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Capítulo 11: PRODUÇÃO DA

LINGUAGEM

© Taylor & Francis 2015


Fala e escrita

Semelhanças Diferenças
• Há uma tentativa inicial • Os falantes sabem
para decidir o significado habitualmente quem é a
sua audiência
global a ser comunicado
(neste estádio, as palavras a • Falantes geralmente
serem produzidas não são recebem feedback
ainda consideradas) momento-a-momento
verbal e não verbal por
• Seguido pela produção parte do ouvinte
• Procede numa base • Falantes geralmente têm
proposição-a-proposição menos tempo para
planificar; fala mais curta
e menos complexa
• Escritores tipicamente têm
acesso directo ao que
escreveram até aí

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➢ Quais as consequências destas diferenças entre a
fala e a escrita?
• A linguagem falada é frequentemente informal e
com estrutura simples, com a informação
comunicada rapidamente.
• Pelo contrário, a linguagem escrita é mais formal
e mais complexa. Escritores têm necessidade de
escrever claramente pq não recebem feedback
imediato.
Produção da fala
• Estratégias para reduzir as exigências de
processamento enquanto planeamos o que dizer
de seguida
• Preformulação
• Usar frases utilizadas antes
• Subespecificação
• Utilização de expressões simplificadas nas quais o
significado completo não é explícito
• Quatro estádios na produção da fala
• Nível semântico: o significado do que vai ser dito ou a
mensagem a ser comunicada; é o nível de planeamento
• Nível sintáctico: a estrutura grammatical das palavras na
frase planeada
• Nível morfológico: morfemas (unidade base de
significado)
• Nível fonológico: fonemas (unidades básicas de som)
• Faz sentido pensar que os 4 níveis ocorrem pela
ordem descrita. Asssim, envolvemo-nos no
planeamento, seguido da construção da estrutura
gramatical da frase e das unidades básicas de
significado; e, por último, trabalhar nos sons a
serem produzidos.
• No entanto, como veremos mais adiante, a
produção da fala é menos “limpa”: processos
posteriores podem ocorrer ao mesmo tempo (e
até antes) que alguns processos precoces
Planeamento da fala
• Nível de planeamento
• Proposição (parte de uma frase contendo um sujeito e
um verbo)
• Participantes fazem pausa antes de nova proposição
(Holmes, 1988)
• Frase (um grupo de palavras que expressam uma única
ideia)
• Pausa mais longa durante uma frase inicial complexa
(Martin et al., 2004)
• Flexibilidade no planeamento (Ferreira & Swets,
2002); falantes geralmente querem começar a comunicar rapidamente,
o que implica pouco planeamento para a frente. No entanto, querem tb
falar fluentemente, o que implica muito planeamento. Falantes resolvem
este conflito flexivelmente dependendo dos seus objectivos imediatos e das
exigências situacionais
• Martin et al. (2004): planeamento ao nível da
frase. Participantes descreviam figuras que se
moviam.
• Podia haver frase inicial simples (The ball moves
above the tree and the finger) ou frase inicial
complexa (The ball and the tree move above the
finger).
• Falantes demoravam mais tempo a iniciar a fala
quando usavam frases iniciais complexas, o que
sugere que planeavam a frase inicial antes de
falarem
Erros da fala
• A nossa fala é geralmente precisa e coerente. No
entanto, estamos todos sujeitos a erros. Estima-
se que uma pessoa cometa um erro a cada 500
frases produzidas (Vigliocco & Hartsuiker, 2002).
• Existem vários tipos de erros pq eles podem
ocorrer em qq um dos estádios de produção da
fala que mencionámos.
Erros da fala
• Apesar da sua relativa raridade, o estudo dos
erros de fala é importante. Podemos ganhar
insights sobre o funcionamento do sistema
cognitivo complexo envolvido na produção da fala
ao focarmo-nos sobre o que acontece quando o
sistema funciona mal.
• Isto não seria possível se os erros da fala fossem
aleatórios e, assim, imprevisíveis. De facto, no
entanto, a grande maioria dos erros são
sistemáticos
Erros da fala
• Tipos de erro da fala
• Spoonerisms (“you have hissed all my mistery lectures”)
• Lapsos Freudianos
• Substituição semântica (“where is my tennis bat?”); por
exemplo substantivos substituídos por substantivos
• Erros de mudança de morfema (“he has already trunked
two packs”); o posicionamento das inflexões é lidado por
um processo diferente do posicionamento das raízes das
palavras
• Erros de acordo de número (“the government have
made a mess of things”); verbos singulars são usados
erradamente com sujeitos plurais e vice versa
• Detecção do erro
• Sistema de compreensão (Levelt, 1983)
• Abordagem baseada no conflicto (Nozari et al., 2011)
Teoria de loop perceptivo; Levelt
(1983)
• Considera que os falantes detectam os erros ao
ouvirem-se a si próprios e descobrindo que por
vezes o que dizem difere do que pretendiam.

