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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA

DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL


ENS 5105 HIDROLOGIA E CLIMATOLOGIA
ENS 5102 HIDROLOGIA
PROFESSOR MASATO KOBIYAMA

CAPÍTULO 4
CLIMATOLOGIA E
METEOROLOGIA

Patrícia Kazue Uda, pati_kz@ahoo.com.br

Florianópolis, abril de 2011.


ATMOSFERA

Atmosfera é uma camada relativamente fina de gases e


material particulado (aerossóis) que envolve a Terra. De fato,
99% da massa da atmosfera está contida numa camada de
~0,25% do diâmetro da Terra (~32 km).

 Atua como sede dos fenômenos meteorológicos e


 Como determinante da qualidade e quantidade da radiação
solar que atinge a superfície.
ATMOSFERA
Estrutura Vertical da Atmosfera:
METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA

Meteorologia (do grego meteoros, que significa elevado no ar, e


logos, que significa estudo) é a ciência que estuda as características
físicas, químicas e dinâmicas da atmosfera terrestre.

 A Meteorologia Dinâmica trata dos movimentos atmosféricos e sua


evolução temporal, sua abordagem é baseada nas leis da Mecânica
dos Fluídos e da Termodinâmica Clássica. É a base dos atuais
modelos atmosféricos de previsão do tempo nos principais centros
de previsão dos países desenvolvidos. Sua principal ferramenta são
os computadores.
 A Climatologia estuda os fenômenos atmosféricos do ponto de vista
de suas propriedades estatísticas (médias e variabilidade) para
caracterizar o clima em função da localização geográfica, estação do
ano, hora do dia, etc.
METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA

• Elementos Meteorológicos/Climatológicos:
Elementos são grandezas (variáveis) que caracterizam o estado
da atmosfera em um dado local e instante: radiação solar,
temperatura, umidade relativa, pressão, velocidade e direção
do vento.
• Fatores Meteorológicos/Climatológicos:
Fatores são agentes causais que condicionam os elementos
climáticos. Fatores geográficos como latitude, altitude e
continentabilidade/oceanidade afetam os elementos.

Por exemplo, quanto maior a altitude, menor a


temperatura e a pressão atmosférica.
METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA
Escala Espacial dos Fenômenos Atmosféricos:
Os fenômenos atmosféricos ocorrem de forma continuada, havendo influência
de uma escala sobre a outra. No entanto, visando facilitar o entendimento
de suas ocorrências e os efeitos possíveis da ação humana, pode-se separá-
las em três grandes categorias:

•• Trata
Refere-se
dos aos fenômenos
fenômenos ememescala
escala
• Macro-escala local, em que
regional ou a topografia condiciona
geográfica, que
o clima pelas
caracteriza o clima condições
de grandesdo áreas
relevo
local. Afatores
exposição (S, N, W,como E), a
• pelos
Condiciona
configuração
geográficos,
o (vale,
clima encosta,
em pequenaetc) escala
e o
• Meso-escala latitude e altitude.
(microclima), sendo função
grau de inclinação do doterreno
tipo de
cobertura
• Esta escala é(solo
determinam focoexposto,
o oclima quando segramado,
local. fala
floresta,
de mudança cultura rasteira, represa, etc),
climática.
• Micro-escala • que
Dentro do “macro-clima”
determina de uma
o balanço de energia.
região, pode haver diferentes “meso-
climas”.
METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA

Tempo x Clima

O estado da atmosfera pode ser descrito por variáveis que


descrevem sua condição energética em diferentes escalas
temporais:
• Instantânea: que define sua condição atual.

• Média: que define sua condição média em termos estatísticos.


METEOROLOGIA E CLIMATOLOGIA

 Tempo: É o estado da atmosfera em um local e instante, sendo


caracterizado pelas condições de temperatura, pressão
concentração de vapor, direção e velocidade do vento e
precipitação.

