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Ciência das Plantas Daninhas

“Introdução”

Dr. Pablo Wenderson Ribeiro Coutinho


Ciências das Plantas Daninhas

Ciência Multidisciplinar
Agronomia

• Botânica
Sistemática vegetal
Morfologia
Fisiologia
Classificação

• Biologia
Manejo biológico
Ciências das Plantas Daninhas
Ciência Multidisciplinar
Agronomia

• Ecologia
Adaptabilidade às condições ambientais
Dinâmica de populações e comunidade
Relações de competição e alelopatia
Tolerância ou resistência a herbicidas

• Mecanização Agrícola
Controle mecânico
Controle químico
Ciências das Plantas Daninhas
Ciência Multidisciplinar
Agronomia

• Fitotecnia
Cultivares
Espaçamento de semeadura
Densidade de semeadura
Tratos culturais
Época de semeadura e colheita

• Virologia

 sintomas de fitotoxicidade de herbicidas podem ser confundidos


por sintomas causados por VIRUS.
Ciências das Plantas Daninhas
Ciência Multidisciplinar
Agronomia

• Entomologia, Fitopatologia e Nematologia


Hospedeiras de pragas e doenças

• Ciência do Solo

 Adsorção e lixiviação de herbicidas

• Química e Bioquímica

Reações metabólicas
Ciências das Plantas Daninhas
Ciência Multidisciplinar
Agronomia

• Física
Sensoriamento remoto
Ultra-som
Novos métodos de controle
Eletricidade
Microondas

•Fisiologia vegetal
Herbicidologia
Manejo da cultura x planta daninha
Ciências das Plantas Daninhas
Ciência Multidisciplinar
Agronomia

• Climatologia
Eficiência dos métodos de controle

• Genética
Melhoramento

• Biotecnologia
Transgênicos
Ciências das Plantas Daninhas
Ciência Multidisciplinar
Agronomia

• Toxicologia
Humana
Animal

• Matemática
Cálculos estatísticos
Regulagem de equipamentos
Determinação da dose de herbicida a ser aplicada na área
Ciências das Plantas Daninhas

Figura 1. O estudo das plantas paninhas e de seu manejo é uma


ciência multidisciplina (Deuber, 2006).
Ciências das Plantas Daninhas

Importância Econômica e Social das Plantas Daninhas

• Demanda por alimentos


• Redução da produtividade e do valor da terra
• Perda da qualidade do produto agrícola
• Disseminação de pragas e doenças
• Dificuldade no manejo e aumento dos custos
• Perda de água (Lagos, represas e canais de irrigação)
• Interferência em outras áreas
• Danos causados ao bem estar do homem
• Demanda por alimentos

Urbana Rural

100
90
80
70
60
(%)

50
40
30
20
10
0
1940 1950 1960 1970 1980 1990 2000
Anos

Figura 2. Populações urbana e rural do Brasil, de 1940 a 2000, em


valores percentuais (Deuber, 2006).
2000 – 2030 25,7%

250 18

Crescimento/Década
16
População (milhões)

200 14
12
150
10

(%)
8
100
6
50 4
2
0 0
2000 2010 2020 2030
Anos

População Crescimento

Figura 3. Projeção da população brasileira para o período 1980 –


2050/Revião 2008.
Fonte IBGE: http://www.ibge.gov.br/servidor_arquivos_est/
Ganho em
relação a
safra de
2009

Figura 4. Estimativa da produção agrícola brasileira para o período


1981 – 2010.
Fonte IBGE, 2010.
Figura 5. Produção Agrícola de 2009 – estimativa de agosto em relação a
julho.
Fonte IBGE, 2009.
Figura 6. Produção Agrícola de 2010 – estimativa de agosto em relação a
julho.
Fonte IBGE, 2010.
Figura 3. Quantidade comercializada de fertilizantes por área plantada, por
tipo de nutriente utilizado - Brasil - 1992 – 2002.
Fontes: IBGE, 2004; Anuário estatístico do setor de fertilizantes 1992-2002. São Paulo: Associação Nacional para Difusão de Adubos, 1993-2003; Levantamento sistemático
da produção agrícola: pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras agrícolas no ano civil 1992-1999. Rio de Janeiro: IBGE, v. 4-11, 1992-2000; Levantamento
sistemático da produção agrícola: pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras agrícolas no ano civil 2000-2002. Rio de Janeiro: IBGE, v. 12-14, 2000-2003.
Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/pub/>. Acesso em: mar. 2004.
Figura 3. Consumo de agrotóxicos e afins, por área plantada no Brasil -
2000 - 2001.
Fontes: IBGE, 2004; Relatório de consumo de ingredientes ativos de agrotóxicos e afins no Brasil 2000-2001. Brasília, DF: IBAMA, 2002 - 2003; Levantamento sistemático da
produção agrícola: pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras agrícolas no ano civil 2000-2001. Rio de Janeiro: IBGE, v. 12-13, 2001-2002. Disponível em:
<http://www.ibge.gov.br/pub/>. Acesso em: mar. 2004
Figura 3. Distribuição percentual dos ingredientes ativos, por classes de
uso dos agrotóxicos no Brasil – 2001.
Fonte: IBGE, 2004; Relatório de consumo de ingredientes ativos de agrotóxicos e afins no Brasil 2001. Brasília, DF: IBAMA, 2003.
Figura 3. Principais ingredientes ativos dos agrotóxicos consumidos no
Brasil - 2001.
Fonte: IBGE, 2004; Relatório de consumo de ingredientes ativos de agrotóxicos e afins no Brasil 2001. Brasília, DF: IBAMA, 2003. (1) Somatório de todos os ingredientes
ativos dos agrotóxicos consumidos no Brasil. (2) Somatório dos ingredientes ativos representados no gráfico.
Tabela 1. Número total de agrotóxicos em linha de comercialização e participação
percentual das classes toxicológicas no total produzido no Brasil - 1992/2003.

