Você está na página 1de 57

O QUE SÃO “PONTOS DE OURO”?

.
 
 
1. CURSO BASEADO NAS PRINCIPAIS LEIS;
2. BASEADO NOS PRINCIPAIS ARTIGOS;
3. IDENTIFICAR O QUE É MAIS COBRADO EM PROVA;
COMO IDENTIFICAR O QUE MAIS É COBRADO?
 
.
1. TEM DUAS FORMAS: (LABIRINTO)
 
1. Forma mais complexa/dificil –
 
 Fazer mapeamento das questões dos últimos 5 anos;
 Pesquisar em sites especializados;
 Pesquisar questões no site referentes ao cargo;
 Separar por tópicos as questões;
 Fazer um RANKING dos tópicos;
 Estudar a teoria:
.
 
- Letra de lei;
- Doutrina - livros, pdf, e-books;
- Jurisprudência;

 Depois voltar para as questões;


 Questões do perfil da banca (onde?);
02. Forma mais simples –
.
 
 Pegar tudo isso pronto;
 Estudar a teoria de forma objetiva e resumida;
 Fazer questões do perfil da Banca (onde?)
 
 Estudar a teoria:
.
 
- Letra de lei;
- Doutrina - livros, pdf, e-books;
- Jurisprudência;

 Depois voltar para as questões;


 Questões do perfil da banca (onde?);
LEI Nº 9.455, DE 7 DE ABRIL DE 1997.
Define os crimes de tortura e dá outras
providências
BASE CONSTITUCIONAL –
 
Dos Princípios Fundamentais
 
Art. 1º A República Federativa do Brasil, formada pela união indissolúvel dos Estados e
Municípios e do Distrito Federal, constitui-se em Estado Democrático de Direito e tem como
fundamentos:
 
III - a dignidade da pessoa humana;
 
Art. 4º A República Federativa do Brasil rege-se nas suas relações internacionais pelos
seguintes princípios:
(...)
II - prevalência dos direitos humanos;
Dos Direitos e Garantias Fundamentais –
 
Art. 5° - Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer natureza, garantindo-se
aos brasileiros e aos estrangeiros residentes no País a inviolabilidade do direito à vida, à
liberdade, à igualdade, à segurança e à propriedade, nos termos seguintes:
 
III - ninguém será submetido a tortura nem a tratamento desumano ou degradante.
Mandado Constitucional de Criminalização –
  
Art. 5º, XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou anistia a
prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os definidos
como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os que, podendo
evitá-los, se omitirem;
 
Segundo Cleber Masson, os mandados de criminalização indicam matérias sobre as quais o
legislador ordinário não tem a faculdade de legislar, mas a obrigatoriedade de tratar, protegendo
determinados bens ou interesses de forma adequada e, dentro do possível, integral. Salienta-se,
assim, que os mandados constitucionais de criminalização são normas de eficácia limitada. Isto
porque não define a conduta incriminada, nem muito menos estabelece sanção, vindo apenas a
definir, de forma nem sempre a especificar, a conduta por incriminar.
NATUREZA HEDIONDA –
O crime de tortura tem natureza de crime equiparado a hediondo. Não é hediondo, e sim
equiparado.
 
 
Consequências – Insuscetíveis de fiança, de indulto, graça ou anistia;
 
rescrição – São prescritíveis, ou seja, prescrevem.
ESTRUTURA DA LEI DE TORTURA
 
Espécies de Tortura;
 
 Art. 1º, I, “a” – Tortura confissão; Tortura Prova; Tortura probatória;
 Art. 1º, I, “b” – Tortura Crime.
 Art. 1º, I, “c” – Tortura discriminatória; Racial;
 Art. 1º, II – Tortura castigo;
 Art. 1º, §1º – Tortura pela tortura; ou tortura prova;
 Art. 1º, §2º – Tortura omissiva; tortura imprópria.
 Art. 1º, §3º - Tortura qualificada pela lesão corporal grave ou gravíssima ou pela
morte;
 Art. 1º, §4º - Tortura majorada;
• Art. 1º, §5º - Efeitos da condenação;
• Art. 1º, §6º - Consequências;
• Art. 1º, §7º - Regime Inicial fechado;
• Art. 2º - Princípio da Extraterritorialidade;
CLASSIFICAÇÃO DOUTRINÁRIA DO CRIME DE TORTURA –
 
