A divisão social do trabalho sempre existiu de forma inicialmente casual pela divisão sexual. Para Durkheim, a sociedade deve ser vista como um sistema organizado e a divisão social do trabalho relaciona-se mais com uma espécie de moral de solidariedade do que com o fator econômico. A divisão social do trabalho torna-se mais complexa à medida que a sociedade também se torna mais complexa.
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Título original
FUNDAMENTOS DO TRABALHO _ DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO
A divisão social do trabalho sempre existiu de forma inicialmente casual pela divisão sexual. Para Durkheim, a sociedade deve ser vista como um sistema organizado e a divisão social do trabalho relaciona-se mais com uma espécie de moral de solidariedade do que com o fator econômico. A divisão social do trabalho torna-se mais complexa à medida que a sociedade também se torna mais complexa.
A divisão social do trabalho sempre existiu de forma inicialmente casual pela divisão sexual. Para Durkheim, a sociedade deve ser vista como um sistema organizado e a divisão social do trabalho relaciona-se mais com uma espécie de moral de solidariedade do que com o fator econômico. A divisão social do trabalho torna-se mais complexa à medida que a sociedade também se torna mais complexa.
Profa. Leila Rosa UMA VISÃO SOCIOLÓGICA SOCIOLOGIA DO TRABALHO.
A divisão do trabalho sempre existiu. Inicialmente, dava-se ao acaso, pela divisão
sexual. Para o sociólogo Émile Dürkheim (1858-1917), a sociedade deveria ser vista como um sistema organizado. A divisão social do trabalho relaciona-se mais com uma espécie de moral – solidariedade, que com o fator econômico. Como em um organismo social, o trabalho é responsável pela harmonia, saúde do corpo. A D.S.T torna-se complexa, a medida que a sociedade também se torna mais complexa. “...a divisão social do trabalho é algo positivo: ela propicia o advento da solidariedade entre as pessoas conforme os conceitos de solidariedade mecânica e orgânica contidos em sua teoria.” Solidariedade mecânica é característica das sociedades ditas “primitivas” ou “arcaicas”, ou seja, em agrupamentos humanos de tipo tribal formado por clãs. Solidariedade orgânica que é a do tipo que predomina nas sociedades ditas “modernas” ou” complexas” do ponto de vista da maior diferenciação individual e social (o conceito deve ser aplicado às sociedades capitalistas). • Segundo Karl Marx (1818-1883), o trabalho consiste uma dimensão fundamental da existência humana, referiu-se a essa questão no seguintes termos: Sobre os componentes do trabalho são:
1) a atividade adequada a um fim, isto é o próprio trabalho;
2) a matéria a que se aplica o trabalho, o objeto de trabalho; 3) os meios de trabalho, o instrumental de trabalho. • Pressupomos o trabalho sob forma exclusivamente humana. Uma aranha executa operações semelhantes às do tecelão, e a abelha supera mais de um arquiteto ao construir sua colméia. Mas o que distingue o pior arquiteto da melhor abelha é que ele figura na mente sua construção antes de transformá-la em realidade. No fim do processo do trabalho aparece um resultado que já existia antes idealmente na imaginação do trabalhador. Ele não transforma apenas o material sobre o qual opera; ele imprime ao material o projeto que tinha conscientemente em mira, o qual constitui a lei determinante do seu modo de operar e ao qual tem de subordinar sua vontade. E essa subordinação não é um ato fortuito. Além do esforço dos órgãos que trabalham, é mister a vontade adequada que se manifesta através da atenção durante todo o curso do trabalho. MARX, Karl (O Capital). HANNAH ARENDT(1906-1975) LABOR; TRABALHO E AÇÃO A condição de ser humano se desdobra em dois planos: aquele onde as ações têm como intuito a preservação da espécie e aquele onde as ações dizem respeito à individualidade de cada ser. O labor: classe de atividades diretamente relacionadas à manutenção da sobrevivência e que se esgotam na própria atividade. Trata-se do animal laborans Já o trabalho, o homem produz coisas duráveis, permanentes, tornando a vida menos árdua – tecnologia. Trata-se da condição