Você está na página 1de 143

BASES TÉCNICAS 3

Profª. Maísa Miziara


LESÕES CUTÂNEAS

Qualquer interrupção na continuidade da pele representa uma ferida.

A cicatrização da ferida consiste na restauração da continuidade.


FUNÇÕES DA PELE

• Proteção: agressão, invasão por microorganismos;


• Proteção contra raios ultravioletas: pigmento
melanina;
• Termorregulação: glândulas, vasos sangüíneos e tecido
adiposo;
• Sensações: tato, calor, pressão, dor;
• Síntese de vitamina D (absorção dos raios
ultravioletas);
Tolerância Tissular pode ser alterada por
fatores extrínsecos e intrínsecos ao paciente:

• Fatores intrínsecos: nutrição, envelhecimento,


anemia, pressão arterial, edema, stress, tabagismo,
temperatura da pele, infecção, Caquexia, diminuição
da percepção sensorial.

• Fatores extrínsecos: fricção, umidade e força de


cisalhamento.
Complicações
• Dentre essas complicações estão:

• Umidade,
• Incontinências urinárias e anal,
• Transpiração excessiva,
• Drenagem excessiva de feridas,
• A pressão é o principal fator que predispõe as LPP,
porém outros fatores, como fricção e cisalhamento,
podem estar associados ao aparecimento dessas
lesões.

• Cisalhamento é a combinação do peso e fricção ao


movimentar o cliente, a tração exercida sobre a pele.

• A fricção é o atrito entre duas superfícies.


Cisalhamento
Cisalhamento
Fricção
Prevenção
• Mudança de Decubito de 2 em 2 horas ou conforme
prescrição;
• Cabeceira elevada - menos que 30 graus;
• Deixe o calcâneo flutuar sobre o leito;
• Não deixe a pele friccionar nos lençois;
• Utilizar lençol móvel para movimentar o paciente.
O TRATAMENTO de uma ferida e a
ASSEPSIA cuidadosa têm como objetivo:
1. Evitar ou diminuir os riscos de complicações
decorrentes;
2. Favorecer o processo de cicatrização.

Vários agentes podem ser utilizados em um


curativo, porém é fundamental uma análise
detalhada da ferida para a escolha do curativo
adequado.
CLASSIFICAÇÃO DAS FERIDAS

As feridas podem ser classificadas de três formas


diferentes:

1. De acordo com a maneira como foram produzidas;


2. De acordo com o grau de contaminação ;
3. De acordo com o comprometimento tecidual.
Limpeza da Ferida
• Realizar a cada troca de curativo
• Limpar com SF 0,9%
• Utilizar produto prescrito pelo médico ou enfermeiro
responsável pelo curativo
• Trocar curativo conforme a orientação
do profissional responsável
Não use antissépticos
MECANISMO DE LESÃO

• Feridas incisas ou cirúrgicas: são aquelas


produzidas por um instrumento cortante.

• Feridas limpas: geralmente são fechadas por


suturas.
• Feridas contusas: são produzidas por objeto rombo e
são caracterizadas por traumatismo das partes
moles, hemorragia e edema.

• Feridas laceradas: são aquelas com margens


irregulares como as produzidas por vidro ou arame
farpado.
• Feridas perfurantes: são caracterizadas por
pequenas aberturas na pele.

• Ferida corto contusa:


• Ferida transfixante:

• Escoriação:
• Ferimento por arma de fogo e por arma branca:

• Lesão por pressão: Escara


• Ulcera venosa/varicosa:
Úlcera Arterial
Equimose e hematoma:

• Na equimose há o rompimento dos capilares porém


sem perda da continuidade da pele, e no hematoma
o sangue venoso extravasado forma uma cavidade.
GRAU DE CONTAMINAÇÃO

• Feridas limpas: são aquelas que não apresentam


inflamação, e em que não são atingidos os tratos
respiratórios, digestivos, genitais ou urinários.
 
