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Tecnólogo em Agroecologia

Teoria Cooperativista I

Prof. Marcelo Rodrigues


Agosto, 2012
Cooperativismo
Conteúdo Programático

Globalização e evolução do pensamento cooperativo.


Tendências do cooperativismo contemporâneo.
Teoria econômica da cooperação.
Teoria institucionalista e cooperativismo.
Nova economia institucional e análise do cooperativismo: teoria da agência,
teoria dos direitos de propriedade, teoria dos custos de transação.
Cooperativismo e Economia Solidária.
Cooperativas de produção ou de produtores.
Cooperativas de consumo ou de consumidores. Cooperativas de crédito.
Cooperativas mistas.
Cooperativa agrícola.
Cooperativa de educação.
Cooperativa de habitação. Cooperativa de infra-estrutura. Cooperativa de
saúde.
Cooperativa de trabalho.
Outros ramos do cooperativismo.
Cooperativismo
Carga horária: 40h/a

Créditos: 4

Material didático: Apostila + CD + e-mail

Referência Bibliográfica

Aula expositiva, estudo dirigido, trabalho em


grupo,Artigos e Estudo de casos

Viagens: Cooperativas

Avaliação: Provas, atividades e seminários


Cooperativismo
GIMENEZ, M. P. GIMENEZ, M T. Agronegócio cooperativo: a transição e os desafios da
Competitividade. USP, 2007.

MONEZI, Mariângela. História do cooperativismo . 2008.

MOTTA, Fernando C. Prestes; et al. Participação e participações: ensaios sobre


autogestão. São Paulo: Babel Cultural, 1987.

O pensamento cooperativo e o cooperativismo brasileiro.18. Ed. São Paulo: CNPq 1982.

OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras www.ocb.org.br

OLIVEIRA, Djalma P. R. Manual de Gestão das cooperativas: uma abordagem prática. 3.


ed. São Paulo: Atlas, 2006.

Política Nacional de Cooperativismo e o Regime Jurídico das Sociedades Cooperativas – Lei


005.764/1971. Capítulo III. Do Objetivo e Classificação das Sociedades Cooperativas.

SCHNEIDER, José Odelso. Cooperativismo – Uma solução para problemas sociais. 2. ed.
Vitória-ES: OCEES. 1996.

SEBRAE - Serviço de Apoio às Micro e Pequenas Empresas www.sebrae.com.br


Cooperativismo
Avaliação da disciplina

1 avaliação= Prova (50%) + Atividades (50%)

2 avaliação= Prova (50%) + Seminários(50%)

Final: (avaliação 1 + 2)

Atividades: Artigos + relatórios


Barreiros, 2012
Cooperativismo

Agricultura
familiar

Cooperativismo Agroecologia
(associativismo)

Sustentabilidade
Cooperativismo
Cooperativismo

CONCEITO

Cooperativismo é uma doutrina, um sistema, um movimento


ou, simplesmente, uma atividade que considera as
cooperativas como forma ideal de organização da
humanidade, baseado na economia solidária, democracia,
participação, direitos e deveres iguais para todos, sem
discriminação de qualquer natureza, para todos os sócios
(SCHNEIDER).
Cooperativismo

DOUTRINA COOPERATIVISTA

A Doutrina Cooperativista é humanista, pois atribui ao


homem uma importância fundamental, bem como a seus
interesses a aspirações. No cooperativismo, o homem é o
centro de tudo. A doutrina prima pela liberdade,
principalmente econômica, mas não se abstém da liberdade
social e democrática. A igualdade é o princípio básico do
cooperativismo, pois não existem distinções de nenhuma
espécie, quer seja de cor, credo, sexo, política, etc.
Cooperativismo

COOPERAR

É praticar ações em conjunto com outras pessoas, com o


mesmo objetivo, na busca de resultados comuns a todos,
superando as dificuldades individuais.

COOPERADO OU COOPERANTE

É toda a pessoa que passa a ser membro de uma


cooperativa, que participa das atividades econômicas, por
meio de ajuda mútua (Granato E. F).
Cooperativismo

Cooperativa é uma união voluntária de pessoas com a


finalidade de satisfazer aspirações e necessidades
econômicas, sociais e culturais comuns, por meio de um
empreendimento de propriedade coletiva e
democraticamente gerido.

A Cooperativa é um meio para que um determinado grupo de


indivíduos atinja objetivos específicos, por meio de um
acordo voluntário para cooperação recíproca.
Cooperativismo
Cooperativismo
Cooperativismo (Valores)
Cooperativismo
“O HOMEM É UM GÊNIO
INDIVIDUAL
E UM IDIOTA COLETIVO.”
ROSNAY, Joël. O Homem Simbiótico, Petrópolis,
Vozes, 1997

Por isso precisa esforçar-se diuturnamente para fazer


emergir a inteligência coletiva diante dos problemas
e desafios que ameaçam cotidianamente a
sua sobrevivência individual e coletiva.
Cooperativismo
Cooperativa (Estrutura)

A cor amarelo ouro simboliza o sol,


fonte de energia e calor

A cor verde representa a natureza e a


necessidade de manter o equilíbrio ambiental

O pinheiro simboliza a imortalidade e a fecundidade, por


sobreviver em terras menos férteis e multiplicar-se facilmente

O círculo representa a eternidade, por


não ter começo nem fim

O círculo em volta de dois pinheiros indica


a união do movimento
Cooperativismo
Organização do Cooperativismo

AIC – Aliança Internacional das Cooperativas

ACI – Aliança Cooperativa Internacional das Américas

OCB – Organização das Cooperativas Brasileiras (26 Estados)

SESCOOP – Formação profissional (gestão cooperativa


Cooperativismo
Cooperativismo moderno (Marco referencial)

Vermelho: coragem.
Alaranjado: visão de futuro.
Amarelo: desafio enfrentado pelos
cooperados.
Verde: crescimento individual como pessoa
e como cooperado.
Azul: é símbolo de união e remete a
necessidade de ajudar os menos afor-
tunados pela ação solidária.
Anil: necessidade de ajudar a si próprio e
aos outros através da coopera-ção.
Violeta: beleza, o calor humano e o
coleguismo.
Cooperativismo

? ?
Tecnólogo em Agroecologia

Cooperativismo:
Histórico

Prof. Marcelo Rodrigues

Agosto, 2011
Cooperativismo
Cooperativismo na antiguidade

O cooperativismo é encontrado desde a antiguidade, quando os


homens já demonstravam a tendência de viver em grupos para
defenderem os interesses comuns.

Essa iniciativa, que ocorreu em conjunto com a evolução do raciocínio,


foi sem dúvida alavancada pelos processos de caça.

