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Termodinâmica

2ª Lei da termodinâmica

Prof. Airton Portugal


Veja o vídeo

Pense um pouco e
responda...

Isso é possível?
A reversibilidade

 Existem fenômenos cujos eventos acontecem numa


ordem direta ou inversa, não nos permitindo saber
aquele que aconteceu antes ou depois.

 Tais fenômenos são chamados de reversíveis.


A irreversibilidade
 Porém, na vida real, todos os fenômenos espontâneos
ou naturais são irreversíveis.
“A natureza só admite uma sequência para o transcurso
dos acontecimentos. Em todos há uma espécie de
orientação que indica o sentido do transcorrer do tempo”
(Alberto Gaspar)

Um copo com água gelada (10°C) colocado sobre a mesa, à temperatura


ambiente (25°C), espontaneamente, receberá sempre calor do ambiente
elevando sua temperatura, nunca o contrário.

Segunda Lei da Termodinâmica.


2ª Lei da Termodinâmica

Enunciado de Clausius:

O calor não pode fluir, de forma espontânea, de um corpo


de temperatura menor, para um outro corpo de
temperatura mais alta.

Tendo como consequência que o sentido natural do fluxo de


calor é da temperatura mais alta para a mais baixa, e que
para que o fluxo seja inverso é necessário que um agente
externo realize um trabalho sobre este sistema.
2ª Lei da Termodinâmica

 Os fenômenos naturais são irreversíveis porque o calor gerado


por eles nunca pode ser inteiramente reaproveitado em outra
forma de energia.
 Enunciado de Kelvin-Planck:

Nenhuma máquina térmica operando em ciclos


pode retirar calor de uma fonte e transformá-lo
integralmente em trabalho.

 Este enunciado implica que, não é possível que um dispositivo


térmico tenha um rendimento de 100%, ou seja, por menor que
seja, sempre há uma quantidade de calor que não se transforma
em trabalho efetivo.
100% de rendimento
• É impossível converter
(em um ciclo) todo o
calor de trabalho útil
• Ciclos não são 100%
eficientes
• Sempre existem algumas
imperfeições devido a
Desperdício “irreversibilidades”
de energia

Cada máquina térmica


deve desperdiçar alguma
energia transferindo-a para
um reservatório de baixa
temperatura a fim de
completar o ciclo, mesmo
sob condições ideais.
Máquinas térmicas

As máquinas térmicas foram os primeiros dispositivos mecânicos a serem


utilizados em larga escala na indústria, por volta do século XVIII.
Na forma mais primitiva, era usado o aquecimento para transformar água
em vapor, capaz de movimentar um pistão, que por sua vez, movimentava
um eixo que tornava a energia mecânica utilizável para as indústrias da
época.

Locomotiva 2-8-0 de vapor superaquecido. E. F. Central do Brasil.


Máquinas térmicas

“Todo dispositivo que, operando em ciclos, retira


calor de uma fonte quente, realiza trabalho e
cede o restante do calor para uma fonte fria”

Locomotiva 2-8-0 de vapor superaquecido. E. F. Central do Brasil.


Máquinas térmicas
Fonte
 São sistemas que realizam a conversão de Quente
calor ou energia térmica em trabalho Q1
mecânico.

 Princípio da conservação da
energia: W Trabalho
realizado
Máquina

Q1 = Q2 + W → W = Q1 - Q2 Fonte Fria
Q2
Máquinas térmicas

 Características:
• Eles recebem calor de uma fonte a alta temperatura (energia solar,
forno a óleo, reator nuclear, etc.)
• Convertem parte desse calor em trabalho (geralmente girando em
eixo)
• Rejeitam o calor remanescente em um sumidouro de calor a
temperaturas baixas (atmosfera, rios, etc.)
• Operam em ciclos
Turbinas à Usina
Barco à vapor Motor à gasolina querosene Termonuclear
Máquinas térmicas

 Tente identificar, na máquina térmica ilustrada, a:


Corresponde ao movimento
 Fonte quente (Q1) do pistão para cima,devido
 Trabalho realizado (W) à expansão do vapor de
água.
 Fonte fria (Q2)
Trabalho
Fonte Fria – Q2 realizado
Com a abertura da válvula,
água fria é liberada dentro Corresponde ao
do cilindro fazendo o vapor aquecimento da água em
condensar (resfriamento). uma caldeira, fazendo-a
vaporizar.

Fonte Quente – Q1
Rendimento de uma máquina térmica

 O rendimento de uma máquina é definido


pelo percentual de calor transformado em
trabalho.
 Como o trabalho pode ser definido por W = Q1 – Q2 ,
então...

 Perceba que o rendimento de 100% (=1) contraria a


segunda lei da Termodinâmica:
=1  W = Q1  Q2 = 0
Exemplo 1

A figura representa o esquema de funcionamento de uma máquina a


vapor que se assemelha à de Watt.

a) Explique as etapas correspondentes à transformações sofridas pelo


vapor.
b) Identifique as fontes quente e fria e a etapa de realização de trabalho.
Nessa máquina, o que significam Q1, Q2 e W?
Exemplo 2

Uma máquina térmica funciona recebendo, em cada ciclo da


substância trabalhante, 200 calorias da fonte quente e
rejeitanto 160 calorias para a fonte fria. Supondo que a
máquina realize os ciclos com a frequência de 8 hertz,
determine:
a) o trabalho útil obtido dessa máquina em cada ciclo (adote
1 cal = 4,18 J);
b) o rendimento da máquina térmica em questão;

c) a potência útil dessa máquina.