.Feridas limpas-contaminadas/potencialmente contaminada:
há contaminação grosseira, são aquelas nas quais os tratos
respiratórios, alimentares ou urinários são atingidos, porém
em condições controladas.
• Feridas contaminadas: há reação inflamatória,
ocorrido acima de 6 horas, incluem feridas
acidentais, recentes e abertas e cirurgias em que a
técnica asséptica não foi respeitada devidamente.
• Feridas infectadas ou sujas: são aquelas nas quais os
microorganismos já estavam presentes antes da
lesão, e apresentam sinais nítidos de infecção.
Miiase:
De acordo com o comprometimento tecidual as
feridas são classificadas em quatro estágios:

• Estágio I - caracteriza-se pelo comprometimento da


epiderme apenas, com formação de eritema em pele
íntegra e sem perda tecidual. NÃO EMBRANQUECE
 

 
 
• Estágio II - caracteriza-se por abrasão ou
úlcera, ocorre perda tecidual e
comprometimento da epiderme, derme ou
ambas.
LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 2:

• O leito da ferida é viável, de coloração rosa ou


vermelha, úmido e pode também apresentar-se
como uma bolha intacta (preenchida com exsudato
seroso) ou rompida.
• Esse estágio não deve ser usado para descrever as
lesões de pele associadas à umidade, incluindo a
dermatite associada à incontinência (DAI), a
dermatite intertriginosa, a lesão de pele associada a
adesivos médicos ou as feridas traumáticas (lesões
por fricção, queimaduras, abrasões).
• Estágio III - caracteriza-se por presença de úlcera profunda,
com comprometimento total da pele e necrose de tecido
subcutâneo, entretanto a lesão não se estende até a fáscia
muscular.
LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 3:

• Perda da pele em sua espessura total na qual


a gordura é visível e, frequentemente, tecido
de granulação e epíbole (lesão com bordas
enroladas) estão presentes.
• Esfacelo e/ou escara pode estar visível.
• A profundidade do dano tissular varia
conforme a localização anatômica; áreas com
adiposidade significativa podem desenvolver
lesões profundas.
LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 3:

• Podem ocorrer descolamento e túneis.


• Não há exposição de fáscia, músculo, tendão,
ligamento, cartilagem e/ou osso.
• Quando o esfacelo ou escara prejudica a
identificação da extensão da perda tissular,
deve-se classificá-la como Lesão por Pressão
Não Classificável.
Estágio IV : Caracteriza-se por extensa destruição de
tecido, chegando a ocorrer lesão óssea ou muscular
ou necrose tissular.
PERDA DA PELE EM SUA ESPESSURA TOTAL E PERDA
TISSULAR
LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 4:
LESÃO POR PRESSÃO ESTÁGIO 4: PERDA DA
PELE EM SUA ESPESSURA TOTAL E PERDA
TISSULAR
• Perda da pele em sua espessura total e perda tissular
com exposição ou palpação direta da fáscia, músculo,
tendão, ligamento, cartilagem ou osso.
• Esfacelo e/ou escara pode estar visível.
• Epíbole (lesão com bordas enroladas), descolamento
e/ou túneis ocorrem frequentemente.
• A profundidade varia conforme a localização
anatômica. Quando o esfacelo ou escara prejudica a
identificação da extensão da perda tissular, deve-se
classificá-la como Lesão por Pressão Não Classificável.
LESÃO POR PRESSÃO NÃO
CLASSIFICÁVEL:
LESÃO POR PRESSÃO NÃO CLASSIFICÁVEL:
PERDA DA PELE EM SUA ESPESSURA TOTAL E
PERDA TISSULAR NÃO VISÍVEL

• Perda da pele em sua espessura total e perda


tissular na qual a extensão do dano não pode ser
confirmada porque está encoberta pelo esfacelo
ou escara.
• Ao ser removido (esfacelo ou escara), Lesão por
Pressão em Estágio 3 ou Estágio 4 ficará
aparente.
• Escara estável (isto é, seca, aderente, sem
eritema ou flutuação) em membro isquêmico ou
no calcâneo não deve ser removida.
LESÃO POR PRESSÃO TISSULAR PROFUNDA:
LESÃO POR PRESSÃO TISSULAR PROFUNDA:
DESCOLORAÇÃO VERMELHO ESCURA, MARROM OU
PÚRPURA, PERSISTENTE E QUE NÃO EMBRANQUECE