Os caçadores, sempre em busca de alimento para a tribo, se uniam,


formando a mais primitiva forma de cooperativismo humano conhecida.
Cooperativismo
Cooperativismo na antiguidade

Desde a antiguidade até os dias de hoje podemos denotar uma


quantidade enorme de iniciativas cooperativistas que auxiliaram a
evolução humana em todas as esferas.

 No Egito Antigo encontramos exemplos cooperativistas na


construção de algumas das pirâmides e monumentos, bem como na
produção da agricultura e de artigos artesanais de consumo.

Na Grécia Clássica já existiam formas de cooperação nos campos de


trigo e no artesanato devidamente registrados.

Aristóteles acreditava que a atividade filosófica cooperativa era


capaz de conduzir ao verdadeiro conhecimento.
Cooperativismo
Cooperativismo na antiguidade

Na Alta Idade Media a Ordem dos Templários, embora norteada por
escopo religioso, gerenciava parcialmente seus bens de modo
cooperativista.

Outro aspecto das artes que teve origem cooperativista são os


vernissages. Os artistas que iriam expor se reuniam e, com ajuda de
outros artistas, davam a última passada de verniz sobre as obras que
deveriam ser expostas no dia seguinte. Ajuda mútua é cooperativismo.
Cooperativismo
Cooperativismo moderno

O cooperativismo moderno surgiu com a primeira fase da Revolução


Industrial (1760-1850).

Durante décadas, na Inglaterra e na França, foram organizadas


diversas sociedades com características de cooperativas.

Os movimentos de cooperação foram conduzidos por idealistas que


defendiam propostas baseadas em idéias de ajuda mútua, igualdade,
associativismo e auto-gestão, ou seja, no espírito cooperativista.
Cooperativismo
Cooperativismo moderno (Marco referencial)

No bairro de Rochdale, em Manchester, na Inglaterra, em 21 de


dezembro de 1844, 27 tecelões e uma tecelã fundaram a "Sociedade
dos Probos Pioneiros de Rochdale" com o resultado da economia mensal
de uma libra de cada participante durante um ano.

O principal objetivo era o homem e não o lucro, assim os tecelões de


Rochdale buscavam uma alternativa econômica para atuarem no
mercado, frente ao capitalismo ganancioso que os submetiam a preços
abusivos, exploração da jornada de trabalho de mulheres e crianças
(até 16h) e do desemprego crescente advindo da revolução industrial.
Cooperativismo
Cooperativismo moderno (Marco referencial)

A cooperativa de consumo de operários da industrial têxtil se


expandiu rapidamente e, em 1850, abriu uma outra cooperativa de
produção industrial, um moinho, e em 1854 uma tecelagem e fiação.

Em 1895, em Genebra, foi criada a Aliança Cooperativa


Internacional que ratificou os princípios de Rochdale como a adesão
voluntária e livre de seus membros; a gestão democrática; a
participação econômica dos membros na criação e controle do capital;
educação e formação dos sócios e a intercooperação no sistema
cooperativista.
Cooperativismo
Cooperativismo moderno

A constituição de uma pequena cooperativa de consumo no chamado


"Beco do Sapo" (Toad Lane) teve como objetivo mudar os padrões
econômicos da época e dar origem ao movimento cooperativista.

Na época, a iniciativa foi motivo de deboche por parte dos


comerciantes, mas logo no primeiro ano de funcionamento o capital da
sociedade aumentou para 180 libras e dez anos depois o "Armazém de
Rochdale" já contava com 1.400 cooperados.

O sucesso dessa iniciativa passou a ser um exemplo para outros


grupos.
Cooperativismo
Cooperativismo moderno

O cooperativismo evoluiu e conquistou seu espaço próprio, definido


por uma nova forma de pensar, o homem, o trabalho e o
desenvolvimento social.

Por sua forma igualitária e social o cooperativismo é aceito por todos


os governos e reconhecido como fórmula democrática para a solução
de problemas sócio-econômicos.
Cooperativismo
Cooperativismo
Cooperativismo no Mundo

No Japão, as cooperativa ocupam um lugar relevante no


desenvolvimento das regiões rurais. 1/3 das famílias é membros de
cooperativas. As cooperativas agrícolas do Japão faturaram US$ 90
bilhões e 91% da produtores rurais são cooperados.

Nos Estados Unidos foram as cooperativas que levaram a energia


elétrica ao mundo rural. 40% dos americanos são cooperados.

Na Romênia, as cooperativas de turismo e viagem são as primeiras do


país.
Cooperativismo
Cooperativismo no Mundo

Na região baixa da Espanha, as cooperativas de Mondragon são as


maiores fabricantes de refrigerantes e de equipamentos
eletrodomésticos.

Na Itália, as cooperativas operárias de diversos setores são


reconhecidas como o setor de ação mais eficaz na luta contra o
desemprego.

No Canadá, 1/3 da população é membro de cooperativas de crédito e


mais de 75% da produção de trigo e outros cereais do país passam
pelas mãos de cooperativas de comercialização.
Cooperativismo
Cooperativismo no Mundo

Na Europa, nos mercados de distribuição de produtos alimentares, as


cooperativas de consumo estão na frente em vários países. 90% dos
agricultores franceses são membros de cooperativas.

Na Coréia mais de 2 milhões de agricultores (91% do total) são


membros de cooperativas.

Na Índia, cerca da metade do açúcar é produzido por cooperativas.

No Uruguai, 90% do leite é produzido por produtores cooperados.


Cooperativismo
Cooperativismo no Mundo

Em Nova Zelândia, as cooperativas são responsáveis por 95% das


exportações de leite; 70% do mercado de carnes; 50% do mercado de
insumos agrícolas; e 70% do mercado de fertilizantes.

Na Colômbia o movimento cooperativista é responsável por criar 109


mil postos de trabalho e por 35% da produção do café colombiano.

8,7% das exportações da Noruega provêm das cooperativas de


pescadores e 99% do leite é produzido por cooperativas.
Cooperativismo
Principais teorias cooperativistas
Nas últimas décadas, os estudos sobre o cooperativismo preocupam-
se em não apenas explicar o que é, como é, mas também evidencia, o
que pode ser a atividade cooperativa, adaptando a Doutrina
Cooperativista ao atual ambiente sócio-econômico.

Teoria da Cooperativização Global - alicerçada nos Princípios de


Rochdale. Sua principal característica é a oposição à economia de
mercado e à concorrência.

Teoria da Cooperativização Sistêmica - baseia-se no ato de


cooperar, com alguns esquemas de organização para certas fases do
desenvolvimento cooperativo, sem nenhuma proposta concreta.
Cooperativismo
Principais teorias cooperativistas
Teoria da Cooperativização Fiduciária - fundamenta-se no "homo
cooperativus", sem interesses individuais ou egoístas, que se submetem
"fiduciariamente" e completamente aos interesses coletivos do grupo
cooperativizado do qual é membro.

