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INTRODUÇÃO

CAPÍTULO 1
O que são Produtos fitofarmacêuticos

CAPÍTULO 2
A homologação dos Produtos fitofarmacêuticos

CAPÍTULO 3
Métodos de Protecção ou Meios de Luta

CAPÍTULO 4
Boa Prática Fitossanitária

CAPÍTULO 5
Riscos, precauções e segurança na utilização dos Produtos fitofarmacêuticos
INTRODUÇÃO

INIMIGOS DAS CULTURAS

Sua importância

As culturas e os géneros agrícolas, são prejudicadas por inúmeros inimigos, que podem ser
classificados do seguinte modo:

:: abióticos: edáficos, climáticos ou devidos a acidentes;


:: bióticos: onde se incluem:
:: doenças: fungos, bactérias, vírus, nemátodos, fitoplasmas;
:: pragas: insectos, ácaros, roedores, aves, moluscos;
:: ervas infestantes: competem com as culturas em espaço, água, luz, nutrientes,
dificultam as operações culturais, são hospedeiras de pragas e doenças, ...

As perdas, em alimentos e fibras, provocadas pelos inimigos bióticos (doenças, pragas e ervas
infestantes) são estimadas em valores que ultrapassam os 30% da produção e por vezes atingem os
50% ou mais. Justifica-se pois lutar contra estes inimigos que os agricultores bem conhecem.
INTRODUÇÃO

Inimigos das Culturas

Cultura: Vinha Cultura: Vinha


Problema: Míldio (Plasmopara viticola) Problema: Oídio (Uncinula necator)

Fotos: Syngenta Crop Protection Fotos: Bayer Crop Science e Syngenta Crop
Protection
INTRODUÇÃO

Inimigos das Culturas

Cultura: Vinha Cultura: Vinha


Problema: Podridão cinzenta (Botrytis Problema: Ervas infestantes
cinerea)

Foto: Syngenta Crop Protection Foto: Bayer Crop Science


INTRODUÇÃO

Inimigos das Culturas


Cultura: Macieira (folhas) e pereira (frutos) Cultura: Vinha
Problemas: Pedrado (Venturia inaequalis e Problema: Moniliose (Monilia fructigena)
Venturia pirina)

Foto: Syngenta Crop Protection Foto: Syngenta Crop Protection


INTRODUÇÃO

Inimigos das Culturas


Cultura: Macieira (folhas) e pereira (frutos) Cultura: Vinha
Problemas: Bichado da fruta (Cydia pomonella)
Problema: Moniliose (Monilia fructigena)

Fotos: Bayer Crop Science e Syngenta Crop Foto: Bayer Crop Science
Protection
INTRODUÇÃO

Inimigos das Culturas

Cultura: Pessegueiro Cultura: Batateira


Problema: Piolho verde (Myzus persicae) Problema: Míldio (Phytophthora infestans)

Foto: Bayer Crop Science Foto: Syngenta Crop Protection


INTRODUÇÃO

Inimigos das Culturas


Cultura: Batateira Cultura: Tomateiro
Problema: Escaravelho (Leptinotarsa Problema: Míldio (Phytophthora infestans)
decemlineata)

Foto: Bayer Crop Science Foto: Syngenta Crop Protection


INTRODUÇÃO

Inimigos das Culturas


Cultura: Tomateiro Cultura: Milho
Problema: Lagarta do tomate (Heliothis Problema: Lagartas do colmo (Sesamia sp.
armigera) e Ostrinia nubilalis)

Foto: Bayer Crop Science Foto: Syngenta Crop Protection


INTRODUÇÃO

Inimigos das Culturas

Cultura: Milho Cultura: Cereais


Problema: Ervas infestantes Problema: Complexo de doenças (Puccinia
tritici [1 e 2], Helmintosporium teres [3] e
Ryncosporium secalis [4])

1 2

3 4
Foto: Bayer Crop Science Foto: Syngenta Crop Protection
INTRODUÇÃO

Protecção Integrada

Na prática da Defesa Fitossanitária das Culturas está muito vulgarizada a Protecção Integrada, a
qual mais não é do que uma peça do grande puzzle Protecção Integrada - Produção Integrada -
Agricultura Sustentável - Desenvolvimento Sustentável.

A Protecção Integrada define-se como sendo “a aplicação racional de uma combinação de medidas
biológicas, biotécnicas, químicas, culturais ou relativas à selecção dos vegetais, em que a utilização
de produtos químicos é limitada ao estritamente necessário para manter a presença de organismos
nocivos abaixo dos níveis a partir dos quais surgem prejuízos ou perdas economicamente
inaceitáveis.
INTRODUÇÃO

Agricultura Sustentável

Entende-se por Agricultura Sustentável um sistema que utilize meios e práticas que permitam e
estimulem:
:: produzir alimentos com eficiência e rentabilidade;
:: viabilizar a Agricultura em termos económicos;
:: preservar os recursos naturais, a paisagem rural e o Ambiente;
:: capacitar as populações para, de forma sustentável e continuada, preservarem o seu próprio
bem estar, sem comprometer o das gerações vindouras.

Agricultura Sustentável e Protecção Integrada não são conceitos abstractos e independentes.


Pelo contrário, são realidades interdependentes que compõem e integram o puzzle a que se fez
referência.
INTRODUÇÃO

Agricultura Sustentável

A Protecção Integrada e a Produção Integrada no contexto


do Desenvolvimento Sustentável

Desenvolvimento Sustentável

Agricultura Sustentável

Produção Integrada

Protecção Integrada
CAPÍTULO 1
O QUE SÃO PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

:: O que são Produtos fitofarmacêuticos;

:: Benefícios associados ao seu uso;

:: Eventuais Riscos;

:: Percepção dos Riscos e Benefícios,

:: Balanço Riscos-Benefícios.
CAPÍTULO 1 ● O QUE SÃO PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

O que são Produtos fitofarmacêuticos

Produtos fitofarmacêuticos são as substâncias activas e as preparações contendo uma ou mais


substâncias activas que sejam apresentadas sob a forma em que são fornecidas ao utilizador e se
destinem a:
:: proteger os vegetais ou os produtos vegetais de todos os organismos prejudiciais ou a impedir a
sua acção, desde que essas substâncias ou preparações não estejam a seguir definidas de outro
modo;
:: exercer uma acção sobre os processos vitais dos vegetais, com excepção das substâncias nutri-
tivas (exemplo: os reguladores de crescimento);
:: assegurar a conservação dos produtos vegetais, desde que tais substâncias ou preparações não
sejam objecto de disposições comunitárias especiais relativas a conservantes;
:: destruir os vegetais indesejáveis;
:: destruir partes de vegetais e reduzir ou impedir o crescimento indesejável dos vegetais;
:: serem utilizados como adjuvantes.
CAPÍTULO 1 ● O QUE SÃO PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

O que são Produtos fitofarmacêuticos

Há, todavia, uma definição de Produto fitofarmacêutico mais prática e simples:


“são produtos destinados à defesa das plantas e da produção agrícola, com excepção de adubos e
correctivos; na sua composição entra uma ou mais substâncias activas responsáveis pela prevenção
ou controlo dos inimigos ou organismos nocivos; podem ter várias designações, consoante os
inimigos que combatem”.
O modo como um Produto fitofarmacêutico fisicamente se apresenta, isto é a formulação, pode ter
várias designações, de que se apontam exemplos na Quadro 1.1.

Quadro 1.1 – Exemplos de Formulações


Formulações sólidas Abrv.* Formulações líquidas Abrv.* Outras formulações Abrv.*
grândulos dispersíveis concentrado para
WG EC microgrânulos MG
em água emulsão
grânulos GR emulsão água em óleo EO gel para emulsão GL
pó molhável WP emulsão óleo em água EW isco concentrado CB
pó polvilhável DP solução concentrada SL pasta PA
suspensão
pó solúvel SP SC pastilhas TB
concentrada

* Código Internacional dos Tipos de Formulação


CAPÍTULO 1 ● O QUE SÃO PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

O que são Produtos fitofarmacêuticos

Nos casos em que existem duas ou mais formulações de uma mesma substância activa, há entre
elas parâmetros que são comuns e outros que o não são, conforme Quadro 1.2.

