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NR 35

TRABALHO EM ALTURA

INSTRUTORA: GEORGIA SOUZA


TÉCNICA EM SEGURANÇA DO TRABALHO
Conteúdo Programático

• Normas e regulamentos aplicáveis ao trabalho em altura;

• Análise de risco e condições impeditivas;

• Riscos potenciais inerentes ao trabalho em altura;

• Medidas de prevenção e controle;

• Sistemas, equipamentos e procedimentos de proteção coletiva;

• EPIs – Equipamentos de Proteção Individual, para trabalho em altura:


Seleção, inspeção, conservação e limitação de uso;

• Acidentes típicos em trabalhos em altura;

• Condutas em situações de emergência, incluindo noções de técnicas


de resgate e de primeiros socorros.
O que é a
NR 35?
• É uma Norma Regulamentadora do
Ministério do Trabalho que visa
garantir a saúde e segurança do
trabalhador.

• Ela estabelece os requisitos


mínimos e as medidas de proteção
para o trabalho em altura.
A NR 35 é uma Lei?
Não é uma Lei.
Mas precisa ser cumprida.

PORQUE??
Conceito de
Trabalho em
Altura
•Considera-se trabalho
em altura toda atividade
executada acima de 2
metros do nível inferior,
onde haja risco de queda.

•Ou também em espaços


confinados onde a
descida supere os 2
metros de profundidade.
Quem deve receber o
treinamento de trabalho em
altura?

Todos que estão envolvidos


direto ou indiretamente com a
atividade.
Qual a validade do certificado de treinamento de
NR 35?

O empregador deve realizar treinamento periódico bienal


e/ou sempre que ocorrer quaisquer das seguintes situações:

• Mudança nos procedimentos, condições ou operações de


trabalho;
• Evento que indique a necessidade
de novo treinamento;
• Quando do retorno de afastamento
ao trabalho por período superior a
noventa dias;
• Mudança de empresa.
Quais são as obrigações dos empregadores?

• Assegurar a realização da Análise de Risco - AR e, quando


aplicável, a emissão da Permissão de Trabalho – PT.

• Desenvolver procedimento operacional para as atividades


rotineiras de trabalho em altura;

• Assegurar a realização de avaliação prévia das condições


no local do trabalho em altura, pelo estudo, planejamento e
implementação das ações e medidas complementares de
segurança aplicáveis.

• Adotar as providências necessárias para acompanhar o


cumprimento das medidas de proteção estabelecidas nesta
Norma pelas empresas contratadas.
• Garantir que qualquer trabalho em altura só se inicie depois
de adotadas as medidas de proteção definidas nesta Norma.

• Assegurar a suspensão dos trabalhos em altura quando


verificar situação ou condição de risco não prevista, cuja
eliminação ou neutralização imediata não seja possível.

• Estabelecer uma sistemática de autorização dos


trabalhadores para trabalho em altura.

• Assegurar que todo trabalho em altura seja realizado sob


supervisão, cuja forma será definida pela análise de riscos
de acordo com as peculiaridades da atividade.

• Assegurar a organização e o arquivamento da


documentação prevista na Norma.
E quanto aos trabalhadores, há alguma obrigação?

•Cumprir as disposições legais e regulamentares sobre trabalho


em altura, inclusive os procedimentos expedidos pelo
empregador.

•Zelar pela sua segurança e saúde e a de outras pessoas que


possam ser afetadas por suas ações ou omissões no trabalho.