1. Bem jurídico protegido;
2. Sujeito ativo do crime;  
3. Sujeito passivo do crime;
4. Elemento subjetivo;
5. Dolo Específico;
6. Natureza hedionda;
7. Crime de máximo potencial ofensivo – São aqueles que a constituição exigiu um
tratamento diferenciado. São eles: Tráfico, Terrorismo, Tortura e os definidos como
hediondos. Dessa forma, não se aplicam os institutos da Lei 9.099/95, como transação
pena; suspensão condicional do processo; rito sumaríssimo.
CLASSIFICAÇÃO DO CRIME DE TORTURA
 
Art. 1º, I, a, b, c Art. 1º, II
1. Crime comum; 1. Crime próprio (bipróprio);
2. Crime formal; 2. Crime material;
3. Exige dolo específico; 3. Exige dolo específico;
4. Punido com reclusão de 2 a 8 anos; 4. Punido com reclusão de 2 a 8 anos;
5. Equiparado a hediondo; 5. Equiparado a hediondo;
   
Art. 1º, §1º Art. 1º, §2º
1. Crime comum/Próprio (divergente); 1. Crime próprio;
2. Crime material; 2. Crime de mera conduta;
3. Não exige dolo específico; 3. Não exige dolo específico;
4. Punido com reclusão de 2 a 8 anos; 4. Punido com detenção de 1 a 4 anos;
5. Equiparado a hediondo; 5. Não é equiparado a hediondo;
   
DA ANÁLISE DOS CRIMES
EM ESPÉCIE
Art. 1º Constitui crime de tortura:

I - constranger alguém com emprego de violência ou grave ameaça, causando-lhe


sofrimento físico ou mental:

a) com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira


pessoa;

b) para provocar ação ou omissão de natureza criminosa;

c) em razão de discriminação racial ou religiosa;


Classificação geral dos crimes (art. 1º, I, a, b, c)
1. Sujeito Ativo –
2. Se praticado por funcionário público – Aumento de Pena de um sexto até um terço.
3. Núcleo do tipo –
4. Meios de execução –
5. Causando –
6. Finalidade específica (Dolo Específico) –
7. Ausência do dolo específico -
8. Momento consumativo -
9. Crime formal –
10.Não obtenção do resultado pretendido
TORTURA CONFISSÃO – TORTURA PROVA – TORTURA PROBATÓRIA

Art. 1º, I, a – Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou grave
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental com o fim de obter informação, declaração ou
confissão da vítima ou de terceira pessoa;
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
 
Crime de abuso de autoridade – Lei N. 13.869 de 2019 –
Art. 13.  Constranger o preso ou o detento, mediante violência, grave ameaça ou redução de sua
capacidade de resistência, a:
(...)
III - produzir prova contra si mesmo ou contra terceiro:        (Promulgação partes vetadas)
Pena - detenção, de 1 (um) a 4 (quatro) anos, e multa, sem prejuízo da pena cominada à violência.
TORTURA CRIME

Art. 1º, I, b – Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência ou
grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental para provocar ação ou omissão de
natureza criminosa;
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
TORTURA RACIAL –
Art. 1º, I, c – Constitui crime de tortura constranger alguém com emprego de violência
ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental para em razão de
discriminação racial ou religiosa;
Pena - reclusão, de dois a oito anos.

Classificação do crime

 Rol taxativo –
 Sujeito passivo –
 Ação direta de inconstitucionalidade por Omissão – ADO 26 – STF;
ADO 26/DF
 
1. Até que sobrevenha lei emanada do Congresso Nacional destinada a implementar os mandados
de criminalização definidos nos incisos XLI e XLII do art. 5º da Constituição da República, as
condutas homofóbicas e transfóbicas, reais ou supostas, que envolvem aversão odiosa à
orientação sexual ou à identidade de gênero de alguém, por traduzirem expressões de
racismo, compreendido este em sua dimensão social, ajustam-se, por identidade de razão e
mediante adequação típica, aos preceitos primários de incriminação definidos na Lei nº
7.716, de 08/01/1989, constituindo, também, na hipótese de homicídio doloso, circunstância
que o qualifica, por configurar motivo torpe (Código Penal, art. 121, § 2º, I, “in fine”);
TORTURA CASTIGO (Art. 1º, II) –
Art. 1º, II – Constitui crime de tortura submeter alguém, sob sua guarda, poder ou autoridade,
com emprego de violência ou grave ameaça, a intenso sofrimento físico ou mental, como forma
de aplicar castigo pessoal ou medida de caráter preventivo.
Pena - reclusão, de dois a oito anos.
Classificação do crime
1. Núcleo do tipo –
2. Sujeito Ativo –
3. Sujeito Passivo
4. Meios de execução –
5. Causando –
6. Finalidade específica (Dolo Específico) –
Tortura castigo (Art. 1º, II)