homo faber “construtor do mundo.” Crítica à perspectiva marxista: “dentro de algumas décadas provavelmente esvaziará as fábricas e libertará a humanidade do seu fardo mais antigo e mais natural, o fardo do trabalho e da sujeição à necessidade”. (...) “A era moderna trouxe consigo a glorificação teórica do trabalho, e resultou na transformação efetiva de toda a sociedade em uma sociedade operária. (...) A sociedade que está para ser libertada dos grilhões do trabalho é uma sociedade de trabalhadores, uma sociedade que já não conhece aquelas outras atividades superiores e mais importantes em benefício das quais valeria a pena conquistar essa liberdade.” (Arendt, 1997: 13). A terceira categoria consiste na ação. A ação visa um fim em si mesmo. • Arendt diferencia de Marx, quando assegura que o ser humano ultrapassa a animalidade distanciando-se da esfera econômica, enquanto Marx afirma que o ser humano só pode se constituir como tal, bases e relações econômicas. • Para Arendt o trabalho está dissociado ao labor e à ação, Marx não advoga essa possibilidade. Mito de Sísifo O mito de Sísifo, considerado o mortal mais astuto de sua época, narra a história deste homem (o primeiro rei de Corinto) que ficou conhecido como um dos maiores ofensores dos deuses gregos. De acordo com a lenda, após desrespeitar as ordens de Zeus, deus dos deuses, este mandou Tânato, o deus da morte, levar Sísifo para o Tártaro – terra dos mortos do mundo inferior que era reinado por Hades. Sísifo, no entanto, enganou Tânato, elogiando sua beleza e oferecendo-lhe um colar. Este colar era na realidade uma coleira, fazendo com que Sísifo conseguisse manter a morte como sua prisioneira. Assim, durante este tempo, nenhuma pessoa na Terra podia morrer. Hades, ao descobrir o ato de Sísifo, ficou muito irado e libertou Tânato, ordenando que este levasse o rei de Albert Camus Corinto imediatamente para o mundo dos mortos. (1913-1960) Ao se despedir de sua esposa antes de ir para a terra dos mortos, Sísifo pediu-lhe para que não enterrasse o seu corpo, pois tinha um plano. Ao chegar ao Tártaro, o esperto rei suplicou para que Hades deixasse ele voltar ao mundo dos vivos, alegando que a sua esposa ainda não tinha enterrado o seu corpo e precisava pedir para que ela fizesse isso rapidamente. Hades acabou por conceder o desejo de Sísifo e permitiu que ele voltasse ao mundo dos vivos por um dia. Porém, o rei enganou a morte pela segunda vez e fugiu com a sua esposa. Por fim, Zeus conseguiu capturá-lo e, por ter enganado e despertado a ira dos deuses, foi condenado a passar a eternidade empurrando uma pedra até o cume de uma montanha. No entanto, sempre que a pedra estava prestes a chegar ao seu objetivo, rolava montanha abaixo e Sísifo tinha que voltar a executar o trabalho todo novamente. A partir deste episódio, atualmente, quando alguém diz que tem um "trabalho de Sísifo" é porque possui uma tarefa impossível ou interminável para cumprir. A REVOLTA DE SÍSIFO
“Os deuses condenaram Sísifo a rolar incessantemente uma rocha até o alto de
uma montanha, de onde tornava a cair por seu próprio peso. Pensaram, com certa razão, que não há castigo mais terrível que o trabalho inútil e sem esperança.” Mas Sísifo é audacioso. Destemido. Fez de sua vida uma existência autêntica, sem nostalgia. Sísifo é o herói absurdo. Tanto por causa de suas paixões como por seu tormento. Esse mito só é trágico porque seu herói é consciente. “Sísifo, proletário dos deuses, impotente e revoltado, conhece toda a extensão de sua miserável condição: pensa nela durante a descida. A clarividência que deveria ser o seu tormento consuma, ao mesmo tempo, sua vitória. Não há destino que não possa ser superado com o desprezo.” Mas... Sísifo desce a montanha, sente o vento bater em seu rosto, o sol já próximo do horizonte preenche a ilha deserta de tons alaranjados. A pedra parece tão pequena de longe. Cada descida é a experimentação de uma nova maneira de sentir. Descer a montanha é ter um bom encontro com as forças da gravidade, é ser um pouco de vento. A boa disposição de si mesmo faz de Sísifo um criador. Ele já não é pedra. RECORTE DIVISÃO SOCIAL DO TRABALHO