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MINICURSO TÉCNICO EM

FARMÁCIA

Professora: Alícia Silva AULA 3


FARMACOTÉCNICA
FARMACOTÉCNICA

A farmacotécnica é um ramo da farmácia, praticada por profissionais


farmacêuticos, e tem como objeto a manipulação dos princípios ativos
para a fabricação de medicamentos. A farmacotécnica é a área do
conhecimento que estuda as formulações, a preparação, estabilidade,
dispensação e eficácia das formas farmacêuticas.
FORMA FARMACÊUTICA

• É a forma na qual o medicamento é apresentado podendo ser líquida


(ex.: gotas, xarope, elixir), sólida (ex.: comprimidos, cápsulas),
semissólida (ex.: creme, gel, pomada) ou gasosa (spray, aerossol).

• É o estado final apresentado pelos medicamentos após operações


farmacotécnicas executadas sobre o fármaco e os adjuvantes
apropriados.
Substâncias que compõe uma forma farmacêutica

Substância ativa
Base Veículo
Adjuvante Excipiente
Intermediário

Corretivo
Edulcorantes
Corantes
BENEFÍCIOS DOS MEDICAMENTOS
MANIPULADOS

• Facilidade posológica;
• Possibilidade de escolha da forma farmacêutica;
• Possibilidade de resgate de medicamentos;
• Economia;
• Personalização terapêutica.
Classificação das Formas Farmacêuticas (FF)

• Formas Farmacêuticas MAGISTRAIS: são aquelas cuja fórmula é de


autoria do clínico.

• Formas Farmacêuticas OFICINAIS: são aquelas cuja fórmula e técnica


encontram-se inscritas e descritas nas Farmacopeias em Formulários.

• Formas Farmacêuticas de ESPECIALIDADES: encontram-se preparadas


e embaladas, apresentam nome fantasia ou DCB (Denominação
Comum Brasileira) da substância ativa de sua formulação
BOAS PRÁTICAS DE
MANIPULAÇÃO EM FARMÁCIAS
 conjunto de medidas que visam assegurar que os produtos
manipulados sejam consistentemente
manipulados e controlados, com padrões de qualidade
apropriados para o uso pretendido e requerido na
prescrição.
LEGISLAÇÃO
• Determina as Boas Práticas de Fabricação para
Farmácias de Manipulação.
• RDC 67\2007
• RDC 17\2010
REQUISITOS
• Processos claramente definidos e sistematicamente revisados
• Passos críticos validados
• Recursos apropriados: pessoal, infraestrutura, equipamentos
e materiais
• Procedimentos escritos claramente
• Operadores treinados
• Investigação de falhas com documentação completa
• Acondicionamento e dispensação corretos
• Sistema de não conformidades
• Saber lidar com queixas
DOCUMENTOS
MANUAL DE BOAS PRÁTICAS
POP
CONTROLE DE QUALIDADE DOS
MEDICAMENTOS
visa garantir que os produtos que serão
distribuídos apresentam-se dentro das
especificações estabelecidas e portanto cumprem
a finalidade a que se propõe, ele pode ser
dividido em controle de qualidade físico-químico
e microbiológico.
PARAMÊTROS BIOFARMACÊUTICOS

• Solubilidade
• Desintegração
• Friabilidade
• pH
• Características Organolépticas
• Dissolução
• Granulometria
• Ponto de Fusão
• Peso Médio
• Dureza
Quanto a forma física
Quanto a forma física
SÓLIDAS PASTOSAS
• CÁPSULAS • CATAPLASMA
• COMPRIMIDOS (ORAIS E VAGINAIS) • CREMES
• DRÁGEAS • PASTAS
• PASTILHAS
• POMADAS
• ÓVULOS
• UNGUENTOS
• PÉROLAS
• PÍLULAS
• PÓS
• SUPOSITÓRIOS
Quanto a forma física

LÍQUIDAS ESPECIAIS

• ALCOOLATURAS • AEROSSÓIS
• COLUTÓRIO • AMPOLAS
• EMULSÕES • BANDAGENS
• ENEMAS • COLÍRIOS
• LINIMENTOS
• ÓLEOS MEDICINAIS GASOSA
• TINTURAS
• XAROPES • VAPORIZAÇÃO
Forma Física: Sólida
• As drogas e produtos químicos são mais estáveis na forma sólida.

• As drogas sólidas podem ser dispensadas na forma compactada de


comprimidos, cápsulas, pós divididos, dentre outros, podendo ser
embalados, transportados, administrados e armazenados mais
facilmente que as formas líquidas.
• Paladares desagradáveis são mais evidenciados quando as substâncias
estão na forma de solução do que na forma sólida.