 Clima: É a descrição média, valor mais provável, das condições de


tempo predominantes. É uma descrição estatica que expressa as
condições médias do seqüenciamento do tempo em um local.
NORMAIS CLIMATOLÓGICAS

http://www.inmet.gov.br/html/clima.php
As "Normais Climatológicas" são obtidas através do
cálculo das médias de parâmetros meteorológicos, obedecendo a
critérios recomendados pela Organização Meteorológica
Mundial (OMM).
Essas médias referem-se a períodos padronizados de 30
(trinta) anos, sucessivamente, de 1901 a 1930, 1931 a 1960 e
1961 a 1990. Como, no Brasil, somente a partir de 1910 a
atividade de observação meteorológica passou a ser feita de
forma sistemática, o primeiro período padrão possível de ser
calculado foi o de 1931 a 1960.
CLIMATOLOGIA

A definição do clima pode ser expressa de várias maneiras, sendo


algumas clássicas:

Segundo
Para Köeppen,
Para Sorre,Poncelet,
climaé éoéasomatório
osérie
conjunto das
habitual
de estadoscondições
dos elementos
atmosféricas
da atmosfera em umfísicos,
que
lugar,
fazem
químicos
em suaum elocal
biológicos
sucessão ser mais
queoucaracterizam
habitual. menos habitávela atmosfera
para seres
de um
vivos.
local e influem
nos seres que nele se encontram.
CLASSIFICAÇÃO CLIMÁTICA

A classificação climática visa caracterizar em uma grande


área ou região, zonas com características climáticas e biogeográficas
relativamente homogêneas. Dependendo do objetivo do classificador,
essa caracterização pode ser feita com base:

•Na paisagem natural Em que o clima é caracterizado


pelos elementos
Baseia-se meteorológicos
no fato e suas
de a vegetação ser
combinações.
um integradorÍndices mais simples
dos estímulos do
•Em índices climáticos utilizam
ambiente;valores médios de períodos
específicos, totais sazonais,
eventualmente com o uso dos desvios em
torno das médias.
Em geral, os limites dos índices
climáticos são estabelecidos de modo a
permitir a concordância com as
delimitações impostas pela distribuição da
vegetação zonal.
CLASSIFICAÇÃO DE KÖPPEN

• Foi proposta em 1900 por Wladimir Köppen.


• Baseia-se no pressuposto de que a vegetação natural de cada
grande região da Terra é essencialmente uma expressão do clima
nela prevalecente. Assim, as fronteiras entre regiões climáticas
foram selecionadas para corresponder, às áreas de predominância
de cada tipo de vegetação, razão pela qual a distribuição global dos
tipos climáticos e a distribuição dos biomas apresenta elevada
correlação.
• Em 1918, o modelo foi revisado dando maior atenção à
sazonalidade e aos valores médios anuais e mensais da temperatura
do ar e da precipitação.
CLASSIFICAÇÃO DE KÖEPPEN
Primeira letra (indicador de grupo) Segunda letra (indicador de tipo)

Xxx Terceira letra


(indicador de
subtipo)
CLASSIFICAÇÃO DE KÖEPPEN

Em Santa Catarina:

• Cfa: clima subtropical


constantemente úmido, sem
estação seca, com verão
quente (temperatura média do
mês mais quente > 22oC).

• Cfb: clima temperado


constantemente úmido, sem
estação seca, com verão fresco
(temperatura média do mês
mais quente < 22,0oC).
ESTAÇÕES METEOROLÓGICAS

 A maior rede de estações meteorológicas no Brasil é a do


INMET (Instituto Nacional de Meteorologia):

1. Estação de Observação de
Altitude ou de Radiossonda

2. Estação Meteorológica de
Observação de Superfície
Convencional

3. Estação Meteorológica de
Observação de Superfície
Automática

http://www.inmet.gov.br/html/rede_obs.php
ELEMENTOS
METEOROLÓGICOS/CLIMATOLÓGICOS

 Temperatura
 Umidade do ar
 Pressão atmosférica
 Vento
 Saldo de radiação
TEMPERATURA

• A energia radiante que atinge a superfície terrestre é destinada a


alguns processos físicos e, dentre esses, um (convecção) está
relacionado ao aquecimento do ar e outro (condução) ao
aquecimento do solo.
• Estes processos são responsáveis pelas variações de temperatura
nesses meios.

“A temperatura é um índice que expressa a quantidade de calor


sensível de um corpo”.
TEMPERATURA DO SOLO

O regime térmico de um solo é determinado pelo


aquecimento de sua superfície pela radiação solar e pelo transporte
de calor sensível ao seu interior, pelo processo de condução.

A variação da
temperatura do solo ao
longo do dia e da
profundidade pode ser
estudada a partir da
elaboração de perfis de
variação da temperatura
(tautócronas).
TEMPERATURA DO AR
A temperatura do ar é um dos efeitos mais importantes da radiação
solar. O aquecimento da atmosfera próxima à superfície terrestre
ocorre principalmente por transporte de calor, a partir do aquecimento
da superfície pelos raios solares. O transporte de calor sensível (H) na
atmosfera se dá por 2 processos:

• Processo rápido de troca de energia, em que


• Processo lento de
parcelas de ar aquecidas pela
troca de H, ocorrendo
1. Condução superfície entram em movimento convectivo
pelo contato entre as
Molecular desordenado, transportando calor (H), vapor, etc,
moléculas de ar.
para camadas superiores da atmosfera.
• Esse processo tem
2. Difusão extensão espacial
limitada, ficando
turbulenta
restrito à camada
limite superficial.
VARIAÇÃO DA TEMPERATURA DO AR

Variação Diária

Variação Mensal
MEDIÇÃO DA TEMPERATURA DO AR
O padrão para a medida da temperatura do ar visa
homogeneizar as condições de medida, com relação ao topo e
microclima, deixando essa variável dependente unicamente das
condições macroclimáticas, o que possibilita a comparação entre locais.
As medições são feitas com sensores instalados em um abrigo
meteorológico, de 1,5 a 2,0 m de altura e em área plana e gramada.
CÁLCULO DA TEMPERATURA MÉDIA DO AR

• Estação convencional:

INMET:

Estação termopluviométrica:

• Estação automática:
PRESSÃO ATMOSFÉRICA
• Denomina-se pressão atmosférica (p) o peso
exercido por uma coluna de ar, com secção
reta de área unitária, que se encontra acima
do observador, em um dado instante e local.
• Fisicamente, representa o peso que a
atmosfera exerce por unidade de área.
• O estudo da pressão atmosférica é muito
importante, bastando lembrar que, sendo o
ar um fluido, sua tendência é se movimentar
em direção às áreas onde há menor pressão
atmosférica.

1 mb = 1 hPa = 0,75006 mmHg.


UMIDADE DO AR
• A umidade do ar diz respeito à quantidade de vapor de água
contido na atmosfera.
• Apesar de sua baixa concentração (máximo de 4%), o vapor de
água é um constituinte atmosférico importantíssimo por interferir
na distribuição da temperatura: em primeiro lugar, porque
participa ativamente dos processos de absorção e emissão de calor
sensível pela atmosfera; em segundo, atua como veículo de
energia ao transferir calor latente de evaporação, de uma região
para outra, o qual é liberado como calor sensível, quando o vapor
se condensa.
• Quase metade do vapor de água total na atmosfera se encontra
abaixo de 2000 metros.
ÍNDICES DE UMIDADE DO AR

Pressão de vapor de água:


• Baseada na Lei de Dalton das pressões parciais.
• Pressão exercida pela massa real de vapor de água existente na
atmosfera.
• Representada pelo símbolo ea
ÍNDICES DE UMIDADE DO AR
Pressão de saturação de vapor de água:
• Baseada na Lei dos Gases Ideais.
• A quantidade e a saturação de vapor de água são função da
temperatura ambiente.
• Pela equação de Tentes:

Pressão de saturação do vapor da água no ar em função da temperatura do ar.


ÍNDICES DE UMIDADE DO AR

Umidade Absoluta (UA): massa total de vapor de água (mv) pelo


volume de ar que o contém (V).

Pela equação dos gases ideais:

Para o vapor de água no ar:

Portanto:

Para ea em kPa, MV = 18,015 g.mol-1 , R = 8,31x10-3 kPa.m-3 .mol-1.K-1, T em oC, tem-se:

(g.m-3) (g.m-3)
ÍNDICES DE UMIDADE DO AR

Umidade relativa do ar: razão entre o conteúdo real de umidade de


uma amostra de ar e a quantidade de umidade que o mesmo volume
pode conservar sob mesma temperatura e pressão quando saturado.

(%)
ESTIMATIVA DAUMIDADE DO AR
Psicrômetro: Constituído de dois termômetros, um com
bulbo seco (Ts) e outro com o bulbo envolto em uma gaze
sempre umedecida (Tu), que perde água a uma taxa
dependente da concentração de vapor de água no ar.
Quanto maior a diferença de temperatura entre os
termômetros, mais distante a concentração de vapor no ar
está da saturação, ou seja, a UR está baixa.