• Assim, os falantes usam o sistema de


compreensão para detectar os seus próprios erros
de fala de um modo semelhante aos usado para
detectar erros na fala de outras pessoas
Abordagem baseada no conflito;
Nozari et al. (2011)
• A detecção do erro depende de informação
gerada pelo sistema de produção da fala e não
pelo sistema de compreensão da fala.

• Assume que existe um processo de monitorização


de conflito durante a competição entre várias
palavras possíveis no momento de selecção da
resposta
Avaliação
• As evidências apoiam mais a abordagem de
monitorização de conflito.
• Em primeiro lugar, o sucesso de doentes com
lesão cerebral em detectar os seus próprios erros
depende muito mais das suas capacidades de
produção da fala do que das suas capacidades de
compreensão.
• Em segundo lugar, a evidência de que os falantes
detectam muito frequentemente os seus erros de
forma muito rápida é consistente com a noção de
que a monitorização da fala ocorre no sistema de
produção. A detecção do erro baseada no sistema
de compreensão levaria mais tempo.
Teorias de produção da fala
• Teoria de spreading-activation de Dell (1986): o
processamento ocorre em paralelo (ao mesmo tempo) a
diferentes níveis (semântico, sintáctico). Para além disto, o
processamento é interactivo: os processos a um nível
podem influenciar processos a qq outro nível.
• Pelo contrário, Levelt (1999) considera que a produção da
fala envolve vários estádios de processamento que se
seguem uns aos outros de um modo serial (um de cada
vez).
• A noção fundamental é que um dado estádio de
processamento deve estar completo antes de começar o
próximo estádio. O modelo WEAVER++ assume que a
produção da fala envolve um sistema feedforward com o
processamento a decorrer numa direcção (forward) estrita
(do significado para o som)
Teorias de produção da fala
• Teoria de Spreading-activation (Dell, 1986)
• Nós (correspondem a palavras ou conceitos) variam em activação, que alastra
para nós relacionados
• Um léxico (dicionário) que contem nós para conceitos, palavras, morfemas e
fonemas
• Regras categoriais aos níveis semântico, sintáctico, morfológico e fonológico. As
regras a cada nível definem as categorias apropriadas para esse nível. Por
exemplo, as regras categoriais ao nível sintáctico especificam as categorias
sintácticas dos items numa frase
• Regras de inserção seleccionam os items para inclusão na representação da frase
que vai ser dita, de acordo com o seguinte critério: o nó mais activado
pertencente à categoria mais adequada é escolhido
• Depois de um item ser seleccionado, a activação reduz-se imediatamente para
zero
• Os erros ocorrem pq por vezes um item incorrecto está mais activado do que o
nó correcto
• Previsões relativamente a erros
Teoria de Spreading-activation
(Dell, 1986)
❑ Efeito de erro misto
• Ocorre quando a palavra incorrecta é semântica e fonemicamente
relacionada com a palavra correcta. A existência deste efeito sugere que
vários níveis de processamento interagem de modo flexível uns com os
outros. Mais especificamente, o erro misto sugere que os factores
semânticos e fonológicos podem ambos influenciar a selecção da palavra ao
mesmo tempo
❑ Efeito de viés lexical
• os erros tendem a consistir em palavras e não em não-palavras. De
acordo com a teoria de spreading activation, este efeito ocorre pq é
mais fácil para as palavras do que para as não palavras ficarem
activas pq têm representações no léxico
Teoria de Spreading-activation
(Dell, 1986)
❑ A teoria prevê que os falantes façam erros anticipatórios nos quais
um som da fala é feito demasiado cedo na frase (“a Tanadian from
Toronto” nem vez de “a Canadian from Toronto”). Estes erros
anticipatórios ocorrem pq muitas das palavras numa frase ficam
activas durante o planeamento da fala e por vezes uma palavra
mais tardia está mais activada do que aquela que deveria ser dita
❑ Alguns erros envolvem a troca entre duas palavras numa frase (“I
must send a wife to my email”). Recordemos que o nível de
activação de uma palavra seleccionada é imediatamente reduzido
a zero. Se “wife” for seleccionada muito cedo, é pouco provável
que seja seleccionada no seu lugar apropriado na frase. Isto
permite que um item previamente não seleccionado, mas muito
activado (como a palavra “email”), seja produzido no lugar errado.
Teoria de Spreading-activation