• Pele intacta ou não, com área localizada e


persistente de descoloração vermelha escura,
marrom ou púrpura que não embranquece ou
separação epidérmica que mostra lesão com
leito escurecido ou bolha com exsudato
sanguinolento.
• Dor e mudança na temperatura frequentemente
precedem as alterações de coloração da pele.
• A descoloração pode apresentar-se diferente em
pessoas com pele de tonalidade mais escura.
• Resulta de pressão intensa e/ou prolongada e de
cisalhamento na interface osso-músculo.
• A ferida pode evoluir rapidamente e revelar a
extensão atual da lesão tissular ou resolver sem
perda tissular.
• Quando tecido necrótico, tecido subcutâneo, tecido
de granulação, fáscia, músculo ou outras estruturas
subjacentes estão visíveis, isso indica lesão por
pressão com perda total de tecido (Lesão por
Pressão Não Classificável ou Estágio 3 ou Estágio 4).

• Não se deve utilizar a categoria Lesão por Pressão


Tissular Profunda (LPTP) para descrever condições
vasculares, traumáticas, neuropáticas ou
dermatológicas.
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS

• Processos celulares contínuos contribuem para a


restauração da ferida: regeneração celular,
proliferação celular e produção de colágeno.

A resposta do tecido às lesões passa por três


estágios parcialmente sobrepostos:
• Fase inflamatória ou exsudativa: Dura cerca de 72
horas e corresponde à ativação do sistema de
coagulação sanguínea e à liberação de vários
mediadores. Nesta fase a ferida apresenta sinais
flogÍsticos.
2 .Fase proliferativa ou regenerativa: Pode durar de 1
a 14 dias e se caracteriza pela formação do tecido de
granulação.

3. Fase reparativa ou de maturação: Nesta fase ocorre


uma remodelação do tecido cicatricial formado na fase
anterior. O alinhamento das fibras é reorganizado a fim
de aumentar a resistência do tecido e diminuir a
espessura da cicatriz, reduzindo a deformidade. Esta
fase tem início no terceiro dia e pode durar até seis
meses.
FISIOLOGIA DA CICATRIZAÇÃO DAS FERIDAS
Exsudato - Deve ser avaliado:
“Cor, aspecto e consistência”

Exsudato
Seroso ( aquoso e transparente),
Sanguinolento,
Purulento ( varia do amarelo ao marrom),
Serosanguinolento,
Tipos de Exsudato
• Secreção:

• vaginal (muco cervical),


• nasal,
• gástrica,
• mamária,
• ocular.
Epitelização

Bordas irregulares
Coloração?
Odor?
Necrose?

Fibrina

Tecido de granulação
TIPOS DE CICATRIZAÇÃO

Existem três formas pelas quais uma ferida pode cicatrizar


que dependem da quantidade de tecido perdido ou
danificado e da presença ou não de infecção, são elas:

1. Primeira intenção (união primária): Ocorre quando as


bordas da ferida são apostas ou aproximadas, havendo
perda mínima de tecido, ausência de infecção e edema
mínimo. Quando as feridas cicatrizam-se por primeira
intenção, a formação de tecido de granulação não é visível.
Primeira intenção
2.Segunda intenção (granulação): Neste tipo de
cicatrização ocorre perda excessiva de tecido
e presença de infecção. Esse método de
reparo é também denominada cicatrização
por granulação.

.
• 3.Terceira intenção (sutura secundária). Caso
uma ferida não tenha sido suturada
inicialmente ou as suturas se romperam, a
ferida tem que ser novamente suturada
FATORES QUE INFLUENCIAM A CICATRIZAÇÃO
DAS FERIDAS
• Perfusão de Tecidos e Oxigenação: Doenças que
alteram o fluxo sanguíneo normal podem afetar a
distribuição dos nutrientes das células.

• Localização da ferida: Feridas em áreas mais


vascularizadas e em áreas de menor mobilidade e
tensão cicatrizam mais rapidamente.
 
• Corpo Estranho na Ferida: Implantes de silicone,
válvulas cardíaca artificial, material de curativo ou
qualquer outro corpo estranho pode retardar o
processo de cicatrização.
• Medicamentos: Os corticosteróides, os
quimioterápicos e os radioterápicos podem
reduzir a cicatrização de feridas, pois diminuem a
resposta imune normal à lesão.

• Nutrição: A deficiência nutricional pode dificultar


a cicatrização, pois deprime o sistema imune e
diminui a qualidade e a síntese de tecido de
reparação.