• Com a T do bulbo úmido, pela equação:

• Pela Equação Psicrométrica: (kPa)

Em que P é a pressão atm (kPa), Ts e Tu são as temperaturas dos bulbos


seco e úmido (oC), esu é a tensão de saturação de vapor para Tu e A é a
constante psicrométrica (0,00067 oC-1 para psicrômetros ventilados e
0,0008 oC-1 para psicrômetros não ventilados ).
ESTIMATIVA DAUMIDADE DO AR

Sensores Capacitivos
• Utilizados em estações meteorológicas
automáticas.
• Constitui-se de um filme de polímero,
que absorve vapor de água do ar
alterando a capacitância de um circuito
ativo.
VENTO

• Vento é o movimento do ar em relação à superfície


terrestre.
• A intensidade e a direção dos ventos são determinados
pela variação espacial do balanço de energia na superfície
terrestre, que causa variações no campo de pressão
atmosférica, gerando os ventos.
• Em adição, o vento auxilia na remoção do vapor de água
do ar próximo à superfície para outras regiões
VENTO

• A velocidade do vento é uma grandeza


vetorial, em que se mede normalmente
parâmetros de sua componente horizontal
(m.s-1 ou km.h-1).
• A direção do vento é o ponto cardeal de onde
vem o vento.No Brasil, são adotadas oito
direções: N, NE, E, SE, S, SW, W, NW.
• Nas estações meteorológicas, a velocidade do
vento é medida por anemômetros, a altura
padronizada de 10 m.
RADIAÇÃO SOLAR E
BALANÇO DE RADIAÇÃO

• O sol é a fonte primária de toda a energia disponível aos


processos naturais, ocorrentes na superfície da Terra, cerca de
99,97% da energia necessária aos processos físicos no
sistema Terra-atmosfera são provenientes do Sol.
• Como a fonte de energia do ciclo hidrológico também é o
Sol, os conhecimentos sobre o balanço energético no sistema
Terra-atmosfera é indispensável no estudo do ciclo
hidrológico global.
RADIAÇÃO SOLAR E
BALANÇO DE RADIAÇÃO

Energia Eletromagnética: Energia radiante que se propaga no vácuo à


velocidade da luz (3x108m.s-1).

Espectro Eletromagnético: Conjunto de comp. de onda/freqüência ordenados


de forma seqüencial.

Intervalos do E.E.M. com características similares.


LEIS DA RADIAÇÃO
Corpo Negro
Admite-se como modelo ideal denominado de Corpo
Negro, aquele que possui absorção perfeita, ou seja, que
apresente aλ = 1 para qualquer comprimento de onda.
LEIS DA RADIAÇÃO

Lei de Stefan-Boltzman
•Em 1879, Josef Stefan mostrou experimentalmente que a radiação emitida
por um corpo negro em todos os comprimentos de onda (emitância total) é
proporcional a quarta potência de sua temperatura absoluta.

•Ludwig Boltzman, em 1884, chegou à comprovação teórica dessa


proporcionalidade, através da termodinâmica.

•Afirma que todos os corpos acima de zero absoluto emitem radiação (-273°C
ou 0K).

•Esta lei explica a relação existente entre a intensidade de radiação emitida e a


temperatura de um corpo negro.
LEIS DA RADIAÇÃO
Lei de Stefan-Boltzman
•A expressão analítica que traduz a emitância de um corpo negro (Me) é:

•Admite-se que a emitância dos corpos reais pode ser expressa como uma
fração da emitância máxima:

em que, Me é a emitância do corpo real (W.m-2), ε é a


emissividade, T é a temperatura (K) e σ é a constante de Stefan-
Boltzman (8,132 x 10-11 cal.cm-2.min-1.K-4 = 5,6697 x 10-8 W.m-
2
.K-4.
LEIS DA RADIAÇÃO

Lei do deslocamento de Wien (1894)


Para cada temperatura T, há um determinado comprimento de onda λm, que
corresponde ao máximo da função E(λ, T). Então, λm é a abcissa do ponto
onde se verifica a máxima emissividade à uma temperatura T.

Em que m é o comprimento de onda de máxima emissão (µm)


2898 é uma constante (µm K)
T é a temperatura absoluta do corpo(K)
LEIS DA RADIAÇÃO

Lei do deslocamento de Wien (1894)

• A emissão total de um corpo negro


aumenta com a temperatura, ou seja, a
Intensidade Radiante de um corpo
com T de 4000k é menor do que a de
um corpo com T de 6000k.

