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Diagnóstico Imunológico:

Streptococos pyogenes, HIV e Sífilis.

São Luís- Ma
2021
Streptococos pyogenes

CARACTERÍSTICAS
GERAIS
IMUNOENSAIOS E INFECÇÕES
BACTERIANAS
Regra geral de diagnóstico: microscopia, cultura e
provas bioquímicas.
Gold Standart – isolamento, identificação e realização
do antibiograma
• Limitações de cultivo
Cultura • Tempo de cultivo

• Especificidade ( sub-espécies)
Dificuldades Bioquímica • Tempo

• Não haver crescimento


Antibiograma
IMUNOENSAIOS E INFECÇÕES
BACTERIANAS
Ensaios

Aglutinação Iminoenzimaticos Biologia


direta de captura molecular
-ELISA -PCR
STREPTOCOCOS B- HEMOLÍTICOS DO
GRUPO A
Streptococos pyogenes- importante grupo de cocos
Gram positivos dispostos em cadeia causadores de
infecções piogênicas.
STREPTOCOCOS B- HEMOLÍTICOS DO
GRUPO A
Streptococos pyogenes
Estrutura Definição
Protege contra fagocitose
Cápsula e reconhecimento do
sistema imune;
Parede ext. Aderência da bactéria ao
Proteína M, meio, inibem a 
T ou R fagocitose e degradam o
factor C3b do sistema
do complemento.
Estreptolisi- Destroem as membranas
na O de eritrócitos e outras
células
DNAses Destroem o DNA, um
componente importante
no pus.
STREPTOCOCOS B- HEMOLÍTICOS DO
GRUPO A
Streptococos pyogenes do grupo A:

Fator de Infecções
Um dos Habita
Virulência: não
principais microbiota
enzimas tratadas:
causadores normal da
tóxicas GNDA e
de DTR pele.
(SLO) FRA.
STREPTOCOCOS B- HEMOLÍTICOS DO
GRUPO A
FEBRE REUMÁTICA

• Complicação não supurativa da


faringoamigdalite causada pelo
estreptococo beta-hemolítico do grupo
A e decorre de resposta imune tardia a
esta infecção em populações
geneticamente predispostas.
• Manifesta-se por volta de 7 a 15 dias
depois de um episódio infeccioso de
faringoamidalite com febre.
• Em países em desenvolvimento, estima-
se que a FR afete cerca de 20 milhões
de pessoas, com pico de incidência
entre 5 e 15 anos. Sua incidência varia
em função da idade do indivíduo, das
condições socioeconômicas, dos fatores
ambientais e da qualidade dos serviços
STREPTOCOCOS B- HEMOLÍTICOS DO
GRUPO A
GLOMERULONEFRITE DIFUSA AGUDA

• Ligação de antígenos no tecido glomerular renal-deposição de imunocomplexos e


ativação do complemento -processo inflamatório agudo -diminuição da filtração
glomerular –oligúria -retenção de Na+ e água -edema + hipertensão arterial +
congestão

• Epidemiologia: 97% em países em desenvolvimento. 50 a 90% dos casos ocorrem


em crianças (2-6 anos ). A freqüência da doença tem diminuído nas últimas décadas.

• 1 ‐ 3 semanas após faringite ou 3‐6 semanas após infecção cutânea por


estreptoccocus beta ‐ hemolítico do grupo A.

• Hematúria, proteinúria, edema, hipertensão e elevação da creatinina sérica.

• Apenas 25% dos pacientes terão culturas de pele ou orofaringe positivas (GNDA
apresenta‐se semanas após quadro infeccioso.
Streptococos pyogenes

DIAGNÓSTICO
IMUNOLÓGICO
STREPTOCOCOS B- HEMOLÍTICOS DO
GRUPO A
Métodos diagnósticos e Marcadores (detecção de
ag)
Métodos de aglutinação: Diagnóstico
(Agludinação indireta em látex)

Método imunoenzimáticos ou imunocaptura: superior a


90% em relação a cultura.
STREPTOCOCOS B- HEMOLÍTICOS DO
GRUPO A
Métodos diagnósticos e Marcadores (detecção de ac)
 Todd (1932) Ensaios de inibição por hemólise- Método
semi- quantitativo

Níveis de ASLO: marcador de acompanhamento (SLO):


específica para S.pyogenes do grupo A

Cuidados: Lipídeos e contaminantes bacterianos –


eliminação de interferentes e Jejum de 12 horas.
Introdução de agentes redutores.
STREPTOCOCOS B- HEMOLÍTICOS DO
GRUPO A
Métodos atuais de detecção da ASLO

