARRAGENS. Disponível em:
https://capacitacao.ana.gov.br/conhecerh/bitstream/ana/2179/14/Unidade_1-modulo3.pdf. Acesso
em: 07 mar. 2021.
• COLLE, Giselle Andrade. METODOLOGIAS DE ANÁLISE DE RISCO PARA
CLASSIFICAÇÃO DE BARRAGENS SEGUNDO A SEGURANÇA, 2008. Disponível em:
https://docs.ufpr.br/~bleninger/dissertacoes/143-Gisele_de_Andrade_Colle.pdf. Acesso em: 07
mar. 2021.

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