(Dell, 1986) – pontos fortes
• Os erros mistos e os efeitos de viés lexical indicam que o processamento
associado com a produção da fala pode ser altamente interactivo, tal como
previsto pela teoria
• Vários outros tipos de erro (trocas de sons; erros anticipatórios) podem
ser explicados pela teoria
• A ênfase na spreading activation permite ligações entre a produção da fala
e outras actividades cognitivas (ex, o reconhecimento da palavra:
McClelland & Rumelhart, 1981)
• A nossa capacidade de produzir novas frases pode dever-se em muito à
flexibilidade resultante da activação que se espalha entre níveis de
processamento
Teoria de Spreading-activation
(Dell, 1986) – pontos fracos
• Não enfatiza os processos envolvidos na construção de uma mensagem e
do significado pretendido
• Embora a teoria prediga muitos dos erros que ocorrem na produção da
fala, não prediz o tempo necessário para produzir palavras correctas e
incorrectas
• Os processos interactivos sublinhados pela teoria são mais aparentes no
discurso com erros do que no discurso sem erros
Modelo de Spreading-activation :
avaliação
Pontos fortes Limitações
• Prediz muitos erros de fala
que de facto ocorrem
• Não enfatiza os processos
• Efeito de erro misto:
relacionados com a
processamento pode ser
alatamente interactivo semântica
• Não é concebida para
• Noção de spreading
predizer o tempo que
activation fornece ligações
demoramos a produzir
com outros processos
palavras faladas
cognitivos
• Processos interactivos mais
aparentes nos erros do que
no discurso sem erros
• Foco insuficiente nos
factores que determinam a
extensão dos processos
interactivos
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Teorias de produção da fala
• WEAVER++ (Levelt et
al., 1999)
• Rede de activation-
spreading feedforward
• Processamento discreto
e feedforward
• Envolve a lexicalização
• Passar do significado
aos sons
Levelt et al. (1999)
• Existe uma rede de spreadind activation que é feedforward: a activação
procede para a frente na rede, mas não para trás. De particular
importância, o processamento procede do significado para o som.
➢ Há 3 níveis principais na rede:
▪ 1) no nível mais alto da rede estão nós que representam conceitos lexicais
▪ 2) no segundo nível estão nós que representam lemmas. Lemmas são
representações da palavra que “estão especificadas gramaticalmente e
semanticamente, mas não fonologicamente” (Harley, 2013). Assim, se
soubermos o significado de uma palavra que vamos dizer e se soubermos
que é um substantivo, mas não soubermos qual é a pronúncia, acedemos
ao lemma
▪ 3) ao nível mais baixo estão nós que representam formas das palavras em
termos de morfemas (unidades básicas de significado) e os seus
segmentos fonémicos
Levelt et al. (1999)
• A selecção lexical (da palavra) depende de um processo competitivo
baseado no número de unidades lexicais activadas
• Depois da selecção lexical, a produção da fala envolve vários estádios de
processamento que se seguem uns aos outros de um modo serial (um de
cada vez)
• Os erros da fala são evitados por um mecanismo de avaliação baseado na
monitorização pelo falante do que disse
➢ O modelo foi concebido fundamentalmente para mostrar como a produção
da fala procede do significado (conceitos lexicais e lemmas) para o som
(ex, palavras fonológicas). Há um estádio de selecção lexical no qual um
lemma (representando o significado + gramática) é seleccionado. Um dado
lemma é seleccionado pq está mais activado do que outros lemmas
➢ Depois existe a codificação morfológica durante a qual a forma básica da
palavra do lemma seleccionado é activado. Segue-se a codificação
fonológica durante a qual são computadas as sílabas da palavra. O que
acontece é conhecido como lexicalização, que é “o processo na produção
da fala no qual transformamos os pensamentos subjacentes às palavras
em sons” (Harley, 2013)
Levelt et al. (1999)
• O pressuposto teórico de que os falantes têm acesso à semântica
e à gramática das palavras antes de acederem à informação
fonológica foi testada usand ERPs. Por exemplo, van Turennout et
al. (1998), testaram participantes holandeses com ERPs e
verificaram que a informação gramatical estava disponível 40 ms
antes do fonema inicial. Dados consistentes com a abordagem
teórica de Levelt.
Teorias de produção da fala
• Sequência de processos na nomeação de figuras