• Doses precisas são mais facilmente obtidas com formas fornecidas em


doses individuais e unitárias, tais como: comprimidos, cápsulas e pós
divididos.

• Modificação da liberação das drogas (libertação lenta, controlada,


retardada, etc) podem ser obtidas muito mais facilmente em formas
sólidas do que em preparações líquidas.
VANTAGENS DAS FORMAS FARMACÊUTICAS
SÓLIDAS

• Menor custo de acondicionamento e embalagem


• Maior estabilidade química, física e microbiana
• Boa aceitação e fácil administração
• Possibilidade de controlar a biodisponibilidade
• Menor sensação de gosto
PÓS
• Pós são misturas íntimas e secas de fármacos e ou outras substâncias
finamente divididas que podem ser para uso interno (Pós Orais) ou
para uso externo (Pós Tópicos).

• Forma física de um material.

• Preparação farmacêutica.

• Podem ser classificados em pós simples e compostos.


PREPARAÇÃO DOS PÓS
- Pulverização
• Trituração
• Levigação
• Pulverização por intervenção (recristalização)
- Tamisação
• Escolha dos tamises
• Movimentos alternados (de um lado ao outro)
- Homogeneização
ALTERAÇÕES E INCOMPATIBILIDADES DOS
PÓS
• Misturas Eutéticas
É definida como aquela que resulta da mistura de componentes sólidos
cuja a proporção lhe confira o ponto de fusão inferior ao de qualquer dos
componentes isolados.

Ex: Acetanilida /Lidocaína , Ácido acetil salicílico / Mentol , Cânfora /


Salicilatos , Fenol / Timol

• Misturas explosivas
Podem ocorrer quando um agente oxidante forte é triturado (ex.:
trituração em um gral) com um agente redutor forte.

Ex: Ácido nítrico / Glicerina , Clomatos / Óleos essenciais ,


IodoTiossulfatos / Permanganato de potássio / Hipofosfitos.
ALTERAÇÕES E INCOMPATIBILIDADES DOS
PÓS
• Substâncias higroscópicas
- São aquelas que absorvem umidade do ar.
- Para a redução da umidade pode-se utilizar adsorventes ou
dessecadores ( Ex : gel de sílica )

• Substâncias deliqüescentes
- São substâncias higroscópicas que absorvem a umidade do ar se
liquefazendo parcialmente ou totalmente (cloreto de cálcio anidro)
PREPARAÇÕES PARA DISPENSAÇÃO (PÓS)
• Pós a granel
• Pós para uso externo
• Pós secos para inalações
• Pós para reconstituição

ACONDICIONAMENTO DOS PÓS


• Caixas
• Envelopes / papéis
• Potes
• Sachês
PASTILHAS
GRÂNULOS EFERVESCENTES
• Os sais efervescentes são usualmente misturas eflorescidas de ácido
cítrico / ou ácido tartárico (ácidos) com bifosfato sódico e ou
bicarbonato de sódio (bases) e outros ingredientes medicinais.
• Em presença de água, o ácido reage com a base e libera dióxido de
carbono, produzindo efervescência.
• Os sais e grânulos efervescentes podem ser preparados na forma de
misturas de pós a granel e pós divididos.
CÁPSULAS
• Do latim (cápsula): invólucro pequeno;
• Invólucro comestível de gelatina ou outro material apropriado;
• São formas farmacêuticas sólidas, com invólucro duro ou mole, de
diversos formatos e tamanhos, normalmente contendo uma dose
unitária de ingrediente ativo.
FASES DE PRODUÇÃO DAS CÁPSULAS

• Desenvolvimento e preparo da formulação;


• Seleção do tamanho da cápsula;
• Enchimento da cápsula;
• Limpeza e polimento
• Controle de qualidade
• Envase
CLASSIFICAÇÃO (CÁPSULAS)
• Cápsulas duras
• Cápsulas moles (glicerina e gelatina)
• Cápsulas gastro - resistentes (de liberação entérica)
• Cápsulas de liberação modificada (liberação prolongada)
CÁPSULAS MOLES (“Softgel”)
• A cápsula mole é constituída de uma única parte, estando o conteúdo
hermeticamente selado em seu interior.
• Assim como as cápsulas duras são constituídas normalmente por
gelatina e a sua maior flexibilidade está relacionada à presença de
glicerina e ou sorbitol, que atuam como plastificantes.
• As cápsulas moles se destinam preferencialmente a acondicionar
líquidos.
Cápsulas Duras
• O invólucro é constituído por duas partes cilíndricas abertas numa das
extremidades, apresentando fundo hemisférico. As formulações para este
tipo de invólucro englobam maioritariamente substâncias como gelatina,
glicerina e água, assim como outros adjuvantes que melhoram as
características tecnológicas e de conservação da preparação farmacêutica.

