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LINGUAGEM
Semelhanças Diferenças
• Há uma tentativa inicial • Os falantes sabem
para decidir o significado habitualmente quem é a
sua audiência
global a ser comunicado
(neste estádio, as palavras a • Falantes geralmente
serem produzidas não são recebem feedback
ainda consideradas) momento-a-momento
verbal e não verbal por
• Seguido pela produção parte do ouvinte
• Procede numa base • Falantes geralmente têm
proposição-a-proposição menos tempo para
planificar; fala mais curta
e menos complexa
• Escritores tipicamente têm
acesso directo ao que
escreveram até aí
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➢ Quais as consequências destas diferenças entre a
fala e a escrita?
• A linguagem falada é frequentemente informal e
com estrutura simples, com a informação
comunicada rapidamente.
• Pelo contrário, a linguagem escrita é mais formal
e mais complexa. Escritores têm necessidade de
escrever claramente pq não recebem feedback
imediato.
Produção da fala
• Estratégias para reduzir as exigências de
processamento enquanto planeamos o que dizer
de seguida
• Preformulação
• Usar frases utilizadas antes
• Subespecificação
• Utilização de expressões simplificadas nas quais o
significado completo não é explícito
• Quatro estádios na produção da fala
• Nível semântico: o significado do que vai ser dito ou a
mensagem a ser comunicada; é o nível de planeamento
• Nível sintáctico: a estrutura grammatical das palavras na
frase planeada
• Nível morfológico: morfemas (unidade base de
significado)
• Nível fonológico: fonemas (unidades básicas de som)
• Faz sentido pensar que os 4 níveis ocorrem pela
ordem descrita. Asssim, envolvemo-nos no
planeamento, seguido da construção da estrutura
gramatical da frase e das unidades básicas de
significado; e, por último, trabalhar nos sons a
serem produzidos.
• No entanto, como veremos mais adiante, a
produção da fala é menos “limpa”: processos
posteriores podem ocorrer ao mesmo tempo (e
até antes) que alguns processos precoces
Planeamento da fala
• Nível de planeamento
• Proposição (parte de uma frase contendo um sujeito e
um verbo)
• Participantes fazem pausa antes de nova proposição
(Holmes, 1988)
• Frase (um grupo de palavras que expressam uma única
ideia)
• Pausa mais longa durante uma frase inicial complexa
(Martin et al., 2004)
• Flexibilidade no planeamento (Ferreira & Swets,
2002); falantes geralmente querem começar a comunicar rapidamente,
o que implica pouco planeamento para a frente. No entanto, querem tb
falar fluentemente, o que implica muito planeamento. Falantes resolvem
este conflito flexivelmente dependendo dos seus objectivos imediatos e das
exigências situacionais
• Martin et al. (2004): planeamento ao nível da
frase. Participantes descreviam figuras que se
moviam.
• Podia haver frase inicial simples (The ball moves
above the tree and the finger) ou frase inicial
complexa (The ball and the tree move above the
finger).
• Falantes demoravam mais tempo a iniciar a fala
quando usavam frases iniciais complexas, o que
sugere que planeavam a frase inicial antes de
falarem
Erros da fala
• A nossa fala é geralmente precisa e coerente. No
entanto, estamos todos sujeitos a erros. Estima-
se que uma pessoa cometa um erro a cada 500
frases produzidas (Vigliocco & Hartsuiker, 2002).
• Existem vários tipos de erros pq eles podem
ocorrer em qq um dos estádios de produção da
fala que mencionámos.
Erros da fala
• Apesar da sua relativa raridade, o estudo dos
erros de fala é importante. Podemos ganhar
insights sobre o funcionamento do sistema
cognitivo complexo envolvido na produção da fala
ao focarmo-nos sobre o que acontece quando o
sistema funciona mal.
• Isto não seria possível se os erros da fala fossem
aleatórios e, assim, imprevisíveis. De facto, no
entanto, a grande maioria dos erros são
sistemáticos
Erros da fala
• Tipos de erro da fala
• Spoonerisms (“you have hissed all my mistery lectures”)
• Lapsos Freudianos
• Substituição semântica (“where is my tennis bat?”); por
exemplo substantivos substituídos por substantivos
• Erros de mudança de morfema (“he has already trunked
two packs”); o posicionamento das inflexões é lidado por
um processo diferente do posicionamento das raízes das
palavras
• Erros de acordo de número (“the government have
made a mess of things”); verbos singulars são usados
erradamente com sujeitos plurais e vice versa
• Detecção do erro
• Sistema de compreensão (Levelt, 1983)
• Abordagem baseada no conflicto (Nozari et al., 2011)
Teoria de loop perceptivo; Levelt
(1983)
• Considera que os falantes detectam os erros ao
ouvirem-se a si próprios e descobrindo que por
vezes o que dizem difere do que pretendiam.