• Hemorragia: O acúmulo de sangue propicia o


acúmulo de células mortas que precisam ser
removidas, bem como o surgimento de
hematomas e isquemia.
• Edema e Obstrução Linfática: Dificultam a
cicatrização pois, diminuem o fluxo sanguíneo e o
metabolismo do tecido, facilitando o acúmulo de
catabólitos (respiração celular) e produzindo
inflamação.

• Infecção: A infecção é definida como uma


concentração bacteriana.

• Idade do Paciente: O envelhecimento torna os


tecidos menos elásticos e menos resistentes o que
dificulta a cura de uma ferida.
• Hiperatividade do Paciente: A hiperatividade
dificulta a aproximação das bordas da ferida. O
repouso favorece a cicatrização.

OBS: A granulação ocorre quando a ferida é mantida


livre de tecido necrótico e/ou material estranho e
pode ser controlada. Já a infecção ocorre quando há
uma alta concentração bacteriana, tecido local
comprometido.
Síndrome de Fournier
• É uma infecção aguda que acomete os tecidos moles
do períneo provocando celulite necrotizante
secundária causada por bactérias anaeróbicas ou por
bactérias gram-negativas, sendo que em alguns
casos por ambas.
• Esta síndrome pode ser idiopática como também
pode estar ligada a alguns fatores predisponentes,
como a diabetes mellitus, o alcoolismo, infecções
variadas e traumas mecânicos, por exemplo
Agente causador

• O principal agente isolado é a bactéria E. Coli.,


podendo, no entanto, ser causada por diferentes
organismos anaeróbicos, por enterobactérias, por
estafilococos e por estreptococos.
• A síndrome de fournier acomete tanto homens
quanto mulheres, apesar de ter prevalência no sexo
masculino.
• A síndrome de fournier promove dor intensa na
genitália e hipersensibilidade local.
FATORES DE RISCO
• diabetes mellitus,
• obesidade mórbida,
• doenças malignas,
• cirrose,
• doenças vasculares,
• alcoolismo
• uso abusivo de drogas
• Higiene precária
• Trauma em partes moles
Sintomas
• Febre;
• Astenia;
• Cefaleia;
• Dor na genitália;
• Sensibilidade na genitália;
• Gangrena;
• Vômitos;
• Alterações mentais;
• Taquipnéia;
• Drenagem purulenta de certos fragmentos.
Síndrome de Fournier
Câmara Hiperbárica
• Oxigenoterapia hiperbárica é uma modalidade
terapêutica na qual o paciente respira oxigênio
puro (100%).
• A câmara hiperbárica consiste em um
equipamento médico fechado, resistente à
pressão, geralmente de formato cilíndrico e
construído de aço ou acrílico e que pode ser
pressurizado com ar comprimido ou oxigênio
puro.
INDICAÇÃO
• Normalmente o tratamento é indicado para feridas
de difícil cicatrização (como, por exemplo, nas
nádegas de pessoas acamadas por um longo período
e nos pés de diabéticos);
• infecções graves com destruição muscular, de pele,
ou gordura subcutânea; lesões de bexiga, intestinos,
ossos e cérebro, causadas tardiamente por
radioterapia;
• esmagamentos e amputações traumáticos; infecção
crônica dos ossos;
• procedimentos de cirurgia plástica
reparadora, quando se recobre uma ferida
com pele ou músculos retirados de outra
parte do corpo do próprio paciente, com risco
de insucesso;
• queimaduras extensas;
• coleção de pus ou ar no cérebro, causados,
respectivamente, por processo infeccioso e
trauma.
CURATIVO
E a denominação genérica que se dá aos procedimentos
e cuidados externos dispensados á uma lesão, que
envolvem limpeza, desbridamento, cobertura e oclusão.

OBJETIVOS
•Tratar e prevenir infecções.
•Eliminar os fatores desfavoráveis que retardam a
cicatrização e prolongam a convalescença, aumentando
os custos do tratamento.
•Diminuir infecções cruzadas, através de técnicas e
procedimentos corretos.
FINALIDADES
•Remover corpos estranhos

•Reaproximar bordas separadas

•Proteger a ferida contra contaminação e infecções

•Promover hemostasia

•Favorecer a aplicação de medicação tópica

•Fazer desbridamento e remover tecido necrótico


• Reduzir o edema
• Absorver exsudato e edema
• Manter a umidade da superfície da ferida
• Fornecer isolamento térmico
• Proteger a cicatrização da ferida
• Diminuir a dor
• Dar conforto psicológico
Para que se faça a escolha de um curativo
adequado é essencial uma avaliação criteriosa
da ferida.