• Este tipo de cápsulas podem conter uma ou mais substâncias ativas,


geralmente sólidas, pulverulentas ou granulosas. O conteúdo é veiculado
com excipientes que conferem consistência e preenchem espaços -
diluentes - e promovem o deslizamento do pó ou granulado nas paredes da
cápsula - lubrificantes.

• O enchimento de cápsulas duras à escala laboratorial ou em farmácias,


onde em regra são produzidas pequenas quantidades, pode ser feito de
forma manual ou semi-automática. A nível industrial as quantidades
requeridas são superiores, sendo o enchimento feito de forma automática.
CÁPSULAS GASTRO-RESISTENTES
• Destinam-se a resistir ao ataque do suco gástrico, de modo a que a
libertação da substância ativa ocorra no intestino delgado. São obtidas
revestindo cápsulas duras ou moles com substâncias que não se
degradam na acidez do estômago, sendo também comum encher as
cápsulas com grânulos ou partículas já recobertas com essas
substâncias enterossolúveis.

• Estas preparações apresentam diversas vantagens para além de


impedir a dissolução em meio ácido, tais como prevenir o efeito
emético que de algumas substâncias ativas e proteção da mucosa
gástrica.

• Elas são preparadas, provendo cápsulas duras ou moles com um


invólucro gastro-resistente (cápsulas entéricas).
Situações em que se deve utilizar o
revestimento gastro-resistente

• Para proteger fármacos instáveis em meio ácido da ação dos fluidos


gástricos.
• Quando o fármaco é irritante para a mucosa gástrica.
• Quando o fármaco produz náuseas ou vômitos se liberado no
estômago.
• Quando for importante que o princípio ativo não sofra diluições antes
de atingir o intestino.
• Quando o fármaco só deverá produzir o seu efeito máximo no
duodeno ou jejuno.
• Quando se deseja fazer com que as substâncias ativas estejam
disponíveis após um período de tempo.
CÁPSULAS DE LIBERAÇÃO PROLONGADA
• As cápsulas assim como os comprimidos, podem ser formuladas para
liberar o(s) princípios(s) ativo(s) de maneira lenta e prolongada para
que seja(m) absorvido(s) pelo trato gastrintestinal.

Vantagens das formas farmacêuticas de


liberação prolongada
• Previne os efeitos adversos de algumas drogas, decorrentes de altas
concentrações plasmáticas.
• Simplifica a posologia reduzindo a frequência de ingestão do medicamento (ex.:
anti-hipertensivos: nifedipina, verapamil).
• Permite a manutenção do nível plasmático do fármaco durante o período
noturno (ex.: antitussígenos, descongestionantes, e broncodilatadores).
COMPRIMIDOS
• São formas farmacêuticas sólidas preparadas através de máquinas de
compressão capazes de exercer grande pressão na compactação de
pós ou grânulos.
• Além do princípio ativo, os comprimidos contêm ingredientes inertes
que são conhecidos como excipientes.
• Os excipientes são substâncias adicionadas que ajudam a dar
características físicas adicionais ao produto final. São os diluentes,
desintegrantes, aglutinantes, lubrificantes, antiaderentes, corantes e
flavorizantes.
• Os três métodos mais usados para a preparação de comprimidos são:
granulação a úmido, granulação a seco e a compressão direta.
SUPOSITÓRIOS E ÓVULOS

• São formas farmacêuticas sólidas destinadas a serem inseridas nas


cavidades corporais, onde devem fundir, amolecer, dissolver para
exercer uma ação localizada ou sistêmica.
• As bases para supositórios e óvulos têm um importante papel na
liberação do fármaco que está veiculando e, portanto, na
biodisponibilidade da droga para absorção.
SUPOSITÓRIOS
• Tamanho:
- O tamanho: 3,3cm comprimento, são cilíndricos, com uma ou
ambas extremidades afiladas.
- Formas: torpedo, projétil ou de pequeno dedo.
• Peso:
- Lactentes ® 1g
- Crianças ® 1,5 a 2g
- Adultos ® 2 a 3g
SUPOSITÓRIOS
• Essas bases são classificadas de acordo com suas características físicas
nas seguintes categorias: bases gordurosas (Manteiga de cacau, Ácido
esteárico) ou oleaginosas, bases aquosas (Bases de gelatina
glicerinada, Carbowax 1540; 4000; 6000; PEG 400) e bases mistas.
• Os supositórios e óvulos são preparados por dois métodos: moldagem
de uma base fundida e compressão a frio.
DRÁGEAS
São comprimidos revestidos por uma substância de modo a evitar a sua
fácil desagregação, para:
• Proteger a substância ativa da umidade e luz.
• Ocultar características organolépticas indesejáveis.
• Facilitar a ingestão.
• Proteger o princípio ativo da destruição estomacal.
Forma Física: Pastosas
CATAPLASMAS: São preparações geralmente magistrais, de aplicação
tópica na epiderme. Efeito de vasodilatação local

CERATOS: São um tipo de pomada, em que o excipiente é constituído por


uma mistura de cera e óleo.