Quadro 1.2 – Parâmetros de uma Formulação

Parâmetros comuns as propriedades físicas da substância activa;


as propriedades químicas da substância activa;
o modo de acção biológico.
Parâmetros variáveis o método de aplicação;
o processo de fabrico;
a compatibilidade nas misturas;
a segurança durante o fabrico;
o manuseamento e a aplicação;
a segurança face ao ambiente;
a preferência do utilizador final;
considerações de natureza comercial;
o custo.
CAPÍTULO 1 ● O QUE SÃO PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

O que são Produtos fitofarmacêuticos

Existem diversos tipos de Produtos fitofarmacêuticos que se designam de acordo com os


inimigos que têm por fim combater e de que a Quadro 1.3 dá exemplos.

Quadro 1.3 – Tipos de Produtos fitofarmacêuticos


Fungicidas combatem fungos

Insecticidas combatem insectos

Acaricidas combatem ácaros

Herbicidas combatem ervas infestantes

Nematodicidas combatem nemátodos

Moluscicidas combatem lesmas e caracóis

Rodenticidas combatem ratos

Algicidas combatem algas

Bactericidas combatem bactérias

Adjuvantes Substância que se adiciona às caldas e lhes imprimem


certas propriedades

DGPC – http://www.dgpc.min-agricultura.pt
CAPÍTULO 1 ● O QUE SÃO PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Benefícios associados ao seu uso

São muitas e variadas as fontes que, na sequência de ensaios experimentais, de simulações, de


simples evidências estatísticas ou de estudos de outra natureza, asseguram ou ajudam a perceber
que os Produtos fitofarmacêuticos são, de facto, ferramentas eficazes e eficientes no suporte da
cada vez menor disponibilidade de mão de obra e no controlo eficaz e eficiente dos inimigos das
culturas, e por isso mesmo geradores de mais valias quer directamente de forma visível e
mensurável, quer indirectamente.

Dos trabalhos publicados seleccionam-se apenas quatro, os quais evidenciam:


:: perdas directas de produção relacionadas com o não uso de Produtos fitofarmacêuticos - Figura
1.1;
:: aumentos de preços dos produtos agrícolas gerados pelo não uso ou pelo desaparecimento de
parte dos Produtos fitofarmacêuticos - Figura 1.2 e Figura 1.3;
:: ser possível compatibilizar a Agricultura e o Ambiente - Figura 1.4 E Quadro 1.4 – uma vez que a
competitividade e a viabilidade agrícolas também passam pelo uso dos Produtos fitofarmacêuticos.
CAPÍTULO 1 ● O QUE SÃO PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Benefícios associados ao seu uso

Figura 1.1 - Europa: Perdas de Figura 1.2 – EUA: Impacto teórico da


produção devidas a ausência total de ausência de Produtos
protecção fitossanitária fitofarmacêuticos e Fertilizantes sobre
o preço dos alimentos
100%

100%
75%
75%

50%
50%

25% 25%

0%
Trigo Milho Cevada 0%
Frutos e Óleo Cereais Carne Carne aves
vegetais vegetal porco

(Oerke, E. C. et al. - Avoidance of losses. Anónimo - Food for Live. Southern Agricultural
University of Hanover, Germain 1993. In: Ciba- Chemicals Association, Dawson/Georgia, USA, 1993. In:
Geigy: Science Based Registration. Basel, 1996 ) Ciba-Geigy: Science Based Registration. Basel, 1996
CAPÍTULO 1 ● O QUE SÃO PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Benefícios associados ao seu uso

Figura 1.3 - Evolução teórica dos Figura 1.4 - % de aumentos de áreas


preços dos alimentos, no retalhista e de cultura compensadores de 30% de
no consumidor, em duas hipóteses perda de produção
simuladas – ausência de protecção
fitossanitária e redução dos Produtos
100%
fitofarmacêuticos em 50%

100% 75%

80%
50%
60%
Retalhista
25%
40% Consum idor
20% 0%

Trigo

forrageiro

Oleaginosas

cana açucar

Arroz
sacarina /
Beterraba
Grão
0%
Ausência Redução

Taylor, C. - Keep food prices at affordable levels. Schmitz, M. - Crop Protection: costs and benefits to
Auburn University, USA, 1994. In: Ciba-Geigy: Society and Economy. Agribusiness Institute University
Science Based Registration. Basel, 1996 of Gießen, Germany, 2001
CAPÍTULO 1 ● O QUE SÃO PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Benefícios associados ao seu uso

Quadro 1.4 – Estudo sobre a evolução de espécies - animais e plantas - no distrito de Erda,
Mittelhessen, Alemanha, em função do uso do solo

Desaparece a produção Desaparece toda a


em terra arável produção agrícola
Status quo
Espécies % variação % variação
1999
2010 vs. status 2010 vs. status
quo quo
Borboletas 90 90 0 20 -78
Abelhas e 130 110 -15 23 -82
vespas
Aves 109 109 0 85 -22
Formigas 32 29 -9 15 -53
Plantas 330 250 -24 70 -79
superiores
Total 691 588 -15 213 -70

Schmitz, M. - Crop Protection: costs and benefits to Society and Economy.


Agribusiness Institute University of Gießen, Germany, 2001
CAPÍTULO 1 ● O QUE SÃO PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Benefícios associados ao seu uso

Da reflexão e análise de todos os dados citados, :: melhoram a qualidade dos géneros agrícolas;
resultam as seguintes conclusões, traduzidas
em benefícios, para com os Produtos
fitofarmacêuticos: :: permitem manter a regularidade das produ-
ções e fazer previsões rigorosas sobre as
:: são suporte para parte da cada vez maior re- colheitas;
dução da mão de obra na agricultura;
:: ajudam ao abastecimento dos mercados em
contínuo, com produtos de qualidade, a preços
:: ajudam as plantas a desenvolver o seu total acessíveis;
potencial;

:: contribuem para a manutenção dos preços


:: evitam perdas das colheitas, no campo, atra- dos produtos agrícolas dentro de níveis
vés do controlo directo das doenças, pragas e aceitáveis;
ervas infestantes, de uma forma eficiente e
pouco onerosa. Tais perdas podem atingir :: asseguram uma produção economicamente
valores superiores a 50%; rentável, que é, em simultâneo, ambiental e
socialmente aceite.
:: evitam perdas durante o armazenamento;
CAPÍTULO 1 ● O QUE SÃO PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Benefícios associados ao seu uso

Além de se identificarem com os benefícios :: a área agrícola diminui drasticamente e a a-


mencionados, os Produtos fitofarmacêuticos, fectação de novas áreas, para fins agrícolas,
particularmente os das novas gerações, torna-se ambiental e socialmente inaceitável;
continuarão a ter um papel fundamental a :: o número de pessoas que trabalham na agri-
desempenhar na moderna Agricultura cultura é cada vez menor;
Sustentável, uma vez que:
:: os aumentos da produção terão de ser conse-
guidos nas áreas cultivadas hoje existentes,
:: as culturas e a produção agrícola são amea- mas de uma forma ambientalmente sustentada
çadas por inúmeros organismos nocivos; e socialmente aceite;
:: o crescimento da população mundial e dos :: para tal, os agricultores necessitam dispor de
seus rendimentos conduzem a um aumento da processos, de métodos e de meios mais
procura de alimentos, quer em termos eficazes e evolutivos;
quantitativos, quer qualitativos; :: aumentando a produtividade da terra cultiva-
:: não é possível alimentar as populações futu- da, pode-se retardar ou até impedir a
ras com as culturas e as produções unitárias de conversão, para fins agrícolas, de áreas
hoje; protegidas e habitats de vida selvagem e assim
:: a urbanização a nível mundial cresce rápida e permitir a preservação dos recursos naturais
desordenadamente, ocupando muitas vezes para as populações vindouras;
solos de comprovada aptidão agrícola; :: soluções inovadoras contribuem para práticas
agrícolas ecológicas, rendíveis e sustentáveis,
numa agricultura científica e tecnologicamente
avançada.
CAPÍTULO 1 ● O QUE SÃO PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Eventuais riscos

Os Produtos fitofarmacêuticos são deliberadamente introduzidos no Ambiente no momento em que


são aplicados. Na sua grande maioria trata-se de produtos químicos que têm inerentes a si próprios
uma certa toxicidade, sendo inegável que a exposição mais ou menos prolongada a estes produtos ou
seus derivados pode gerar problemas toxicológicos no Homem, nos seres vivos e no Ambiente.