From Indefrey (2011).


Copyright © 2011
Indefrey.
Levelt et al. (1999)
• Podemos constatar a distinção entre um lemma e a palavra propriamente
dita no fenómeno de ponta-na-língua. Este fenómeno acontece quando
temos um conceito ou ideia na mente, mas não conseguimos encontrar a
palavra adequada. Este estado ocorre geralmente quando o processamento
semântico tem sucesso (i.e., activamos o lemma ou palavra abstracta ),
mas o processamento fonológico não tem sucesso (i.e., não conseguimos
produzir o som da palavra)
• Levelt et al. (1999) consideravam que o lemma inclui informação
gramatical e informação semântica. Assim, pessoas no estado de ponta-
na-língua deveriam poder aceder a informação gramatical. Em muitas
línguas, o género gramatical (ex, masculino, feminino) é parte da
informação gramatical relacionada com os substantivos. Como previsto
pela teoria, participantes italianos no estado de ponta-na-língua para
substantivos eram capazes de dizer o género gramatical correcto em 85%
dos casos (Vigliocco et al., 1997)
Levelt et al. (1999)
• Dados mais contraditórios com o modelo WEAVER++ foram reportados por
Biedermann et al. (2008). Participantes alemães tentavam adivinhar o
género gramatical e o fonema inicial de substantivos no estado de ponta-
na-língua. De acordo com a teoria, o acesso ao género gramatical precede
o acesso à informação fonológica.
• Assim, os participantes deveriam ter adivinhado o primeiro fonema mais
frequentemente quando tivessem tido acesso a informação do género
gramatical. Não foi o que se observou, o que sugere que a informação
gramatical não está necessariamente disponível antes da informação
fonológica.
Modelo WEAVER++: avaliação
Pontos fortes Limitações
• Noção (c/ apoio) de q a produção • Foco limitado (na produção de
da fala procede de: uma só palavra; processos
• Selecção lexical envolvidos no planeamento e
produção de frases é ignorado)
• Codificação morfológica
• Há muito mais interacção entre os
• Codificação fonológica estádios de processamento do que
• Altera o foco da investigação dos o assumido pelo modelo
erros para a avaliação do tempo • Não consegue explicar os erros da
preciso dos processos de produção fala que sugerem processamento
da fala em paralelo
• Modelo simples e elegante que • A necessidade do conceito de
permite previsões testáveis lemma é questionável
• A selecção lexical envolve um • Algumas descobertas na anomia
processo competitivo são inconsistentes com o modelo

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Neuropsicolgia cognitiva
• Afasia de Broca
• Fala lenta, não fluente
• Fraca capacidade de produzir frases gramaticalmente
correctas
• Compreensão da fala relativamente intacta
• Classicamente associada com lesão no lobo frontal
esquerdo (área de Broca)
• Afasia de Wernicke
• Fala fluente e aparentemente gramatical
• Mas a fala não tem, muitas vezes, significado
• Muitos problemas na compreensão da fala
• Classicamente associada a lesão no lobo temporal
posterior esquerdo (área de Wernicke)

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Neuropsicolgia cognitiva

• Regiões do cérebro relacionadas com a linguagem


• From Berwick et al. (2013). Reprinted with permission
from Elsevier.
Distinção demasiado simplificada

• Os termos afasia de Broca e de Wernicke implicam que vários doentes com


lesão cerebral têm todos padrões muito semelhantes de perturbações da
linguagem. De facto, doentes com supostamente a mesma forma de afasia
apresentam sintomas muito diferentes
• Várias áreas do cérebro estão envolvidas no processamento da linguagem
e estas áreas estão inter-conectadas de modos complexos. De acordo com
Berwick et al. (2013) uma via (azul) está associada com o processamento
gramatical básico, outra via (roxa) liga processos sensoriais e motores,
enquanto que as outras duas vias estão envolvidas no processamento
semântico.
• Doentes com afasia de Broca têm frequentemente lesões na área de
Wernicke e os doentes com afasia de Wernicke apresentam por vezes
lesões na área de Broca
Distinção demasiado simplificada

• A descoberta que os doentes com afasia de Broca têm muito mais


dificuldades em falar gramaticalmente do que os doentes com afasia de
Wernicke parece depender da língua falada (mais frequente em inglês do
que em alemão ou italiano)
• McNeil et al. (2010) consideram que a abordagem tradicional foca-se
demasiado em problemas específicos de linguagem. Os doentes afásicos
têm também problemas mais gerais relacionados com a atenção e a
memória.
Neuropsicolgia cognitiva
• Anomia
• Capacidade afectada de nomeação de objectos
➢De acordo com WEAVER++,
• Ocorre ao nível da selecção do lemma
• Erros de nomeação deveriam ser semelhantes em significado à
palavra correcta
• Doente JCU (Howard & Orchard-Lisle, 1984)
➢Estádio de selecção da forma fonológica da palavra;
doentes não conseguem encontrar a forma apropriada da
palavra
• Doente EST (Kay & Ellis, 1987); tip of the tongue

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Neuropsicolgia cognitiva
• Doentes com agramatismo
• Conseguem encontrar as palavras, mas não as
ordenam gramaticalmente; Tendem a produzir
frases curtas com palavras de conteúdo, mas:
• Falta de palavras função (e.g., “the”, “in”,
“and”)
• Falta de final das palavras
• O uso do termo agramatismo implica que forma uma
síndrome em que todos os doentes com a condição
apresentam os sintomas. Daqui se segue que
poderíamos esperar que a gramática estivesse
localizada no cérebro.
• Há evidência indirecta para esta expectativa na
medida em que há uma correlação relativamente
forte entre o agramatismo e a lesão na área de
Broca.
• No entanto, o agramatismo não é um síndrome. Reprinted from Grodzinsky
Muitos doentes apresentam dissociações em que
apresentam alguns (mas não todos) os sintomas and Friederici (2006). Copyright
típicos do agramatismo © 2006, with permission from
Elsevier.