 Nefelometria: técnica
laboratorial analítica quantitativa
baseada na interação da radiação
eletromagnética com partículas em
suspensão. Mensura a dispersão da luz
por imunocomplexos em solução. A
dispersão da luz em ângulos é a medida
da concentração

 Turbidimetria: Mensura a turbidez de


uma solução contendo
imunocomplexos, Redução da
intensidade de luz

Vantagem:
não necessita introduzir agentes redutores
STREPTOCOCOS B- HEMOLÍTICOS DO
GRUPO A
Teste de detecção de Ac para outras enzimas

Anti DNAse B: Piodermites ( níveis de ASLO)

Anti- ialuronidase e anti- estreptoquinase: FRA e GNDA, aumentam


a sensibilidade.

Não são facilmente obtidos no mercado

Diagnóstico diferencial das artrites e FRA


Tríade: ASLO, PCR e fator reumatóide nos primeiros exames de
triagem.
STREPTOCOCOS B- HEMOLÍTICOS
DO GRUPO A
MHM, 7 anos
Queixa principal manchas no corpo há 3 meses,
persistiu com febre e edema em tornozelo direito, após
um mês foi diagnosticado “sopro” cardíaco. Solicitado
PCR e ecocardiograma.
Amigdalites de repetição, tratadas com amoxicilinas e
analgésicos.
 ASLO: 1090 UI/ ml mais exames complementares.
Prescrição de penicilina benzatina e encaminhado para
atendimento ambulatorial.
HIV

CARACTERÍSTICAS
GERAIS
CARACTERÍSTICAS
GERAIS
•HIV é um retrovírus: subfamília dos Lentiviridae;
• Propriedades comuns:

Período de incubação prolongado


• Infecção de células do sangue e sistema nervoso

Supressão do Sistema Imune


• Alojam seu DNA nas células atacadas
Genes nas células alvo com maior margem
de erro
CICLO VIRAL DO HIV

Cópia Replicaçã Novos


Ataque
dos genes o vírus
EPIDEMIOLOGIA, SINTOMAS E TRANSMISSÃO

Epidemiologia Transmissão Sintomas


• AIDS; • Contato íntimo sem • A fase assintomática
• Viral, infecto- preservativo com pode durar entre oito a
indivíduo portador do dez anos.
contagiosa; • No primeiro mês de
• Grande relevância vírus HIV;
contaminação: febre, mal
para a saúde pública • Agulhas, seringas ou estar e dor de garganta,
no Brasil; instrumentos que tendem a
perfurantes desaparecer em 14 dias
contaminados com o • Em aproximadamente 10
vírus HIV; anos surgem os principais
• Transmissão do vírus sintomas da AIDS:
HIV da mãe para o Sapinho, candidíase
genital, manchas
filho, durante a avermelhadas na pele,
gravidez, parto ou diarréia persistente e
amamentação. emagrecimento.

HIV x AIDS
HIV
DIAGNÓSTICO
IMUNOLÓGICO
PERFIL DOS MARCADORES DA INFECÇÃO POR HIV

• Testes moleculares de detecção do RNA do HIV


• Detecção do antígeno p24
Janela
• Os anticorpos não são detectados;
diagnóstica • Fase aguda

• Início da detecção dos anticorpos anti-HIV


• Anticorpos contra vários antígenos virais são detectados por anos
• O RNA viral é encontrado em níveis séricos relativamente estáveis
Soroconversão • Lento declínio do número de cópias do LT CD4+
• Fase crônica

• Manifestações clínicas da imunodeficiência celular T


• Marcada laboratorialmente por contagem de LT CD4+
AIDS • de cópias do RNA do HIV
TESTES DE DETECÇÃO DE ANTICORPOS
• Detectar o HIV: o teste rápido e a sorologia tradicional.
•As técnicas mais freqüentemente utilizadas para pesquisa de anticorpos anti-HIV são:
Teste imunoenzimático (Enzyme Linked Immunosorbent
Assay-ELISA)

Fluorimetria

Quimioluminescência

Radioimunoprecipitação (Radio Immunoprecitation Assay-


RIPA),

Imunofluorescência indireta (IF),

Western-Blot (WB)