Fonte: IBGE, 2004; Defensivos agrícolas em linhas de comercialização por classes toxicológicas 1992-2003.
Disponível em: <http:// www.sindag.com.br/new/upload/inforsetor/classes_toxicologicas.xls>. Acesso em: abr. 2004.
(1) A toxicidade dos produtos diminui da classe I para a classe IV.
Outros
Acaricidas 16,6%
1,0%

Inseticidas Herbicidas
13,1% 57,8%

Fungicidas
11,2%

Figura 6. Consumo e utilização de agrotóxicos e afins por unidade de área (kg ha -1) e por
classes de uso, no Brasil – 2001.

Fontes: IBGE, 2004; Relatório de consumo de ingredientes ativos de agrotóxicos e afins no Brasil 2001. Brasília, DF: IBAMA, 2003; Levantamento
sistemático da produção agrícola: pesquisa mensal de previsão e acompanhamento das safras agrícolas no ano civil 2001. Rio de Janeiro: IBGE, v.
13, 2001-2002. Disponível em: <http://www.ibge.gov.br/pub/>. Acesso em: mar. 2004. (1) Somatório das classes de uso: reguladores de crescimento,
bactericidas, moluscicidas, óleo mineral, espalhantes adesivos, enxofre e adjuvantes. Os feromônios não foram incluídos em função de utilizar
unidade "quilo".
Métodos de Manejo das Plantas Daninhas
2008
• Químico
Outras
Acaricidas
(9%)
(5%)
Ingrediente ativo (t)

350.000 Inseticidas
300.000 (16%)

250.000 Herbicidas
200.000 Fungicidas (59%)
(11%)
150.000
100.000
50.000
0
l as as s as s
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To
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H Fu In Ac

Defensivos Agrícola

2004 2005 2006 2007 2008

VENDAS DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS POR CLASSES - 2.004/08


Fonte: SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA DEFESA AGRÍCOLA – SINDAG (2009)
Métodos de Manejo das Plantas Daninhas

• Químico

8.000.000
7.000.000
6.000.000
Valor - US$

5.000.000
4.000.000
3.000.000
2.000.000
1.000.000
0
2004 2005 2006 2007 2008
Periodo

Total Herbicidas Fungicidas


Inseticidas Acaricidas Outras

VENDAS DE DEFENSIVOS AGRÍCOLAS POR CLASSES - 2.004/08

Fonte: SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA DEFESA AGRÍCOLA – SINDAG (2009)
Estimativa do Mercado de Defensivos
Período Jan- Outubro - 2007 vs 2008 (Milhões R$)
Herbicidas Fungicidas Inseticidas Acaricidas Outros
257
146

2.244
3.446

1.728

2007  2.425 Milhões R$ 2008


R$ 7.821 +31% R$ 10.246

Câmara Temática de Insumos Fonte: SINDICATO NACIONAL DA INDÚSTRIA DE PRODUTOS PARA DEFESA AGRÍCOLA – SINDAG (2009)
Agropecuários – nov / 2008
• Redução da produtividade e do valor da terra

100 95,0 95,9


90,0
90 82,0
81,2 79,0 80,0
80
69,6 71,0
70 65,7
Redução (%)

60
50
40
30,7
30 21,9
20
10
0

ão im roz a na la
pt
o o no oca o ja
d o r tat a bo i i jã Li ilh So
go
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Culturas

Figura 4. Perdas na produtividade de várias culturas devido à


interferência das plantas daninhas.
• Perda da qualidade do produto agrícola
Sementes
- Acanthospermum hispidum _________________ lã
- Bidens pilosa (picão-preto) _________________ fibra de algodão
- Cenchrus echinatus (capim-carrapicho)________ feno
- Cyperus rotundus (tiririca) _________________ batata

• Não certificação das sementes de culturas


- Euphorbia heterophylla (leiteiro)
- Oryza sativa (arroz-vermelho)
- Sorghum halepense (capim-massambará)
- Vigna unguiculata (feijão-miúdo)
- Cyperus rotundus (tiririca)__________________ mudas em torrão
Bidens pilosa em fibras de algodão
• Perda da qualidade do produto agrícola

Figura 5. Dano em batata inglesa devido à penetração e ao


desenvolvimento de tuberculos de tiririca.
• Disseminação de pragas e doenças

- Sida spp (guanxuma) _______ vírus do mosaico-dourado (feijoeiro)


- Sorgum halepense (capim-massambará) ___ vírus do mosaico (cana)

• Nematóides (Meloydogyne e Heterodera)


• Insetos
- Afideos ___________ mosca-branca e pulgões
- Percevejos
- Vaquinhas
Tabela 2. Plantas infestantes tóxicas ao gado, nas regiões do Brasil.