Em contrapartida, os trabalhadores dispõem do direito de


recusa, de interromper suas atividades sempre que
constatarem evidências de riscos graves e iminentes para sua
segurança e saúde ou a de outras pessoas, comunicando
imediatamente o fato a seu superior hierárquico, que
diligenciará as medidas cabíveis.
Porque Prevenir?
Trabalho em altura podem apresentar
diversos riscos à vida do trabalhador. A
queda de pessoas e de materiais é
uma das principais causas de mortes
no Brasil. Para o trabalhador, a
prevenção é a melhor forma de evitar
acidentes e garantir sua integridade
física. Já para a empresa, a prevenção
representa o cumprimento das leis,
produtividade, economia e
principalmente respeito à vida.
30% dos acidentes de trabalho
ocorridos ao ano são decorrentes
de quedas
96% dos acidentes de quedas em altura
são provenientes de falha humana (ato
inseguro).
Todo trabalho em altura deve ser realizado sob supervisão,
cuja forma será definida pela análise de risco de acordo com
as peculiaridades da atividade.

Todo trabalho em altura deve ser precedido de Análise de Risco:

• Local em que os serviços serão executados e seu entorno;

• Isolamento e a sinalização no entorno da área de trabalho;

• Estabelecimento dos sistemas e pontos de ancoragem;

• Condições meteorológicas adversas;

• Seleção, inspeção, forma de utilização e limitação de uso dos


sistemas de proteção coletiva e individual;
• Risco de queda de materiais e ferramentas;

• Trabalhos simultâneos que apresentem riscos específicos;


• Riscos adicionais;

• Condições impeditivas;

• Situações de emergência e o planejamento do resgate e


primeiros socorros, de forma a reduzir o tempo da suspensão
inerte do trabalhador;

• Necessidade de sistema de comunicação.


Condições impeditivas: situações que impedem a
realização ou continuidade do serviço que possam colocar
em risco a saúde ou a integridade física do trabalhador.
• Requisitos mínimos a serem atendidos
para a execução dos trabalhos em altura;

• Disposições e medidas estabelecidas na


Permissão Análise de Risco;

de • Relação de todos os envolvidos e suas


autorizações.
trabalho
Principais áreas com grande risco de queda

- coberturas - rampas silos / reservatórios - plataformas móveis - coletivo / individual

- torres / chaminés - galerias / tanques - pontes-rolantes / sacadas


Alguns Atos e Condições Inseguras mais Rotineiras
que Causam Acidentes de Quedas

- Rompimento de telhas ou pisos de baixa resistência;


- Tombamento de escadas e andaimes;
- Mal posicionamento de dispositivos de segurança;
- Não uso de equipamento de segurança;
- Mau súbito do funcionário;
- Calçado impregnado de óleo ou graxa;
- Içamento de materiais para cobertura;
- Ofuscamento da visão por reflexões solares;
- Inclinação da plataforma de trabalho;
- Desequilíbrio;
- Improvisações de todos os tipos.
Principais causa de acidentes

Ato Inseguro
Principais causa de acidentes

Condição Insegura
Como Prevenir?

A principal forma de prevenção


para trabalhos em altura se faz
com o uso correto de
equipamentos e treinamento
adequado para os trabalhadores e
envolvidos.
Instalação de Sistema de Proteção Coletiva - EPC

Guarda - Corpo
Rede de Proteção
DISPOSITIVOS MAIS UTILIZADOS PARA TRABALHO
EM ALTURA

ANDAIMES
• Os andaimes devem possuir estrado, rodapé e guarda-corpo;

• Os andaimes devem ser montados e desmontados por pessoa


qualificada;

• Devem ser ancorados à parte sólida da construção;

• Deve ser sólido, resistente e apresentar as garantias


necessárias para impedir a queda de pessoas e de materiais;

• Nunca utilize materiais de má qualidade ou tortos nos


andaimes;

• Antes da montagem e desmontagem de um andaime, verifique


para que as pessoas não se aproximem da zona de risco.
Isole a área.
• Nunca utilize um andaime fachadeiro que esteja estaiado
e contra ventado;

• A base do andaime deve estar apoiado em superfície


sólida. Por exemplo, ela deve ser estável e com completa
resistência à abrasão do sol;

• A base do andaime não deve ser apoiada sobre tijolos ou


blocos;

• Não exceda o peso máximo permitido. Lembre-se que


existe limite até mesmo para estruturas metálicas;