Maus-tratos (Art. 136, CP)


Maus-tratos

Art. 136 - Expor a perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância,
para fim de educação, ensino, tratamento ou custódia, quer privando-a de alimentação ou
cuidados indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho excessivo ou inadequado, quer abusando de
meios de correção ou disciplina:

Pena - detenção, de dois meses a um ano, ou multa

São várias as diferenças entre a Tortura castigo (Art. 1º, II) e Maus-tratos (Art. 136, CP). De
início, podemos apontar as principais: “elemento subjetivo”, “meios de execução” e “intensidade
do sofrimento da vítima”. Nesse mesmo sentido, temos a jurisprudência do STJ.
SUPERIOR TRIBUNAL DE JUSTIÇA –
 
I. A figura do inc. II do artigo 1º, da Lei nº 9.455/97 implica na existência de vontade livre e
consciente do detentor da guarda, do poder ou da autoridade sobre a vítima de causar
sofrimento de ordem física ou moral, como forma de castigo ou prevenção.  

II. O tipo do artigo 136, do Código Penal, por sua vez, se aperfeiçoa com a simples exposição a
perigo a vida ou a saúde de pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância, em razão de
excesso nos meios de correção ou disciplina.

III.Enquanto na hipótese de maus-tratos, a finalidade da conduta é a repreensão de uma


indisciplina, na tortura, o propósito é causar o padecimento da vítima.
 
IV. Para a configuração da segunda figura do crime de tortura é indispensável a prova cabal
da intenção deliberada de causar o sofrimento físico ou moral, desvinculada do objetivo de
educação.

V. Evidenciado ter o Tribunal a quo desclassificado a conduta de tortura para a de maus tratos
por entender pela inexistência provas capazes a conduzir a certeza do propósito de causar
sofrimento físico ou moral à vítima, inviável a desconstituição da decisão pela via do recurso
especial. (REsp 610.395/SC, Rel. Min. Gilson Dipp, Quinta Turma, julgado em 25.05.2004,
DJ 02.08.2004 p. 544).
LEI 9.455/97 - CÓDIGO PENAL -
Art. 1°, II - TORTURA – CASTIGO Art. 136 - MAUS TRATOS -

Submeter alguém a intenso sofrimento físico Expor a perigo a vida ou a saúde


ou mental.

Pessoa sob sua guarda, poder ou Pessoa sob sua autoridade, guarda ou vigilância.
autoridade;  
Com emprego de violência ou grave Quer privando-a de alimentação ou cuidados
ameaça; indispensáveis, quer sujeitando-a a trabalho
excessivo ou inadequado;

Com o fim de aplicar castigo pessoal ou Para fim de educação, ensino, tratamento ou
medida de caráter preventivo. custódia; quer abusando de meios de correção ou
disciplina.
TORTURA PELA TORTURA – TORTURA PRÓPRIA – (Art. 1º,
§1º)

§ 1º Na mesma pena incorre quem submete pessoa presa ou sujeita a medida de


segurança a sofrimento físico ou mental, por intermédio da prática de ato não
previsto em lei ou não resultante de medida legal. Pena - reclusão, de dois a oito
anos.
Classificação do crime
 
1. Núcleo do tipo –
2. Sujeito Ativo –
3. Sujeito Passivo –
4. Meios de execução –
5. Causando –
6. Finalidade específica (Dolo Específico) –
Desnecessidade de finalidade específica –
Aqui não há qualquer finalidade específica, ou seja, não é exigido para seu
aperfeiçoamento o especial fim de agir por parte do agente, bastando, para a
configuração do crime, o dolo de praticar a conduta descrita no tipo objetivo.
Desta forma, a submissão de pessoa presa a sofrimento físico ou mental a atos
não previstos em lei não exige o dolo específico configura o crime em análise.
Nesse sentido:
 
STJ - (Informativo 433) –
[...] Então, é inegável que a vítima, enquanto estava detida, foi submetida a
intenso sofrimento físico por ato que não estava previsto em lei, nem resultava de
medida legal, o que configurou a tortura prevista no art. 1º, § 1º, da Lei n.
9.455/1997. Essa modalidade de tortura, ao contrário das demais, não exige
especial fim de agir por parte do agente para configurar-se, bastando o dolo
de praticar a conduta descrita no tipo objetivo. [...]
 