As recomendações de uso expressas no rótulo, reflectem as consequências de profunda investigação


feita e por isso mesmo, se cumpridas, asseguram que o produto não apresenta riscos inaceitáveis
para operadores, consumidores, seres vivos e Ambiente.

O seguimento dessas recomendações de uso são parte integrante dos princípios da Boa Prática
Fitossanitária ou da Protecção Integrada e o seu cumprimento é um garante de que a aplicação não
acarreta riscos inaceitáveis.

Está também a afirmar-se que, de facto, os riscos potenciais existem e não devem ser
menosprezados.

Tais riscos dependem das propriedades físico-químicas de cada Produto fitofarmacêutico, da sua
natureza toxicológica e da exposição a que os organismos ficam sujeitos.

Não existem Produtos fitofarmacêuticos inócuos. Existem, isso sim, produtos que quando devidamente
manuseados e utilizados poderão ter, e têm, comportamento sem riscos.
CAPÍTULO 1 ● O QUE SÃO PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Eventuais riscos

Eis alguns dos potenciais riscos que se associam aos Produtos fitofarmacêuticos:

:: riscos para a saúde humana e animal (doenças agudas e crónicas, a nível hormonal e
reprodutivo);
:: provocação de resíduos nos produtos e géneros agrícolas tratados;
:: provocação de resíduos no solo e na água e causar intoxicação nos organismos do solo e nos
organismos aquáticos;
:: poluição do ar;
:: persistência e acumulação na cadeia alimentar em resultado da sua difícil degradação;
:: riscos para a biodiversidade;
:: provocação de resistências nalguns organismos.

O não seguimento das instruções contidas no rótulo, pode acarretar consequências negativas, de
maior ou menor gravidade, para operadores, trabalhadores, consumidores que todos somos, para
organismos não visados e para o Ambiente.
CAPÍTULO 1 ● O QUE SÃO PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Percepção de Riscos e Benefícios

Alta
Produtos Serviços Oficias (Entidade Reguladora)
fitofarmacêuticos :: isentos na avaliação de Riscos e Benefícios;
(na perspectiva :: preocupados com a segurança dos produtos
do Fabricante) Tratados;
Percepção de Benefícios

:: mediadores entre os Fabricantes e o Público.

Comunicação de Riscos
e Benefícios
Produtos
fitofarmacêuticos
(na perspectiva
do Consumidor)

Percepção de Riscos
Alta
CAPÍTULO 1 ● O QUE SÃO PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Balanço Riscos-Benefícios

A escolha de um Produto fitofarmacêutico deve basear-se no balanço Riscos vs. Benefícios

Riscos

Benefícios
CAPÍTULO 2
A HOMOLOGAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

:: Circuito aquisição  aplicação;

:: Exigências legais da Homologação;

:: Principais figuras jurídicas da Homologação.


CAPÍTULO 2 ● A HOMOLOGAÇÃO DOS PRODUTOS

FITOFARMACÊUTICOS

Circuito aquisição aplicação

O circuito mais vulgarizado dos Produtos fitofarmacêuticos em Portugal é relativamente simples e


óbvio e apresenta quatro níveis:
 
I) Importadores e Fabricantes;
II) Empresas detentoras de Autorização de Venda;
III) Distribuidores e Revendedores - Postos de venda;
IV) Utilizadores finais:
:: agricultores;
:: aplicadores simples;
:: aplicadores profissionais;
:: empresas de aplicação.
CAPÍTULO 2 ● A HOMOLOGAÇÃO DOS PRODUTOS

FITOFARMACÊUTICOS

Circuito aquisição aplicação

Circuito aquisição aplicação de Produtos fitofarmacêuticos

Importadores
e fabricantes

Empresas
Postos de
detentoras Distribuidores
venda
da AV

Utilizadores finais:
Agricultores
Aplicadores simples
Aplicadores profissionais
Empresas aplicadoras
CAPÍTULO 2 ● A HOMOLOGAÇÃO DOS PRODUTOS

FITOFARMACÊUTICOS

Circuito aquisição aplicação

O circuito atrás referido comporta três áreas distintas:


:: a homologação;
:: a comercialização;
:: a aplicação.

Das três áreas apontadas só a homologação possuía suporte jurídico, pois há muito foram
estabelecidas normas técnicas de execução relativas à homologação, autorização, lançamento ou
colocação no mercado, utilização, controlo e fiscalização de substâncias activas apresentadas na
sua forma comercial, que são afinal os Produtos fitofarmacêuticos.

A comercialização e a aplicação não tinham, de momento, qualquer cobertura legal.


A publicação do Decreto Lei 173/05, de 21 de Outubro, veio colmatar esta lacuna.
CAPÍTULO 2 ● A HOMOLOGAÇÃO DOS PRODUTOS

FITOFARMACÊUTICOS

Exigências legais da Homologação

Os Produtos fitofarmacêuticos são, geralmente, produtos químicos com os quais se pretende


resolver eficazmente um problema biológico.

Têm inerentes a si próprios uma certa toxicidade e por isso mesmo torna-se necessário avaliar os
riscos associados à sua utilização - manuseadores, aplicadores, consumidores, ambiente,
espécies não visadas.

Destinam-se a ser usados por pessoas - utilizadores - a quem devem ser dadas informações de
rigor através do rótulo.

A Homologação por parte da DGPC, é um processo burocrático complexo e demorado que


compreende três fases:

1ª fase: aceitação de elementos administrativos e de dados técnico-científicos relativos às


características, propriedades e comportamento do produto - substância activa e produto
formulado - fornecidos pelo requerente;

2ª fase: estudo e avaliação dos elementos e dos dados apresentados;

3ª fase: decisão, que pode comportar uma de três atitudes:


CAPÍTULO 2 ● A HOMOLOGAÇÃO DOS PRODUTOS

FITOFARMACÊUTICOS

Exigências legais da Homologação

:: dossiers completos, todos os dados em conformidade com as exigências – autorização;


:: dossiers quase completos, algumas falhas (involuntárias) de significado menor, o que pode
conduzir a uma autorização condicionada ou adiada, até as faltas serem supridas, podendo ser
concedido um prazo para tal;
:: dossiers incompletos e/ou dados não conformes com as exigências - não autorização.

Esta hipótese pode pressupor um esgrimir de razões e de argumentos e levar à criação de novos
dados que permitam reverter a decisão

Os dados apresentados no pedido de Autotrização de Venda (AV) comportam assim estudos vários
que, uma vez avaliados pelas Autoridades de Registo, poderão permitir a concessão da AV para o
conjunto:
 
:: Produto fitofarmacêutico;
:: Finalidade (cultura-inimigo);
:: Condições de uso;
:: Precauções toxicológicas, ecotoxicológicas e Ambientais.
 