• O piso deve ser material de boa qualidade, sem


rachadura ou deformidades e não deve estar pintados.
CADEIRA
SUSPENSA
• É obrigatório o uso de cinto de segurança tipo
paraquedista com talabarte duplo, preso em trava
quedas;

• Não utilize cadeiras improvisadas;

• Cabo de segurança fixado na estrutura independente


do cabo da cadeirinha;

• Ao entrar ou sair da cadeira o cinto deve estar sempre


conectado.
ESCADAS
Verifique sempre o estado de conservação das escadas
Se certifique que as extremidades possuem os
dispositivos antiderrapantes
A distância da base da escada deve ficar afastada da parede um
quarto (1/4) do seu comprimento.
É aconselhável a imobilização da parte superior da escada por
meio de uma corda sempre que a sua estabilidade não esteja
garantida.
A escada deve ultrapassar em 1m o plano de trabalho.
Nas escadas extensíveis
deve garantir-se 1m de
sobreposição.
A escada deve ser pousadas sobre uma superfície
plana, seca e estável.
• Suba ou desca de frente para a escada;

• Não suba escadas carregando cargas manuais. Para


esse fim use algum meio de transporte apropriado;

• Não esqueça que o cinto é obrigatório em trabalhos


acima de 2 metros.
• Nunca coloque escadas em frente a abertura de
portas;
E jamais faça
gambiarras nas
escadas!
BALANCIM SUSPENSO
• Deve ter catraca dupla;

• Guarda-corpo e rodapé;

• Tem que ser sustentado com cabos de aço;

• Quando não estiver em uso deve ficar travado na


estrutura;

• O cabo guia do cinto de segurança deve ser independente


do cabo do balancim.
PLATAFORMA ELEVATÓRIA
• Durante a operação, os ocupantes da plataforma deverão
usar arnês de segurança, com um cabo de segurança
devidamente amarrado a um ponto de fixação;

• Antes de operar a máquina, verificar se todas as


cancelas se encontram fechadas e trancadas na posição
de segurança;

• Manter sempre ambos os pés firmemente posicionados


no piso da plataforma;

• Não utilizar escadas, caixas, degraus, estrados ou outros


objetos semelhantes para permitir o alcance de pontos
mais elevados.
EQUIPAMENTO DE
PROTEÇÃO INDIVIDUAL
Um sistema de contra queda de altura é composto por:
INSPEÇÃO PRÉVIA DO CINTO DE SEGURANÇA

Recomenda-se que antes de utilizar o equipamento seja verificada a


presença de sinais de desgaste ou danos que possam
comprometer a segurança do usuário.

ARMAZENAGEM E GUARDA
• Guarde seu equipamento em local seco, limpo e fora do
alcance do sol.
• Não guarde seu equipamento perto de fontes de calor.
• Não exponha seu equipamento a materiais corrosivos e/ou
químicos como líquidos de baterias, ácidos, hidrocarbonetos,
etc.
• As partes do equipamento em fita devem ser protegidas de
objetos pontiagudos ou cortantes.
MANUTENÇÃO

O cinto de segurança pode ser lavado com água morna e


sabão neutro sempre que isso for necessário.

A secagem deve ser natural e na sombra.

Não seque na máquina e nem exponha ao sol para evitar os


raios ultra-violeta.
Talabarte Duplo
Trava Quedas
Movimentação e Segurança

Linha de Vida
Fixação do Talabarte

Fator de Queda

O fator de queda mostra a relação entre a altura da


queda e o comprimento do talabarte, quanto mais alto
for a ancoragem menos será o fator de queda.

FQ = HQ
CT

Onde:
HQ = ALTURA DA QUEDA
CT = COMPRIMENTO DO TALABARTE
Nós e Amarras

Um nó para ser considerado bom deve satisfazer as


seguintes condições:

• Simplicidade em ser feito;

• Apertar a medida que o esforço sobre ele aumentar;

• Facilidade em ser desatado.