Essa análise deve incluir:


• condições físicas, idade; medicamentos;
• Localização anatômica da ferida;
• Forma;
• Tamanho;
• Profundidade;
• Bordas;
• presença de tecido de granulação;
• presença e quantidade de tecido necrótico e;
• presença de drenagem na ferida.
CURATIVO
1. Mesa de curativo
2. Deve-se verificar a validade e garantir a esterilidade
de todo o material a ser utilizado.  
3. Lavar as mãos antes e depois de cada procedimento.
4. Preparar e informar adequadamente o paciente.  
5. A limpeza da ferida deve ser feita da área menos
contaminada para a área mais contaminada.
Feridas cirúrgicas, a área mais contaminada é
a região perilesional.

Feridas infectadas a área mais contaminada é


o leito da ferida.
Curativo de úlceras: Soro fisiológico em jato.
Curativo de Cateter central ou sujo: Clorexidine 0,2%
(aquoso) ou PVPI aquoso.
 
• A fixação de um curativo deve ser feita de acordo com
a localização da lesão, e características pessoais do
paciente.
• Os procedimentos para realização do curativo
devem ser estabelecidos de acordo com a
função do curativo e o grau de contaminação
do local.
CURATIVO LIMPO
• A ferida limpa e fechada.
• O curativo limpo e seco deve ser mantido ocluído por
24 horas.
• Após este período, a incisão pode ser exposta e
lavada com água e sabão.
CURATIVO COM DRENO
•O curativo do dreno deve ser realizado separado do da
incisão e o primeiro a ser realizado será sempre o do local
menos contaminado.
•O curativo com drenos deve ser mantido limpo e seco.
•Se houver incisão limpa e fechada, o curativo deve ser
mantido oclusivos por 24 horas e após este período poderão
permanecer expostos e lavados com água e sabão.
• Sistemas de drenagem aberta (penrose ou
tubulares), devem ser mantidos ocluídos com
bolsa estéril ou com gaze estéril.
• Alfinetes NÃO SÃO indicados como meio de
evitar mobilização dos drenos penrose.
• Os drenos de sistema aberto devem ser
protegidos durante o banho.
DRENO PENROSE
PENROSE
DRENO PORTOVAC
DRENOS TUBULARES
DRENO JACKSON PRATT
DRENO DE TÓRAX
DRENO DE TORAX ( SILICONE)
CURATIVO DE 3 PONTAS
• Fisiopatologia da ferida torácica aspirativa:

• A ocorrência de um ferimento na parede torácica


que atinja todas as camadas da mesma permite a
entrada de ar atmosférico na cavidade pleural,
resultando em um imediato equilíbrio entre as
pressões intratorácica e atmosférica.
• O Tratamento inicial do pneumotórax aberto
consiste na realização de um curativo quadrangular
que cubra todas as bordas da lesão. Apenas três de
seus lados devem ser fixados com esparadrapo ou
similar.

• O objetivo é produzir um efeito de válvula.

• Quando o paciente inspirar, a sucção da ferida fará o


curativo colabar, impedindo a entrada de ar.
• Quando o paciente expirar, o lado não fixado
permitirá o escape de ar.
• Ocluindo os quatro lados do curativo ocorrerá
acúmulo de ar no espaço pleural resultando em
pneumotórax hipertensivo. Deve ser utilizado
material impermeável, normalmente o plástico de
embalagens de gaze.