Teoria Cooperativa Neoclássica - segue os conceitos teóricos da


Economia Neoclássica e foi desenvolvida por economistas como: Angers,
Pichette, Guelfat, Vienney e Koulytchizk, que defendem o
cooperativismo como instrumento de organização da produção, da
sociedade e da economia.
Cooperativismo
Principais teorias cooperativistas

Teoria do Comportamento Cooperativo - analisa as motivações


econômicas, sociais e psicológicas que levam o homem a se tornar um
cooperado e o comportamento do grupo empresarial cooperativo.

Moderna Teoria da Cooperação - baseia-se na tríade do


cooperativismo que é : auto-ajuda, autogestão e auto-responsabilidade.
A Moderna Teoria da Cooperação tem como objetivo alertar as
cooperativas, principalmente as da América-Latina, para corrigirem suas
falhas estruturais, principalmente aquelas ligadas ao paternalismo e a
ingerência política.
Cooperativismo
Cooperativismo no Brasil

Dentre outras afirmações, dizia-se desde esse início que o


cooperativismo seria, sobretudo um “meio eficaz de novo equilíbrio
entre patrões e empregados em face da abolição dos escravos”
(PINHO, loc. cit.).
Cooperativismo
Cooperativismo no Brasil

Por volta de 1610, quando foram fundados no Brasil as primeiras


Reduções Jesuíticas, houve as primeiras tentativas da criação de um
Estado em que prevalecesse a ajuda mútua.

Incentivada pelos padres jesuítas e baseada no principio do auxílio


mútuo (mutirão), esta prática, encontrada entre os indígenas
brasileiros e em quase todos os povos primitivos, desde os primeiros
tempos da humanidade, vigorou por cerca de 150 anos.

No entanto, foi em 1847 que situou-se o início do movimento


cooperativista no Brasil, quando diversas sociedades foram fundadas
com esse espírito. 
Cooperativismo
Cooperativismo no Brasil

Em 1902, surgiram as cooperativas de crédito no Rio Grande do


Sul, por iniciativa do padre suíço Theodor Amstadt.

A partir de 1906, nasceram e se desenvolveram as cooperativas no


meio rural, idealizadas por produtores agropecuários. Muitos deles de
origem alemã e italiana.

Os imigrantes trouxeram de seus países de origem a bagagem


cultural, o trabalho associativo e a experiência de atividades
familiares comunitárias, que os motivaram a organizar-se em
cooperativas. 
Cooperativismo
Cooperativismo no Brasil

O cooperativismo agrícola é hoje


um dos mais consolidados no sistema de
trabalho associado.
Tecnólogo em Agroecologia

Cooperativismo:
precursores

Prof. Marcelo Rodrigues

Agosto, 2011
Tecnólogo em Agroecologia
Robert Owen (1771-1858)

Owen afirmava que o homem é o resultado de seu meio social; para


modificá-lo, seria necessário modificar o meio social, mas de forma
pacífica, gradual e moderada, a fim de que nenhuma parte do corpo
político nem do indivíduo sofressem com a mudança.

Suas principais ações baseavam-se em:

a) combater o lucro e a concorrência


b) combater a divisão social entre operários e patrões
c)criar medidas previdenciárias e de assistência social aos
funcionários.
Tecnólogo em Agroecologia

François Marie Charles Fourier (1772-1837)

Procurou harmonizar os interesses dos trabalhadores, dos


capitalistas e dos consumidores, pois acreditava que "as
desigualdades entre pobres e ricos fazem parte do plano de Deus e
tudo o que provém de Deus é bem feito“.
Tecnólogo em Agroecologia
Phelippe Josepnh Benjamins Buchez (1796-1865)

Defendia a associação cooperativa dos operários por categoria


profissional de forma pacífica e sem espoliações, para que eles se
tornassem produtores livres, e, com isso:

a) tivessem poupanças em comum;


b) obtivessem empréstimos em comum;
c) assegurassem salários iguais a todos.
d) retorno das sobras (lucros) proporcionais ao trabalho;
e) a indivisibilidade e inalienabilidade do capital social da cooperativa.
Tecnólogo em Agroecologia
Louis Blanc (1812-1882)

Defendia a associação de operários em fábricas sociais, que no


primeiro momento seria organizada e financiada pelo Estado, pois
defendia que o Estado era responsável pelos problemas econômicos e
sociais.

As fábricas sociais seriam organizadas por estatutos próprios, mas


dentro do princípio da igualdade, segundo o qual as sobras líquidas
seriam divididas em três partes, sendo uma para os operários, uma
constituiria um fundo de assistência social e o restante para
capitalização e fortalecimento financeiro do empreendimento.
Tecnólogo em Agroecologia

Formação do Pensamento Cooperativista


Tecnólogo em Agroecologia

Formam o pensamento cooperativo:

a)idéias sociais dos precursores;


b)experiências cooperativistas dos trabalhadores ingleses e
franceses, principalmente as de Rochdale;
c)idéias e princípios do cooperativismo de crédito;
d)estudos da escola de Nimes (Originou-se por volta de 1886, em
Nimes, pequena cidade ao Sul da França, onde algumas pessoas se
reuniam para discutir problemas econômicos da época).
Tecnólogo em Agroecologia

Cooperativa: Objetivo

Prof. Marcelo Rodrigues

Agosto, 2011
Cooperativismo
Aumentar a renda de seus cooperados, retendo para o
grupo cooperado a “mais valia” que, numa relação de
trabalho capitalista, fica em poder do empregador.

Realizar a justiça social, promovendo o cooperado e


eliminando o lucro do intermediário.

Melhorar as condições de trabalho, na medida que as


cooperativas transformam empregados, produtores,
profissionais liberais e outros, em empresários, estes
determinam em comum e democraticamente as regras de
atuação.
Cooperativismo

Promover os trabalhadores, pois esses, ao adquirirem o


status de empresários, tornam-se autogestores de suas
próprias atividades.

Esse status demanda, por parte dos cooperados, um


permanente programa de capacitação e de promoção, fator
exigido pelo sistema cooperativista.

Oferecer aos cooperados, na prática, o respeito à


liberdade, à democracia, à igualdade e à solidariedade.
Cooperativismo
Finalidade

A Cooperativa é uma sociedade com estrutura jurídica


própria, constituída com fundamento na Lei Federal
5.674/71, tendo como finalidade social, a congregação dos
profissionais?

 Produtores que se proponham a associar seus bens e


serviços para o exercício de sua atividade econômica, no
interesse comum e sem finalidade lucrativa, compreendendo
a execução de atos cooperativos, direcionados, entre
outros, a oferta coletiva de serviços, distribuição de
resultados e rateio das despesas da sociedade mediante a
fruição dos serviços.
Cooperativismo
Finalidade

Viabilizar e desenvolver atividades de consumo, produção,


crédito, prestação de serviços e comercialização;

Atuar no mercado gerando benefícios para os


cooperantes;

Formar e capacitar seus integrantes para o trabalho e a


vida em comunidade.
Cooperativismo
A Cooperativa é um meio para que um determinado grupo de indivíduos
atinja objetivos específicos, através de um acordo voluntário para
cooperação recíproca.

