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CUIDADOS

NA SAÚDE
MATERNA
UFCD 6578
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

• A gravidez é um processo fisiológico e as intervenções oferecidas no âmbito dos cuidados pré-natais


devem ter benefícios conhecidos e ser aceites pelas grávidas. Estas recomendações são a base dos
cuidados pré-natais para todas as grávidas, não contemplando os cuidados adicionais que algumas
grávidas necessitam.

• Os cuidados pré-natais devem estar centrados na mulher, que deve ter acesso fácil à sua prestação e
continuidade de cuidados. À grávida deve ser dada a possibilidade de tomar decisões após discussão das
opções com os profissionais envolvidos. A comunicação entre a grávida e os profissionais de saúde é
fundamental.  
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

• Informação pré-natal
Deve ser prestada informação à grávida baseada na evidência, suportada por informação escrita, sobre:

o Alterações fisiológicas da gravidez.


o Vigilância da gravidez (periodicidade das consultas, ecografias e estudos analíticos).
o Alimentação.
o Estilos de vida (cessação dos consumos de tabaco, álcool e drogas).
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

o Trabalho e atividade física.


o Prevenção primária da transmissão da toxoplasmose.
o Amamentação.
o Parto.
o Cuidados ao recém-nascido.
o Abordagem dos sintomas próprios da gravidez.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

• Boletim de saúde da grávida


O Boletim de Saúde da Grávida deve ser preenchido na 1ª consulta e estar
permanentemente atualizado.

• Datação da gravidez
A gravidez deve ser datada entre as 11 e as 13S+6d através do comprimento
craniocaudal (CCC). Se o CCC for superior a 84 mm deve utilizar-se para
estimar a idade gestacional o perímetro cefálico.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

• Suplementação

Todas as grávidas devem ser suplementadas com ácido fólico (400 microgramas/dia) na preconceção e até às
12 semanas. Aquelas que ainda não tiverem iniciado ácido fólico devem faze-lo na 1ª consulta.
A suplementação com ferro (60 mg ferro ferroso/dia) não deve ser efetuada por rotina, mas apenas nas
grávidas que apresentem hemoglobina <11 g/dl2.
Devem ser suplementadas com vitamina D (10 microgramas/dia) as grávidas com dieta pobre em vitamina D
ou com risco aumentado para deficiência de vitamina D.  
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

• Esquema das consultas

Recomenda-se a realização de 10 consultas durante a


gravidez, distribuídas da seguinte forma:

o 1ª consulta antes das 12 semanas.


o Consultas às 16, 22, 28, 32, 35, 37, 39, 40 e 41
semanas.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

• Rastreios infeciosos

o São preconizados durante a gravidez a realização dos rastreios de bacteriúria assintomática, rubéola,
sífilis, toxoplasmose, VIH, hepatite B e estreptococos do grupo B.
o Não se recomenda a realização dos rastreios de infeção por citomegalovírus, hepatite C e clamídia.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

• Rastreio/ diagnóstico de patologias associadas à gravidez

Durante a gravidez deve efetuar-se o diagnóstico de anemia, das formas graves de hemoglobinopatias
e de trombocitopenia.
A importância das situações de aloimunização (compatibilidade Rh entre o pai e mãe) e a
possibilidade de intervenção, justificam a determinação do grupo de sangue, do factor Rh e a pesquisa
de aglutininas irregulares. A aloimunização anti-D é passível de prevenção através da administração
de imunoglobulina anti-D. Deve ponderar-se não ministrar nos casos em que o cônjuge é RhD
negativo.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

É recomendado o diagnóstico universal de diabetes gestacional


através da realização da PTOG com 75g.

Com o objetivo de rastrear/diagnosticar precocemente as doenças


hipertensivas da gravidez, deve ser efetuada a avaliação da tensão
arterial e proteinúria (diagnóstico de proteínas na urina – acima de
300mg/dia pode significar alguns problemas de saúde, como por
exemplo, infeções) em todas as consultas. Na 1ª consulta deve
proceder-se à avaliação dos fatores de risco e deve ser dada
informação à grávida sobre os sintomas e sinais de alarme, que
devem fazê-la recorrer aos cuidados de saúde.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

• Rastreio de cromossomopatias

Deve ser explicado e dada a possibilidade a todas as grávidas de efetuar o rastreio de síndrome de
Down. O rastreio combinado tem uma relação custo-benefício que justifica a sua recomendação. Se
não estiver disponível a realização de biopsia das vilosidades coriónicas deve ser disponibilizada a
realização de rastreio integrado.