TORTURA OMISSIVA – TORTURA IMPRÓPRIA – (Art. 1º, §2º) –

Art. 1º,§ 2º Aquele que se omite em face dessas condutas, quando tinha o dever de evitá-las
ou apurá-las, incorre na pena de detenção de um a quatro anos.

Classificação do crime –

1. Núcleo do tipo –
2. Sujeito Ativo –
3. Pena –
4. Finalidade específica (Dolo Específico) –
Natureza não hedionda –
CF/88 – Art. 5º - XLIII - a lei considerará crimes inafiançáveis e insuscetíveis de graça ou
anistia a prática da tortura, o tráfico ilícito de entorpecentes e drogas afins, o terrorismo e os
definidos como crimes hediondos, por eles respondendo os mandantes, os executores e os
que, podendo evitá-los, se omitirem;

Prevaricação

Art. 319 - Retardar ou deixar de praticar, indevidamente, ato de ofício, ou praticá-lo contra
disposição expressa de lei, para satisfazer interesse ou sentimento pessoal:
Pena - detenção, de três meses a um ano, e multa.
TORTURA QUALIFICADA – (Art. 1º, §3º) –
§ 3º Se resulta lesão corporal de natureza grave ou gravíssima, a pena é de reclusão de
quatro a dez anos; se resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.
 
Classificação do crime –

1. Crime qualificado pelo resultado – O crime qualificado pelo resultado é aquele em


que o legislador, após descrever uma conduta típica, com todos os seus elementos,
acrescenta-lhe um resultado cuja ocorrência acarreta o agravamento da sanção penal.
 
2. Crime preterdoloso – O crime preterdoloso é uma espécie de crime agravado pelo
resultado, no qual o agente pratica uma conduta anterior dolosa, e desta decorre um
resultado posterior culposo. Há dolo no fato antecedente e culpa no consequente.
Tortura qualificada pela morte –
Ocorre quando da tortura resulta morte, a reclusão é de oito a dezesseis anos.

Homicídio qualificado pela tortura –

CP – Art. 121, § 2°, III – Se o homicídio é cometido: com emprego de veneno, fogo, explosivo,
asfixia, tortura ou outro meio insidioso ou cruel, ou de que possa resultar perigo comum:
Pena - reclusão, de doze a trinta anos.
Crime Progressivo – Crime progressivo é aquele realizado mediante um único ato ou atos que
compõem único contexto. Em outras palavras, ocorre quando o agente, para alcançar um
resultado mais grave, passa por uma conduta inicial que produz um evento menos grave. No
crime progressivo o agente, desde o início, tem a intenção de praticar um crime mais grave, mas,
para concretizá-lo, passa pelo menos grave. Nesse caso, o dolo continua o mesmo.
TORTURA MAJORADA (Art. 1º, §4º) –
§ 4º Aumenta-se a pena de um sexto até um terço:

I - se o crime é cometido por agente público;


II – se o crime é cometido contra criança, gestante, portador de deficiência, adolescente
ou maior de 60 (sessenta) anos;  
III - se o crime é cometido mediante seqüestro.
 
EFEITOS DA CONDENAÇÃO (Art. 1º, §5º) –

§ 5º A condenação acarretará a perda do cargo, função ou emprego público e a interdição


para seu exercício pelo dobro do prazo da pena aplicada.

 Efeito automático da condenação – “A perda do cargo, função ou emprego público é efeito


automático da condenação pela prática do crime de tortura, não sendo necessária
fundamentação concreta para a sua aplicação" (AgRg no Ag 1388953/SP, Rel. Ministra
MARIA THEREZA DE ASSIS MOURA, SEXTA TURMA, julgado em 20/06/2013, DJe
28/06/2013):

 STJ: “Isso porque, conforme dispõe o § 5º do art. 1º deste diploma legal, a perda do cargo,
função ou emprego público é efeito automático da condenação, sendo dispensável
fundamentação concreta. (REsp 1.044.866-MG, Rel. Min. Rogerio Schietti Cruz, julgado
em 2/10/2014.)
CONSEQUÊNCIAS (Art. 1º, §6º) –

§ 6º O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.