Uma Cooperativa se diferencia de outros tipos de associações de


pessoas por seu caráter essencialmente econômico. A sua finalidade é
colocar os produtos e ou serviços de seus cooperados no mercado, em
condições mais vantajosas do que os mesmos teriam isoladamente.
Desse modo a Cooperativa pode ser entendida como uma “empresa” que
presta serviços aos seus cooperados.

Embora sobre vários aspectos uma Cooperativa seja similar a outros


tipos de empresas e associações, ela se diferencia daquelas na sua
finalidade, na forma de propriedade e de controle, e na distribuição
dos benefícios por ela gerados. Essas diferenças definem uma
Cooperativa e explicam seu funcionamento.
Cooperativismo
Organização do Cooperativismo

Para que haja legitimidade nas ações das cooperativas, usa-se


como referência a Legislação específica:
 
• Constituição Federal (Art. 5º, incisos XVII e Art. 174, §
2º.);
• Código Civil (Art. 1.093 a 1.096)
• Lei Federal nº. 5.764/71
• Outras legislações específicas
Cooperativismo
FORMAÇÃO

· Mínimo de 20 pessoas conforme estabelece a lei 5.764/71

· Qualquer pessoa física que não desenvolva atividades que


conflitem com os interesses da cooperativa.

PATRIMÔNIO

· O capital é formado por quotas-partes ou pode ser


constituído por prestação de serviços, doações, empréstimos
e processos de capitalização
Cooperativismo

Associações e cooperativas
A diferença essencial está na natureza dos dois processos.
Enquanto as associações são organizações que tem por
finalidade a promoção de assistência social, educacional,
cultural, representação política, defesa de interesses de
classe, filantrópicas; as cooperativas têm finalidade
essencialmente econômica. Seu principal objetivo é o de
viabilizar o negócio produtivo de seus associados junto ao
mercado.
Cooperativismo
Tecnólogo em Agroecologia

Cooperativa: Valores

Prof. Marcelo Rodrigues

Agosto, 2011
Cooperativismo
Cooperativismo (Valores)

Igualdade

Numa cooperativa os direitos e obrigações são iguais para todos.


Ninguém tem mais ou menos poder ou benefício, por ter mais ou
menos capital.

Humanismo

No cooperativismo a ética está acima de tudo.


As pessoas são respeitadas pela sua capacidade de participar,
opinar, produzir e agir no interesse coletivo.
Tem valor o “ser” e não, o “ter”.
Cooperativismo
Cooperativismo (Valores)
Liberdade
A democracia é a concretização da liberdade, pois possibilita a
participação, escolha e decisão sobre as ações na cooperativa,
garantindo o sucesso da mesma.

Racionalidade
O uso da ciência e da tecnologia no cooperativismo deve ser motivo de
emancipação, respeito e dignidade nas condições sócio-econômico das
pessoas.

Solidariedade
A solidariedade é a alavanca de todo e qualquer processo cooperativo,
pois é por meio da ajuda mútua que se constrói uma economia solidária
e coletiva.
Tecnólogo em Agroecologia

Cooperativismo:
Princípios

Prof. Marcelo Rodrigues

Agosto, 2011
Cooperativismo
Cooperativismo (Princípios)

Para possibilitar uma formulação única do sistema cooperativista, em


1995, por ocasião do Congresso da Aliança Cooperativa Internacional -
ACI em Manchester, na Inglaterra, foram estabelecidos os princípios
do cooperativismo.

Esses princípios são aceitos no mundo inteiro como base para o


sistema.

Todas as cooperativas devem balizar seu funcionamento e sua


relação com os cooperados e com o mercado de acordo com esses
princípios.
Cooperativismo
Cooperativismo (Princípios)

São 7 princípios do cooperativismo

1 - Adesão voluntária e livre


2 - Gestão democrática pelos membros
3 - Participação econômica dos membros
4 - Autonomia e independência
5 - Educação, formação e informação
6 - Inter-cooperação
7 - Interesse pela comunidade
Cooperativismo
Cooperativismo (Princípios)

1- Adesão voluntária e livre

As cooperativas são organizações voluntárias, abertas a todas as


pessoas aptas a utilizar os seus serviços e dispostas a assumir
responsabilidades como membros, sem discriminações sociais, raciais,
de sexo, políticas ou religiosas.
Cooperativismo
Cooperativismo (Princípios)

1- Adesão voluntária e livre

Esse princípio ilustra o cooperativismo como um modelo de associação


que permite a aceitação de pessoas sem nenhuma discriminação, mas
por outro lado oculta os antagonismos presentes nas lutas de classes.
Este item não observa a possibilidade da entrada de pessoas que
possam comprometer os objetivos da cooperativa, uma vez que estes
podem ser difusos, podendo “ocorrer o surgimento de grupos de
interesse”
Cooperativismo
Cooperativismo (Princípios)

2 - Gestão democrática pelos membros

As cooperativas são organizações democráticas controladas pelos


seus membros, que participam ativamente na formulação das suas
políticas e na tomada de decisões.

Homens e mulheres, quando representantes eleitos, são responsáveis


perante os demais.

Em todas as cooperativas os sócios têm direitos iguais de voto, em


face ao princípio universal "um homem, um voto".
Cooperativismo
Cooperativismo (Princípios)

2 - Gestão democrática pelos membros

A democracia proposta pode vir carregada de poderes de influência e


até opressão por parte de alguns membros da associação. Podem
ocorrer a formação de grupos de interesse A não-participação dos
cooperados em cargos de direção e fiscalização da cooperativa podem
criar a situação próxima a de empregado-empregador. São encontradas
cooperativas que “em alguns casos leva-se em conta a formação
educativa e política de seus membros.
Cooperativismo
Cooperativismo (Princípios)
3 - Participação econômica dos membros

Os membros contribuem igualmente para o capital das suas


cooperativas e o controle é feito democraticamente.

Pelo menos parte desse capital é, normalmente, propriedade comum
da cooperativa.

Os membros geralmente recebem benefícios limitados pelo capital


subscrito, quando houver, como condição de sua adesão.

As receitas excedentes são destinadas, pelos membros, para algumas


das seguintes finalidades: desenvolvimento das suas cooperativas,
criação de reservas; benefício dos membros na proporção das suas
transações com a cooperativa; apoio a outras atividades aprovadas
pelos membros.
Cooperativismo
Cooperativismo (Princípios)
3 - Participação econômica dos membros

Lembramos que o capitalismo é inaugurado por uma série de processos,


muitos dos quais geraram a acumulação de capital. Há aqui a
necessidade da manutenção de mesmos padrões por parte dos
membros, que integram o capital da cooperativa. Não se observa sobre
a aplicação dos excedentes, que pode ser realizada pelos cooperados.
O retorno financeiro pode ser desproporcional à participação de cada
cooperado.
Cooperativismo
Cooperativismo (Princípios)
4 - Autonomia e independência

As cooperativas são organizações autônomas, de ajuda mútua,


controladas pelos seus membros.

