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Tropicais
Histórico: Classificação das
Formações Florestais Tropicais
• Primeira metade do séc XIX: várias tentativas de
correlacionar os tipos de vegetação com fatores climáticos.
• Grisebach (1872): 1ª descrição da vegetação com base na
comunidade de plantas e usada por Schimper (1898):
Vegetações florestais: florestas pluviais
florestas monsônicas
matagal savânico
matagal espinhento
Vegetações herbáceas
Desertos
– Subdivisões: ‘Formações’ (fisionomia e composição)
• Wallace (1875): classificação da distribuição dos animais;
nascimento da Biogeografia.
• No início do século XX várias termos foram utilizados para
designar um mesmo tipo de formação florestal, gerando
uma grande confusão na classificação.
• Braun-Blanquet (1932): Classificação fitossociológica –
hierárquica e baseada no conhecimento da ‘composição
florística’ e das espécies dominantes: ‘Associações’.
• Beard (1955) - América - e Webb (1959) - Austrália -
classificaram as vegetações tropicais com base na
‘fisionomia’: formas de vida, altura, estratificação e caráter
decíduo a sempre-verde.
• UNESCO (1978): Classificação da vegetação mundial com
base na fisionomia, estrutura, dinâmica, ecologia, florística
e história da vegetação.
• Whitmore (1990): Prático, hierárquico e baseado em vários
fatores, onde se destacam clima, regime de água do solo,
solos e altitude.
• Brasil: Longo e controvertido histórico de sistemas de
classificação:
• Karl Frederik Phillip von Martius (1840): Classificação
baseada na paisagem e ambiente dominantes
associados a ninfas da mitologia grega:
Naiades (águas) flora amazônica
Oreades (montanhas) flora do centro-oeste
Hamadryades (árvores) flora nordestina
Napeias (vales e encostas) flora subtropical
Dryades (carvalho) flora da costa atlântica
Muitas Famílias
Poucos gêneros Em comum
Quase nenhuma espécie
Fauna:
A diversidade
de espécies de
animais é muito
mais elevada que
em outras fitofisionomias.
Primatas África
Estrutura e Fisionomia
o Possuem muitas espécies com hábitos
semelhantes, embora não haja relação
filogenética direta entre elas. Convergências
evolutivas e equivalentes ecológicos.
o Floresta alta e estratificada, mas não há
discriminação clara de dossel, sub-dossel e
sub-bosque. Ocorrem espécies emergentes,
com 40-60 m (Ceiba pentandra).
o O dossel é composto pela copa das árvores,
lianas e palmeiras além da massa de epífitos.
o Sub-bosque composto por árvores e lianas
imaturas, palmeiras, ervas e samambaias
Formas de vida: Árvores Parasitas
Arvoretas Bambus
Palmeiras Samambaiaçus
Arbustos Ervas
Lianas Musgos
Epífitas Líquens
Hemi-epífitas Fungos
Árvores
Esqueleto da floresta
Famílias comuns:
Acanthaceae
Rubiaceae
Piperaceae
Palmae
Cyatheaceae
Ervas
Plantas herbáceas muitas rizomatosas
Cumprem seu ciclo de vida no sub-bosque
Marantaceae
Mecanicamente
dependentes das árvores
Germinação no chão
Hemi-Epífitas
Raízes tocam
eventualmente o solo
Podem ser sempre
inofensivas, como
Philodendron, ou matar
o forófito por
estrangulamento ao
final do processo,
(Ficus, Clusia,
Coussapoa,
Spirotheca).
Antagonistas das árvores:
Bambus Muitos são monocárpicos, sincrônicos e
persistem localmente por muitas gerações.
Estratégias:
Guerrilha
(esparsos e
apoiantes)
Falange
(invasores em
bloco ou em
massa)
Musgos
• troncos
Vida epífita • folhas
Liquens
Associação simbiótica
alga + fungo
Desenvolvem em
cascas de árvores
ou folhas
Florestas ao longo de
gradientes de altitude
As condições ambientais e a vegetação:
• A elevação da altitude, em geral, acarreta:
Decréscimo da temperatura,
Aumento da umidade relativa e nebulosidade
Incremento ou redução da precipitação conforme a
exposição da vertente e circulação atmosférica.
Redução da incidência luminosa
• Conseqüências:
Restrições à fotossíntese, transpiração e produtividade
vegetal.
Restrições à decomposição de matéria orgânica e troca de
nutrientes.
Os solos tornam-se mais húmicos.
Mudanças florísticas e fisionômicas graduais das
formações florestais ao longo do gradiente altitudinal.
Mudanças na composição da flora:
• A composição da flora se altera gradualmente e de forma
diferente conforme o continente:
• Fagaceae, por exemplo, aumentam nas montanhas do
Sudeste Asiático, mas são menos comum na América Central
e ausentes na África.
• Lauraceae, Myrtaceae, Ericaceae, Solanaceae e Compositae
aumentam nas florestas montanas Neotropicais, ao passo que
a riqueza e abundância de Leguminosae diminuem.
• Cyatheaceae, Ericaceae e Podocarpaceae aumentam com a
altitude nos três continentes.
• Nos Neotrópicos, gêneros típicos se fazem presentes, como
Drimys, Weinmania, Clethra, Meliosma e Myrceugenia. Na
Nova Guiné aumentam Agathis, Libocedrus e Araucaria, no
Sudeste Asiático, Rhodondendron, e, na África, Erica.