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Neuropsicolgia cognitiva
• Jargonafasia:
• Parecem falar de forma gramaticalmente correcta
• Não conseguem encontrar a palavra que querem dizer
• Produzem frequentemente neologismos
• Palavras inventadas
• Têm uma deficiente auto-monitorização (não se apercebem que
a sua fala contem muitos erros e ficam irritados quando os
outros não os compreendem
• Os neologismos incorporam por vezes fonemas da palavra
alvo ou fonemas usados recentemente

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Fala como comunicação
• Para a maioria de nós, a fala ocorre quase sempre como uma
conversa num contexto social. Isto levou vários investigadores a
sublinharem a importância da audiência, em que os falantes
adequam o que dizem e como o dizem às necessidades do ouvinte
• Componentes para uma comunicação eficaz (Grice,
1967)
• Princípio cooperativo
• Falantes e ouvintes devem tentar ser cooperativos
• Máxima de quantidade
• O falante deve ser tão informativo quanto o necessário, mas
não mais do que isso
• Máxima de qualidade
• O falante deve ser verdadeiro
• Máxima de relevância
• O falante deve dizer coisas que são relevantes para a situação
• Máxima de modo
• O falante deve tornar a sua contribuição fácil de entender

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Fala como comunicação

Aderência à máxima de quantidade


From Davies and Katsos (2013).
Reprinted with permission from
Fala como comunicação
• Design de audiência
• Os falantes devem ter em conta as necessidades
específicas dos seus falantes
• Priming sintáctico
• A fala tende a seguir uma estrutura sintáctica que foi
ouvida recentemente
• Gestos
• Usados para ajudar na compreensão e clarificação
• Índices prosódicos
• Entoação usada para auxiliar o significado
• Marcadores de discurso (palavras extra p ajudar a
clarificar)
Design de audiência
• Horton & Keysar (1996) propuseram o modelo de monitorização e
ajustamento. De acordo com o modelo, os falantes planeiam inicialmente o
que vão dizer usando informação disponível para eles sem tomarem em
consideração a perspectiva ou o conhecimento do ouvinte. Estes planos
são então monitorizados e corrigidos para incorporar o fundo comum.
• Horton & Keysar (1996) consideram que é frequentemente difícil
computacionalmente para os falantes focarem-se na perspectiva do
ouvinte enquanto planeiam o que dizer de seguida. Se é assim, como é
que os falantes comunicam habitualmente de uma forma razoavelmente
eficaz?
• De acordo com Shintel & Keysar (2009) os falantes fazem-no usando
regras simples e poderosas. Por exemplo, se o ouvinte é novo ou velho –
se o ouvinte é novo, o falante pode expressar a informação mais
claramente do que se o ouvinte é velho. Outra pista (muitas vezes usada
não deliberadamente) consiste nos falantes fixarem o objecto sobre o qual
estão a falar
Design de audiência
• Os falantes não usam muitas vezes o design de
audiência; é muitas vezes cognitivamente
exigente ter em conta a perspectiva do ouvinte
• Até aqui focámo-nos nos problemas que os
falantes têm para comunicar eficazmente. No
entanto, há várias estratégias simples que podem
(e usam) usar. Os falantes copiam muitas vezes
palavras, frases e ideias que ouviram qd a outra
pessoa estava a falar. Assim, as palavras da outra
pessoa servem como prime
Design de audiência
• Um exemplo muito comum dos falantes
copiarem aspectos do que a outra pessoa disse
anteriormente é o priming sintáctico.
• O priming sintáctico ocorre qd uma estrutura
gramatical previamente experienciada influencia
o processamento corrente do falante. Se
tivermos acabado de ouvir uma frase na voz
passiva, isto aumenta a probabilidade de
produzirmos uma frase na voz passiva.
• O priming sintáctico ocorre mesmo quando
estamos a falar de um tópico diferente e não
requer a consciência de se estar a copiar uma
estrutura gramatical prévia
Design de audiência
• Galati & Brennan (2010) consideram que a probabilidade dos
falantes se focarem no design de audiência é mais alta quando as
necessidades do ouvinte são claras e simples. Por exemplo,
falantes bilíngues em conversação com um ouvinte monolíngue
geralmente acham muito fácil confinarem-se a falar na língua que
o ouvinte compreende
• Galati & Brennan (2010) pediram a falantes para contarem a
mesma história duas vezes a um ouvinte e uma vez a um ouvinte
diferente. A previsão era de que os falantes seriam responsivos às
necessidades do ouvinte pq era fácil saber quem já tinha ouvido a
história antes. Como previsto, os falantes usaram menos palavras
e incluiram menos detalhes quando o ouvinte tinha ouvido a
história antes. Os falantes falavam também de um modo mais
inteligível quando estavam a contar a história aos ouvintes para os
quais era nova. Assim, os falantes podem demonstar um grau
elevado de design de audiência
Gestos
• Muitos falantes usam vários gestos. Assume-se que o fazem pq acreditam
que aumentará a sua capacidade de comunicação com os ouvintes. Crença
verdadeira
• Se os falantes usam os gestos para comunicar, poderíamos assumir que
fariam gestos mais frequentemente qd podem ver o ouvinte do que
quando não podem ver o ouvinte. Só encontrado em 50% dos estudos
• Gerwing & Allison (2011) pediram a falantes para descreverem um vestido
elaborado para um ouvinte que estava visível ou não (ao telefone). O
número de gestos não variou nas duas condições, mas os gestos utilizados
pelos falantes na situação face-a-face eram muito mais informativos
• Quão responsivos são os falantes ao feedback dos ouvintes? Holler &
Wilkins (2011) comparam os gestos dos falantes antes e depois de
feedback dos ouvintes. Dois dados: 1) o número de gestos reduzia-se qd o
ouvinte indicava ter compreendido o que tinha sido dito; 2) feedback