Se firmarem acordos com outras organizações, incluindo instituições


públicas, ou recorrerem à capital externo, devem fazê-lo em condições
que assegurem o controle democrático pelos seus membros e
mantenham a autonomia das cooperativas.
Cooperativismo
Cooperativismo (Princípios)
4 - Autonomia e independência

O voto e a decisão em conjunto são aspectos positivos no sentido


organizacional, social e humano, mas a ajuda de capital externo vem
carregada de riscos para o controle da associação. Não é observada a
possibilidade de controle da administração na responsabilidade de
grupos de interesse.
Cooperativismo
Cooperativismo (Princípios)
5 - Educação, formação e informação

As cooperativas promovem a educação e a formação dos seus


membros, dos representantes eleitos, dos dirigentes e dos
trabalhadores de forma a que estes possam contribuir, eficazmente,
para o desenvolvimento das suas cooperativas.

As cooperativas informam o público em geral, particularmente os


jovens e os formadores de opinião, sobre a natureza e as vantagens da
cooperação.
Cooperativismo
Cooperativismo (Princípios)
5 - Educação, formação e informação

O presente item privilegia a educação voltada à sustentabilidade da


cooperativa e de uma educação para o trabalho, mas se esquece, ou não
deixa claro sobre a educação voltada à formação do cidadão. Na
educação dirigida aos interesses da cooperativa pode ocorrer a
manipulação de novos cooperados assim como da população envolvida no
processo.
Cooperativismo
Cooperativismo (Princípios)

6 - Intercooperação
As cooperativas servem de forma mais eficaz os seus membros e dão
mais força ao movimento cooperativo, trabalhando em conjunto, por
meio das estruturas locais, regionais, nacionais e internacionais.
Cooperativismo
Cooperativismo (Princípios)

6 - Intercooperação

O individualismo capitalista traz a possibilidade de má distribuição em


relação à intercooperação ou uma divisão com ganho daquele que
negocia o produto ou serviço, podendo causar prejuízos às cooperativas
menos relacionadas com o mercado
Cooperativismo
Cooperativismo (Princípios)

7 - Interesse pela comunidade

As cooperativas trabalham para o desenvolvimento sustentado das


suas comunidades por meio de políticas aprovadas pelos membros.
Cooperativismo
Cooperativismo (Princípios)

7 - Interesse pela comunidade

Sobre esse último princípio, observamos haver a possibilidade, no


sistema capitalista, do surgimento de grupos de interesse que podem
vir causar a desigualdade no relacionamento com a comunidade.
Cooperativismo
Cooperativismo (legislação)

LEI Nº 5.764, DE 16 DE DEZEMBRO DE 1971.

Define a Política Nacional de Cooperativismo, institui o


regime jurídico das sociedades cooperativas, e dá outras
providências.
Tecnólogo em Agroecologia

Cooperativa: Estrutura

Prof. Marcelo Rodrigues

Agosto, 2011
Tecnólogo em Agroecologia
Cooperativismo
COOPERATIVA EMPRESA
Sociedade de pessoas Sociedade de capital
Não objetiva lucro Lucro para sócios ou acionistas
É democrática, cada sócio um voto Quanto mais ações, maior poder de voto
Cooperados Empregados
As quotas-partes são intransferíveis a As quotas-partes são transferíveis a
terceiros terceiros
Afasta os intermediários Muitas vezes são os próprios
intermediários
Aberta à participação de novos sócios Limita por vezes a quantidade de
acionistas
Promove a integração Promove a competição
Os resultados retornam aos sócios de Os resultados retornam aos sócios de
forma proporcional às operações forma proporcional ao número de
ações
O compromisso é educativo e econômico O compromisso é econômico
Cooperativismo
Criação de uma Cooperativa

1. Reunião com os membros do grupo;


2. Definir os objetivos da cooperativa;
3. Ter um mínimo de vinte cooperados;
4. Convocar a Assembléia Geral de Constituição;

Estatuto
(regras, diretoria e conselho fiscal)
Cooperativismo
Cooperativismo
Cooperativismo
Cooperativismo
Estatuto
(regras, diretoria e conselho fiscal)
1. Denominação, sede, prazo de duração, área de ação, objeto da sociedade, fixação do
exercício social e da data do levantamento do balanço geral;
2. Direitos e deveres dos associados, natureza de suas responsabilidades e condições
de admissão, demissão, eliminação e exclusão e normas para representação;
3. Capital mínimo, valor da quota-parte, mínimo de quotas partes a ser subscrito pelo
associado, o modo de integralização, condições de sua retirada nos casos de
demissão, eliminação ou exclusão;
4. Forma de devolução das sobras registradas aos associados ou do rateio das
perdas apuradas;
5. Modo de administração e fiscalização, estabelecendo os respectivos órgãos, definição
de suas atribuições, poderes e funcionamento, representação ativa e passiva da
sociedade em juízo ou fora dele, o prazo do mandato e processo de substituição dos
administradores e conselheiros fiscais;
6. Formalidades de convocação das assembléias gerais e a maioria delas requeridas para
a sua instalação, validade das suas deliberações, vedado o direito de voto aos que nelas
tiverem interesse particular sem privá-los de participar dos debates;
Cooperativismo
Estatuto
(regras, diretoria e conselho fiscal)
Direitos dos Cooperados:
 
Todos os direitos dos cooperados devem ser contextualizados no estatuto.
 
Obrigações dos Cooperados:
 
Todos os deveres dos cooperados devem ser contextualizados no estatuto.
 
Exclusão de Associados:
 
O cooperado poderá ser excluído da Sociedade se exercer qualquer atividade
considerada prejudicial à Cooperativa, ou que colida com os seus objetivos, ou ainda se
deixar de cumprir os dispositivos da Lei, do Estatuto ou das decisões adotadas pela
Sociedade. Será excluído ainda, o cooperado que por incapacidade civil não suprida, ou
por deixar de atender os requisitos
Cooperativismo
Estatuto
(regras, diretoria e conselho fiscal)
Direitos dos Cooperados:
 
Todos os direitos dos cooperados devem ser contextualizados no estatuto.
 
Obrigações dos Cooperados:
 
Todos os deveres dos cooperados devem ser contextualizados no estatuto.
 