Região Nome científico Nomes vulgares Partes tóxicas


chibata, gibata Folhas maduras
Arrabidae bilabiata
arbusto-cipó e brotos
Norte erva-de-rato
Palicourea marcgravii cafezinho Folhas e sementes
erva-café
arbusto-cipó
Mascagnia rigida tinguí Folhas
Nordeste timbó
Thiloa glaucocarpa sipaúba Folhas e brotos

Solanum malacoxylon espichadeira Folhas


Centro-Oeste
corona
Mascagnia pubiflora Folhas
cipó-prata
coreana
Cestrum laevigatum dama-da-noite Folhas e brotos
Sudeste maria-preta
samambaia
Pteridium aquilinum Todas as partes
pluma-grande
Baccharis coridifolia mio-mio Todas as partes
Sul
maria-mole
Senecio brasiliensis Todas as partes
flor-das-almas
Fonte: Dobereiner & Tokarnia (1990) adaptado por Deuber (2006).
Planta tóxica ao gado

Senecio brasiliensis
Tabela 3. Plantas infestantes no Brasil que podem hospedar insetos e ácaros.

Família Espécies Insetos e Ácaros


Agerantum conyzoides Bemisia tabaci, Tetranychus telarius
Asteraceae
Sonchus oleraceus B. tabaci, T. yusti, Aphis spp.
Amaranthus retroflexus Mysus persicae, Agrotis segetum, A. craccivora
Amaranthaceae
Amaranthus viridis B. tabaci, T. telarius
Chenopodiaceae Chenopodium album B. tabaci, T. telarius, M. persicae, Petrobia latens
Convolvulaceae Convolvulus arvensis B. tabaci, Spodoptera litoralis
Cynodon dactylon S. compta, P. latens, T. yusti, B. tabaci
Poaceae Digitaria saguinalis Mocis latipes, T. yusti
Sorghum halepense Antonomus grandis, Schizotetranichus andropogoni
Cyperaceae Cyperus rotundus S. compta, Ferrisia virgata
Euphorbiaceae Euphorbia hetorophyla B. tabaci
Sida rhombilfolia B. tabaci, T. yusti
Malvaceae
Sida cordifolia B. tabaci

Fonte: Bendixen et al. (1981) adaptado por Deuber (2006).


• Disseminação de pragas e doenças

Sida rhombifolia

Virus do mosaico comum da soja


Fonte: Embrapa Trigo, 1999

Ensaio comparativo entre plantas de


feijão doentes e variedade resistente ao
vírus do mosaico dourado
Fonte: IAPAR, 2008
Meloidogyne incognita
Fonte: McClure

Galhas causadas pelo ataque do gênero


Meloidogyne em cana-de-açúcar
Fonte: Dinardo-Miranda

Larvas de Melodogyne penetrando na


raíz

Fonte: McClure
Vaquinha
Pulgões

Lagarta-da-soja

Percevejo
• Dificuldade no manejo e aumento dos custos

- Ipomoea spp (corda-de-viola)___________ operação de colheita

- Acacia plumosa (arranha-gato) colheita


- Cenchrus echinatus (capim-carrapicho) manual

- Mucuna pruriens ___________________ toxinas que irritam a


pele - medicinal
Ipomoea hederifolia

Infestação na cultura da cana-de-açúcar


• Perda de água (Lagos, represas e canais de irrigação)

- Eichhornia crassipes (aquapé)

- Typha angustifolia (taboa)

- evapotranspiração (3,7 vezes maior)


- redução do fluxos de água
- aumento da sedimentação de partículas
- piscicultura
- lazer

• Interferência em outras áreas

- gramados
- áreas urbanas
- rodovias
- ferrovias
- hidrovias
Figura 6. Plantas daninhas em canais de irrigação.
Fonte: Villanueva & Méndez (2005)
Figura 7. Plantas daninhas em margens de rodovias.
Figura 8. Plantas daninhas
em margens de ferrovias.
Figura 9. Plantas daninhas em gramados.
Figura 11. Plantas daninhas em jardins.
Figura 12. Plantas daninhas em
áreas urbanas.
• Danos causados ao bem estar do homem

- plantas tóxicas;
- abrigam animais peçonhentos;
- prejudicam o lazer;
- insentos vetores de doenças;
- fungos (toxinas).
• Aspectos positivos

- Manutenção da umidade do solo;


- Inimigos naturais = controle biológico;
- Erosão do solo;
- Melhoramento vegetal;
- Biotecnologia;
- Senso comum = medicina alternativa;
- Alimentação humana e animal;
- produção de polén = mel e polinização das culturas.

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