Exemplo 3

Em uma máquina térmica são fornecidos 3kJ de calor pela


fonte quente para o início do ciclo e 780J passam para a fonte
fria.
a) Qual o trabalho realizado pela máquina, se considerarmos
que toda a energia que não é transformada em calor passa
a realizar trabalho?
b) Qual o rendimento da máquina térmica?
O ciclo de Carnot

Até meados do século XIX, acreditava-se ser possível a


construção de uma máquina térmica ideal, que seria
capaz de transformar toda a energia fornecida em
trabalho, obtendo um rendimento total (100%).

Para demonstrar que não seria possível, o engenheiro


francês Nicolas Carnot (1796-1832) propôs uma
máquina térmica teórica que se comportava como uma
máquina de rendimento total, estabelecendo um ciclo
Nicolas Carnot de rendimento máximo, que mais tarde passou a ser
(1796-1832)
chamado Ciclo de Carnot.
 Carnot mostrou que quanto maior a temperatura da fonte quente,
maior seria seu rendimento para uma substância que se comportasse
como um gás ideal.
O ciclo de Carnot

 A constituição do ciclo: duas transformações isotérmicas


alternadas com duas transformações adiabáticas.
 Expansão isotérmica AB onde o gás retira energia térmica da fonte
quente;
 Expansão adiabática BC onde o gás não troca calor;
 Compressão isotérmica CD onde o gás rejeita energia térmica para a
fonte fria;
 Compressão adiabática DA onde o gás não troca calor.
O ciclo de Carnot

 As máquinas térmicas que utilizam esse tipo de ciclo são


consideradas máquinas térmicas ideais.
 Isso acontece porque seu rendimento é o maior dentre as
demais máquinas e chega próximo a 100%.
 O teorema de Carnot divide-se em duas partes:
I. a máquina de Carnot (todas aquelas que operam segundo o ciclo
de Carnot) tem rendimento maior que qualquer outro tipo de
máquina, operando entre as mesmas fontes (mesmas
temperaturas);
II. todas as máquinas de Carnot tem o mesmo rendimento, desde
que operem com as mesmas fontes (mesmas temperaturas).
O ciclo de Carnot

 Em particular a este ciclo foi demonstrado que as


quantidades de calor trocadas com as fontes são
proporcionais às respectivas temperaturas absolutas.
  𝟐∨
¿𝑸 ¿ ¿
𝑻𝟐
¿𝑸𝟏∨¿= ¿
𝑻𝟏

 O rendimento para uma máquina térmica que opera


segundo o ciclo de Carnot temos que:
  𝑾 𝑸𝟐 𝑻𝟐
𝜼= 𝜼 =𝟏 − 𝜼 =𝟏 −
𝑸𝟏 𝑸𝟏 𝑻𝟏
Exemplo 4

Uma máquina térmica funciona realizando o ciclo de Carnot,


entre as temperaturas de 27 °C e 227 °C. Em cada ciclo, são
obtidos 100 joules de trabalho útil da máquina. Sabendo que
a máquina realiza os ciclos com a frequência de 20 hertz,
determine:
a) seu rendimento;
b) a quantidade de calor recebida da fonte quente por ciclo;
c) a quantidade de calor rejeitada para a fonte fria por ciclo;
d) sua potência útil.
Exemplo 5

Uma máquina que opera em ciclo de Carnot tem a


temperatura de sua fonte quente igual a 330°C e fonte fria à
10°C. Qual é o rendimento dessa máquina?
Máquinas térmicas reversas (frigorífica)

 A máquina frigorífica tem a função de


transferir calor de um local em menor
temperatura para outro, de
temperatura mais elevada.

 Como exemplo, temos a geladeira, uma


máquina que retira calor de seu interior
(fonte fria) e despeja numa fonte quente Imagem: M.Minderhoud / GNU Free
Documentation License.

através de um trabalho executado por um


compressor.
Máquinas térmicas reversas (frigorífica)

 Assim, num refrigerador temos que:

Fonte Quente Q1

Refrigera
Trabalho (W)
dor Imagem: M.Minderhoud / GNU Free
Documentation License.

Fonte Fria Q2
O compressor envia o gás
liquefeito (condensado) Ao longo da tubulação do
comprimido por uma tubulação evaporador, o calor flui
(serpentina) de pequeno do interior da geladeira
diâmetro localizada na parte para o gás, que retornará
traseira do refrigerador. ao compressor.

Na unidade de evaporação, Então, podemos representar


localizada no congelador e esquematicamente o trabalho
painéis de resfriamento, o (W), o calor lançado na fonte
gás passa a uma tubulação Imagem: SEE-PE, redesenhado a
partir de imagem de Autor
quente (Q1) e o calor retirado
de maior diâmetro e Desconhecido.
da fonte fria (Q2).
expande-se rapidamente, w
evaporando num processo
adiabático, o que provoca
seu resfriamento.

Q1 Q2
Eficiência de uma máquina frigorífica

 A eficiência (ε) corresponde ao coeficiente obtido pela razão entre o


calor retirado da fonte fria (Q1) e o trabalho realizado (W) pelo
compressor em cada ciclo

Ou, se considerarmos que W = Q1 – Q2, então:

 Se um refrigerador opera em ciclos de Carnot, então sua eficiência será


calculada por...
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