Exclusão de Associados:
 
O cooperado poderá ser excluído da Sociedade se exercer qualquer atividade
considerada prejudicial à Cooperativa, ou que colida com os seus objetivos, ou ainda se
deixar de cumprir os dispositivos da Lei, do Estatuto ou das decisões adotadas pela
Sociedade. Será excluído ainda, o cooperado que por incapacidade civil não suprida, ou
por deixar de atender os requisitos
Cooperativismo
Assembléia geral
 
Uma vez por ano, será realizada a Assembléia Geral
Ordinária - AGO da Cooperativa que deliberará sobre
eleições dos membros dos Conselhos nos prazos
estabelecidos pelo Estatuto, a prestação de contas,
deliberações pertinentes à AGO, aprovação de Relatório
de Gestão, fixação das metas para o exercício corrente e
fixação dos honorários da Diretoria e Conselhos.

Sempre que necessário, a Cooperativa poderá chamar


Assembléias Extraordinárias, para deliberar sobre outros
assuntos de interesse da Sociedade.
Cooperativismo
Assembléia geral

 
A Lei define como Ordinárias as Assembléias Gerais que
ocorrem obrigatoriamente nos primeiros três meses após o
término do exercício social (em geral, devem ocorrer até
31 de março), quando o Conselho de Administração deve,
entre outras coisas, relatar sobre a gestão, apresentar o
balanço e o demonstrativo das sobras ou perdas apuradas,
além do parecer do Conselho Fiscal
Cooperativismo

Assembléia geral

 
Como Extraordinárias a Lei define àquelas Assembléias
Gerais que ocorrem sempre que necessário, podendo
deliberar sobre quaisquer interesses da sociedade, mas
que têm por exclusiva competência deliberar sobre
reformas no estatuto, fusão, incorporação ou
desmembramento, mudança no objeto da sociedade,
dissolução voluntária da sociedade e sobre a nomeação e as
contas do liquidante.
Cooperativismo

Assembléia geral

 
O conjunto das quotas partes constitui o capital social da
cooperativa, que garante a responsabilidade empresarial
desta no mercado. O capital social é também chamado de
Fundo Divisível, pois é de propriedade dos cooperados. No
balanço patrimonial da cooperativa, por exemplo, o capital
social é um passivo, ou seja, é uma dívida da cooperativa
com os cooperados.
Cooperativismo

Assembléia geral

 
As quotas partes são a propriedade individual (privada) de
cada cooperado sobre a cooperativa. Apesar “da
cooperativa” não ser propriedade privada, as quotas partes
são. A cooperativa não é propriedade privada, pois não
pode ser vendida nem comprada, já que as quotas partes
não podem ser comercializadas a terceiros, mas apenas aos
cooperados. A Lei ainda põe um limite em que um cooperado
pode ter no máximo 1/3 das quotas partes da cooperativa.
Cooperativismo

Assembléia geral

 
O conjunto das quotas partes constitui o capital social da
cooperativa, que garante a responsabilidade empresarial
desta no mercado. O capital social é também chamado de
Fundo Divisível, pois é de propriedade dos cooperados. No
balanço patrimonial da cooperativa, por exemplo, o capital
social é um passivo, ou seja, é uma dívida da cooperativa
com os cooperados.
Cooperativismo
As cooperativas sofrem diversas tributações tais como:

• PIS: 1 % sobre a folha de pagamento de funcionários da cooperativa,


0,65 % em caso de não-associados, conforme a medida Provisória 1.546-
22/97.

• FGTS: somente para empregados da cooperativa.

• INSS: 15 % sobre a retirada de cada cooperante e se estes forem


autôno-mos 20 % sobre o salário-base de cada um.

• ICMS: se a cooperativa operar em um único município não há incidência


do ICMS.

• IPI: sempre que a cooperativa tiver atividade de transformação de


maté-ria-prima.
Cooperativismo
Aspectos estruturais:

Estar constituída e operar segundo a Lei 5.764/71.


Ter seus documentos arquivados na junta comercial estadual.
Ser registrada no ministério da fazenda no CNPJ (Cadastro Nacional
de Pes-soa Jurídica).
Obter concessão de alvará na prefeitura municipal.
Obter registro na secretaria estadual da fazenda, dependendo do
ramo.
Possuir a documentação dos cooperados no que diz respeito à sua
qualificação perante os órgãos de registro.
Possuir todos os livros obrigatórios atualizados e registrados de
acordo com as instâncias competentes: livros de Atas das assembléias
gerais ordinárias, das assembléias gerais Extraordinárias, das reuniões
do conselho fiscal, da diretoria ou conselho de administração e livros
contábeis, entre ou-tros.
Comprovar a participação democrática dos cooperados nas
assembléias gerais, bem como a existência de vida societária.
Cooperativismo
Entre os principais direitos dos cooperados pode-se citar:

Utilizar os serviços prestados pela cooperativa.


Discutir e votar assuntos relativos à cooperativa.
Propor ao conselho de administração e nas assembléias gerais as
medidas que julgar convenientes aos interesses do quadro social.
Efetuar, com a cooperativa, as operações que forem programadas.
Obter informações da situação financeira da cooperativa.
Votar e ser votado para cargos no conselho de administração e no
conselho fiscal.
No caso de desligamento da cooperativa, retirar o capital, conforme
estabe-lece o estatuto.
Cooperativismo
Como principais deveres dos cooperados pode-se citar:

• Integrar as quotas-partes de capital.

• Operar com a cooperativa.

• Respeitar o estatuto da cooperativa.

• Cumprir fielmente os compromissos da cooperativa.

• Respeitar as decisões da cooperativa.

• Cobrir sua parte em caso de prejuízo.

• Participar das atividades da cooperativa.


Cooperativismo
A documentação necessária para os sócios é:

RG.
CPF.
Comprovante de residência.
Cooperativismo
Já para a cooperativa, após a assembléia geral de constituição, é
necessário realizar o registro da cooperativa no OCEPAR e na junta
comercial. Para isto a co-operativa deve apresentar os documentos:

Requerimento da Junta Comercial.

Três vias da ata da assembléia geral de constituição e do estatuto da


coo-perativa. Podendo ser uma via original assinada pelos fundadores e
as de-mais podem ser fotocópias registradas em cartório. Declarar no
fecho da ata que a mesma é cópia fiel. A cooperativa deve providenciar
visto de ad-vogado na última página da ata e do estatuto.
Cooperativismo
Junto a organização estadual deve se apresentar:

• Cópia da ata da assembléia geral de constituição.

• Cópia do estatuto.