• Antes de aplicar o esparadrapo é muito importante


limpar a pele ao redor da ferida para retirar resíduos,
como sangue e suor, que impedem a adequada
fixação do adesivo.
CURATIVO CONTAMINADO
• Estas normas são para feridas infectadas e feridas
abertas ou com perda de substância, com ou sem
infecção. Por estarem abertas, estas lesões são
altamente susceptíveis à contaminação exógena.
• O curativo deve ser oclusivo e mantido limpo e seco.
• O número de trocas do curativo está diretamente
relacionado à quantidade de drenagem, devendo ser
trocado sempre que úmido para evitar colonização.
• O curativo deve ser protegido durante o banho.
• A limpeza da ferida deve ser mecânica com solução
fisiológica estéril.
• Em feridas com drenagem purulenta deve ser
coletada cultura (swab), para monitorização
microbiológica.
COBERTURAS PARA CURATIVOS
• Ácido graxo essencial (AGE) Vegetal composto por ácido
linoleico, caprílico, vitamina A,E e lecitina de soja. Auxilia a
quimiotaxia e angiogênese.
• Utilizado como curativo primário e hidratação de pele íntegra.
• Frequência de troca de 24h.
 
• Alginato de cálcio: Fibras de não tecido compostas por ácido gulurônico e
manurônico, derivadas de algas marinhas marrons. Auxilia o desbridamento
autolítico e hemostasia.
• Utilizado como curativo primário de feridas abertas altamente exsudativas.
• Frequência de troca pode variar de acordo com as características e
quantidade do exsudato entre 24 e 72h.
• Bota de Unna: Gaze elástica contendo óxido de zinco e
substâncias emolientes. Auxilia o retorno venoso e previne
o edema.
• Utilizada no tratamento da úlcera venosa e edema linfático
mediante prescrição médica.
• Frequência de troca semanal.
• Carvão ativado e prata: Almofada não aderente composta de carvão
ativado e prata. Absorve o odor e possui ação bactericida.
• Utilizado como curativo primário e lesões contaminadas ou infectadas.
• Frequência de troca pode variar de acordo com as características e
quantidade do exsudato entre 24h e 7 dias.
• Clorexidina: Biguanida com atividade germicida devido à ação de quebra da
membrana plasmática. Previne a colonização e a proliferação de bactérias.
• Utilizada como solução anti-séptica tópica no local de inserção de cateteres
vasculares centrais e fixadores esqueléticos externos.
• Colagenase: Ação enzimática de degradação do colágeno.
Auxilia no desbridamento.
• Frequência de troca de 24h.
• Fibrinolisina: Emoliente de origem bovina com ação lítica
sobre a fibrina. Auxilia no desbridamento.
• Frequência de troca de 24h.
• Filme semipermeável: Membrana de poliuretano transparente semi-
permeável e aderente à superfícies secas.
• Indicado para fixação de cateteres vasculares, proteção de pele íntegra ou
como curativos primários de escoriações, incisões, queimaduras de 1° e 2°
grau e de áreas doadoras de enxerto.
• Frequência de troca semanal ou na perda de aderência, descolamento ou
sinal de infecção.
• Gaze umedecida com solução fisiológica 0,9% morna: Mantém a
umidade na úlcera, favorece a formação de tecido de granulação,
amolece os tecidos desvitalizados, estimula o desbridamento
autollitíco , absorve exsudato.
• Indicada para todos os tipos de úlcera.
• Frequência de troca quando o curativo estiver saturado com a
secreção ou, no máximo, a cada 24horas.
• Hidrocolóide:Resina sintética composta de carboximetilcelulose
sódica,gelatina e/ou peptina.Estimula a angiogênese e o desbridamento
autolítico. Possui três apresentações :
• Pó: aplicação direta sobre lesões abertas e troca de acordo com o tipo de
cobertura secundária.
• Pasta: preenchimento de cavidades e troca de acordo com o tipo de
cobertura secundária.
• Placa: curativo primário de feridas ou exsudativas ou proteção da pele
íntegra. Freqüência de troca de 7 dias ou na perda de aderência.
• Hidrogel: Composto de carboximetilcelulose e
propilenoglicol. Amolece o tecido desvitalizado e auxilia o
desbridamento autolítico.
• Indicado para feridas com necrose.
• Frequência de troca de 72h ou sempre que necessário.
• Papaína: Enzima derivada do mamão papaia. Realiza
desbridamento químico, tem ação bactericida, e acelera o
processo de cicatrização. Em concentrações de 10% ou
superiores, realiza desbridamento.
• Em baixas concentrações é utilizada para o tratamento de
lesões abertas. Pode ser utilizada em pó, creme ou gel no
tratamento tópico ou irrigação quando diluída.
• Frequência de troca de 24h ou sempre que necessário.
• Polivinilpirrolidona iodo(PVPI): Solução anti-séptica com
ação bactericida e bacteriostática .Previne a colonização e
proliferação bacteriana.
• Utilizada como solução anti-séptica no local de inserção de
cateter vascular e fixadores esqueléticos externos.
• Sulfadiazina de prata: creme bactericida com ação na
membrana citoplasmática da célula bacteriana.
• Indicada na prevenção e tratamento de queimadura,
• Frequência de troca a cada 24horas ou quando a cobertura
secundaria estiver saturada.
TIPOS DE CURATIVOS

