Você está na página 1de 23

O pós-estruturalismo como

Desconstrução
Seminário sobre o texto de James Williams
Professor Ruberval
Discentes:
Amanda
Ana Malba
Glaucianne Maia
Jeannie Fontes
O pós-estruturalismo como desconstrução.
Gramatologia, de Jacques Derrida.
O que foi a Gramatologia de Derrida?
É o livro mais ostensivamente pós-estruturalista,
que foi publicado pela primeira vez na França em
1967 (De la Grammatologie), do qual sua primeira
parte lida explícita e minuciosamente com teorias
estruturalistas da linguagem nas obras de Ferdinand
de Saussure e Roman Jakobson, entre outros.

O pós-estruturalismo é definido como um conjunto de obras que


vieram a desconstruir o estruturalismo
O que foi a fenomenologia de Husserl?
Edmund Husserl (1859-1938) traz o termo
fenomenologia ao afirmar que o mundo só pode ser
compreendido a partir da forma como se manifesta, ou
seja, como aparece para a consciência humana. Não há
um mundo em si e nem uma consciência em si. A
consciência é responsável por dar sentido às coisas.
A fenomenologia agrega um conjunto de pressupostos que centralizam na análise da
consciência de como os fenômenos são percebidos.

Utilizando a antiga metáfora da caverna, o foco da fenomenologia não seria nos objetos que
projetam as sombras, mas como os indivíduos percebem essas projeções. Em outras palavras, os
fenômenos não seriam os objetos em si, mas a experiência. Contudo, quanto à experiência, o
termo fenômeno refere-se a duas acepções.

1. O fenômeno pode ser a experiência individual comparada com suas próprias experiências
anteriores (acepção de Husserl e Merleau-Ponty).

2. O fenômeno também seria a experiência em contraste com seu contexto (acepção de


Heidegger e Ricoeur).
Todo o conhecimento que tenha como
ponto de partida os fenômenos das coisas
podem ser compreendidos como
fenomenológicos.
Para Hurssel, sujeito e objeto possuem
uma existência compartilhada, e os
fenômenos são manifestações que só
possuem sentido quando interpretados pela
consciência.

Pintura de René Magritte, A Reprodução


Interdita (1937)
A percepção em Husserl é um ato intencional que nos situa com as coisas do mundo-vida*
em uma dialética que nos dá pelos sentidos suas nuanças mais originais; as que se mostram
a cada visada que intencionamos. Esta experiência é destacada por Husserl como pré-
científica, ou seja, nela, não nos valemos de teorias que possam conduzir os modos pelos
quais somos e estamos no mundo.

* “lugar de nossas vivências, lugar onde “somos com os outros”, cujo significado é o de
nunca sermos indivíduos separados do mundo e, portanto, dos outros.
“Os limites do conhecimento tem um papel inevitável no seu
âmago.”( WILLIAMS, 2013, p.13)

Estruturalismo Pós-estruturalismo

O conhecimento “verdadeiro ou seguro só É justamente nos limites em que se pode obter a


pode ser alcançado dentro das estruturas, compreensão real das coisas, de forma que o limite
a partir do envolvimento das diferenças não é um conceito matemático e sim, é comparado
internas. em termos de que os limites possuem menos
credibilidades que o centro.

O pós-estruturalismo propõe que é justamente nas


fronteiras externas que se pode apreender a realidade
social de forma segura (o interior não é mais
confiável)
O pós-estruturalismo

Deve ser pensado como desconstrução, e não o contrário. Isso porque o pós-estruturalismo é nada
mais que o conjunto de obras que vieram a defini-lo.

O fator Explication nos textos de Derrida:

“O que está acontecendo?” X “Sobre o que é este livro?”

● A desconstrução são processos contínuos, ao invés de descobertas fixas.


● O pós-estruturalismo como desconstrução é um estilo de escrever lendo outros textos.
“A desconstrução são processos contínuos,
ao invés de descobertas fixas”. (p.41)

As leituras de Derrida refletem sobre os


diversos argumentos de determinados textos,
em termos de seus pressupostos e extensões
escondidos; isso expande o texto em outros
textos e altera as relações intencionadas entre
suas premissas e conclusões, e entre suas
teses e demonstrações.
“A desconstrução não é uma forma de
relativismo” (p.42)

Derrida mostra como Saussure está comprometido


com uma relação pesadamente determinada entre fala
e escrita. Mas Saussure está também comprometido
com a noção da arbitrariedade do signo. Ou seja,
aquilo que percebemos (o significante) e o
significado que compreendemos (o significado) não
têm entre si uma relação necessária.