• À medida que aumenta a T, o λ de


maior emissão do corpo negro, se
desloca para λ menores.

• O Sol emite predominantemente


radiação na região do visível, a uma
Espectro de emissão de corpos negros com diferentes temperatura de 6.000K.
temperaturas (Adaptada de Slater, 1980)
LEIS DA RADIAÇÃO

Constante Solar (Io)

Quantidade de energia proveniente do sol, que na unidade de tempo,


é interceptada por uma superfície plana, de área unitária,
perpendicular à direção dos raios solares e situada fora da influência
da atmosfera, a uma distância do sol igual à distância média Terra-
sol.

Atualmente, o valor 1367 W.m-2 (1,96 cal.cm-2.min-1)é utilizado.


FONTE DE RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA

• A principal fonte de energia para Terra


é originada pelo SOL, que emite os
feixes luminosos em direção a Terra.
• Entre o Sol e a superfície terrestre se
interpõe a atmosfera, que interage de
diferentes formas com a energia
radiante.
• Grande parte da energia proveniente
do sol pode ser perdida e/ou
espalhada.
Pico de emissão da REM pelo Sol

SOL – 6.000K

Terra – 300K
Transmissão

Janelas atmosféricas

Alta transmitância da Atmosfera

Fonte: Moreira (2003)


INTERAÇÃO RADIAÇÃO ELETROMAGNÉTICA X
ATMOSFERA

Sol
Os processos mais importantes que afetam a propagação da
REM pela atmosfera

Feixe de radiação
Absorção - Fenômeno químico
Vácuo

Dispersão- Fenômeno físico


Atmosfera
MÉDIA GLOBAL DE FLUXOS DE ENERGIA
NA ATMOSFERA DA TERRA
SALDO DE RADIAÇÃO À SUPERFÍCIE

Qs
Qa
Q Qr

em que, Rn é o saldo de radiação (W.m-2), Q é a radiação global, Qr é a


radiação solar refletida, Qa é a radiação emitida pela atmosfera e Qs é a
radiação emitida pela superfície.
SALDO DE RADIAÇÃO À SUPERFÍCIE

Q Radiação global:

•Radiação de ondas curtas incidente.


•Pode ser estimada com outros elementos meteorológicos, a partir de:

em que Q é a radiação solar de ondas curtas incidente (W.m -2ou cal.cm-2.min-1), Q0 é a


radiação solar no topo da atmosfera (W.m-2ou cal.cm-2.min-1) (Tabela 4.5), a =
0,29cosφ (sendo φ a latitude local), b = 0,52, n é a insolação diária (horas) e N é o
número máximo de horas de brilho de sol por dia (Tabela 4.6).
Tabela 4.6. Duração máxima da insolação diária (N), em
horas, nos meses e latitude de 10ºN a 40ºS. Os valores
Tabela 4.5. Radiação solar diária no topo da correspondem ao 15º dia de cada mês.
atmosfera (cal/cm2dia)
Latitude Jan Fev Mar Abr Mai Jun Jul Ago Set Out Nov Dez