encorajando clarificação, elaboração e correcção era seguido de gestos
mais precisos, largos e visualmente mais proeminentes
Índices prosódicos
• Alguma da informação que os falantes comunicam aos ouvintes não depende
directamente das próprias palavras, mas sim do modo como são ditas – prosódia
• Os índices prosódicos incluem o ritmo, a acentuação e a entoação
• Snedeker & Trueswell (2003) consideram que a utilização de índices prosódicos é
muito mais provável qd o significado de uma frase ambígua não é clarificado pelo
contexto
• Vamos então supor que os falantes produzem índices prosódicos para resolver
ambiguidades sintácticas. Quer isto necessariamente dizer que os falantes são
responsivos às necessidades dos ouvintes? De acordo com Kraljic & Brennan (2005),
não. No seu estudo, os falantes usaram índices prosódicos e os ouvintes usaram com
sucesso esses índices para desambiguar o que tinham ouvido. No entanto, os
falantes produziam consistentemente índices prosódicos independentemente do facto
do ouvinte precisar desses índices e independentemente de se terem apercebido que
o ouvinte precisava desses índices
• Em suma, os falantes fazem um uso considerável dos índices prosódicos. Esta
utilização reflecte frequentemente o design de audiência, mas algumas vezes
depende sobretudo de processos de planeamento centrados no falante (Wagner &
Watson, 2010).
Marcadores de discurso
• Um último modo como os falantes aumentam a compreensão do ouvinte
são os marcadores de discurso – frases ou palavras que assistem a
comunicação embora sejam apenas indirectamente relevantes para a
mensagem do falante
• As interpretações feitas pelos ouvintes aos marcadores de discurso são
geralmente adequadas. Por exemplo, os falantes usam os marcadores de
discurso oh e um para indicar problemas em decidir o que dizer de
seguida. Os ouvintes apercebem-se de que é isso que os falantes
pretendem. Do mesmo modo, os ouvintes compreendem que os falantes
dizem you know qd querem verificar a compreensão
• Bolden (2006) considerou que marcadores de discurso, oh e so, são
utilizados pelos falantes qd passam para um novo tópico conversacional. A
palavra oh era usada 98.5% das vezes qd o novo tópico dizia respeito
directamente ao falante. Pelo contrário, só era usado 96% do tempo qd
maior relevância para o ouvinte
Escrita
• Hayes e Flower (1986)
• Processo de planeamento que envolve a produção
de ideias e a sua organização para satisfazer os
objectivos do escritor
• Processo de geração de frase que envolve a
conversão do plano de escrita na produção actual
de frases
• Processo de revisão que envolve a avaliação do
que foi escrito até ao momento e a revisão se for
necessária
Escrita
• Processos chave (Chenoweth & Hayes, 2003)
• Proponente
• Propõe ideias para expressão e está envolvido em processos
de alto nível de planeamento
• Tradutor
• Converte mensagens formadas pelo proponente em
palavras
• Transcritor
• Converte as sequências de palavras em texto escrito ou
processado em computador
• Avaliador/revisor
• Monitoriza e avalia a produção
• Podemos identificar os processos utilizados na escrita usando a
retrospecção dirigida. Os escritores são interrompidos em vários momentos
durante o processo de escrita e indicam o que estavam a fazer (ex,
planeamento). Kellog (1994) reviu os estudos que envolviam retrospecção
dirigida. Em média, os escritores dedicavam 30% do seu tempo ao
planeamento, 50% à geração de frases e 20% à revisão
• Os bons escritores usam unidades maiores (ex, mais palavras por frase)
• Levy & Ransdell (1995) verificaram que o tempo gasto num processo antes
de mudar para outro diferente era muitas vezes curto. 7,5 s para a
geração de texto, e apenas 2,5s para planeamento e revisão
• Levy & Ransdell (1995) verificaram que os escritores só estão parcialmente
conscientes do modo como distribuem o tempo. Muitos escritores
subestimam o tempo gasto na geração e sobrestimam o tempo passado na
revisão (estimativa 50%; real 5%)
• Beauvais et al. (2011) verificaram tb que os escritores mudam
rapidamente entre os diversos processos. Os participantes escreviam um
texto narrativo e um texto argumentativo. O texto narrativo implicava
contar uma história sobre 6 figuras coloridas e o texto argumentativo
requeria dos escritores que defendessem a sua opinião sobre uma lei que
bania o fumo em locais públicos. Os escritores mudavam de processo de
escrita cerca de 8 vezes por minuto com textos narrativos e 6 vezes por
minuto com textos argumentativos. Os episódios de planificação e de
revisão eram mais curtos do que os episódios de tradução ou geração de
texto.
• Como é que os escritores tomam decisões sobre a mudança de processos.
De acordo com Hayes & Flower (1980) os escritores têm um monitor que
controla as suas actividades de processamento. Este monitor assemelha-se
ao executivo central da memória de trabalho
Perícia na escrita
• Indivíduos com níveis altos de perícia na escrita geralmente têm maior
experiência de leitura e maior capacidade de leitura, avaliada por testes de
compreensão (Daane, 1991).
• Bereiter e Scardamalia (1987) identificaram duas estratégias principais
usadas pelos escritores. Primeiro, existe a estratégia de “contar
conhecimento” que envolve simplesmente escrever tudo o que sabem
sobre um tópico com planeamento mínimo.
• Segundo, a estratégia de “transformação de conhecimento”. Envolve a
utilização de um espaço de problema retórico e e um espaço de problema
de conteúdo. Os problemas retóricos relacionam-se com o alcançar dos
objectivos da tarefa de escrita (ex, “consigo reforçar o meu argumento?”).
Pelo contrário, os problemas de conteúdo relacionam-se com informação
específica a ser escrita (“o caso Smith vs Jones fortalece o argumento?”)
Escrita

• Perícia na escrita
• Elaboração de conhecimento
• O escritor molda o que quer dizer e como o dizer tendo em
mente o potencial leitor

From Kellogg (2008).


Reprinted
with permission of the
Journal of
Writing Research,
www.jowr.org.
Perícia na escrita
• Os escritores peritos tendem a usar mais do que os não peritos a estratégia de
transformação de conhecimento (Kellogg & Whiteford, 2012). Pq é q esta estratégia
tem sucesso? Os escritores que a usam mostram interacções extensas entre o
planeamento, a geração da linguagem e a revisão. Para além disto, os escritores que
usam a estratégia de transformação de conhecimento produzem mais pontos de nível
elevado que captam temas importantes (Bereiter et al., 1998). Isto fornece mais
estrutura e coerência ao que escrevem.
• Os escritores peritos passam mais tempo a rever do que os não peritos e identificam
problemas com mais sucesso. Levy & Ransdell (1995) verificaram que os escritores
que produziam os melhores textos passavam 40% mais tempo a rever do que os
escritores piores. Tb os escritores peritos detectavam 60% mais problemas num
texto do que os não peritos (Hayes et al., 1985).
• Os melhores escritores usam a estratégia de elaboração de conhecimento, que
envolve ser responsivo às necessidades do leitor. Essa responsividade pode ser
melhorada. Holliwya & McCutcheon (2004) verificaram que as revisões de texto feitas
por estudantes melhoravam com a instrução de “ler como o leitor ”
Memória de trabalho
• A memória de trabalho é usada qd uma tarefa requer o armazenamento
temporário de alguma informação enquanto que outra informação é
processada. É claramente o caso da escrita – os escritores têm que se
lembrar do que acabaram de escrever enquanto planeiam o que vão
escrever a seguir.
• O componente fundamental da memória de trabalho é o executivo central,
um processo de tipo atencional envolvido na organização e coordenação
das actividades cognitivas. Os outros componentes da memória de
trabalho são o esboço visuo-espacial (envolvido no processamento visual e
espacial) e o loop fonológico (envolvido na recapitulação verbal). Todos
estes componentes têm capacidade limitada o que pode facilmente causar
problemas ao processo de escrita que é muitas vezes exigente
cognitivamente
Escrita

