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UNIVERSIDADE CEUMA – UNICEUMA

CAMPUS IMPERATRIZ
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DIREITO ADMINISTRATIVO 1

Profª Me Sara Guerra

ATENÇÃO: Este material é meramente informativo e não exaure a matéria. Foi retirado da bibliografia
do curso constante no seu Plano de Ensino. São necessários estudos complementares. Trata-se de mera
1 orientação e roteiro para estudos.
Unidade II – Poderes
Administrativos

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Poderes Administrativos
1. Poder vinculado
2. Poder discricionário
3. Poder hierárquico
4. Poder disciplinar
5. Poder normativo ou regulamentar
6. Poder de polícia

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Poderes Administrativos

Poderes estruturais do
ORGÂNICO
Estado.
PODER
Meios e instrumentos para
FUNCIONAL o exercício da função
administrativa.

EXERCÍCIO
IRRENUNCIABILIDADE
OBRIGATÓRIO

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1 – Poder Vinculado

Administração Pública não possui liberdade de


escolha em sua atuação ou a liberdade é
mínima, devendo atuar nos estritos limites da
lei.

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2 – Poder Discricionário
liberdade de escolha que a lei confere ao agente
público para definir, dentro dos limites da lei, de
acordo com a conveniência e oportunidade, praticar
ou não o ato e/ou a forma como será praticado.

O poder discricionário existe, em regra, quando a lei o


instituir.
No silêncio da lei, os atos administrativos serão vinculados.
Limites e controle do poder discricionário: lei, princípios e
direitos e garantias fundamentais.

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ABRE PARÊNTESE
FORMA

ELEMENTOS DOS ATOS FINALIDADE


ADM

COMPETÊNCIA

OBJETIVO

MOTIVO
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DISCRICIONÁRIOS: motivo e ao objeto

oportunidade e conveniência

MÉRITO ADMINISTRATIVO.

VINCULADOS: competência, finalidade e


forma

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FECHA PARÊNTESE
3 – Poder Hierárquico
decorre da própria estrutura organizada de forma
escalonada na Administração Pública, com órgãos dispostos
de forma verticalizada em que os inferiores devem seguir as
ordens e decisões dos superiores.

atribuição concedida ao administrador para organizar e


distribuir as funções de seus órgãos de maneira vertical,
estabelecendo uma relação de subordinação.
A hierarquia se verifica apenas no âmbito de uma mesma
pessoa jurídica.

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3 – Poder Hierárquico
PRERROGATIVAS
• ordens;
• Controle/revisão/fiscalização;
• resolução de conflito de atribuições;
• disciplinar;
• alteração de competência.
O controle hierárquico é permanente, irrestrito e automático, não dependendo
de lei que o preveja expressamente, estabeleça o momento de seu exercício ou a
forma. A hierarquia decorre da própria disposição escalonada de forma vertical
dos órgãos públicos.

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DELEGAÇÃO DE COMPETÊNCIA

DELEGAÇÃO: atribuição, por um agente público, do exercício


temporário de algumas competências, originalmente pertencentes a
seu cargo, a um outro agente público, subordinado ou não.

Lei 9.784/99
Art. 12. Um órgão administrativo e seu titular poderão, se não houver
impedimento legal, delegar parte da sua competência a outros órgãos ou
titulares, ainda que estes não lhe sejam hierarquicamente subordinados,
quando for conveniente, em razão de circunstâncias de índole técnica,
social, econômica, jurídica ou territorial.
Art. 13. Não podem ser objeto de delegação:
I - a edição de atos de caráter normativo;
II - a decisão de recursos administrativos;
III
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- as matérias de competência exclusiva do órgão ou autoridade.
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Art. 14. O ato de delegação e sua revogação deverão ser publicados no
meio oficial.
§ 1o O ato de delegação especificará as matérias e poderes transferidos,
os limites da atuação do delegado, a duração e os objetivos da delegação
e o recurso cabível, podendo conter ressalva de exercício da atribuição
delegada.
§ 2o O ato de delegação é revogável a qualquer tempo pela autoridade
delegante.
§ 3o As decisões adotadas por delegação devem mencionar
explicitamente esta qualidade e considerar-se-ão editadas pelo delegado.

Características da delegação:
a) Ato discricionário;
b) Precário;
c) Parcial (não é absoluta, pois delega apenas parcela das atribuições);
d) Temporário;
e) Limitado (art. 13, lei 9.784/99);
f) Pode ocorrer entre órgãos de mesmo nível hierárquico;
g)
1 Delega apenas o exercício da atribuição.
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Quanto à responsabilidade pelos atos praticados com
base na delegação de competência:

Súmula 510-STF: Praticado o ato por autoridade, no exercício


de competência delegada, contra ela cabe o mandado de
segurança ou a medida judicial.