O processo de concessão da AV é longo e passa por diversas fases administrativas, uma das últimas
das quais é a aprovação do Rótulo.
CAPÍTULO 2 ● A HOMOLOGAÇÃO DOS PRODUTOS

FITOFARMACÊUTICOS

Exigências legais da Homologação

Os estudos que acompanham o pedido de Esquema de avaliação dos processos de


homologação, são, em concreto, do seguinte homologação
teor:
EMPRESAS
:: Avaliação Físico-Química;
:: Avaliação biológica; Pedido de Pedido ou envio
AV de dados e/ou DECISÃO
:: Classificação e Precauções toxicológica; esclarecimentos
Pedido de
:: Comportamento e defesa Ambiente; Parecer
CATPF DGPC
:: Intervalo de Segurança e Limite Máximo
Parecer
de Resíduos. Avaliação Parecer

EQUIPAS
O modo como os estudos são usados e as ESPECIALIZADAS
relações entre quem solicita a homologação e (Avaliação)
as autoridades de registo são resumidamente
expressas na Figura ao lado. DGPC - http://www.dgpc.min-agricultura.pt
CAPÍTULO 2 ● A HOMOLOGAÇÃO DOS PRODUTOS

FITOFARMACÊUTICOS

Principais figuras jurídicas da Homologação

Os princípios base do direito comunitário, e :: Alargamento de espectro de uso;


agora também nacional, assentam em algumas
figuras jurídicas, as principais das quais se :: Programa de reavaliação;
apontam:
:: Protecção e confidencialidade dos dados;
 
:: Lista Positiva (LP) - Anexo I da Directiva 91/ :: Possibilidade de transitoriamente se continua-
414/CEE; rem a aplicar as disposições nacionais;

:: Autorização de Venda (AV); :: Medidas de controlo;

:: Princípios Uniformes (PU) – Anexo VI da Di- :: Intercâmbio de informação entre EM e a EU;


rectiva 91/414/CEE;
:: Aplicação adequada dos Produtos ftofarma-
cêuticos;
:: Reconhecimento mútuo;
:: Estabelecimento de Limites Máximos de Resí-
:: Autorização Provisória de Venda (APV ); duos (LMR).

:: Autorização de utilização limitada e controla-


da;
CAPÍTULO 2 ● A HOMOLOGAÇÃO DOS PRODUTOS

FITOFARMACÊUTICOS

Principais figuras jurídicas da Homologação

Critérios de avaliação e decisão definidos nos Princípios Uniformes

ÁREA COMENTÁRIOS

Eficácia Doses ou quantidades usadas serão o mínimo necessário para atingir o efeito desejado. Os
resultados são, em regra, avaliados na base de produtos referência e na resposta da cultura em
termos de produção e qualidade da colheita
 Risco para os operadores Avaliação do risco para o Homem baseada nas considerações das relações dose-resposta, no
mecanismo envolvido, no NSEO e na aplicação apropriada de Factores de Segurança, que
permitem estimar a IDA e o NAEO
Risco para os consumidores Resíduos na altura da colheita (LMR), sendo os mínimos necessários e consistentes com o uso
autorizado

Destino e comportamento no Avaliação dos níveis dos resíduos encontrados no solo, nas águas ou no ar através de estudos,
Ambiente  para demonstrar os riscos para as espécies não visadas
Impacte sobre as espécies não Avaliação do impacto sobre as espécies não visadas, com base na consideração do efeito sobre
visadas a abundância e a diversidade das espécies
Aspectos analíticos Apresentação de métodos analíticos consistentes

 Propriedades físico-químicas Apresentação de formulações de elevada qualidade e do seu comportamento em armazém

Gestão do risco A gestão do risco deve ser uma parte integrante do processo de avaliação e da tomada de
  decisão.
Eventuais condicionalismos e restrições a impor no uso deverão ser apropriados à severidade do
risco esperado
CAPÍTULO 2 ● A HOMOLOGAÇÃO DOS PRODUTOS

FITOFARMACÊUTICOS

Principais figuras jurídicas da Homologação

Na criação dos dados técnicos e científicos são elaborados dois dossiers:

:: um para a substância activa: avaliação/decisão feitas pela UE, de acordo com critérios comuns e
visa a colocação da substância activa na LP;

:: um para o produto formulado: avaliação/decisão feitas por cada Estado Membro, de acordo com
critérios comuns e visa a obtenção de uma AV.
 
Em termos práticos, o objectivo primeiro e último de quem solicita a homologação de um dado
Produto fitofarmacêutico, é a obtenção de uma AV para as finalidades propostas.

No entanto, enquanto se aguarda a AV, pode eventualmente ser concedida uma APV.
CAPÍTULO 2 ● A HOMOLOGAÇÃO DOS PRODUTOS

FITOFARMACÊUTICOS

Principais figuras jurídicas da Homologação

Fases e prazos correntes na homologação (ano 2003)

EM - APV
EMR
Publicação JO

Monografia Lista EMs


(draft) Positiva Registo
dos Pf-AV

Submissão EM CFP EMR


dossier Avaliação Novo exame Avaliação
inicial dossier

EM Estado-Membro Revisão Avaliação GT com vista


EMR Estado-Membro Relator pelo ao ingresso da substância
CFP Comissão Fitossanitária Permanente ECCO activa na LP
JO Jornal Oficial da UE Grupo
ECCO European Community Coordination Group
GT Grupo de Trabalho

Meses 0 6 12 18 24 30 36 42 48
CAPÍTULO 2 ● A HOMOLOGAÇÃO DOS PRODUTOS

FITOFARMACÊUTICOS

Principais figuras jurídicas da Homologação

Este esquema foi, e é, assumido desde a publicação da Directiva 91/414/CEE até 2003 e mostrou-se
incapaz de dar cumprimento aos prazos previstos na Directiva.

Em 2003 foi criada a Autoridade Europeia de Segurança Alimentar que se propõe ser mais eficiente
na condução das reavaliações e assumir a liderança do processo na fase pós-monografia.

Face ao atraso existente, foi entretanto marcada uma nova data limite para a reavaliação de todas as
substâncias activas - 2008.
CAPÍTULO 3
MÉTODOS DE PROTECÇÃO OU MEIOS DE LUTA

:: Métodos de Protecção ou Meios de Luta;

:: Auxiliar, Parasitóide, Predador e Patogéneo.


CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS DE PROTECÇÃO OU MEIOS DE

LUTA

Métodos de Protecção ou Meios de Luta

Os Métodos de Protecção ou Meios de Luta podem agrupar-se do seguinte modo:

Luta Legislativa
ou Medidas de Agrupa todas as medidas ou precauções a tomar contra a entrada e o estabelecimento de novos inimigos.
Quarentena
Consiste na utilização de cultivares resistentes ou tolerantes a inimigos das plantas, de modo a impedir
Luta Genética
que estes atinjam níveis prejudiciais para as culturas.
Baseia-se no uso de medidas naturais tendentes a reduzir a população dos inimigos das culturas.
Pressupõe a tomada de medidas indirectas necessárias ao bom desenvolvimento da cultura e à fuga dos
Luta Cultural inimigos ( ex.: rotações, consociações, fertilização, época de sementeira,, rega, escolha de cultivares,
uso de sementes certificadas, compassos, amanhos e granjeios, profundidade e densidade da
sementeira, ...).
Contempla as acções que envolvem meios mecânicos, térmicos, electromagnéticos e sonoros, que têm
Luta Física
por fim erradicar ou afastar os inimigos das culturas.

Assenta na redução de populações de inimigos das culturas, através da acção de organismos


Luta Biológica
antagonistas naturais, indígenas ou introduzidos, actuando como predadores, parasitóides ou parasitas.

A redução de populações de inimigos das culturas é feita através da acção de substâncias naturais ou de
Luta Biotécnica síntese, tais como hormonas, procenonas, antiquitinas, feromonas, substâncias estirilizantes e fago-
inibidoras, que agem negativamente sobre certas funções vitais desses organismos nocivos.