10oN 11,6 11,8 12,1 12,4 12,6 12,7 12,6 12,4 12,2 11,9 11,7 11,5
8oN 11,7 11,9 12,1 12,3 12,5 12,6 12,5 12,4 12,2 12,0 11,8 11,6
6N
o
11,8 11,9 12,1 12,3 12,4 12,5 12,4 12,3 12,2 12,0 11,9 11,7
4N
o
11,9 12,0 12,1 12,2 12,3 12,4 12,3 12,2 12,0 12,0 11,9 11,9
2oN 12,0 12,0 12,1 12,2 12,2 12,2 12,2 12,2 12,1 12,1 12,0 12,0
Equador 12,1 12,1 12,1 12,1 12,1 12,1 12,1 12,1 12,1 12,1 12,1 12,2
2S
o
12,2 12,1 12,1 12,1 12,0 12,0 12,0 12,0 12,1 12,1 12,2 12,2
4S
o
12,3 12,2 12,1 12,0 11,9 11,8 11,9 12,0 12,1 12,2 12,3 12,4
6oS 12,4 12,3 12,1 12,0 11,9 11,7 11,8 11,9 12,1 12,2 12,4 12,5
8oS 12,5 12,4 12,1 11,9 11,7 11,6 11,7 11,9 12,1 12,3 12,5 12,6
10 S o
12,6 12,4 12,1 11,9 11,7 11,5 11,6 11,8 12,0 12,3 12,6 12,7
12 S o
12,7 12,5 12,2 11,8 11,6 11,4 11,5 11,7 12,0 12,1 12,7 12,8
14oS 12,8 12,6 12,2 11,8 11,5 11,3 11,4 11,6 12,0 12,1 12,8 12,9
16oS 13,0 12,7 12,2 11,7 11,4 11,2 11,2 11,6 12,0 12,1 12,9 13,1
18 S o
13,1 12,7 12,2 11,7 11,3 11,1 11,1 11,5 12,0 12,5 13,0 13,2
20 S o
13,2 12,8 12,2 11,6 11,2 10,9 11,0 11,4 12,0 12,5 13,2 13,3
22oS 13,4 12,8 12,2 11,6 11,1 10,8 10,9 11,3 12,0 12,6 13,2 13,5
24oS 13,5 12,9 12,3 11,5 10,9 10,7 10,8 11,2 11,9 12,6 13,3 13,6
26 S o
13,6 12,9 12,3 11,5 10,8 10,5 10,7 11,2 11,9 12,7 13,4 13,8
28 S o
13,7 13,0 12,3 11,4 10,7 10,4 10,6 11,1 11,5 12,0 12,5 13,0
30oS 13,9 13,1 12,3 11,4 10,6 10,3 10,4 11,0 11,9 12,8 13,6 14,1
Dados interpolados da Tabela meteorológica de Smithsonian. 6a edição. 1951 - Quadro
171
SALDO DE RADIAÇÃO À SUPERFÍCIE

Qr

• Radiação solar de onda curta refletida.


• É função do albedo (a)de cada cobertura.
O albedo, ou coeficiente de reflexão, controla a disponibilidade de
radiação líquida. Este fator representa a porcentagem de energia
eletromagnética que é refletida por uma superfície em função de toda
Qr = aQ
energia incidente sobre a mesma.

em que Qr é a radiação solar de ondas curtas refletida (W.m -2ou cal.cm-2.min-1), a é o


albedo da superfície (adimensional) e Q é a radiação solar global (W.m-2ou cal.cm-
2
.min-1).
SALDO DE RADIAÇÃO À SUPERFÍCIE

Tabela 4.7. Albedo de diversas superfícies.


Superfície % superfície % superfície %
Concreto 22 grama 24 sorgo 20
solo escuro
14 batata 20 algodão 21
seco
solo escuro
8 beterraba 26 tomate 23
úmido
asfalto 7 cevada 24 abacaxi 15
floresta
areia branca 37 trigo 24 5 - 15
conífera
neve recém floresta
82 feijão 24 10 - 20
caída folhosa
campos
neve velha 57 milho 20 3 - 15
naturais
Água 5 Fumo 22 Cidades 14 - 18
SALDO DE RADIAÇÃO À SUPERFÍCIE

(Qa – Qs)
Radiação de ondas longas emitida pela atmosfera e que atinge a
superfície terrestre menos a radiação de ondas longas emitida
pela superfície.
Segundo Brunt (1952):

em que Qa é a radiação emitida pela atmosfera (W.m -2ou cal.cm-2.min-1), Qs é a


radiação emitida pela superfície(W.m -2ou cal.cm-2.min-1), n é a insolação diária (horas)
e N é o número máximo de horas de brilho de sol por dia (Tabela 4.6).
TEXTOS E INFORMAÇÕES RETIRADOS
DE:

 http://www.caastro.hpg.ig.com.br/composicao.htm
 http://www.inmet.gov.br/html/rede_obs.php
 KOBIYAMA, M. Apostila da disciplina Hidrologia e Climatologia.
Florianópolis: UFSC/CTC/ENS/LabHidro.
 Moreira, M. A. Fundamentos do Sensoriamento Remoto e
Metodologias de Aplicação. Ed. UFV, 2ª edição. 2003. 307p
 PEREIRA, A. R.; ANGELOCCI, L.R.; SENTELHAS, P.C.
Agrometeorologia – Fundamentos e Aplicações Práticas. Guaíba.
Editora Agropecuária Ltda, 2002.
 PEREIRA, A.R.; NOVA, N.A.V.; SEDIYAMA, G.C.
Evapo(transpi)ração. Piracicaba, SP. Editora FAELQ, 1997.
 SILVA, M. A V. Meteorologia e Climatologia. Recife: Versão Digital 2,
2006. 463p.

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