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ADENOCARCINOMA DE ORIGEM DUODENAL

UMA CAUSA INCOMUM DE VÓMITOS


VICTOR, Regina1; ISMAIL, Muhammad1; NASSONE, Ema¹; MUSSAGI, Abdul¹; TARMAMADE, Mussagy¹; LOFORTE, Michella¹; JONE, Ivo²; NAVARRO,
Javier²; ALELUIA, Vicente³; MONDLANE Liana¹
1- Serviço de Gastroenterologia, Departamento de Medicina - Hospital Central de Maputo; 2- Serviço de Anatomia Patológica - Hospital Central
de Maputo; 3-Serviço de Cirurgia III - Hospital Central de Maputo

Introdução
Os tumores malignos do intestino delgado são raros, correspondendo a cerca de 2-3 % de todos os tumores
primários do trato gastrointestinal. A maioria dos casos de adenocarcinoma do intestino delgado surgem no duodeno
(52% a 57% dos casos), jejuno (18% –29%), íleo (10% –13%) ou em um local não especificado do intestino delgado
(4% –14%). Têm uma etiologia desconhecida, porém apresentam factores de risco similares ao do tumor colorectal. A
faixa etária mais acometida é de 50 a 70 anos, e a idade de início tende a ser menor em pacientes com condições
predisponentes, tais como doença inflamatória intestinal e síndromes hereditários intestinais.

Método
Paciente de 55 anos de idade, masculino, negro, com
serologia positiva para o VIH, em TARV, internado no
Serviço de Gastroenterologia em Novembro de 2020,
com história de 3 meses de evolução com vómitos
persistentes, biliosos, sem relação com alimentação Figura 1: lesão duodenal exuberante tipo couve flor
ocupando todo lúmen duodenal visualizada por
acompanhado de perda ponderal e fraqueza endoscopia digestiva alta.
generalizada. Ao exame objectivo desidratado e
hipocorado. A endoscopia digestiva alta revelou uma
lesão duodenal exuberante tipo couve flor ocupando
todo lúmen (fig.1), tendo-se feitas biopsias
endoscópicas, cujo exame histo-patológico foi
compatível com adenocarcinoma moderadamente
Figura 2: imagem macroscópica do tumor
diferenciado do intestino delgado (fig 3). extraído.

Resultados
Após a confirmação diagnóstica por histopatologia, o
paciente foi submetido ao tratamento cirúrgico, com
ressecção total do tumor na 4ª porção do duodeno. Não
foram visualizadas metástases (M0), nem envolvimento
nodular (N0). O paciente evoluiu sem complicações no Figura 3: Arranjo glandular pseudoestratificado
pós operatório imediato. com células colunares, núcleo pleomórfico,
hipercromático com perda da polaridade e nucleolo
evidente( seta azul).
Conclusão
Sendo o adenocarcinoma do duodeno uma patologia Palavras chave: Endoscopia digestiva alta; Adenocarcinoma
rara, é imperativo ter um alto grau de suspeita clínica. A duodenal; Hospital Central de Maputo

endoscopia digestiva alta, com biópsias da lesão, é de Referências:


1. Sleisenger and fordtran’s, ‘’gastronterology and hepatology’’, 10ª Edição, Cap
crucial importância para o diagnóstico. O prognóstico, 121

geralmente é bom quando o diagnóstico e o manejo 2. Al B Benson, Alan P Venook; Small bowel adenocarcinoma, version 1.2020,
NCCN- Clinical practice guidelines in oncology, JNCCN, 2019
terapêutico são feitos de forma atempada.

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