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AVOCAÇÃO DE COMPETÊNCIA

Ato discricionário no qual o superior hierárquico toma para


si o exercício temporário de determinada competência
atribuída por lei a um subordinado.
 medida excepcional e devidamente fundamentada.

Art. 15. Será permitida, em caráter excepcional e por


motivos relevantes devidamente justificados, a avocação
temporária de competência atribuída a órgão
hierarquicamente inferior.

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DELEGAÇÃO AVOCAÇÃO

Atribuição, por um agente Ato discricionário no qual o


público, do exercício superior hierárquico toma para
temporário de algumas si o exercício temporário de
competências, originalmente determinada competência
pertencentes a seu cargo, a um atribuída por lei a um
outro agente público, subordinado.
subordinado ou não.

Pode ocorrer entre agentes Só ocorre entre agente público


públicos subordinados ou não. superior e subordinado.

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ABRE PARÊNTESE

Poder disciplinar- • Sanções aplicadas aos


HIERÁRQUICO servidores públicos.

• Sanções aplicadas a particulares com


Poder disciplinar um vínculo jurídico específico com o
poder público (ex.: contrato
administrativo).

• Sanções aplicadas aos particulares


Poder de polícia sem qualquer tipo de vínculo
jurídico específico com o poder
público.

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FECHA PARÊNTESE
4 – Poder Disciplinar
consiste na prerrogativa que a Administração Pública possui para
investigar e punir os agentes públicos que praticarem infrações
funcionais (estatutários e celetistas) e os demais administrados sujeitos à
disciplina especial administrativa, após o regular procedimento
administrativo pautado no contraditório e na ampla defesa.

 Trata-se de um poder-dever

O poder disciplinar pode ser verificado em duas hipóteses:


a) Punir internamente infrações funcionais dos servidores públicos
(decorre, de forma mediata, do poder hierárquico); e
b) Punir infrações administrativas cometidas por particulares que
possuam uma relação jurídica específica (vínculo jurídico
específico/especial) com a Administração Pública
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(CESPE / TCE-RO – Procurador do MPC / 2019)
Aplicação de multa a sociedade empresária em razão
de descumprimento de contrato administrativo
celebrado por dispensa de licitação constitui
manifestação do poder
a) de polícia.
b) disciplinar.
c) hierárquico.
d) regulamentar.
e) vinculante.

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5 – Poder Normativo/Regulamentar
é a prerrogativa da Administração Pública para a edição
de atos administrativos gerais e abstratos com efeitos
erga omnes (se aplicam a todos) -> é a atribuição para a
edição de normas gerais.

a) Regulamento ou decreto executivo;


b) Regulamento ou decreto autônomo;
c) Regulamento autorizado ou delegado.

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Regulamento ou decreto autônomo

Art. 84. Compete privativamente ao Presidente da


República:
VI - dispor, mediante decreto, sobre:
a) organização e funcionamento da administração
federal, quando não implicar aumento de despesa
nem criação ou extinção de órgãos públicos;
b) extinção de funções ou cargos públicos, quando
vagos;

A edição de decreto autônomo é competência privativa do Presidente da


República, podendo esta competência ser delegada, na forma do art. 84,
parágrafo único, CF, ao contrário dos decretos executivos.
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6 – Poder de Polícia
Art. 78. Considera-se poder de polícia atividade da
administração pública que, limitando ou disciplinando
direito, interesse ou liberdade, regula a prática de ato ou
abstenção de fato, em razão de interesse público
concernente à segurança, à higiene, à ordem, aos
costumes, à disciplina da produção e do mercado, ao
exercício de atividades econômicas dependentes de
concessão ou autorização do Poder Público, à
tranquilidade pública ou ao respeito à propriedade e aos
direitos individuais ou coletivos.

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Polícia administrativa x polícia judiciária
POLÍCIA POLÍCIA
ADMINISTRATIVA JUDICIÁRIA

NATUREZA DO ILÍCITO ILÍCITO PENAL


ILÍCITO ADMINISTRATIVO

FINALIDADE FIM EM SI MESMO INSTRUMENTO DE


PERSECUÇÃO PENAL

OBJETO ATIVIDADES, BENS E INCIDE SOBRE


DIREITOS PRIVADOS PESSOAS

MOMENTO PREDOMINANTEMEN REPRESSIVA


TE PREVENTIVA

AUTORIDADE DIVERSOS ÓRGÃOS APENAS ÓRGÃOS


E ENTIDADES ADM ESPECÍFICOS
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Instrumentos mais relevantes dentro da atividade de
polícia administrativa:

➢ Licença de polícia: ato administrativo vinculado e definitivo


por meio do qual o poder público confere consentimento ao
particular para exercer uma atividade privada de interesse
individual.
➢ Autorização de polícia: ato administrativo discricionário e
precário por meio do qual a Administração Pública autoriza o
particular a realizar uma atividade privada, de interesse
predominantemente privado.