Testes rápidos: imunocromatografia


ETAPA I: TESTE E PRINCÍPIO

http://www.callisto.si.usherb.ca:8080/iml302/images/e
lisa3.jpg
Em individuos com mais de 2 anos os testes visam detectar anticorpos anti-HIV.
Para menores de 2 anos, considerando a possibilidade de anticorpos maternos, os
testes
visam a deteccao do RNA, DNA viral ou cultura do virus positiva.
HIV
DIAGNÓSTICO
IMUNOLÓGICO
ETAPA II: TESTES E PRINCÍPIOS
Western Blot- WB – Padrão Ouro

1. Vírus purificado sofre ruptura SDS


2. Fracionamento de Proteínas Específicas (Eletroforese)
3. Proteínas separadas e eletrotransferidas (Nitrocelulose)
4. Incubação das tiras com a amostra ou controle
ETAPA II: TESTES E PRINCÍPIOS
Segundo a Portaria nº 151/2009

 Amostra negativa: ausência de reatividade


(bandas), com qualquer proteína viral utilizada no
ensaio;
 Amostra positiva: reatividade (bandas), em pelo
menos duas das seguintes proteínas: p24; gp41;
gp120/gp160;
 Amostra indeterminada: qualquer padrão de
reatividade diferente do item anterior.
ETAPA II: TESTES E PRINCÍPIOS
Imunoblot Rápido- IBR

Amostra TR1 reagente;


Imunocromatografia
Combinação de Ags de
HIV-1 e HIV-2 ligados a
uma membrana.
POSITIVO:Presença da
linha controle da reação e
de duas ou mais linhas
Leitura 15 a 20 minutos
depois do tampão.
ETAPA II: TESTES E PRINCÍPIOS
Imunofluorescência Indireta (IFI)

•Desvantagens
INTERPRETAÇÃO DOS
RESULTADOS
Resultado não reagente, no teste da Etapa I,
será definida como: "Amostra Não Reagente
para HIV ”
Resultado não reagente, no teste da Etapa I e
reagente na Etapa II “Amostra Reagente
para HIV”
Resultado reagente nas Etapas I e II
“Amostra Reagente para HIV”
Indeterminado Etapa I, 2ª amostra\
ACOMPANHAMENTO CLÍNICO
Contagem de linfócitos T CD4+
Citometria de Fluxo:
1. Suspensão de células que
passam por um bocal,
formando um fluxo
2. Luz incidente sofre dispersão
ao passar pela célula
3. Espalhamento de baixo â –
tamanho (FS)
4. Espalhamento 90º - estrutura
interna (SS)
ACOMPANHAMENTO CLÍNICO
Contagem de células LT CD4+ ( cel/mm3)
Entre 500 e 1200 Pessoas soronegativas

> 350 O TARV ainda não é


recomendado
<350 TARV recomendado

< 200 TARV recomendado pelo risco


de infecções

Disponível em:
http://www.aidsmap.com/v634746746020000000/file/1004177/CD4_and_viral_
load_Portuguese.pdf
ACOMPANHAMENTO CLÍNICO
Carga Viral- Quantificação de RNA viral
PCR – Amplificação
de RNA viral
Avaliar a progressão
da doença
Indicar o início de
terapia
Determinar a
eficácia dos
antiretrovirais.
TESTES RÁPIDOS PARA DIAGNÓSTICO DA INFECÇÃO
PELO
HIV

•Sistema de revelação visual, dispensa


Revelação em cerca de trinta
o uso de equipamento laboratorial,
minutos, permitindo análise de sangue,
implantação de estudos em regiões sem
saliva ou urina.
facilidades laboratoriais.
Empregam, geralmente, antígenos
•Geralmente, tem sensibilidade e
virais fixados a um suporte sólido, como especificidade inferiores ao ELISA
membranas de celulose ou nylon, látex, convencionais.

micropartículas, ou cartelas plásticas.


Treponema pallidum

CARACTERÍSTICAS GERAIS
 Bactéria patogênica formato de espiral
 Isolada de LCR em 1912 cepa de Nichols
 Natureza fasticiosa e lento crescimento
 Microaerofila
 Não pode ser mantido em cultura celular epitelial
 Patogenia apenas ‘’in vivo’’ não desenvolve todos os estágios
 Causar sífilis - DST
 Em 2003 843.300 casos no Brasil
 Só a sífilis congênita é de notificação compulsória
 Sífilis congênita principal morte neonatal e perinatal em países
em desenvolvimento
 Transmissão:
• Contato direto (pele, mucosa, tecido integro ou lesado)
• Principalmente contato sexual
• Via sanguínea (fase de disseminação)
• Infecção perinatal (contato sangue infectado no parto)
• Leite materno (menos possível)
• Transplacentária
 Ulceração indolor, não puriginosa, bordas endurecidas,
linfadenopatia regional
 Mulheres são portadoras assintomáticas
 Homens cicatrização espontânea erronia interpretação de cura
 Fácil diagnostico e tratamento: penicilina (não á resistência
descrita)
Sífilis primária