•O tipo de curativo varia com a natureza, a localização e o


tamanho da ferida.
• Ainda não surgiu o curativo ideal, mas um curativo bem
feito pode resultar em uma cicatrização melhor, tanto
estética como funcional.
Semi-Oclusivo
• Este tipo de curativo é absorvente e comumente é
utilizado em feridas cirúrgicas. Ele tem várias
vantagens;
• Permite a exposição da ferida ao ar
• Absorve exsudato da ferida
• Isola o exsudato da pele saudável adjacente
SEMI OCLUSIVO
2. Oclusivo
•Não permite a passagem de ar ou fluidos, sendo uma
barreira contra bactérias.
•Tem como vantagens:
•Vedar a ferida, a fim de impedir pneumotórax;
•Impedir a perda de fluidos
•Promove o isolamento térmico e de terminações nervosas
•Impede a formação de crostas
OCLUSIVO
3. Compressivo
•É utilizado para reduzir o fluxo sangüíneo, ou promover
estase, e ajudar na aproximação das extremidades do
ferimento.
4. Curativos Abertos

•São realizados em ferimentos descobertos e que não tem


necessidade de serem ocluídos. Algumas feridas cirúrgicas (após
24 horas), cortes pequenos ou escoriações, queimaduras etc. são
exemplos deste tipo de curativo.
5. Sutura com fita adesiva
•Após limpeza da ferida, as bordas do tecido secionado
são unidas e fixa-se a fita adesiva, Este tipo de curativo é
apropriado para cortes superficiais e de pequena
extensão.
MATERIAL NECESSÁRIO PARA O CURATIVO
•Bandeja de curativo
•01 espátula
•Gazes / Faixa crepe / Compressas
•01 fita adesiva / esparadrapo / micropore
•01 soro fisiológico 0,9%, morno / clorexidina 0,2%
•01 agulha 40x12
•álcool 70%
•01 saco de lixo
•01 tesoura não estéril
•01 par de luvas estéril
•01 par de luvas de procedimento
•Cobertura
TÉCNICA DE CURATIVO

•Lavar as mãos; Reunir o material e encaminhar a enfermaria; Explicar o procedimento


ao paciente; Fechar a porta para diminuir corrente de ar; Colocar o paciente em
posição adequada; Deixar o lixo próximo.
•Manipular o pacote de curativo com técnica asséptica, incluindo a utilização de luvas.
•Remover o curativo antigo e desprezar no saco de lixo.
•Retirar as luvas.
•Lavar as mãos.
•Calçar luvas estéreis.
•Abrir o soro fisiológico com auxilio de uma agulha 40x12
•Fazer a limpeza da incisão com pinça Kelly com gaze umedecida em soro fisiológico,
utilizando-se as duas faces da gaze, sem voltar ao início da incisão tendo o cuidado de
manusear o material com técnica asséptica
•Secar a incisão sempre de cima para baixo.
• Se for indicado a colocar medicamentos realizar de cima para baixo, nunca voltando a
gaze onde já passou e retirar o excesso de medicação.
• Fixar o curativo com a cobertura indicada para cada tipo de procedimento.
• Recolher o material.
• Encaminhar o material ao expurgo
•Retirar as luvas. Lavar as mãos.
• Realizar as anotações de Enfermagem e checagem na prescrição do paciente.
RETIRADA DE PONTOS
Conceito: È a remoção dos fios cirúrgicos de uma ferida
cicatrizada em técnicas assépticas.