A redução ou eliminação de populações de inimigos das culturas é feita através da utilização de


Luta Química substâncias químicas naturais ou de síntese (a maioria), designados Pesticidas ou Produtos
fitofarmacêuticos.
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS DE PROTECÇÃO OU MEIOS DE
LUTA

Métodos de Protecção ou Meios de Luta

Os inimigos das culturas existem e há necessidade em os combater. Impõe-se que esta tarefa seja
cumprida em moldes tais que daí não resultem riscos para as pessoas, os animais ou o Ambiente.

Assim, cada caso deve ser analisado de per si, isto é, para cada situação deverá ser encontrada
uma solução.

E esta análise prévia de cada problema necessita ter em conta elementos tão distintos como:

:: A cultura:
Variedades, origem, localização, estado fenológico, área, tratamentos feitos (com quê, quando,
como, ...).
:: O(s) problema(s):
Identificação do(s) agente(s) nocivo(s), sua bio-ecologia e virulência.
:: Os auxiliares presentes;
:: As condições climáticas (no momento e esperadas no imediato):
Chuva, humidade, temperaturas, vento, ...
:: O sistema de aplicação:
Volume de calda, aparelhagem de pulverização, bicos, bombas, filtros ...
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS DE PROTECÇÃO OU MEIOS DE
LUTA

Auxiliar, Parasitóide, Predador e Patogéneo

Definições:

Auxiliar: Organismo antagonista, com actividade predadora, parasitóide ou patogénica, de inimigos


das culturas:

:: Parasitoide: Organismo, normalmente da classe Insecta, que se desenvolve total ou parcial-


mente à custa de um organismo de outra espécie, acabando por provocar a sua morte, e tendo
vida livre na forma adulta;

:: Predador: Organismo que necessita do consumo de mais de um indivíduo, normalmente cap-


turado como presa, para completar o seu desenvolvimento, tendo vida livre em todos os seus
estados móveis;

:: Patogéneo: Fungo, bactéria, vírus,... responsável por doenças específicas em certas pragas:

:: Fungos: Penetra através da cutícula do insecto, produz uma toxina, paralisa o insecto,
provoca a morte. Ex.: Beauveria bassiana, B. brongniartii (versus lepidópteros, coleópteros
e dípteros) e Enthomophtoras (versus afídeos);
:: Bactérias e Vírus´: São ingeridos, provocam uma infecção, com paragem de
alimentação e morte. Ex.: Bacillus thuringiensis (vs. nóctuas, processionária, piral, traças) e
baculovirus (vs. bichado da macieira).
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS DE PROTECÇÃO OU MEIOS DE
LUTA

Auxiliar, Parasitóide, Predador e Patogéneo

Auxiliar predador
Família: Coccinellidae
Espécie: Coccinella septempunctata

Há mais de 100 espécies de Joaninhas -


Família Coccinellidae.

Cada larva consome cerca de 200 presas de


afídeos e outras pragas de corpo mole.
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS DE PROTECÇÃO OU MEIOS DE
LUTA

Auxiliar, Parasitóide, Predador e Patogéneo

Auxiliar predador
Família: Coccinellidae
Espécie: Stethorus punctillum

É também uma espécie da Família Coccinellidae.

Esta espécie é predadora de ácarosa fitófagos.


CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS DE PROTECÇÃO OU MEIOS DE

LUTA

Auxiliar, Parasitóide, Predador e Patogéneo

Auxiliar predador
Família : Chrysopidae
Espécie: Chrysopa carnea

Predador polífago que se alimenta de afídeos,


cochonilhas, moscas brancas, psila (ovos), tripes
e ácaros.

Cada larva consome 100 a 600 presas.


CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS DE PROTECÇÃO OU MEIOS DE
LUTA

Auxiliar, Parasitóide, Predador e Patogéneo

Auxiliar predador
Família: Cecidomyidae
Espécie: Aphidoletes aphidimyza

Predador de várias espécies de afídeos, ácaros


e cochonilhas.
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS DE PROTECÇÃO OU MEIOS DE
LUTA

Auxiliar, Parasitóide, Predador e Patogéneo

Auxiliar predador
Família: Syrphidae
Espécie: Syrphus corollae

As larvas alimentam-se essencialmente de afí-


deos.

Cada larva consome 300 a 800.


CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS DE PROTECÇÃO OU MEIOS DE
LUTA

Auxiliar, Parasitóide, Predador e Patogéneo

Auxiliar predador
Família: Anthocoridae
Espécie: Orius spp.

Adultos e larvas alimentam-se essencialmente de


tripes, afídeos, lagartas jovens e de algumas
espécies de ácaros e de psila.
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS DE PROTECÇÃO OU MEIOS DE
LUTA

Auxiliar, Parasitóide, Predador e Patogéneo

Auxiliar predador
Família: Phytoseiidae
Espécie: Typhlodromus pyri

Ácaros predadores (Phytoseiidae) que se


alimentam principalmente, do ácaro amarelo
(Tetranycus urticae).
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS DE PROTECÇÃO OU MEIOS DE

LUTA

Auxiliar, Parasitóide, Predador e Patogéneo

Auxiliar predador
Família: Phytoseiidae
Espécie: Amblyseius andersoni

Ácaro predador que se alimenta de tripes e


outros ácaros fitófagos. Consomem 2 a 5 larvas
por dia.
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS DE PROTECÇÃO OU MEIOS DE

LUTA

Auxiliar, Parasitóide, Predador e Patogéneo

Auxiliar predador
Família: Aphidiidae
Espécie: Aphidius spp.

Vespa parasitóide de várias espécies de afídeos.


CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS DE PROTECÇÃO OU MEIOS DE

LUTA

Auxiliar, Parasitóide, Predador e Patogéneo

Auxiliar predador
Família: Trichogrammatidae
Espécie: Trichograma maidis

Himenóptero parasitóide de ovos de várias


espécies de praga, particularmente da Ordem
Lepidopterae. Fêmea de Trichogramma maidis parasitando uma
postura de Ostrinia nubilalis
CAPÍTULO 3 ● MÉTODOS DE PROTECÇÃO OU MEIOS DE

LUTA

Auxiliar, Parasitóide, Predador e Patogéneo

Auxiliar predador
Família: Aphelinidae
Espécie: Encarsia formosa

Himenóptero parasitóide de larvas da mosca


branca das estufas (Trialeurodes vaporariorum).
CAPÍTULO 4
BOA PRÁTICA FITOSSANITÁRIA

:: A escolha dos Produtos fitofarmacêuticos como solução;

:: O Rótulo do Produto fitofarmacêutico;

:: Principais componentes;

:: Métodos de aplicação;

:: Volumes de calda;

:: Tamanho das gotas;

:: Tipos de bicos;

:: Calibração do aparelho.
CAPÍTULO 4● BOA PRÁTICA FITOSSANITÁRIA

A escolha dos Produtos fitofarmacêuticos como solução

A homologação de um Produto fitofarmacêutico tem como resultado a obtenção de uma Autorização


de Venda para o conjunto:
:: Produto Fitofarmacêutico;
:: Finalidade (cultura e inimigo);
:: Condições de uso;
:: Precauções toxicológicas, ecotoxicológicas e Ambientais.
 