 
 Fiança e liberdade provisória –

A GRAVIDADE EM ABSTRATO DO CRIME NÃO CONSTITUI FATOR DE


LEGITIMAÇÃO DA PRIVAÇÃO CAUTELAR DA LIBERDADE.
– A natureza da infração penal não constitui, só por si, fundamento justificador da
decretação da prisão cautelar daquele que sofre a persecução criminal instaurada pelo
Estado. Precedentes.
STF – Impende assinalar, por isso mesmo, que a gravidade em abstrato do crime,
qualquer que seja, não basta para justificar, só por si, a privação cautelar da liberdade
individual de qualquer paciente.
REGIME INICIAL DO
CUMPRIMENTO DE PENA
(Art. 1º, §7º)
§ 7º O condenado por crime previsto nesta Lei, salvo a hipótese do § 2º, iniciará o
cumprimento da pena em regime fechado.
 
DIVERGÊNCIA NO ÂMBITO DO SUPREMO TRIBUNAL FEDERAL –
 
PRIMEIRA TURMA - INFORMATIVO STF n. 789
 
Crime de tortura e regime inicial de cumprimento da pena –
O condenado por crime de tortura iniciará o cumprimento da pena em regime
fechado, nos termos do disposto no § 7º do art. 1º da Lei 9.455/1997 - Lei de
Tortura. (....)
 
O Ministro Marco Aurélio (relator) denegou a ordem. Considerou que, no caso, a
dosimetria e o regime inicial de cumprimento das penas fixadas atenderiam aos ditames
legais. Asseverou não caber articular com a Lei de Crimes Hediondos, pois a regência
específica (Lei 9.455/1997) prevê expressamente que o condenado por crime de tortura
iniciará o cumprimento da pena em regime fechado, o que não se confundiria com a
imposição de regime de cumprimento da pena integralmente fechado. Assinalou que o
legislador ordinário, em consonância com a CF/1988, teria feito uma opção válida, ao prever que,
considerada a gravidade do crime de tortura, a execução da pena, ainda que fixada no mínimo
legal, deveria ser cumprida inicialmente em regime fechado, sem prejuízo de posterior
progressão.
 
HIPÓTESE DE EXTRATERRITORIALIDADE (Art. 2º) –

Art. 2º O disposto nesta Lei aplica-se ainda quando o crime não tenha sido cometido em
território nacional, sendo a vítima brasileira ou encontrando-se o agente em local sob
jurisdição brasileira.

Art. 3º Esta Lei entra em vigor na data de sua publicação.

REVOGÇÃO DO ART. 233 DO ECA (Art. 4º) –

Art. 4º Revoga-se o art. 233 da Lei nº 8.069, de 13 de julho de 1990 - Estatuto da


Criança e do Adolescente.

Art. 233. Submeter criança ou adolescente sob sua autoridade, guarda ou vigilância a
tortura: (Revogado pela Lei nº 9.455, de 7.4.1997)
QUESTÕES
(VUNESP -PC-CE - Inspetor de Polícia Civil de 1a Classe) Sobre a Lei n o 9.455/97, que dispõe sobre a
TORTURA, é correto afirmar que
a. os casos de tortura com o fim de obter informação, declaração ou confissão da vítima ou de terceira pessoa e
para provocar ação ou omissão de natu­reza criminosa, o crime somente se consuma quando o agente obtém o
resultado almejado.
b. o crime de tortura é próprio, uma vez que só pode ser cometido por policiais civis ou militares.

c. privar de alimentos pessoa sob sua guarda, poder ou autoridade é uma das formas de tortura previstas na lei,
na modalidade “tortura-castigo”.

d. se o agente tortura a vítima para com ele praticar um roubo, responderá por crime único, qual seja, o crime de
roubo, por este ter penas maiores.

e. quando o sujeito ativo do crime de tortura for agente público, as penas são aumentadas de um sexto a um
terço
(NUCEPE - PC-PI - Delegado de Polícia Civil) Após a Segunda Guerra Mundial, adotada e
proclamada a Declaração Universal dos Direitos Humanos, os direitos inerentes à pessoa humana
passam a ser protegidos mundialmente. No Brasil, os atos de tortura e as tentativas de praticar atos
dessa natureza são coibidos. Marque abaixo a alternativa CORRETA quanto ao crime de tortura.