Portanto, qualquer significante é vazio antes de se


tornar parte de um signo. Isso deve ser verdade para a
relação da fala com a linguagem.
Palavras-chave de Desconstrução

“ As leituras de Derrida buscam e exploram a força dos argumentos a serem


desconstruídos”.

● O que elas fazem é a chave, não seu significado;


● As palavras explicam processos em vigor nos textos;
● Embora esses processos devam ser desconstruídos, fazem parte também da
desconstrução.
● Enquanto desconstrução, o pós-estruturalismo vai deter-se com as relações
entre as suas fundações e suas afirmações mais distantes.
Palavras-chave de Desconstrução
● Origem

“Os argumentos e afirmações que permeiam um dado texto podem


ser, frequentemente, remetidos a uma afirmação sobre uma
origem.” (p.46)

“As origens são a base de sentimento como a nostalgia e para


processos negativos tais como julgamentos desfavoráveis sobre
tudo o que deriva da origem, mas fracassa em brilhar como
ela.”(p.46)
Palavras-chave de Desconstrução
● Presença

“A presença é o ponto onde um texto acha sua mais pura verdade,


mas as desconstruções mostram que essa pureza é ilusória.” (p.46)
“Cada desconstrução da presença mostra que esta é uma ilusão: um
véu entre muitas outras relações complexas e intrincadas”(p.47)
“A presença é parte de uma economia da verdade, ou seja, seu poder
depende de muitas afirmações ao seu redor e que circulam dentro
delas, por exemplo, afirmações sobre origens ”(p.47)
Palavras-chave de Desconstrução
● Rastro

“A origem e o ponto de presença têm de ser significados em textos; algo


tem que resumi-los ou representá-los. Deve haver signos para eles. Mas
os signos, na linguagem, contêm o rastro de seus contextos, de suas
histórias e de seus futuros” (p.47)

“ Na Gramatologia, Derrida mostra como até a percepção de um rastro


não é um ponto de presença. Os rastros podem aparecer apenas sob a
condição de parecerem com suas pistas e complexas relações, ao invés
de um rastro bem definido.”(p.47)
Palavras-chave de Desconstrução
● Différance

“Différance é uma estrutura de diferenças identificáveis - das quais todo


rastro depende -, mas também é um processo de diferir que não pode ser
reduzido a cadeias de identidades. Ao invés disso, é a razão por que tais
cadeias são sempre abertas e incompletas” (p.48)

“ Différance é uma condição para a relação do rastro com o texto:


qualquer rastro só aparece porque ele pode diferir e porque ele difere em
todas as suas relações.”(p.48)

“ Onde quer que haja rastros, há différance.”(p.48)


Palavras-chave de Desconstrução

● Jogo

“O termo jogo é usado por Derrida para mostrar como as


estruturas têm maleabilidade e abertura em seu próprio coração.
(...) Ele mostra como diferentes estruturas são abertas a
variedades de interpretações e deduções” (p.49)
Metafísica e violência

A gramatologia e a linguística estruturalista têm limites


delineados na forma do ser, pressupõe inclusões e exclusões e
valorações bem determinadas, mas só podem ser consideradas
enquanto contingentes e particulares.
Desconstrução e ciência

Ciência (positiva) x Desconstrução

O ponto chave da desconstrução é a pesquisa das


condições de sua própria investigação e de outras
ciências.
Clareza, Ética e Política

● Existe uma ética para a leitura? Uma leitura cuidadosa, os


deveres para com a leitura na interpretação, o esforço para
entender e discutir difíceis questões de maneira mais clara
possível.
Clareza, Ética e Política

● Outro importante ponto para debate: a importância política e


filosófica da clareza e da acessibilidade, o valor positivo da
exposição, a tomada de posições claras e o valor filosófico de
evitar obscuridade, confusão e contradições.
Obrigada!

Você também pode gostar