 Após período de incubação 10 a 90 dias


 Multiplicação preferencial ocorre no local de
inoculação
 Proliferação e infiltração celular: cancro primário
 Cancro pode não ser identificado
 Indolor cura espontânea
 Disseminação fraca
 Anticorpos detectáveis
 Isolamento e identificação do exsudato da lesão em
microscopia => elevada sensibilidade
Sífilis secundária
 Disseminação em tecidos e órgãos
 Lesões generalizadas
 Diagnostico clinico dermatológico pode identificar
 Lesão cicatrizam espontaneamente
 cefaleia, artralgia, febre e linfadenopatia, meningite e
anorexia.
 Complicações: síndrome nefrotica por deposição de
imunocomplexos
 Altamente infectante
 Isolados de lesão, LCR, sangue e leite materno
 IgM e IgG elevados
Sífilis latente

 Precoce:
• Ausência de sintomas
• Anticorpos elevadíssimos
• Muito infectante
 Tardia:
• Invade sistema nervoso central e tecidos vasculares
• Diminui eficiência do tratamento
• Fase maioria dos casos é diagnosticada
Sífilis terciária

 Imunidade protetora parcial


 Menos infectante
 Comprometem todos os órgãos- fase destrutiva
 Lesões granulomatosas pele, ossos e visceras
 Aneurisma grave e vasculite
 Neurossífilis: Demência, psicose, distúrbios
neurológico, AVC e meningite
 Doenças cardiovasculares
 Pacientes imunocomprometidos
Sífilis congênita

 Disseminação hematogênica
 Via transplacentária
 Qualquer fase gestacional ou estagio clinico
 Fase secundaria ou latente de 70% a 100%
 40% evoluem para a morte fetal
 Manifestações precoce ou tardia
 Malformação óssea e de cartilagem
 Dificuldade de isolar a bactéria
Treponema pallidum

DIAGNÓSTICO
LABORATORIAL
Microbiologia
 Método direto:
1. Material de lesão (assepsia e escarificação)
2. Coloração de Giemsa, prata ou china
3. Microscopia de campo escuro
4. Movimento da bactéria diferencia de outros treponemas
5. Sensibilidade de 80% pessoal bem treinado
Histologia
 Cortes utilizando anticorpos específicos marcados com
fluorescência
 Elevada sensibilidade
Biologia molecular
 Não disponível para rotina
Treponema pallidum

DIAGNÓSTICO
IMUNOLÓGICO
 Diagnostico de escolha
 Detecção de anticorpos
 Dificuldade de diagnostico microbiológico
 Não possível fazer cultura do
microrganismo
 Dolorosa coleta para microscopia
 Treponemicos (qualitativo)
 Não treponemicos (qualitativo e
quantitativo)
 Triagem não treponemicos
 Confirmatório treponemicos
V.D.R.L.
 Floculação
 Suspensão de cardiolipina
 Qualitativa e quantitativa
 Fenômeno de pro-zona
 Microscopia
 Sensíveis e barato
 Limitações: hepatite, malaria,
pneumonias virais,
Imunofluorescência indireta (FTA-abs)

 Absorção ou bloqueio de
anticorpos não especifico
 Alta sensibilidade e
especificidade
 Confirmatório
 Pesquisar IgM e IgG
Hemaglutinação indireta

 Hemácias de aves
 Solução estabilizadora
 Custo reduzido
 Sensibilidade
Semelhante FTA-abs
ELISA

 Antígeno proteicos
 Proteínas recombinantes
 Pesquisar IgM e IgG
 Alta sensibilidade e
especificidade
Western Blotting
 Alta especificidade e sensibilidade
 Sensibilidade semelhante FTA-abs
 Pesquisa de IgG
 Componente proteico TpN15,
TpN17 eTpN47
REFERÊNCIAS
LEMOS, EA. Industrialização e avaliação do método de Western blotting-WB-Tp-IgG-
como confirmatório na sorologia para sífilis [Dissertação]. São Paulo: Universidade de São
Paulo, 2007.
BRASIL. Ministério da Saúde. Sífilis: estratégias para diagnostico no Brasil. Brasília. 2010
OBRIGADA!!

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