• Cópia do CNPJ.
Cooperativismo
A cooperativa precisa ter os seguintes livros:

De matrícula (cooperantes são inscritos por ordem cronológica de


admissão constando nome, idade, estado civil, nacionalidade, RG, CPF,
profissão e residência do cooperante, data de admissão e demissão - se
houver, conta corrente das respectivas quotas-partes);
De Atas de assembléias.
De Atas dos órgãos de administração.
De Atas do conselho fiscal.
De presença dos cooperantes nas assembléias gerais.
Outros como os, fiscais, contábeis, obrigatórios.
Cooperativismo
Lei 5764 Art. 4º - As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma
e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência,
constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demais
sociedades
pelas seguintes características:

I - adesão voluntária, com número ilimitado de associados, salvo impossibilidade


técnica de prestação de serviços;
II - variabilidade do capital social, representado por quotas-partes;
III - limitação do número de quotas-partes do capital para cada associado,
facultado, porém, o estabelecimento de critérios de proporcionalidade, se assim
for mais adequado para o cumprimento dos objetivos sociais;
IV - inacessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros, estranhos à
sociedade;
V - singularidade de voto, podendo as cooperativas centrais, federações e
confederações de cooperativas, com exceção das que exerçam atividade de
crédito, optar pelo critério da proporcionalidade;
VI - “quorum” para o funcionamento e deliberação da Assembléia Geral baseado
no número de associados
e não no capital;
Cooperativismo
Lei 5764 Art. 4º - As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma
e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência,
constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demais
sociedades
pelas seguintes características:

VII - retomo das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às


operações realizadas pelo associado, salvo
deliberação em contrário da Assembléia Geral;
VIII - indivisibilidade dos fundos de Reserva e de Assistência Técnica,
Educacional e Social;
IX - neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social;
X - prestação de assistência aos associados e, quando prevista nos estatutos,
aos empregados da cooperativa;
XI - área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião,
controle, operações e prestação de serviços.
Cooperativismo
Lei 5764 Art. 4º - As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma
e natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas à falência,
constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindo-se das demais
sociedades
pelas seguintes características:

VII - retomo das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às


operações realizadas pelo associado, salvo
deliberação em contrário da Assembléia Geral;
VIII - indivisibilidade dos fundos de Reserva e de Assistência Técnica,
Educacional e Social;
IX - neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social;
X - prestação de assistência aos associados e, quando prevista nos estatutos,
aos empregados da cooperativa;
XI - área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião,
controle, operações e prestação de serviços.
Cooperativismo
Art. 6º - As sociedades cooperativas são consideradas:

I - singulares, as constituídas pelo número mínimo de 20 (vinte) pessoas


físicas, sendo excepcionalmente permitida a admissão de pessoas
jurídicas que tenham por objeto as mesmas ou correlatas atividades
econômicas das pessoas físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos;
II - cooperativas centrais ou federações de cooperativas, as
constituídas de, no mínimo, 3 (três) singulares,
podendo, excepcionalmente, admitir associados individuais;
III - confederações de cooperativas, as constituídas, pelo menos, de 3
(três) federações de cooperativas ou
cooperativas centrais, da mesma ou de diferentes modalidades.
Cooperativismo

Art. 7º - As cooperativas singulares se caracterizam pela


prestação direta de serviços aos associados.

Art. 8º - As cooperativas centrais e federações de cooperativas


objetivam organizar, em comum e em maior escala, os serviços
econômicos e assistências de interesse das filiadas, integrando e
orientando suas atividades, bem como facilitando a utilização recíproca
dos serviços.
Cooperativismo
Por que a Cooperativa é um Empreendimento Autogestionado?

• Porque o cooperante será, necessariamente e sempre, o “dono” da


organização, com todos os deveres, diretos e responsabilidades desse
tipo de prática societária.
• O cooperante também é identificado como “usuário” das atividades
desenvolvidas pela cooperativa;
• É identificado também como “trabalhador”, pois é ele que executa as
atividades necessárias, para o alcance dos objetivos sociais e
econômicos, de interesse comum.
Cooperativismo
A administração de uma cooperativa exige competência técnica e profissional de
seus dirigentes, cooperantes e empregados. O êxito da cooperativa depende da
capacidade de administração autogestionada, e da capacidade de organização
social e política de seus integrantes.

1. Um programa de organização do quadro social. (Comitês Educativos,


Comissões, Núcleos, Conselheiros)
que permite a efetiva participação dos cooperantes no processo decisório e
planejamento democrático,
na sociedade cooperativa;

2. Um programa de educação e capacitação cooperativa para dirigentes,


cooperantes e empregados. O
objetivo desse programa é dar condições às pessoas para conhecer os
fundamentos do cooperativismo, sua história, propostas filosóficas, econômicas
e sociais. A partir do conhecimento adquirido é possível uma prática social
transformadora;

3
Cooperativismo
3. Transparência administrativa. É indispensável para qualquer programa de
autogestão, que existam condições de transparência administrativa capazes de
dar confiabilidade à gestão de cooperativa;

4. Auto-sustentação econômico-financeira. O êxito de uma cooperativa também


depende da sua capacidade de auto-sustentar econômica e financeiramente.
Qualquer idéia de paternalismo deve ser afastada.

5. Processo permanente de comunicação. Para alcançar um objetivo comum, as


pessoas precisam comunicar-se entre si e aferirem suas posições. Sem
comunicação e troca de informações entre os dirigentes, cooperantes e
empregados, o objetivo comum não será atingido. Para que esse intercâmbio de
informações, conhecimentos e atividades possa acontecer de fato, é preciso
criar instrumentos e mecanismos de comunicação, sejam eles através de jornal,
rádio, impressos, palestras, debates, reuniões etc.
Cooperativismo
Dez Mandamentos para Inviabilizar a Cooperativa

1. Não freqüente a sede da cooperativa, e quando for lá, procure algo para reclamar;
2. Ao participar de qualquer atividade, encontre apenas falhas no trabalho de quem está
lutando para acertar;
3. Nunca aceite uma incumbência, pois é muito mais fácil criticar do que fazer;
4. Quando a Diretoria solicitar sua opinião, diga que não tem nada para falar, e depois fale
tudo o que lhe vem na cabeça para outras pessoas;
5. Faça apenas o absolutamente necessário e quando outros fizerem algo mais, diga que a
cooperativa é dominada por um grupinho;
6. Não leia as comunicações da cooperativa, alegando que elas não trazem nada de
interessante ou diga que não as recebeu;
7. Caso seja convidado para algum cargo eletivo, diga que não tem tempo e depois afirme
que têm pessoas que não querem largar o poder;
8. Quanto houver qualquer divergência na Diretoria, opte logo por uma facção e crie toda
ordem de fofocas;
9. Sugira, insista e cobre a realização de eventos pela cooperativa, mas não participe deles.
Depois diga que tinha pouca gente;

Quando a cooperativa fracassar “com essa cooperação fantástica”, estufe o peito e


conclua com o orgulho de quem sempre tem razão: “Eu não disse?”
Cooperativismo
Cooperativismo
Cooperativismo
Cooperativismo
Cooperativismo
Cooperativismo
CAPÍTULO I

Da Política Nacional de Cooperativismo

Art. 1° Compreende-se como Política Nacional de Cooperativismo a


atividade decorrente das iniciativas ligadas ao sistema cooperativo,
originárias de setor público ou privado, isoladas ou coordenadas entre
si, desde que reconhecido seu interesse público.