Cada cultura tem os seus inimigos, sendo alguns específicos. Para um par cultura - inimigo(s) pode
haver não uma, mas várias soluções. A escolha da solução deve ser ponderada, tendo em conta os
seguintes parâmetros:
:: que esteja homologada para o fim pretendido;
:: que seja eficaz contra o inimigo a combater;
:: que não provoque resistências;
:: sem problemas para a cultura;
:: sem problemas para as culturas seguintes ou vizinhas;
:: boa performance toxicológica, ecotoxicológica e ambiental (sem riscos ou com riscos previsí-
veis toleráveis para o homem, as espécies não visadas e o ambiente);
:: ser fácil de aplicar;
:: ter custo não exagerado.
CAPÍTULO 4● BOA PRÁTICA FITOSSANITÁRIA

O Rótulo do Produto Fitofarmacêutico

SUA IMPORTÂNCIA

É o ”cartão de identidade” do Produto fitofarmacêutico. Sintetiza e reflecte a generalidade dos estudos


feitos, que se distribuem por áreas como:

Biologia eficácia;
fitotoxicidade;
possíveis efeitos nas culturas seguintes;
eventuais problemas de resistência.
Físico-química identidade da substância activa, produto formulado e impurezas;
propriedades físico-químicas;
métodos de análise;
adequabilidade das embalagens.
Toxicologia e metabolismo propriedades toxicológicas;
efeitos na saúde humana.
Comportamento no Ambiente dinâmica de comportamento no solo, água, ar (degradação;
persistência; dissipação; acumulação; mobilidade/lixiviação; volatilização);
precauções ambientais.
Ecotoxicologia estimativa das CAP - avaliação de risco para espécies não visadas
Risco para o consumidor Intervalos de Segurança; Limites Máximos de Resíduos.
CAPÍTULO 4● BOA PRÁTICA FITOSSANITÁRIA

Principais componentes

No Rótulo de um produto há a considerar quatro “campos” com quatro tipos de informação distinta:
Precauções Identificação do produto Finalidades e usos

4 toxicológicas,
ecotoxicológicas e 1 e da empresa
2
ambientais nome comercial • que tipo de produto: fungicida,
• designação da substância activa insecticida, herbicida, etc.
• símbolos toxicológicos • tipo de formulação • que patogénios, pragas e
• frases de risco • composição quantitativa e qualitativa infestantes controla, sua
• frases de segurança • conteúdo líquido identidade
• Intervalo de Segurança (IS) • nº de AV
• tratamento de emergência em • nº de lote
3
Condições de utilização
caso de acidente • nome, endereço e contacto do titular
da AV
• «Este produto destina-se a ser
• modo de preparar a calda
utilizado por agricultores e outros
• doses ou concentrações
aplicadores de Pf.»
preconizadas
• «Para evitar riscos para os seres
• número de aplicações
humanos e para o ambiente,
• intervalo entre aplicações
respeitar as instruções de utilização»
• estados fenológicos aconselhados
• volume de calda
Manter fora do
alcance das crianças
CAPÍTULO 4● BOA PRÁTICA FITOSSANITÁRIA

Métodos de aplicação

Na aplicação dos Produtos fitofarmacêuticos as máquinas desempenham um papel fundamental.

Por melhor que seja um Produto fitofarmacêutico, a sua aplicação, se irregularmente feita ou mal
conduzida, leva certamente a resultados piores que os esperados.

Os principais métodos de aplicação, por vezes dependentes do tipo de formulação, podem


classificar-se do seguinte modo:

Polvilhação ou espalhamento feita por polvilhadores.


Pulverização feita por pulverizadores:
de jacto projectado;
de jacto transportado;
pneumáticos;
centrífugos.
Nebulização feita por nebulizadores;
térmicos;
a frio.
Distribuição de grânulos feita por distribuidores de grânulos.

Dos quatro métodos referidos, a pulverização é o de maior importância prática. A grande excepção,
em termos agrícolas, está ligada ao enxofre em pó polvilhável.
CAPÍTULO 4● BOA PRÁTICA FITOSSANITÁRIA

Volumes de calda

Os volumes de calda usados são função de vários parâmetros:

:: o tipo de aparelho que se usa (mecânico, pneumático, ...);


:: o processo seguido (Via terrestre, Via aérea);
:: o binómio inimigo-hospedeiro;
:: as características do Produto fitofarmacêutico e da sua formulação (só alguns);
:: a maior ou menor disponibilidade do factor água.

Dentro de limites com alguma latitude, o volume de água usado por hectare não interfere nos
resultados biológicos.

Não há uma classificação estandardizada que classifique a pulverização em função dos Volumes de
calda, mas existem propostas - Quadro 4.1.

Quadro 4.1 – Classificação dos volumes de calda por tipo de cultura (litros)
Muito Baixo Ultra Baixo
Culturas Alto Volume Médio Volume Baixo Volume
Volume Volume
Arbóreas e
> 1000 500-1000 200-500 5-200 5
Arbustivas
Baixas > 700 200-700 50-200 5-50 5
CAPÍTULO 4● BOA PRÁTICA FITOSSANITÁRIA

Tamanho das gotas

Relação entre Volume e VMD* Relação entre o tamanho e a densidade das


gotas
Volume VMD (m)
Nº mínimo de
Alto Volume > 300 m Uso
gotas/cm2
Médio Volume 201 - 300
150- 250 fungicidas 50-70
Baixo Volume 101 - 200
Muito Baixo Volume 70 - 100 200-300 Insecticidas 20-30

Ultra Baixo Volume < 70 200-600 Herbicidas 20-40


*VMD: diâmetro médio das gotas de calda
Relação entre tamanho de gotas e a qualidade da pulverização
Gotas mais pequenas VMD Gotas maiores
..... ..... .....

mais gotas algumas gotas


mais “drift” menos “drift”
menor dose efectiva maior dose efectiva
melhor penetração na cultura pior penetração
faixa de pulverização mais larga faixa mais estreita
maior evaporação menor evaporação
CAPÍTULO 4● BOA PRÁTICA FITOSSANITÁRIA

Tamanho das gotas

Influência do tamanho da gota na cobertura Comparação de quatro diferentes tipos de


de pulverização pulverização

Ledson, M. - Pulverizadores - teoria. Curso Ledson, M. - Pulverizadores - teoria. Curso


de Formação sobre Aplicação Segura e de Formação sobre Aplicação Segura e
Eficaz de Pf- Syngenta, 2004 Eficaz de Pf- Syngenta, 2004
CAPÍTULO 4● BOA PRÁTICA FITOSSANITÁRIA

Tipos de bicos

Existem diversos tipos de bicos e em cada tipo há a considerar a abertura, que a uma dada pressão
origina um certo débito.

Os tipos de bico mais comuns e aconselhados, são os da Quadro 4.2.

O Produto fitofarmacêutico a usar e o alvo a tratar dão indicações sobre o tipo de bicos e o volume
de calda a usar – Alto, Médio ou Baixo volume.

A escolha da abertura dos bicos, da pressão de trabalho e do andamento (velocidade) concretizam


esse volume de calda.

Quadro 4.2 – Relação entre tipo de bico, seu uso e faixa pulverizada
Tipo de bico Uso Faixa pulverizada
leque herbicidas linear
deflector herbicidas linear
cone oco fungicidas, insecticidas, acaricidas círculo ou coroa circular
CAPÍTULO 4● BOA PRÁTICA FITOSSANITÁRIA

Tipos de bicos

Inspecção a um Pulverizador
Inspecção Parte examinada Considerações
Pulverizador completo Está limpo por dentro e por fora?
Tanque Há avaria no filtro ou na tampa?
Acessórios Há desgaste ou falha de ajustamento?

Visual e física Estão gastas?


Mangueiras e ligações
Estão ajustadas?
Existem filtros e estão limpos?
Lança, barra, bicos Os bicos são os correctos e estão em bom estado?
Está tudo em posição correcta de funcionamento?
Funciona?
Bomba
Verte?
Está a trabalhar?
Operacionalidad Pressão de saída da válvula
Está a perder pressão após bombeamento contínuo?
e
Controlo manual das válvulas Solta-se, interrompendo o escoamento?

Bicos O padrão de pulverização está homogéneo?

Pulverizador completo Foi devidamente calibrado?