a. O crime de tortura é inafiançável, embora suscetível de graça ou anistia.

b. Se o crime de tortura é cometido contra maior de 60 (sessenta) anos aumenta-se a pena em de 1/3 (um
terço) até à metade.

c. Se o crime de tortura é cometido por agente público, a pena é aumentada de 1/3 (um terço) até à
metade.
d. Não se constitui crime de tortura o constrangimento de alguém com o emprego de
violência ou grave ameaça, causando-lhe sofrimento físico, em razão de discriminação
racial ou religiosa.
 
e. Constitui crime de tortura: constranger alguém com emprego de violência ou grave
ameaça, causando-lhe sofrimento físico ou mental com o objetivo de obter alguma
informação, declaração ou confissão.
(UERR - SEJUC - RR - Agente Penitenciário) Em relação ao crime de tortura tipificado
na Lei n. 9.455/97 (Lei da Tortura) o sofrimento físico ou mental ao qual foi submetida
a vítima:

a. Sempre é antecedido da exigência de ter sido intenso;


b. É antecedido da exigência de ter sido intenso apenas quando o agente for funcionário
público;
c. É antecedido da exigência de ter sido intenso apenas quando o agente for ascendente ou
descendente da vítima;
d. É antecedido da exigência de ter sido intenso apenas quando houver o emprego de
violência ou ameaça;
e. Nem sempre é antecedido da exigência de ter sido intenso
(Concurso SJC-SC - 2019 - Agente Penitenciário) Analise as afirmativas abaixo com
fundamento na Lei no 9.455, de 7 de abril de 1977, que define os crimes de tortura e dá
outras providências.
 
1. Aumenta-se a pena do crime de tortura de um sexto até um terço se o crime é cometido
mediante sequestro.
2. A pena para o crime de tortura, quando resulta morte, é de reclusão de oito a doze anos.
3. O crime de tortura é inafiançável e insuscetível de graça ou anistia.
4. O condenado por crime de tortura, quando resulta lesão corporal de natureza grave ou
gravíssima, iniciará o cumprimento da pena em regime fechado.
Assinale a alternativa que indica todas as afirmativas corretas.
a. São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 3.
b. São corretas apenas as afirmativas 1, 2 e 4.
c. São corretas apenas as afirmativas 1, 3 e 4.
d. São corretas apenas as afirmativas 2, 3 e 4.
e. São corretas as afirmativas 1, 2, 3 e 4.
(IADES - 2019 - SEAP-GO - Agente de Segurança Prisional) A respeito da Lei no
9.455/1997 (Lei da Tortura), assinale a alternativa correta.

a. A consumação se dá com o emprego de meios violentos, ocasionando sofrimento físico ou


mental, englobando, inclusive, o mero aborrecimento, o qual é apto a configurar o crime de
tortura.

b. A tortura-castigo exige uma relação de guarda, poder ou autoridade entre o sujeito ativo e o
passivo.
c. A diferenciação entre a tortura e os maus-tratos é o elemento subjetivo. No crime de
maus-tratos, não há o animus corrigendi, disciplinandi, já no crime de tortura, o agente
tem esse ânimo, além de agir com ódio, com vontade de ver um sofrimento
desnecessário, com sadismo.

d. O objeto jurídico tutelado pela norma penal no crime de tortura é apenas a integridade
corporal e a saúde física.

e. O dolo específico não constitui elementar fundamental para a configuração das


modalidades do crime de tortura previstas no art. 1o da Lei no 9.455/1997.
(FCC - 2019 - SEFAZ-BA - Auditor Fiscal - Administração, Finanças e Controle Interno - Prova
I ) Lindomar é agente público e foi condenado à pena de reclusão de quatro anos pela prática de
tortura. De acordo com a Lei federal nº 9.455/1997, que define os crimes de tortura e dá outras
providências, a condenação de Lindomar acarretará a

a. suspensão do seu cargo, função ou emprego público por dois anos.


b. perda do seu cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício por quatro anos.
c. suspensão do seu cargo, função ou emprego público por quatro anos.
d. perda do seu cargo, função ou emprego público e a interdição para seu exercício por oito anos.
e. perda do seu cargo, função ou emprego público e a interdição permanente para seu exercício.
 

Você também pode gostar