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Prof. Esp.

Gleydson Rocha de Souza


gleydsonrocha@hotmail.com

Psicoterapia
Infantil
O conceito de Infância

Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA-NC


• “Em História social da criança e da família , Philippe
Ariès faz um estudo na Europa, no período
compreendido entre a Id ad e Média e o século XX,
Concepção de para demonstrar a definição de criança se modifico u
infância no decorrer do tempo de acordo com parâmetros
ideológicos”. (COSTA, 2007, p .7
Concepção de infância
• No livro Emílio, escrito por Rousseau, a
criança era designa da como o infans – o
infante, aquele que não fala e é desprovido
de sexualidade, compondo assim o
imaginário social sobre a infância na época.

• Etimologicamente, a palavra infância vem do


latim, infantia e refere-se ao indivíduo que
não é capaz de falar.

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Infantia
Incapacidade de falar – até os 7 anos a
criança não seria capaz de expressar seus
sentimentos e pensamentos.
Incompletude ante os mais experientes,
condição subalterna na sociedade.

Representadas como miniaturas dxs


adultxs
Que mudanças forjara m o
sentimento de
infância no contexto
histórico e social?

• Surgimento da noção de
família :
• ambiente afetivo, de Esta Foto de Autor Desconhecido está licenciado em CC BY-SA-NC

proteção e de cuidado
com as crianças ;
• Foco no interesse psicológico e
preocupação moral;
• Preocupação com a educação
das crianças.

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O • Até o século XII não se abordava sobre
infância (não existia como construção e
categoria social). A “infância” era um curto

Processo
tempo de fragilidade física, onde o ser
pequeno era uma diversão como um animal
e, caso viesse a falecer, rapidamente era
substituído. A mortalidade infantil era muito

histórico
alta e, portanto considerada natural nas
sociedades.
O Processo
histórico
• A partir do século XVI descobertas científicas prolongaram a vida nas classes
dominantes e houve uma valorização da vida desde seu início.

• No XVII temos uma nova ordem social e um processo de moralização religioso, com
grande investimento na infância. Instaura-se o conceito de infância, relacionado a um
sentimentalismo familiar e com a criação das escolas.
O • Com a Revolução industrial nos séculos
XVIII e XIX, a infância foi investida de valor

Processo
econômico. A necessidade urgente de
mão-de-obra faz com que os direitos das
crianças à escolarização não sejam mais
garantidos, levando-as de volta ao

histórico
mercado de trabalho e às explorações da
economia.
O Processo histórico
• Foram as ciências humanas em desenvolvimento
que passaram a respaldar um olhar para o período
infantil e suas peculiaridades, fazendo com que elas
fossem retiradas das fábricas e retornassem aos
espaços educativos.

• Com a consolidação do ideal familiar nuclear ao fim


do século XIX, pais e mães passam também a
possuírem maior responsabilidade com o bem-estar
dxs pequenxs, garantindo-lhes os direitos e cuidados.

• A noção de infância, passou a ser delineada pelos


conceitos técnicos e científicos, respaldada e
analisada à luz da Psicologia, da Sociologia, da
Medicina, dentre outros, com maior respeitabilidade
frente à sociedade.
A criança da
contemporaneidade
• Com os adventos da globalização e do
neoliberalismo, a criança se torna sujeito
receptor e consumidor em potencial, frente
à mídia por exemplo. Se a família e a escola
foram por muito tempo os principais
espaços de socialização, a mídia assume
hoje um dos principais lugares de divulgação
e acesso às informações e ao mundo.
• As crianças de 6 meses já se interessam pela TV e
intensificam isso aos 2 ou 3 anos, levando grande
A criança da bagagem quando chegam à escola, muitas vezes
contemporaneidade desconsiderada, provocando um distanciamento.

• A mídia cria necessidades, às quais as crianças se


tornam alvo fácil e vulneráveis.
A criança da
contemporaneidade

• Cada vez mais isoladas e individualizadas pelas rotinas profissionais dxs cuidadores, a
televisão é agregada à constituição, ditando valores, regras, modismos, formas de
encarar e atuar no mundo.

• Acontece que os estímulos publicitários são constantes para novos produtos atrelados
à felicidade, gerando uma insatisfação emocional permanente que constrói desde a
infância o consumidor modelo.
A criança da
contemporaneidade
• Há uma desestabilização e fragmentação das identidades
culturais. Uma nova identidade vai sendo construída, por
intermédio de produtos destinados às crianças tais como
brinquedos, filmes, artigos de moda, dentre outros. O sujeito-
criança, seguindo esta linha de raciocínio, é reduzido ao corpo e
torna-se consumidor, num ideal de liberdade e felicidade. Essa
compreensão altera totalmente a noção de infância construída
até então.
Infâncias heterogêneas
• A infância é vivida de diversas
formas e influenciada por seus
contextos, num mesmo espaço e
tempo.

• O discurso da mídia
homogeneíza comportamentos e
atitudes infantis, como se todas
as crianças fossem felizes e
vivessem em condições de vida
favoráveis ao seu crescimento,
A criança atual
• A criança hoje é detentora de direitos, possui
competências e habilidades em aprimoramento,
sendo cidadã num processo de socialização.

• Ela amadurece mais rápido, dadas as


estimulações do meio, usando bastante a
inteligência e criatividade, como integrante da
sociedade.

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A criança atual
Adquire certa independência cedo, mas necessita de apoio, proteção, contato e educação do adulto,
auxiliando-a nas escolhas, valores e princípios, baseados na justiça e na solidariedade,
proporcionando a construção de um olhar crítico frente ao mundo.

Assim prepararemos-nas para viverem estes novos tempos.

*A clínica infantil
Referências
• CORDEIRO, Sandro. COELHO, Maria das Graças.
DESCORTINANDO O CONCEITO DE INFÂNCIA NA HISTÓRIA:
DO PASSADO À CONTEMPORANEIDADE. Universidade
Federal do Rio Grande do Norte

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