CAPÍTULO 4● BOA PRÁTICA FITOSSANITÁRIA

Calibração do aparelho

Cenário prático:

Estamos a trabalhar com herbicidas, que se :: Pulveriza-se uniformemente e com um dado


recomendam em doses. andamento (velocidade), uma área de cultura ou
solo previamente marcada (x.: 100 m 2 = 20 m x
Dose é a quantidade de produto que se aplica 5 m );
por unidade de área (ex.: kg/ha ou litros/ha).
:: Mede-se a água consumida voltando a encher
o depósito ( ex.: 5 litros );
A calibração, também designada por ensaio
em branco é uma operação que deve sempre :: Um simples cálculo conduz ao Volume/ha:
preceder a aplicação real. 10000 x 5 : 100 = 500 litros/há;

Para simplificar trabalhamos com um :: Repete-se a operação, mantendo o andamen-


pulverizador de dorso:  to constante, para confirmação.

:: Enche-se o depósito do pulverizador com Este exemplo pode extrapolar-se para os casos
de equipamentos mais complexos.
água;
CAPÍTULO 4● BOA PRÁTICA FITOSSANITÁRIA

Calibração do aparelho

A concentração de um Produto fitofarmacêutico :: ... este Produto fitofarmacêutico deve ser


define-se como a quantidade de produto a usado na concentração x, em alto volume.
usar em 100 l de água e exprime-se em
percentagem (%).
Ora, no caso de a aplicação ser feita com
Regra geral, as concentrações indicadas nos aparelhos de Médio ou Baixo volume
rótulos são para usar em Alto volume, o que (turbinas ou atomizadores) a concentração da
significa valores da ordem dos 1000 l/ha. calda deve ser aumentada por forma a que a
dose de produto por hectare seja a mesma que
Três exemplos reais do que consta dos rótulos: no Alto volume.

:: ... usar este Produto fitofarmacêutico na


concentração x, em alto volume; Como regra, torna-se necessário duplicar ou
triplicar a concentração quando, em vez de
:: ... este Produto fitofarmacêutico deve ser Alto volume, se opta por Médio ou Baixo
usado na concentração x, em alto volume, por volume.
forma a distribuir por hectare y kg;
CAPÍTULO 5 :: Destino dos Produtos fitofarmacêuticos no
Ambiente;
RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS
FITOFARMACÊUTICOS :: Factores que determinam a concentração da
substância activa no local da acção;

:: Avaliação toxicológica;
:: Avaliação toxicológica no Ambiente e em es-
pécies não visadas;
:: Classificação dos Produtos fitofarmacêuticos
e respectivos símbolos; :: Toxicidade para o Ambiente;

:: Perigo e risco; :: Fases de exposição ao risco;

:: Avaliação e gestão de Risco do Operador; :: Equipamento de Protecção Individual;

:: Transporte de Produtos fitofarmacêuticos em


:: Estabelecimento do LMR e IS;
Segurança;

:: Avaliação e gestão de Risco do Consumidor; :: Armazenamento de Produtos fitofarmacêuti-


cos em Segurança.
:: Avaliação e gestão de Risco do Ambiente;
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Avaliação toxicológica

Na avaliação toxicológica de cada Produto fitofarmacêutico estão em causa o estudo e a análise das
suas propriedades toxicológicas e os possíveis efeitos na saúde do Homem.

Os principais estudos toxicológicos incidem sobre a substância activa e são:

:: Toxicidade aguda, em relação a cada via de exposição:


:: oral;
:: dermal;
:: inalação.
A toxicidade aguda expressa-se em:
:: DL50 (ou LD50);
:: CL50 (ou LC50);
:: DAR- Dose Aguda de Referência.
:: Toxicidades crónica e subcrónica;
:: Carcinogenia;
:: Mutagenia;
:: Toxicidade de reprodução e teratogenia;
:: Neurotoxicidade;
:: Absorção cutânea;
:: Metabolismo.
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Classificação dos Produtos fitofarmacêuticos e respectivos símbolos

Produto que por ingestão, inalação ou contacto com a pele, pode comportar riscos
T+ extremamente graves, agudos ou crónicos, e mesmo morte.
Muito Tóxico

T Produto que por ingestão, inalação ou contacto com a pele, pode comportar riscos
Tóxico extremamente graves, agudos ou crónicos, e mesmo morte.

Produto que, em contacto com os tecidos orgânicos (pele), provoca queimaduras ou


C exerce acção destrutiva sobre os mesmos.
Corrosivo
Produto que por ingestão, inalação ou penetração cutânea, pode comportar riscos de
Xn
gravidade limitada.
Nocivo
Produto não corrosivo que, por contacto imediato, prolongado ou repetido com a pele
Xi e as mucosas, pode provocar reacções inflamatórias.
Sensibilizante
ou Irritante
Produto que pode inflamar-se facilmente.
I
Inflamável
Sem símbolo
Isento
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Perigo e risco

Para quem utiliza um Produto fitofarmacêutico, o perigo reside na sua toxicidade, quase sempre
associada à substância activa e por vezes a alguns formulantes.

O risco define-se como a probabilidade dos efeitos ocorrerem face a uma dada situação de
exposição:

Risco = Toxicidade x Exposição


(do produto) (do utilizador)

Para cada produto, a toxicidade expressa-se pelo símbolo toxicológico e é um valor fixo.

Assim, a redução do risco passa pela redução da exposição - via oral, dermal ou inalação - e, no
limite, através do uso de EPI.
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Avaliação e gestão de Risco do Operador

Estudos de toxicidade em animais Uso do Pf de acordo


com BPF

Estudos de exposição
NSEO
do Operador no campo

Factores de segurança

Nível de exposição
NAEO
do Operador

Pedido de
novos Dados
Avaliação de Risco
e Decisão
Gestão
do Risco
Risco Risco não
aceitável aceitável
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Estabelecimento do LMR e IS

Boa prática Ensaios Estudos


agrícola de resíduos toxicológicos

Valor mediano x Dieta


dos resíduos

Revisão da
prática agrícola IDA
DDMT

DDME
Avaliação
se DDMT > IDA de risco
se DDME > IDA
se DDME < IDA Se DDMT< IDA

LMR
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Estabelecimento do LMR e IS
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Avaliação e gestão de Risco do Consumidor

Estudos de toxicidade crónica Uso do produto de


acordo com BPF

NSEO Estudos de resíduos

LMR
Factores de segurança

Dieta alimentar

DDMT
IDA
(DDME)
Pedido de
novos Dados

Avaliação de Risco e Decisão Gestão


do Risco
Risco Risco não
aceitável aceitável
A partir da segunda metade da década de 90 o processo de avaliação passou a incluir também
a Dose Aguda de Refência (DAR) tendo este parâmetro funções idênticas à IDA.
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Avaliação e gestão de Risco do Ambiente

Estudos Toxicológicos Uso do produto de


em animais e plantas acordo com BPF

Estudos de Distribuição e
Degradação no Ambiente

NSEO CAP

Pedido de
novos Dados
Avaliação de Risco e Decisão
Gestão
do Risco
Risco Risco não
aceitável aceitável
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Destino dos Produtos fitofarmacêuticos no Ambiente

volatilização dispersão
decomposição global
foto-decomposição
penetração deposição
lavagem
“drift” translocação
volatilização
arrastamento
decomposição
biológica & química
decomposição decomposição
química biológica

adsorção dessorção
arrastamento
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Factores que determinam a concentração da substância activa no local da acção

“Site” de aplicação
Volatilidade
Evapotranspiração Factores Fotólise
ambientais Hidrólise
Lavagem pela
“Drift” chuva
Adsorção
Factores de Penetração
Fora do Distribuição
transporte
alvo Translocação

Factores Activação
bioquímicos Detoxificação

Adsoção “Site” de
acção Interacção do
receptor
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Avaliação toxicológica no Ambiente e em espécies não visadas

Efeitos em
artrópodes
benéficos

Bio-acumulação

Efeitos em peixes Efeitos nos Efeitos nas


Efeitos nos abelhas
mamíferos
microorganismos
do lodo
Efeitos em
invertebrados Efeitos em algas
e plantas Efeitos
nas aves

Efeitos nos Efeitos nos


invertebrados microorganismos
do solo
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Toxicidade para o Ambiente

As precauções toxicológicas contemplam:

:: A indicação da toxicidade (é uma das mais recentes medidas de precaução).