Lembrete:
Deve-se usar sempre o nó mais simples, que
satisfaça as condições exigidas pelo serviço, sem por
em risco a vida de quem o utiliza.
Os nós são indispensáveis nas seguintes situações:

• Ancoragem com corda onde não há local para prender o


talabarte;

• Para união de cordas;

• Para confecção de alças;

• Para evitar que as pontas das cordas saiam dos


equipamentos;

• Para auxiliar em caso de resgate;

• Como improvisação caso outros sistemas falhem.


No caso de cordas de poliamida, é preciso verificar se há:
• Rompimentos como cortes ou desgastes: nesse caso, se a primeira
camada da corda estiver rompida e o corte alcançar a segunda
camada amarela, a corda deverá ser substituída;

• Qualquer tipo de nó em todo comprimento das cordas, caso haja,


recomenda-se a substituição, visto que a mesma perde até 40% de
sua resistência.
CABOS DE AÇO
Fique atento aos seguintes defeitos em cabos de aço:

• Oxidação do cabo, comprometendo a sua resistência;

• Ruptura dos fios, deformação permanente, tais como dobras,


esmagamentos e saliências entre outras;

• Diminuição do diâmetro nominal do cabo;

• Desgaste por abrasão dos fios externos.


Emergência e Salvamento

• O empregador deve assegurar que a equipe possua os


recursos necessários para as respostas a emergências.

• As ações de respostas às emergências que envolvam o


trabalho em altura devem constar do plano de emergência da
empresa.

• As pessoas responsáveis pela execução das medidas de


salvamento devem estar capacitadas a executar o resgate,
prestar primeiros socorros e possuir aptidão física e mental
compatível com a atividade a desempenhar.
Garantir sua própria segurança

Antes de se fazer um resgate em altura, é importante entender


que alguém que está em perigo não está capacitado para
resgatar um outro alguém em situação semelhante ou pior.
Assim, não é viável que o socorro para a vítima custe a vida do
socorrista. Por isso, é importante garantir, dentro do possível, a
segurança da equipe de resgate e a segurança da própria vítima.
É importante avaliar o risco, além de procurar alternativas mais
seguras e simples.
Não agravar lesões

Durante um resgate em altura, muitas vezes a qualidade do


atendimento e a manipulação correta do acidentado é mais
relevante do que a rapidez no resgate. É importante ter cuidado
durante a imobilização, contenção de hemorragia e até a
prevenção de choque. É fundamental que a vítima seja afastada
do perigo sem ser submetida a novos riscos, para que assim a
aplicação dos primeiros socorros seja efetiva e ela possa ser,
de fato, resgatada com segurança.
Revise a segurança

Em uma situação de resgate em altura não podemos de forma


alguma agravar o acidente por falta de cuidado com alguma
operação. Por isso, duplique e triplique os sistemas de
segurança. Toda e qualquer situação de risco exige uma
redundância na proteção. Nessas condições, é imprescindível
que as falhas não ocorram, por isso faça verificações em todos
os equipamentos que serão utilizados no resgate, a fim de
proteger tanto a equipe quanto o acidentado.
Como já dito, é preciso estar capacitado e em condições de
realizar um resgate em altura. Por isso, fique atento às
condições básicas para que o resgate em altura seja
executado:

– controle emocional;

– controle da situação;

– controle dos materiais e equipamentos;

– dispor dos materiais em locais seguros e de fácil acesso;

– executar o resgate com pleno controle das ações tomadas.


Além disso, é importante atentar-se para os materiais que
são necessários para o resgate em altura, como:

– cordas;

– fitas;

– macas;

– triângulo de evacuação;

– capacete;

– luvas;

– trava-quedas e nós de ancoragem e fixação.


CONTRA EXEMPLOS
Concluindo...
Seja qual for a situação, em casa, no trânsito,
no laser ou no trabalho, aja com segurança,
pois, vivemos hoje o que plantamos ontem!

O que tem plantado?

Obrigado!

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