Derivativo é um instrumento cujo preço deriva de um outro ativo subjacente do
contrato. Uma opção de compra de ações do Banco do Brasil é considerada um derivativo, pois o seu preço de negociação depende do valor ação da empresa. Da mesma forma, um contrato futuro de taxas de juros – contrato futuro DI, conforme praticado no mercado brasileiro – é também um derivativo, pois o valor de mercado do contrato é determinado (deriva) pelo comportamento das taxas de juros (taxa DI). O uso de derivativos na gestão financeira pode proporcionar às empresas proteção contra diversos riscos. Isso ocorre quando se assume no mercado de derivativos uma posição contrária à mantida em outro mercado. Por exemplo, ao adquirir ações no mercado a vista, o investidor corre o risco de o preço cair. Uma forma de proteger o valor do investimento contra eventual desvalorização do pa- trimônio é vender esses papéis no mercado futuro (ou no mercado de opções) a um preço prefixado. A operação de derivativos eliminou o risco de perda de valor a que estava exposto o investimento, proporcionando uma compensação pelas duas posições assumidas (hedge). Derivativos Um outro exemplo de uso do mercado de derivativos na proteção de risco ocorre quando uma empresa apresenta uma obrigação futura de pagamento em moeda estrangeira. Para se proteger de uma eventual desvalorização do real em relação à moeda estrangeira, a empresa pode adquirir contratos futuros da moeda a uma paridade conhecida previamente. Da mesma forma, uma empresa cujo principal insumo é petróleo (Petrobras, por exemplo) pode se proteger de uma alta na cotação do barril do petróleo ad- quirindo uma opção, cujo valor acompanha o preço do produto. O objetivo principal dos derivativos é o de transferir riscos entre os participantes de mercado. O mercado de derivativos negocia oscilações de preços sem a presença física dos ativos. Essas operações tipicamente demandam baixo inves- timento inicial. Na gestão de riscos costuma-se considerar quatro tipos de derivativos: contratos a termo, contratos futuros, opções e swaps. Derivativos Os preços de negociação dos derivativos são livremente fixados pelo merca- do. Há dois tipos de derivativos disponíveis nos mercados: derivativos financeiros e derivativos não financeiros. Os derivativos financeiros são formados por taxas de juros, ações, índices, moedas etc. Os derivativos não financeiros incluem pe- tróleo, ativos agropecuários: algodão, soja, boi gordo, milho, café, açúcar etc. A liquidação de um contrato de derivativo pode ocorrer através do encerramento das posições líquidas mediante pagamento em dinheiro entre as partes en- volvidas, ou a entrega de um ativo. Derivativos Participantes dos mercados derivativos – Podem ser identificados três im- portantes participantes: hedger, especulador e arbitrador. O hedger é um agente cuja atuação no mercado tem por objetivo básico a proteção perante os riscos de oscilações nos preços dos ativos negociados. Uma eventual oscilação nos preços de mercado dos ativos pode ocasionar perdas fi- nanceiras aos agentes. A estratégia básica de proteção dos hedgers é a de adotar nos mercados futuros uma posição contrária à assumida no mercado a vista. O especulador é motivado pelas oportunidades de ganhos financeiros no mercado com as flutuações de preços. Sua atuação é importante para o mercado, fixando- se na compra do risco do hedger e assumindo, em troca de uma compen- sação financeira, o risco das oscilações de preços dos ativos. Contribui ainda para elevar a liquidez do mercado. O arbitrador procura, em suas operações, obter vantagens financeiras quando verifica que certos ativos encontram-se com preços em desequilíbrio em dife- rentes mercados. Por exemplo, dois ativos iguais podem estar sendo negociados em dois ou mais mercados por preços desiguais. Esse agente atua então no sen- tido de arbitrar o preço dos ativos, adquirindo no mercado onde o preço estiver mais baixo, e vendendo onde consegue maior valor, promovendo assim a volta do equilíbrio dos preços dos ativos. Derivativos Mercado a Termo : são realizadas operações de compra e venda de contratos de ativos, para liquidação em uma data futura, e preço previamente fixado. Os contratos a termo podem ser de compra, onde o comprador obriga-se a pagar o preço previamente ajustado e receber o ativo-objeto referente ao contrato, e de venda, onde o vendedor tem por obrigação receber o valor acertado previamente com o comprador e realizar a entrega física do ativo-objeto do contrato. Exemplo:dois investidores estão negociando a termo um determinado ativo que vale $ 15,00 no mercado a vista. Suponha que tenham acertado um preço de $ 16,20 para liquidação em certa data futura. Tem-se assim um negócio a prazo formalizado através de um contrato a termo. Ao final do período acertado, o comprador deverá pagar $ 16,20 e receber o ativo-objeto do contrato, indepen- dentemente do preço do ativo naquela data. O vendedor, ao contrário, deverá aceitar o preço ajustado e entregar o ativo-objeto do contrato. Caso o ativo extrapole o preço a termo de $ 16,20 ou, até mesmo, se desvalorize, o comprador deve desembolsar o preço previamente ajustado. Sua perda está limitada aos $ 16,20 gastos na compra do ativo, e seus ganhos são teorica- mente ilimitados se o preço subir indeterminadamente. Para o vendedor a situa- ção é exatamente o contrário. Sua perda é proporcional à elevação do preço de mercado do ativo, e seu ganho se restringe ao preço ajustado. Derivativos Mercado Futuro: Um contrato futuro segue a mesma definição básica do contrato a termo, sendo a operação a futuro admitida como uma variante de uma operação a termo. Para reduzir o risco de liquidação do contrato, ainda, em caso de variação brusca nos preços dos ativos negociados, costuma ser cobrado de cada investidor um valor referente a margem de garantia da operação, que tem por objetivo asse- gurar o compromisso financeiro assumido pelos participantes do mercado.
Diferenças entre Mercado Futuro e a Termo:
No mercado futuro, os contratos são negociados em bolsa e necessitam ser
padronizados. No mercado a termo, o contrato pode ser negociado de maneira particular entre as partes e não se exige padronização. O contrato futuro no Brasil é negociado com diferentes datas de entrega, possuindo prazo constante. O contrato a termo, por seu lado, apresenta uma data de entrega constante. O mercado futuro exige ajustes diários, compensando-se as diferenças nos preços diariamente. O contrato a termo prevê que as variações nos preços sejam ajustadas somente quando de seu vencimento. Derivativos Mercado Futuro: Exemplo: considere uma ação cotada no mercado a vista por $ 20,00 e a $ 21,00 a futuro para contrato de três meses. A garantia exigida pela CBLC para essa operação é igual a $ 1,90, devendo ser depositado pelo comprador. Assim, tem-se: Derivativos Mercado Futuro: Exemplo: admita uma empresa que tenha importado US$ 500.000 de mercadorias, a serem pa- gos em 40 dias. No momento da importação, para se proteger de uma variação cambial, o importador comprou um contrato futuro de dólar que estava sendo negociado a R$ 1,932 no mercado, e que possui o mesmo prazo. O mercado futuro irá oferecer algum benefício ao importador em caso de a cotação da moeda, na data do vencimento do contrato, ser maior que o valor ne- gociado de R$ 1,932/US$ 1,00. Se a cotação estiver abaixo verifica-se uma perda no mercado futuro. Assim, admita que a cotação da moeda, no encerramento do contrato, seja de R$ 2,017. Desconsiderando a existência de outras despesas operacionais, ve- rifica-se um ganho de: R$ 2,017 – R$ 1,932 = R$ 0,085 para o importador no mercado futuro. O pagamento líquido das importações é igual a: