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CUIDADOS

NA SAÚDE
MATERNA
UFCD 6578
3. A FISIOLOGIA NORMAL DO PARTO
4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO

Conjunto de fenómenos que têm como

finalidade expulsar o feto, a placenta, e

as membranas, para o exterior do útero,

através do canal de parto.


3. A FISIOLOGIA NORMAL DO PARTO

• O parto significa o nascimento do bebé devido


ao aumento progressivo da excitabilidade
uterina. Tal excitabilidade é possível graças a
dois eventos principais, sendo eles:

oMudanças hormonais progressivas que


aumentam a excitabilidade da musculatura
uterina.
oMudanças mecânicas progressivas.
3. A FISIOLOGIA NORMAL DO PARTO

• Fatores hormonais que aumentam a contratilidade uterina

+ Estrogénio Progesterona
> contrações < contrações

oA partir do sétimo mês ocorre um aumento na produção estrogénica e uma


ligeira diminuição na concentração de progesterona.
3. A FISIOLOGIA NORMAL DO PARTO

Oxitocina
> contrações

• Durante os últimos meses de gravidez a musculatura uterina aumenta os recetores


de oxitocina, aumentando consequentemente a sua sensibilidade a determinada dose
de oxitocina.

• A secreção de oxitocina pela hipófise é maior durante parto. Isso deve-se


principalmente a reflexos gerados a partir da dilatação ou irritação do colo
uterino.
3. A FISIOLOGIA NORMAL DO PARTO

• Efeitos de hormonas fetais sobre o útero:

o Hipófise do feto segrega uma grande quantidade de oxitocina.


o Glândulas adrenais do feto segregam uma grande quantidade de cortisol.
o Membranas fetais libertam concentrações elevadas de prostaglandinas.

> Contrações
uterinas
3. A FISIOLOGIA NORMAL DO PARTO

• Fatores mecânicos que aumentam a contratilidade uterina

• Distensão da musculatura uterina - aumenta a sua contratilidade.

A distensão, intermitente como ocorre repetidamente no útero por conta dos movimentos fetais, pode
causar a contração dos músculos lisos uterinos.

• Distensão ou irritação do colo uterino


3. A FISIOLOGIA NORMAL DO PARTO

• Início do trabalho de parto

• Expulsão do rolhão mucoso (Corrimento rosado,


viscoso e escasso)

• Rotura da bolsa de águas (saco amniótico)

• Contrações uterinas dolorosas (aumento da frequência,


intensidade e duração)
3. A FISIOLOGIA NORMAL DO PARTO

• A mulher entra em trabalho de parto quando suas


contrações deixam de ser aleatórias para se tornarem
regulares. A barriga permanece endurecida por 40 a 60
segundos, relaxa e volta a ficar rígida.

• No inicio do trabalho de parto as contrações ocorrem a cada


30 minutos.

• Com a progressão do trabalho de parto passam a ocorrer em


1 a 3 minutos.
3. A FISIOLOGIA NORMAL DO PARTO

Distensão Aumento da Favorece a


Contração Bebé empurrado
do colo contratilidade do expulsão do
uterina contra colo uterino
uterino útero bebé

• Feedback positivo tem aplicação direta e aumenta em proporção direta ao aumento da


distensão do colo uterino.
3. A FISIOLOGIA NORMAL DO PARTO

• Primeiro estádio do trabalho de parto: Dilatação

• Corresponde ao período de dilatação cervical


progressiva, que vai até a abertura cervical estar tão
grande quanto a cabeça do feto.
• Duração deste estágio: 8 a 24 horas, na primeira
gestação, mas muitas vezes apenas alguns minutos
depois de várias gestações.
3. A FISIOLOGIA NORMAL DO PARTO

• Primeiro estádio do trabalho de


parto: Dilatação

No início, a dilatação é mais lenta, demora de


seis a oito horas para chegar a quatro ou cinco 1. Colo do útero normal. 2. Colo do útero extinto e
centímetros. Depois, na fase mais ativa, a dilatação de 1 cm.
dilatação passa a ser de cerca de 1 centímetro
por hora até o colo se desfazer em um processo
chamado esvaecimento, adquirindo uma
consistência gelatinosa

3. Dilatação de 5 cm. 4. Dilatação de 10 cm.


3. A FISIOLOGIA NORMAL DO PARTO

• Segundo estádio do trabalho de parto: Expulsão

o Quando o colo está totalmente dilatado, as membranas fetais geralmente rompem-se e o líquido
amniótico vaza abruptamente pela vagina.
o Em seguida, a cabeça do feto move-se rapidamente para o canal do parto e, com a força descendente adicional,
continua a forçar caminho através do canal do parto até à expulsão final.
o Duração deste estágio: na primeira gestação 30 minutos e após muitas gestações até menos de 1 minuto.
3. A FISIOLOGIA NORMAL DO PARTO

• Segundo estádio do trabalho de parto – Expulsão:

Com o canal de parto totalmente dilatado, as contrações ficam


ainda mais fortes e frequentes. O bebê começa a avançar para o
nascimento, em 95% dos casos com a cabecinha. Entre a
dilatação completa e o nascimento, há um período de tempo de
pelo menos uma hora, no máximo, duas. O trabalho voluntário
da mulher começa quando o bebê já desceu através do canal de
parto. Ela tem de comprimir os músculos abdominais e fazer
força para expelir o bebê. O movimento se assemelha ao da
evacuação. Nessa hora, o mais importante é que a futura mamãe
faça força em sincronia com as contrações uterinas.
3. A FISIOLOGIA NORMAL DO PARTO

• Terceiro estádio do trabalho de parto – Separação e


expulsão da placenta

• Em torno de 10 a 45 minutos após o parto, o útero


continua a contrair-se reduzindo progressivamente de
tamanho. Isto leva a uma separação ente o útero e a
placenta causando a separação desta placenta que será
expulsa.
• O útero diminui de volume e precipita o descolamento
da placenta, que desce pelo canal de parto e também é
expelida pelo corpo da mulher juntamente com demais
membranas.
• Dependendo da situação, o obstetra pode ou não intervir
nesse processo, que dura de cinco a dez minutos.
3. A FISIOLOGIA NORMAL DO PARTO

• Quarto estádio do trabalho de parto – Involução


do útero depois parto

• Durante as primeiras 4 a 5 semanas pós parto, o útero


involui. O seu peso fica menor que a metade do peso
imediatamente após o parto em 1 semana. Após 4
semanas, o útero retornará ao tamanho de antes da
gravidez.
3. A FISIOLOGIA NORMAL DO PARTO

• Dores do trabalho de parto

• Início do trabalho de parto: deve-se, em grande


parte, a hipoxia do músculo uterino decorrente
da compressão dos vasos sanguíneos no útero.
• Segundo estágio do trabalho de parto: ocorre
uma dor muito mais forte devido à distensão do
canal cervical, distensão perineal e distensão ou
rutura de estruturas no próprio canal vaginal.
Esta dor é conduzida à medula espinal e ao
cérebro da mãe por nervos somáticos, em vez de
ser por nervos sensoriais viscerais.
4. NOÇÕES
GERAIS
SOBRE
TIPOS DE
PARTO
4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO
Tipos de
parto

Eutócico Distócico

Ventosa
Fórceps
Cesariana
4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO

• Parto eutócico

 Consiste na expulsão do feto por via vaginal que


ocorre com ou sem episiotomia e sem intervenção
instrumental, onde a expulsão do bebé ocorre apenas
pela pressão que as paredes do útero exercem sobre o
mesmo.

 Eutocia refere-se ao “trabalho de parto ou parto normal ou


natural”.
4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO

• Considera-se um parto normal como tendo:

 Início espontâneo.

 De baixo risco no início do trabalho de parto, mantendo-se assim até ao nascimento.

 A criança nasce espontaneamente, em posição cefálica.

 Entre as 37 e as 42 semanas completas de gravidez.

 Depois do parto, a mãe e o bebé apresentam-se em boa condição.


4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO
• Vantagens do parto eutócico

 O corpo da mulher está preparado para que esta tenha um parto natural;

 Estimula o aumento da produção materna de oxitocina, a “hormona do amor”, que promove o vínculo
afetivo com o bebé;
 O risco de infeção é menor do que num parto instrumentalizado ou numa cesariana;

 O tempo de internamento é habitualmente menor;

 Mesmo que ocorra a necessidade de haver episiotomia, a recuperação pós-parto é normalmente mais
rápida.
4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO
• Parto distócico

 Expulsão do feto com recurso a instrumentos cirúrgicos, tais como, forceps ou


ventosa, que são realizados por via vaginal.

Ou

 Expulsão do feto por cesariana, que consiste no nascimento do feto por meio de uma
incisão transabdominal do útero.

 Distocia consiste no “parto prolongado, doloroso ou difícil devido a fatores mecânicos provocados pelo objeto (o
feto) ou pelo trajeto (a pelve e os tecidos moles do canal do parto da mãe), pela força inadequada (uterina e
outra atividade muscular) ou pela posição da mãe.”
4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO
• Forceps

• Indicações:
o Falta de progressão da cabeça no período expulsivo;
o Falta de contrações (insuficiente resposta aos ocitócicos);
o Resistência do canal de parto (cóccix, períneo);
o Falta de colaboração da mãe (anestesia ou analgesia);
o Sofrimento materno;
o Doenças (pneumopatias, cardiopatias, hipertensão);
o Esgotamento;
o Período expulsivo prolongado quando há cicatriz de cesariana anterior;
o Sofrimento fetal (taquicardia, bradicardia, arritmia, mecónio).
4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO

• Ventosa

• Indicações:

o Falta de progressão da cabeça no período


expulsivo;
o Falta de contrações (insuficiente resposta aos
ocitócicos);
o Resistência do canal de parto (cóccix, períneo);
o Falta de colaboração da mãe (anestesia ou
analgesia).
4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO

• Cesariana

• É realizada quando existe: “a


impossibilidade ou contraindicação de
parto vaginal, incluindo-se nestas últimas
todas as que constituem um risco para a
vida da mãe ou do feto”.
4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO

• Cesariana

• Indicações Maternas:

 Hemorragia ante-parto.
 Placenta prévia (total é indicação absoluta).
 Abruptio placentar.
 Desproporção feto-pélvia.
 Doença hipertensiva.
 Distócia mecânica (massa prévia ou tumor pélvico).
 Neoplasia cervical.
 Apresentação anormal.
 Cicatriz de cesariana anterior (de indicação semelhante), ou de fístulas.
4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO

• Indicações Fetais:

 Prolapso do cordão (com parto vaginal demorado).

 Registo cardiotocográfico com anomalias.

 Risco de Frequência Cardíaca Fetal anormal.

 Risco elevado (diabetes, doença Rh, etc…).

 Parto potencialmente traumático.

 Infeção materna (com feto não infetado).


4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO

• Cesariana

o Placenta prévia (total


é indicação absoluta).
4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO

• Cesariana

o Abrúptio placentar.
4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO

• Cesariana

 Abrúptio placentar.
4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO

• Indicações Fetais:
4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO

• Indicações Fetais:
4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO

• Indicações Fetais:
4. NOÇÕES GERAIS SOBRE TIPOS DE PARTO

• É importante que discuta com um profissional de saúde as várias opções para o parto, tendo em conta as

particularidades do caso. Assim, devidamente informada, a decisão deverá ser sempre conjunta, de modo a

respeitar os seus valores e crenças, diminuindo os medos e ansiedades.

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