Quando a grávida procura os cuidados de saúde depois das 14 semanas a opção é pela realização do
rastreio bioquímico do 2º trimestre (teste quádruplo).
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

• Avaliação fetal

A avaliação fetal deve efetuar-se pela audição do foco fetal


(com Doppler contínuo, a partir das 11 semanas) e pela medição
da altura uterina (a partir das 24 semanas), apesar da fraca
evidência.

Não está recomendado a realização de CTG (cardiotocografia)


anteparto na gravidez de baixo risco.
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• Terminação da gravidez na 41ª semana

Com o objetivo de diminuir o número de grávidas que atingem as 41 semanas e que vão necessitar de
indução do parto, é de proceder previamente ao descolamento de membranas.

É recomendado avaliar a situação e apresentação fetal perto do termo, orientando para versão cefálica
por manobras externas os casos de apresentação não cefálica.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

• Procedimentos

1ª Consulta (antes das 12 semanas)

o Identificação das grávidas que possam necessitar de cuidados adicionais.


o Planear a vigilância da gravidez (consultas, estudos analíticos e ecográficos).
o Informações gerais (suportadas por informação escrita).
o Exame vaginal.
o Citologia cervical – grávidas com + de 25 anos (Ex: Papanicolau)
o Avaliação da altura e do peso e determinação do índice de massa corporal (IMC).
o Informação sobre rastreio de cromossomopatias.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

• Avaliação em cada consulta

 1. Avaliação fetal:
o Frequência cardíaca fetal (Doppler contínuo), a partir das 11 semanas.
o Avaliação da altura uterina, a partir das 24 semanas.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

• 2. Avaliação materna

o Sintomas de condições que possam afetar a mãe e o feto.


o Pressão arterial (medição automática, braço direito, sentada).
o Peso atual e variação ponderal.
o Análise sumária de urina com fita-teste (proteinúria).
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

• Outros procedimentos

o Administração de imunoglobulina anti-D às grávidas Rh negativas às 28 semanas.


o Avaliação da situação e apresentação fetal, às 36-37 semanas.
o Versão cefálica por manobras externas, se feto em apresentação pélvica, às 36- 37 semanas
o Pesquisa de estreptococos do grupo B (O Estreptococo do grupo B (Streptococcus agalactiae) é uma
bactéria comum, presente na região genital de 1 em cada 3 mulheres grávidas. O Streptococcus
agalactiae é normalmente inofensivo em adultos e em indivíduos saudáveis, porém, pode causar
doença grave em bebés e pessoas com sistema imunológico comprometido, incluindo neste grupos
pacientes com diabetes grave, cancro e problemas do fígado) às 35-37 semanas.
o Toque vaginal (a partir das 37 semanas) e descolamento de membranas (a partir das 39 semanas).
o Terminação da gravidez na 41ª semana.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

• Ecografias

o Às 11-13 semanas (datação, diagnóstico de malformações major, avaliação de marcadores de


aneuploidia, determinação do número de fetos e corionicidade).
o Às 20-22 semanas (diagnóstico de malformações).
o Às 30-32 semanas (avaliação de crescimento e diagnóstico de malformações tardias).
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• Avaliação analítica

o Até às 14 semanas:
o Grupo de sangue, fator Rh e pesquisa de aglutininas irregulares.
o Serologia da toxoplasmose, rubéola, VDRL (Venereal Disease Research
Laboratory, é um exame de sangue que serve para diagnosticar a sífilis, que é
uma doença sexualmente transmissível), VIH, hepatite B.
o Exame bacteriológico de urina.
o Rastreio de hemoglobinopatias.
o Hemograma e determinação de plaquetas.
o Glicemia em jejum.
2. A IMPORTÂNCIA DA VIGILÂNCIA DA SAÚDE MATERNA

Às 24-26 semanas:

o Hemograma e determinação de plaquetas.


o Pesquisa de aglutininas irregulares.
o Serologia da toxoplasmose (se IgG negativa na determinação anterior).
o Exame bacteriológico de urina.
o PTOG com 75g (0, 60 e 120 min).
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• Às 32-34 semanas:

o Hemograma e determinação de plaquetas.


o VDRL, VIH, hepatite B e toxoplasmose (se IgG negativa na determinação anterior).
o Exame bacteriológico de urina.

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