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Neuropsicolgia cognitiva
• Afasia de Broca
• Fala lenta, não fluente
• Fraca capacidade de produzir frases gramaticalmente
correctas
• Compreensão da fala relativamente intacta
• Classicamente associada com lesão no lobo frontal
esquerdo (área de Broca)
• Afasia de Wernicke
• Fala fluente e aparentemente gramatical
• Mas a fala não tem, muitas vezes, significado
• Muitos problemas na compreensão da fala
• Classicamente associada a lesão no lobo temporal
posterior esquerdo (área de Wernicke)
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Neuropsicolgia cognitiva
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Neuropsicolgia cognitiva
• Doentes com agramatismo
• Conseguem encontrar as palavras, mas não as
ordenam gramaticalmente; Tendem a produzir
frases curtas com palavras de conteúdo, mas:
• Falta de palavras função (e.g., “the”, “in”,
“and”)
• Falta de final das palavras
• O uso do termo agramatismo implica que forma uma
síndrome em que todos os doentes com a condição
apresentam os sintomas. Daqui se segue que
poderíamos esperar que a gramática estivesse
localizada no cérebro.
• Há evidência indirecta para esta expectativa na
medida em que há uma correlação relativamente
forte entre o agramatismo e a lesão na área de
Broca.
• No entanto, o agramatismo não é um síndrome. Reprinted from Grodzinsky
Muitos doentes apresentam dissociações em que
apresentam alguns (mas não todos) os sintomas and Friederici (2006). Copyright
típicos do agramatismo © 2006, with permission from
Elsevier.
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Neuropsicolgia cognitiva
• Jargonafasia:
• Parecem falar de forma gramaticalmente correcta
• Não conseguem encontrar a palavra que querem dizer
• Produzem frequentemente neologismos
• Palavras inventadas
• Têm uma deficiente auto-monitorização (não se apercebem que
a sua fala contem muitos erros e ficam irritados quando os
outros não os compreendem
• Os neologismos incorporam por vezes fonemas da palavra
alvo ou fonemas usados recentemente
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Fala como comunicação
• Para a maioria de nós, a fala ocorre quase sempre como uma
conversa num contexto social. Isto levou vários investigadores a
sublinharem a importância da audiência, em que os falantes
adequam o que dizem e como o dizem às necessidades do ouvinte
• Componentes para uma comunicação eficaz (Grice,
1967)
• Princípio cooperativo
• Falantes e ouvintes devem tentar ser cooperativos
• Máxima de quantidade
• O falante deve ser tão informativo quanto o necessário, mas
não mais do que isso
• Máxima de qualidade
• O falante deve ser verdadeiro
• Máxima de relevância
• O falante deve dizer coisas que são relevantes para a situação
• Máxima de modo
• O falante deve tornar a sua contribuição fácil de entender
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Fala como comunicação
• Perícia na escrita
• Elaboração de conhecimento
• O escritor molda o que quer dizer e como o dizer tendo em
mente o potencial leitor
• Agrafia desexecutiva
• Incapacidade de escrever devido a lesão no lobo frontal
Memória de trabalho
• Como podemos apreciar da tabela anterior, Kellogg (2001) assumia que o
executivo central era o componente de memória de trabalho mais
importante para a escrita. Como é que podemos avaliar o envolvimento do
excutivo central na escrita? Podemos medir os TR a estímulos auditivos
apresentados isoladamente (condição de controlo) ou enquanto os
participantes estavam envolvidos na escrita. Se a escrita usa muita da
capacidade do executivo central, os TRs deverão ser mais longos na
condição de escrita – verifica-se.
• Vanderberg & Swanson (2007) adoptaram uma abordagem de diferenças
individuais para avaliar o envolvimento do executivo central na escrita. Os
estudantes escreviam histórias e o seu desempenho era dividido em
habilidades gerais de escrita (ex, planeamento, tradução, revisão) e
habilidades específicas (gramática, pontuação). Os indivíduos com
funcionamento mais eficaz do executivo central tinham melhor
desempenho quer ao nível geral, quer ao nível específico
Memória de trabalho
• Qual o papel do loop fonológico na escrita? Chenoweth & Hayes (2003)
pediam a participantes para desempenharem a tarefa de escrever frases
para descrever cartoons – por si só ou enquanto repetiam continuamente
uma sílaba. A repetição de uma sílaba é uma tarefa de supressão
articulatória que usa os recursos do loop fonológico. Essa repetição levava
os escritores a produzirem sequências mais curtas de palavras
• Este tipo de dados mostra que o loop fonológico é frequentemente usado
em tarefas de escrita. No entanto, não é claro que o desempenho na
escrita dependa necessariamente do envolvimento do loop fonológico. Por
exemplo, alguns doentes com défice do loop fonológico têm capacidades
de escrita intactas (Gathercole & Baddeley, 1993)
Memória de trabalho
• Qual o papel do esboço visuo-espacial na escrita. Kellogg et al. (2007)
pediram a estudantes para escreverem descrições de substantivos
concretos (ex, casa, lápis) e abstractos (liberdade, dever) enquanto tinham
que detectar estímulos visuais. A tarefa de escrita abrandava os tempos
de detecção apenas quando estavam envolvidos substantivos concretos,
indicando que o esboço visuo-espacial está mais envolvido quando os
escritores estão a pensar sobre objectos concretos.
• Quer os aspectos visuais, quer os espaciais estão envolvidos na escrita
Soletração
• Áreas cerebrais activadas durante a escrita
manuscrita