• Agrafia desexecutiva
• Incapacidade de escrever devido a lesão no lobo frontal
Memória de trabalho
• Como podemos apreciar da tabela anterior, Kellogg (2001) assumia que o
executivo central era o componente de memória de trabalho mais
importante para a escrita. Como é que podemos avaliar o envolvimento do
excutivo central na escrita? Podemos medir os TR a estímulos auditivos
apresentados isoladamente (condição de controlo) ou enquanto os
participantes estavam envolvidos na escrita. Se a escrita usa muita da
capacidade do executivo central, os TRs deverão ser mais longos na
condição de escrita – verifica-se.
• Vanderberg & Swanson (2007) adoptaram uma abordagem de diferenças
individuais para avaliar o envolvimento do executivo central na escrita. Os
estudantes escreviam histórias e o seu desempenho era dividido em
habilidades gerais de escrita (ex, planeamento, tradução, revisão) e
habilidades específicas (gramática, pontuação). Os indivíduos com
funcionamento mais eficaz do executivo central tinham melhor
desempenho quer ao nível geral, quer ao nível específico
Memória de trabalho
• Qual o papel do loop fonológico na escrita? Chenoweth & Hayes (2003)
pediam a participantes para desempenharem a tarefa de escrever frases
para descrever cartoons – por si só ou enquanto repetiam continuamente
uma sílaba. A repetição de uma sílaba é uma tarefa de supressão
articulatória que usa os recursos do loop fonológico. Essa repetição levava
os escritores a produzirem sequências mais curtas de palavras
• Este tipo de dados mostra que o loop fonológico é frequentemente usado
em tarefas de escrita. No entanto, não é claro que o desempenho na
escrita dependa necessariamente do envolvimento do loop fonológico. Por
exemplo, alguns doentes com défice do loop fonológico têm capacidades
de escrita intactas (Gathercole & Baddeley, 1993)
Memória de trabalho
• Qual o papel do esboço visuo-espacial na escrita. Kellogg et al. (2007)
pediram a estudantes para escreverem descrições de substantivos
concretos (ex, casa, lápis) e abstractos (liberdade, dever) enquanto tinham
que detectar estímulos visuais. A tarefa de escrita abrandava os tempos
de detecção apenas quando estavam envolvidos substantivos concretos,
indicando que o esboço visuo-espacial está mais envolvido quando os
escritores estão a pensar sobre objectos concretos.
• Quer os aspectos visuais, quer os espaciais estão envolvidos na escrita
Soletração
• Áreas cerebrais activadas durante a escrita
manuscrita

From Planton et al. (2013). Reprinted


with permission from Elsevier.
Soletração
• Planton et al. (2013)
❑ 3 áreas principais envolvidas em tarefas de
escrita à mão
• Sulco intra-parietal e lóbulo parietal superior no hemisfério esquerdo; esta
área está envolvida na selecção e/ou representação das formas das letras
• Sulco frontal superior no hemisfério esquerdo; esta área parece ser um
interface entre as letras abstractas e a geração de comandos motores
• Cerebelo posterior no hemisfério direito; esta área está provavelmente
mais envolvida na actividade motora
Soletração
• Duas vias na soletração
• Lexical
• Disgrafia fonológica
• Não-lexical
• Disgrafia de superfície
• Ambas as vias envolvem
um buffer grafémico
• Vias podem não ser
independents (bouquet
como BOUKET;
knowledge como
KNOLIGE)
From Rapp and Dufor (2011). ©
Massachusetts Institute of Technology,
by permission of The MIT Press.
Um ou dois léxicos ortográficos
• O pressuposto mais simpes (e mais plausível) é que um único léxico
ortográfico é utilizado na leitura e na soletração. Um pressuposto
alternativo é o da existência de um léxico de entrada na leitura e de um
léxico ortográfico de saída na soletração
• Alguns doentes são melhores na leitura do que na soletração enquanto que
outros mostram o padrão oposto
• A evidência dos doentes não permite, no entanto, a inferência da
existência de 2 léxicos. Doentes com maiores problemas na leitura do que
na soletração têm geralmente lesões em áreas do cérebro associadas com
a percepção visual. Pelo contrário, os doentes em que a soletração é pior
do que a leitura têm tipicamente lesões nas áreas pré-motoras
• Estes dados reflectem o facto da percepção ser mais importante na leitura
do que na soletração, enquanto que os processos motores são mais
importantes na soletração do que na leitura. Mas dizem-nos pouco sobre o
número de léxicos ortográficos
Um ou dois léxicos ortográficos
• Que dados sugerem que existe um só léxico ortográfico?
• Muitos doentes com lesão e que têm perturbação da leitura (dislexia) têm
geralmente tb problemas na soletração e na escrita (disgrafia)
• Estudos de neuroimagem em indivíduos saudáveis. Rapp & Lipka (2011)
deram aos participantes tarefas de leitura e de soletração. O dado mais
importante era o de que o giro fusiforme médio e o giro frontal inferior
estavam fortemente activados durante ambas as tarefas. Ainda mais
interessante, os picos de actividade para a leitura e a soletração em cada
área eram muito próximos
• Outros estudos mostram a importância do giro fusiforme esquerdo
Soletração
• Áreas do cérebro
activadas pela leitura e
soletração, mostrando
léxicos sobrepostos

From Rapp and Lipka (2011). ©


Massachusetts Institute of Technology, by
permission of The MIT Press.

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