Mudanças na fisionomia da vegetação:
• Menor crescimento e estatura reduzida de árvores individuais,
refletindo-se na floresta inteira.
• As folhas se tornam mais esclerófilas e seu tamanho diminui.
• Aumento na abundância de epífitas vasculares.
• Aumento na abundância de briófitas e líquens.
10 10
0 Campo 0
Floresta TP/TS Floresta TP/TS Floresta T nebular Nano-floresta T
das terras baixas sub-montana alto-montana nebular alto- rupestre
e baixo-montana e baixo-montana montana
• São encontradas na altura onde a formação da
Florestas nuvem ocorre. Isto depende de um número de
nebulares: fatores, mas geralmente ocorre entre 1000 e 2500
m, significando uma temperatura anual média
entre 17 e 12°C.
Costa Rica
Serra dos Orgãos
Planalto Roraima
Monte Verde – Costa Rica Ibitipoca - Brasil
Honduras
Nano-florestas Nebulares
(fisionomia florestal dos campos rupestres)
Honduras
É caracterizada por uma
estatura ainda mais baixa
e densidade variável de
arvoretas e arbustos.
Trepadeiras lenhosas e
epífitas grandes estão
ausentes.
Honduras
México
Campos Rupestres e de Altitude
• Denominações brasileiras com duas abordagens:
1 (a) Campo rupestre: vegetação variando de nano-
florestal a arbustiva densa ou rala, com ou sem matriz
graminosa, que ocorre sobre solos rasos e afloramentos
rochosos das montanhas dos Domínios do Cerrado e
Caatinga (quartzitos, arenitos etc.)
(b) Campo de altitude: o mesmo, mas nas cadeias
montanhosas do Domínio Atlântico (granito, gneiss etc.)
2 (a) Campo rupestre: vegetação variando de nano-
florestal a arbustiva densa ou rala, sem matriz
graminosa, que ocorre sobre afloramentos rochosos das
montanhas de quaisquer domínios fitogeográficos.
(b) Campo de altitude: vegetação constituída por uma
matriz graminosa, com ou sem arbustos e árvores
esparsos, que ocorre em solos rasos e cambissolos nas
montanhas de quaisquer domínios fitogeográficos
Serra do Cipó Chapada dos Veadeiros
afetam
chuva Disponibilidade de água,
radiação
fisionomia da vegetação,
fenologia das plantas
———Savana———
Água como fator ecológico
• Período de seca
marcante (3-5 meses)
• Chuva (1200-2400 mm)
• Temperaturas anuais
(22-27°C)
Floresta Fisionomia e Estrutura:
• Medianamente fechada
Semidecídua • Altura de15 a 30 m
(Subcaducifólia) • Dossel estratificado
Composição
de espécies:
(a) perenifólias
(b) caducifólias
obrigatórias
(c) caducifólias
facultativas
(d) epífitas
(e) lianas
Floresta Decídua (Caducifólia, ‘mata seca’)
• Forma uma transição
entre florestas semi-
decíduas e estepe
tropical (caatinga)
• Alternância regular entre
estações seca (5-8
meses) e chuvosa (total:
anual 700-1300 mm)
• Temperaturas anuais
(22-27°C)
• Solos mais ricos em
nutrientes e menor
capacidade de
armazenamento de
água
Floresta Fisionomia e Estrutura:
• Mais aberta
Decídua • Altura de até 20 m
• Pouco estratificada e dossel aberto
Composição
de espécies:
(a) perenifólias e
caducifólias
facultativas
raras ou
ausentes
(b) caducifólias
obrigatórias
dominantes
(c) epífitas raras
(e) lianas raras
(f) pode haver
suculentas
Savana Estépica
(caatinga)
• Escassa cobertura
vegetal rasteira sobre o
solo
• Plantas lenhosas
decíduas e esclerófilas,
suculentas e ervas
efêmeras
• Chuva anual (400-900
mm)
• Grande irregularidade
inter-anual na
precipitação
Deserto
Pedobioma
Hidrobioma
Pirobioma
Halobioma
Psamobioma
Manguezais:
Transição entre biomas continentais e marinhos em áreas
costeiras tropicais sob forte influência de estuários.
Mudanças
constantes
do nível das
águas e
salinidade
devido às
marés e à
vazão dos
rios.
Características:
Baixa estatura (10-20m)
Muito pobre em espécies:
América do Sul e oeste da África: 6 spp. arbóreas
Leste da África, Ásia e Oceania: 23 spp. arbóreas
Adaptações muito especializadas.
Rios de
montanha:
Serra de Ibitipoca
Rio Ingaí Rio Doce
Rios de vale:
Rio Capivari
Rio Madeira
Rio Arinos
Rios de
várzea:
Rio Tapajós
Várzeas de rios ‘pretos’
(Florestas de igapó)
Pantanal na Bolívia
Pantanal de
Nhecolândia
Campinarana (heath forest)
Bioma com abundante oferta de água, mas com substrato
de areia branca extremamente distrófica. A decomposição
de matéria orgânica é deficiente e a conservação de
nutrientes na biomassa viva é maximizada. Os rios são
ricos em ácidos orgânicos.
Dependendo do
regime de água
subterrânea, a
fisionomia pode
variar de campo a
floresta alta. O
encontro com os
rios (pretos) forma
o ‘igapó’.
Campinarana (heath forest)