PASTAS: São pomadas espessas devido a grande quantidade de pó


insolúvel que veiculam. Podem ser dérmicas ou orais.
Forma Física: Pastosas
CREMES:
• Tipo de preparação em que o excipiente utilizado é uma emulsão do
tipo Água/Óleo.
• Uso correto em região úmida.

POMADAS:
• Preparações semissólidas numa base lipídica como a lanolina ou a
vaselina
• Completamente ou moderadamente absorvidas pela pele
• Conservam a umidade pelo que aumentam a absorção do fármaco
• São o veículo mais eficaz para a absorção de fármacos pela via tópica
• Uso correto região seca
Forma Física: Líquidas

ALCOOLATURAS: São preparações que resultam da ação dissolvente do álcool a


frio nas graduações de 75, 80 ou 95° , sobre plantas frescas, com o objetivo de
lhes retirar a substância ativa.

COLUTÓRIOS: São preparações magistrais destinadas a serem utilizadas na


mucosa bucal ou orofaríngea. As substâncias ativas empregadas são
antissépticas.

EMULSÕES: São sistemas dispersos constituídos por duas fases líquidas, que
podem ser feitos a partir de água em óleo (A/O) ou o contrário (O/A). Disfarçar o
mau sabor ou proporcionar uma melhor solubilidade do fármaco. Devem ser
agitadas antes da administração.

ELIXIR: São preparações de fármacos num solvente alcoólico. Utilizados para


fármacos não solúveis em água. Muito Utilizados na Indústria Cosmética.
Forma Física: Líquidas
ENEMAS OU CLISTER: São FF destinadas a serem introduzidas na porção terminal
do intestino. Pode ser líquidos (chás de plantas apropriadas, geralmente
camomila, hortelã, goiabeira). Essa prática ajuda Na limpeza intestinal, o que
favorece o bem-estar do doente febril ou com doenças agudas.

LINIMENTOS: São preparações oficinais ou magistrais, destinadas exclusivamente


a uso externo, em unção ou fricção sobre a pele. Efeito vasodilatador por ação do
movimento mecânico de massagem.

SOLUÇÕES: São misturas homogêneas de duas ou mais substâncias ativas


(normalmente sólidas) em solventes líquidos (normalmente água), em
concentrações inferiores à sua solubilidade à temperatura ambiente.

TINTURAS: São preparações oficinais que resultam da ação do álcool por


maceração, sobre produtos secos de origem animal, vegetal ou mineral. São
portanto soluções alcoólicas a 10 ou 20%. Podem ser utilizadas por via tópica,
porções ou xaropes.
Forma Física: Líquidas
XAROPES: são formas farmacêuticas em que a substância ativa, sob a forma de
pó, encontra-se dissolvida numa solução aquosa açucarada concentrada (1 parte
de água para 2 partes de açúcar).

Vantagens:
• correção de sabor desagradável do fármaco
• conservação do mesmo na forma farmacêutica de administração.
• estabilidade prolongada devido ao conservante
Forma Física: Gasosas
VAPORIZAÇÕES: São FF magistrais resultantes da libertação de vapor de água por
si só, ou contendo antissépticos, e que se destinam a ser inalados.
FORMA ESPECIAIS

Denominam-se FORMAS FARMACÊUTICAS ESPECIAIS aquelas que, ou não se


podem facilmente inserir num determinado grupo, ou que tem inserção em mais
de um grupo.

AEROSSOIS:
Se caracterizam por constituírem um “nevoeiro não molhante” formado por
micro gotas (diâmetro compreendido entre 0,05 e 0,2 micrômetro).

Formam uma suspensão coloidal, em que a fase contínua é o gás e a fase


dispersa é o líquido.
FORMA ESPECIAIS

Ampolas: São tubos de vidro ou plástico, colorido ou incolor, seladas que podem
conter líquido ou pó. Servem para facilitar a esterilização e conservação do seu
conteúdo. O pó normalmente é utilizado na preparação extemporânea de
solutos injetáveis. O conteúdo poder ser aplicado via parenteral, oral ou tópico.

SPRAYS: São semelhantes aos aerossóis, mas o diâmetro da partícula é maior


(0,5 micrômetro).
ATIVIDADE DE APRENDIZAGEM

• Medicamento Inovador:
• Forma Farmacêutica
• Posologia
• Composição
• Dose
• Indicação
• Efeito Colateral – Reação Adversa
• Advertência

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