➢ Sanções de polícia: é exercido sobre atividades e bens


particulares. Ex: a) Multas administrativas; b) Interdição de estabelecimentos;
c) Suspensão do exercício de direitos; d) Demolição de obra irregular; e)
Embargo de obra ou atividade; f) Apreensão de mercadorias; g) Destruição de
2 gêneros alimentares.
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Ciclos do poder de polícia

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Delegação do Poder de Polícia
Recentemente o STF proferiu decisão, alterando o seu
posicionamento inicial, definindo que é constitucional a delegação
do poder de polícia, por meio de lei, a pessoas jurídicas de direito
privado integrantes da administração pública indireta de capital
social majoritariamente público que prestem exclusivamente
serviço público de atuação própria do Estado e em regime não
concorrencial (RE 633.782).

 Ser prestadora de serviços públicos;


 Capital social deve ser majoritariamente público;
 Atuar em regime não concorrencial (monopólio da atividade).

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Atributos/características do poder de polícia

➢ Discricionariedade: A Administração Pública, em regra, dispõe


de uma liberdade razoável em sua atuação no exercício do poder de
polícia,
➢ Coercibilidade: Os atos de polícia impõem restrições ou
condições que devem ser observadas de forma obrigatória pelos
administrados. As medidas impostas no exercício do poder de
polícia são impostas de forma unilateral e coativa aos particulares.
➢ Autoexecutoriedade: é a característica que permite a execução
direta, imediata e forçada, sem a necessidade de prévia autorização
do Poder Judiciário, de um ato administrativo editado no exercício
do poder de polícia, podendo, inclusive, utilizar de força pública.
Ex: dispersão de invasores, destruição de construções irregulares, interdição de
estabelecimentos, remoção forçada de veículo estacionado de forma irregular,
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apreensão de mercadoria etc.
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7 - ABUSO DE PODER
a) Excesso de poder: é o abuso de poder em que o
agente público atua fora dos limites de sua competência
estabelecida em lei.
b) Desvio de poder (desvio de finalidade): é o abuso de
poder em que o agente público atua buscando interesse
diverso do interesse público ou da finalidade
estabelecida na lei.
c) Omissão: é o abuso de poder em que o agente público,
possuindo um dever legal de atuar em determinado
sentido, deixa de praticar o ato a que estava obrigado.
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Todos os atos praticados com abuso de poder são
ilegais.

Os atos praticados com desvio de poder sempre


serão anulados, enquanto os atos praticados com
excesso de poder, em determinados casos, podem
ser convalidados, desde que se trate de vício sanável
e não acarrete prejuízo a terceiros ou ao interesse
público.

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(VUNESP / PC-SP – Delegado / 2018) Suponha que o chefe de uma determinada
Seção Administrativa, agindo dentro de sua competência legal, opte por nomear
determinado servidor em função de confiança, sob a justificativa de que tal
servidor possui as características pessoais ideais para o desempenho da função.
Imagine, porém, que, após algumas semanas da nomeação, venha a público a
informação de que a nomeação se deu com a principal finalidade de redistribuir a
outro servidor processo administrativo cuja responsabilidade incumbia à época da
nomeação ao servidor contemplado com a função de confiança. A respeito dessa
situação hipotética, é correto afirmar que se trata de caso de
a) excesso de poder, o qual se verifica quando o agente público exorbita as suas
competências, agindo de forma ilegal.
b) desvio de dever funcional, o qual se verifica quando o agente público deixa de
praticar ato de ofício, ou o retarda, com a finalidade exclusiva de gerar vantagem a
terceiro.
c) abuso de poder, o qual se verifica quando o agente público age de forma
arbitrária, assumindo atribuições impróprias para as suas funções.
d) desvio de finalidade, o qual se verifica quando o agente público, embora dentro
de sua competência, afasta-se da finalidade prevista na lei para a prática do ato.
e) exercício regular de direito, o qual independe de motivação para a sua validade,
não
3 podendo ser anulado.
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(CESPE / PGM-FORTALEZA-CE / 2017) Com relação a processo
administrativo, poderes da administração e serviços públicos, julgue o
item subsecutivo.
Situação hipotética: Um secretário municipal removeu determinado
assessor em razão de desentendimentos pessoais motivados por
ideologia partidária. Assertiva: Nessa situação, o secretário agiu com
abuso de poder, na modalidade excesso de poder, já que atos de
remoção de servidor não podem ter caráter punitivo.
Verdadeiro ou Falso

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