 

:: O estabelecimento de medidas de mitigação do risco, com limitação dos usos propostos (tal
como no caso dos LMR):

:: dose de aplicação;
:: nº de tratamentos;
:: condições de aplicação (estufa, ar livre);
:: época de tratamentos (timing);
:: zonas tampão.
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Fases de Exposição ao risco

Fases de exposição ao risco

Caetano, M. F.& Barroso, M. A. - Estratégias para uma utilização segura dos Produtos fitofarmacêuticos:
229 - 242. Simp. Protecção das Plantas, Agricultura e Ambiente. Anipla - Lisboa, 1996
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Equipamento de Protecção Individual


Utilização de EPI consoante as fases de trabalho
FASES DO TRABALHO

UTILIZAÇÃO Manipulação de
utensílios e
Classificação embalagens vazias;
toxicológica PREPARAÇÃO Contacto com o
Líquidos Granulados Fumos e Vapores material após
utilização

Botas de borracha, fato Botas de borracha, fato Fato de protecção, Fato de protecção, Fato de protecção
de protecção, capuz, de protecção, óculos, capuz, óculos, capuz, óculos, capuz, luvas.
óculos de protecção. luvas, protecção protecção respiratória e protecção respiratória e
MUITO TÓXICO respiratória. luvas com canhão. luvas com canhão.

Fato de protecção, Fato de protecção, Fato de protecção, Fato de protecção, Fato de protecção,
capuz, protecção da óculos, protecção óculos, protecção óculos e luvas com luvas.
cara, luvas. respiratória. respiratória e luvas com canhão.
TÓXICO canhão.

Fato de protecção, Fato de protecção, Fato de protecção, Fato de protecção, Fato de protecção,
capuz, protecção da capuz, protecção da capuz, protecção capuz, óculos e luvas luvas.
cara, luvas. cara e luvas. respiratória, luvas com com canhão.
NOCIVO canhão.

Fato de protecção, Fato de protecção, Fato de protecção, Fato de protecção, Fato de protecção,
botas, capuz, protecção botas e luvas. óculos, protecção capuz, óculos e luvas botas, capuz, luvas.
da cara, luvas. respiratória. com canhão.
CORROSIVO

Sem
Caetano, M. F.& Barroso, Os
M. métodos de trabalho
A. - Estratégias correctos
para exigem a segura
uma utilização utilização de Produtos
dos fatos de protecção, luvas sem 229
fitofarmacêuticos: forro,- máscaras e botas
242. Simp. durantedas
Protecção a Plantas,
classificação manipulação dos Produtos fitofarmacêuticos.
Agricultura e Ambiente. Anipla - Lisboa, 1996 [Adapt. de Lundhen, J.R. (1990) - La sécurité dans l’utilisation des pesticides. Réunion Spécialisée
(Isentos)
Internationale du Comité AISS de Prévention des Accidents du Travail et des Maladies Profissionelles dans Agriculture, 8 Mai, Hamburg]
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Equipamento de Protecção Individual

Factores a considerar na escolha de um EPI

Exigências de conforto Exigências de tarefas


Leveza Redução do incómodo no trabalho e nos movimentos
Adaptação à morfologia Comodidade funcional
Permeabilidade ao suor Compatibilidade com outros equipamentos
Conforto térmico Não perturbar as percepções sensoriais (visão, audição, tacto)
Volume limitado Nível de protecção produzido
Eficácia da protecção Limites previsíveis de utilização
Duração potencial de protecção Prazos de validade
Não ultrapassar prazo de validade Modo de utilização
Inocuidade Instruções de armazenagem, manutenção, limpeza, ...
Ausência de riscos autogéneos
Robustez

Caetano, M. F.& Barroso, M. A. - Estratégias para uma utilização segura dos Produtos fitofarmacêuticos:
229 - 242. Simp. Protecção das Plantas, Agricultura e Ambiente. Anipla - Lisboa, 1996
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Equipamento de Protecção Individual

Protecção Fato de
dos olhos protecção

Luvas de
borracha com
canhão
Botas de
borracha
Ler o
rótulo

Laycock, D. - Personal Protective Equipment for knapsack applications. Curso de Formação sobre Aplicação
Segura e Eficaz de Pf. Syngenta, 2004
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Equipamento de Protecção Individual

No manuseamento de um produto concentrado

Formulação líquida Atenção aos olhos


Formulação sólida Atenção ao nariz e boca
Utilizar sempre:

Na aplicação de um produto diluido

Ter em conta o porte da cultura;


Ter em conta o tipo de equipamento.
Utilizar sempre:

Em
estufas
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Equipamento de Protecção Individual

No manuseamento de produtos

Formulações sólidas

Sempre

Lembre-se!
No manuseamento e na aplicação
dos Produtos fitofarmacêuticos,
a Segurança está primeiro.
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Transporte de Produtos fitofarmacêuticos em Segurança

Para prevenir ou evitar eventuais acidentes com o transporte de Produtos fitofarmacêuticos, há


que cumprir algumas regras básicas:

:: Relativamente a viaturas;

:: Cuidados na expedição e transporte;

:: Medidas em caso de acidente;

:: Documentação a acompanhar o transporte;

:: Fichas de segurança;

:: Certificado de formação do condutor ADR/RPE;

:: Formação do pessoal envolvido na carga-descarga;

:: Conselheiros de segurança.
CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

EXEMPLO DE FICHA DE SEGURANÇA DE UM PRODUTO FITOFARMACÊUTICO


ADR/RPE 2003 60
Decreto Lei nº 267 A/2003,
FICHA DE SEGURANÇA
de 27 de Outubro INSTRUÇÕES PARA O CONDUTOR 3016

CARACTERÍSTICAS
DO PRODUTO

NATUREZA DOS
PERIGOS

EQUIPAMENTO DE
PROTECÇÃO:

MEDIDAS GERAIS DE
SEGURANÇA:

MEDIDAS DE URGÊNCIA:
Avisar imediatamente a Polícia, GNR e Bombeiros, ligando o 112.

MEDIDAS EM CASO
DE FUGA OU
DERRAME:

MEDIDAS EM CASO
DE INCÊNDIO:

PRIMEIROS
SOCORROS:

NOME E MORADA
DA EMPRESA
EXPEDIDORA

APLICA-SE EXCLUSIVAMENTE PARA O TRANSPORTE RODOVIÁRIO


CAPÍTULO 5● RISCOS, PRECAUÇÕES E SEGURANÇA NA
UTILIZAÇÃO DOS PRODUTOS FITOFARMACÊUTICOS

Armazenamento de Produtos fitofarmacêuticos em Segurança

Porquê e como se armazenam os Produtos :: Em quantidades facilmente controláveis;


fitofarmacêuticos?
:: Com renovação de stocks.
Os Produtos fitofarmacêuticos devem ser
convenientemente armazenados a fim de que: Tendo em conta as propriedades e as
características dos Produtos fitofarmacêuticos e
:: Os teores em substância activa e as também a capacidade do armazém, há a
pro- priedades físico-químicas de cada um considerar os seguintes principais aspectos:
sejam mantidos;  
:: Localização do armazém;
:: A contaminação entre si seja evitada.
:: Construção;
Como pode ser feito?
:: Cuidados no armazenamento;
:: Através de uma arrumação adequada,
que possibilite a sua identificação (leitura :: Medidas de higiene e segurança.
do rótulo);

:: Em embalagens originais;

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