Material
•01 pinça Kelly, 01 anatômica e 01 tesoura / lâmina de
bisturi
•Gazes esterilizadas
•Soro fisiológico / Clorexidine 0,2%
•Luva de procedimento
•Luva estéril
Procedimento
•Lavar as mãos; Reunir o material; Explicar o procedimento ao
paciente; Calçar as luvas
•Fazer a limpeza da incisão cirúrgica, obedecendo a técnica
do curativo e secar.
•Segura-se a extremidade do fio. e com a tesoura corta-se a
parte inferior do nó; colocado em uma gaze próxima à
incisão, para depositar os pontos retirados.
•Após o procedimento, fazer a limpeza local com técnica
asséptica.
•Desprezar o material; Retirar as luvas; Lavar as mãos
•Fazer anotações de enfermagem; Checar na prescrição
• Se os pontos forem retirados muito tarde, podem deixar marcas e cicatrizes desnecessárias.
• Se os pontos se desfizerem muito rápido, procure o médico e até que obtenha atendimento
faça um curativo ou coloque uma bandagem que não permita que o ferimento permaneça
aberto.

Área do corpo Dias


Rosto 3a4
Pescoço 5
Couro cabeludo 6
Peito e abdome 7
Braços e dorso da mão 7
Pernas e dorso dos pés 10
Costas 10
Palmas das mãos ou planta dos pés 14
CONTENÇÃO MECÂNICA
• É uma contenção física envolve a técnica de
restrição dos movimentos do corpo do paciente,
restringindo sua habilidade em se mover
quando esse oferece perigo para si e para
terceiros, por meio de dispositivos mecânicos ou
manuais.

• Por isso deve ser utilizada com intuito


terapêutico, e não um ato agressivo, desumano,
antiético e grosseiro de "amarrar pessoas".
• Existem outras estratégias que devem ser
tentadas anteriormente às medidas
restritivas: inicialmente a abordagem verbal
pela comunicação terapêutica e,
posteriormente, a contenção química
prescrita pela equipe médica.
• A Resolução 427, de 7 de maio de 2012 do Conselho
Federal de Enfermagem, normatizou os
procedimentos da enfermagem no emprego da
contenção mecânica, onde deixa claro que deverá
ser empregada quando for o único meio disponível
para prevenir dano imediato ao paciente ou a
terceiros, não deve ser prolongada
desnecessariamente e afirma ser necessário
monitoramento do nível de consciência, dados vitais
e condições de pele e circulação nos locais e
membros contidos, com regularidade nunca superior
a 1 hora
Mãos enluvadas
RELATÓRIO DE ENFERMAGEM

Admissão: data, horário, relatar idade, sexo, a procedência e as condições em que


o paciente chegou até o seu setor. Aferir e anotar SSVV. Descrever relatos do
paciente ou acompanhante. Relatar procedimentos realizados. Assinar e carimbar.

Evolução: data, horário, relatar as condições atuais do paciente, acompanhante,


procedimentos e medicações realizadas, queixas. Carimbar e assinar.

Alta: data, hora, quem liberou a alta, relatar as condições em que o paciente
deixou a unidade, orientações prestadas. Carimbar e assinar.

Óbito: data, horário, relatar as condições em que o paciente foi encontrado ou se


houve alguma intercorrência, material gasto. Carimbar e assinar. Solicitar relatório
do enfermeiro responsável pelo setor e do médico.
* O que você vê: em repouso no leito/ acamado/
contido? / acompanhado/ ...

1- Consciente/ orientado/ confuso/ verbaliza/


respiração espontânea em ar ambiente/ espontânea
com auxilio de O2/ com TQT/ intubado/ dieta VO/ Dieta
por SNE/ Jejum/ Lesão?/ Curativo?/ Edema

2- Estado respiratório/ lesão?/ curativo?/ Dreno?/


Sonda?

3- AVP/ curativo?/ Lesão?/ edema?/ mãos enluvadas

4- Diurese espontânea/ SVD/ uso de fralda/


eliminações intestinais/ eliminações fisiológicas/
lesão?/ curativo?/ cateter?

5- Lesão?/ edema?/ curativo?/ deambula?/ necessita de


auxilio?

* Queixas e relatos do paciente ou acompanhante.


* Procedimentos realizados.
RELATÓRIO DE ENFERMAGEM

PACIENTE:____________________________________________________ PRONTUÁRIO:______________

DATA / HORA _____________________________________________________________________________


_________________________________________________________________________________________
_________________________________________________________________________________________
______________________________________________________________________________________
_____________________________________________________________________________ASSINATURA

Você também pode gostar