Art. 2° As atribuições do Governo Federal na coordenação e no


estímulo às atividades de cooperativismo no território nacional serão
exercidas na forma desta Lei e das normas que surgirem em sua
decorrência.
Parágrafo único. A ação do Poder Público se exercerá, principalmente,
mediante prestação de assistência técnica e de incentivos
financeiros e creditórios especiais, necessários à criação,
desenvolvimento e integração das entidades cooperativas.
Cooperativismo
CAPÍTULO II

Das Sociedades Cooperativas

Art. 3° Celebram contrato de sociedade cooperativa as pessoas que


reciprocamente se obrigam a contribuir com bens ou serviços para o
exercício de uma atividade econômica, de proveito comum, sem objetivo
de lucro.

Art. 4º As cooperativas são sociedades de pessoas, com forma e


natureza jurídica próprias, de natureza civil, não sujeitas a falência,
constituídas para prestar serviços aos associados, distinguindo-se das
demais sociedades pelas seguintes características:
Cooperativismo
CAPÍTULO II

I - adesão voluntária, com número ilimitado de associados, salvo impossibilidade técnica


de prestação de serviços;
II - variabilidade do capital social representado por quotas-partes;
III - limitação do número de quotas-partes do capital para cada associado, facultado,
porém, o estabelecimento de critérios de proporcionalidade, se assim for mais adequado
para o cumprimento dos objetivos sociais;
IV - incessibilidade das quotas-partes do capital a terceiros, estranhos à sociedade;
V - singularidade de voto, podendo as cooperativas centrais, federações e confederações
de cooperativas, com exceção das que exerçam atividade de crédito, optar pelo critério
da proporcionalidade;
VI - quorum para o funcionamento e deliberação da Assembléia Geral baseado no número
de associados e não no capital;
VII - retorno das sobras líquidas do exercício, proporcionalmente às operações
realizadas pelo associado, salvo deliberação em contrário da Assembléia Geral;
VIII - indivisibilidade dos fundos de Reserva e de Assistência Técnica Educacional e
Social;
IX - neutralidade política e indiscriminação religiosa, racial e social;
X - prestação de assistência aos associados, e, quando previsto nos estatutos, aos
empregados da cooperativa;
XI - área de admissão de associados limitada às possibilidades de reunião, controle,
operações e prestação de serviços.
Cooperativismo
CAPÍTULOIII

Do Objetivo e Classificação das Sociedades Cooperativas

Art. 5° As sociedades cooperativas poderão adotar por


objeto qualquer gênero de serviço, operação ou atividade,
assegurando-se o direito exclusivo e exigindo-se a
obrigação do uso da expressão "cooperativa" em sua
denominação.

Parágrafo único. É vedado às cooperativas o uso da


expressão "Banco".
Cooperativismo
CAPÍTULOIII

Art. 6º As sociedades cooperativas são consideradas:

I - singulares, as constituídas pelo número mínimo de 20


(vinte) pessoas físicas, sendo excepcionalmente permitida
a admissão de pessoas jurídicas que tenham por objeto as
mesmas ou correlatas atividades econômicas das pessoas
físicas ou, ainda, aquelas sem fins lucrativos;
II - cooperativas centrais ou federações de cooperativas,
as constituídas de, no mínimo, 3 (três) singulares, podendo,
excepcionalmente, admitir associados individuais;
III - confederações de cooperativas, as constituídas, pelo
menos, de 3 (três) federações de cooperativas ou
cooperativas centrais, da mesma ou de diferentes
Cooperativismo
CAPÍTULOIII

Art. 9° As confederações de cooperativas têm por objetivo


orientar e coordenar as atividades das filiadas, nos casos
em que o vulto dos empreendimentos transcender o âmbito
de capacidade ou conveniência de atuação das centrais e
federações.
Art. 10. As cooperativas se classificam também de acordo
com o objeto ou pela natureza das atividades desenvolvidas
por elas ou por seus associados.
§ 1º Além das modalidades de cooperativas já consagradas,
caberá ao respectivo órgão controlador apreciar e
caracterizar outras que se apresentem.
§ 2º Serão consideradas mistas as cooperativas que
apresentarem mais de um objeto de atividades.
Cooperativismo
CAPÍTULO IV
Da Constituição das Sociedades Cooperativas

Art. 14. A sociedade cooperativa constitui-se por deliberação da


Assembléia Geral dos fundadores, constantes da respectiva ata ou
por instrumento público.

Art. 15. O ato constitutivo, sob pena de nulidade, deverá declarar:


I - a denominação da entidade, sede e objeto de funcionamento;
II - o nome, nacionalidade, idade, estado civil, profissão e residência
dos associados, fundadores que o assinaram, bem como o valor e
número da quota-parte de cada um;
III - aprovação do estatuto da sociedade;
IV - o nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos
associados eleitos para os órgãos de administração, fiscalização e
outros.
Art. 16. O ato constitutivo da sociedade e os estatutos, quando não
transcritos naquele, serão assinados pelos fundadores.
Cooperativismo
CAPÍTULO IV
Da Constituição das Sociedades Cooperativas

Art. 14. A sociedade cooperativa constitui-se por deliberação da


Assembléia Geral dos fundadores, constantes da respectiva ata ou
por instrumento público.

Art. 15. O ato constitutivo, sob pena de nulidade, deverá declarar:


I - a denominação da entidade, sede e objeto de funcionamento;
II - o nome, nacionalidade, idade, estado civil, profissão e residência
dos associados, fundadores que o assinaram, bem como o valor e
número da quota-parte de cada um;
III - aprovação do estatuto da sociedade;
IV - o nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos
associados eleitos para os órgãos de administração, fiscalização e
outros.
Art. 16. O ato constitutivo da sociedade e os estatutos, quando não
transcritos naquele, serão assinados pelos fundadores.
Cooperativismo
As cooperativas são sociedades de natureza civil, formada por no
mínimo vinte pessoas.

Qualquer pessoa pode participar desde que não desenvolvam


atividades conflitantes com os objetivos da cooperativa.

Elas estão fundamentadas na economia solidária e se propõe a obter


um desempenho mais eficiente, com a melhoria da qualidade e valoração
dos serviços e produtos ofertados por elas.

Tem objetivo de gerar trabalho e renda a seus cooperados, buscando


o desenvolvimento dos seres humanos, das famílias e da comunidade
como um todo.

Estão regulamentadas pela legislação: Na constituição federal, em seu


art. 5º, incisos XVII e no art. 174, par. 2º, Código Civil, Lei Federal nº
5.764/71 e Legislações específicas para cooperativa de produção.
Cooperativismo

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