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ENGENHARIA CIVIL
HIDRÁULICA E
HIDROLOGIA
APLICADA - 2021
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES
A despeito das semelhanças entre estas duas
espécies de condutos, os problemas apresen-
tados pelos canais são mais difíceis de serem
resolvidos, uma vez que a superfície livre
pode variar no espaço e no tempo e, como
consequência, a profundidade do escoa-
mento,
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES
a vazão, a declividade do fundo e a do
espelho líquido são grandezas interdepen-
dentes. Desta forma, dados experimentais
sobre os condutos livres são, usualmente, de
difícil apropriação. De modo geral,
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ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES
a seção transversal do conduto forçado é
circular, enquanto nos condutos livres pode
assumir qualquer outra forma. No conduto
forçado a rugosidade da parede interna tem
menor variabilidade do que no conduto livre,
cujas paredes podem ser lisas ou irregulares,
como a dos canais naturais.
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APLICADA
OCORRÊNCIA EM CONDUTOS LIVRES
CANAIS NATURAIS: Rios, Estuários

CANAIS ARTIFICIAIS:
Condutos Fechados: Circulares, Retangula-
res, Ovais e Ferradura.

Condutos Abertos (escavados):


Semi-circulares, Retangulares, Trapezoidais
Triangulares.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
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ESCOAMENTOS EM CONDUTOS LIVRES
A seguir são abordados alguns exemplos que
demonstram a importância do estudo de
canais no curso de engenharia civil.
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APLICADA
Sistema de Drenagem Urbana.
Drenagem urbana, no seu sentido mais am-
plo, pode ser definida como o conjunto de
medidas que tem como objetivo minimizar os
riscos a que as populações estão sujeitas,
diminuir os prejuízos causados por inunda-
ções e possibilitar o desenvolvimento urbano
de forma harmônica, articulada
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Sistema de Drenagem Urbana.
e sustentável. Um sistema de drenagem de
águas pluviais é composto por estruturas e
instalações de engenharia destinadas ao
transporte, retenção, tratamento e disposição
final das águas das chuvas. Os sistemas de
drenagem são classificados de acordo com
seu tamanho em sistemas de microdrenagem
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Sistema de Drenagem Urbana.
e sistemas de macrodrenagem.
A microdrenagem inclui a coleta das águas
superficiais ou subterrâneas através de pe-
quenas e médias galerias.
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Sistema de Drenagem Urbana.
Já a rede de macrodrenagem engloba, além
da rede de microdrenagem, galerias de
grande porte e os corpos receptores destas
águas, rios ou canais.
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Obra de canalização do Córrego Bairro Preto, Trindade – Goiás.


Fonte: Maccaferri
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Obra para contenção da erosão da Margem do Rio das Velhas.


Santa Luzia- Minas Gerais. Fonte: Maccaferri
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Obra de recuperação do leito natural. Córrego Igaratá, Vinhedo


– São Paulo. Fonte: Maccaferr
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Drenagem urbana e sistema de coleta de
esgoto.
Um córrego/Ribeirão encontrava-se com talu-
des protegidos com gabiões e/ou vegetação
natural ou camada de revestimento de
concreto, porém em seções geométricas e
declividades aquém das necessidades das
vazões afluentes,
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Drenagem urbana e sistema de coleta de
esgoto.
ocasionando frequentes transbordamentos e
trazendo transtorno aos usuários da Avenida.
O projeto de canalização visou conter as
enchentes mais frequentes, dentro do seu
leito,
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Drenagem urbana e sistema de coleta de
esgoto
e proporcionou em cada margem, mais uma
faixa de tráfego na avenida localizada pró-
xima à parede do canal.
O referido projeto considerou primeiramente
só a construção dos interceptores de esgoto,
aproveitando depois a mesma vala de
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Drenagem urbana e sistema de coleta de
esgoto
escavação para a canalização do ribeirão.
A obra foi idealizada de maneira diferente,
como um interceptor de esgoto, mas decidiu-
se por fazer sistemas separados e indepen-
dentes (esgoto e canal) evitando que o esgo-
to também transbordasse caso ocorresse ou-
tra inundação.
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Obra de canalização do Ribeirão Anhumas. Campinas, SP.


Fonte: http://www.fec.unicamp.br/~ec517/anhumas.htm
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Dissipador de energia.
Por definição, dissipadores de energia são
dispositivos que visam promover a redução da
velocidade de escoamento nas entradas,
saídas ou mesmo ao longo da própria cana-
lização de modo a reduzir os riscos dos efeitos
de erosão nos próprios dispositivos ou nas
áreas adjacentes.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
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Dissipador de energia.
Pode-se citar como elemento de dissipação,
as escadas dissipadoras, que são canaletas
geralmente abertas, com fundo construído em
forma de degraus visando reduzir a veloci-
dade das águas superficiais, em encostas com
inclinações elevadas.
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Dissipador de energia.
Podem transportar grandes vazões, devendo
ser executadas no local, em concreto armado
ou com gabiões. A principal vantagem sobre
as canaletas e tubos de concreto é a de
conduzir grande volume de água em fortes
inclinações, com menor desgaste e sem
necessidade de caixas de dissipação
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Obra de drenagem. Escada dissipadora de energia. Serra dos


Carajás, PA. Fonte: Maccaferri
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Agricultura e abastecimento.
O Canal da Integração constitui-se de um
complexo de estação de bombeamento, ca-
nais de diferentes seções, sifões, adutoras e
túneis, que realizam a transposição das águas
do Açude Castanhão para reforçar o abasteci-
mento da Região Metropolitana de Fortaleza,
assim como do Complexo Portuário e Indus-
trial do Pecém,
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Agricultura e abastecimento.
fazendo a integração das bacias hidrográficas
do Jaguaribe e Região Metropolitana de Forta-
leza. Também conhecido como Eixão das
Águas, é composto por adutoras, estações
elevatórias, reservatórios, aquedutos e canais
com extensão total de 256 km, destacando-se
como a maior obra de infraestrutura hídrica
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do Ceará garantindo o abastecimento de água
para 4,2 milhões de pessoas da região metro-
politana de Fortaleza nos próximos 30 anos.

Fonte: hhtp://www.srh.ce.gov.br/canal-de-integracao
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Tratamento de Água e Esgoto.
A Calha Parshall é um dispositivo tradicional-
mente usado para medição de vazão em ca-
nais abertos de líquidos fluindo por gravidade,
muito utilizado nas estações de tratamento de
água para a realização de duas importantes
funções: medir com relativa facilidade e de
forma contínua as vazões
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Tratamento de Água e Esgoto.
de entrada e saída de água e atuar como
misturador rápido, facilitando a dispersão dos
coagulantes na água, durante o processo de
coagulação devido a condição de que o res-
salto hidráulico produz uma dissipação de
energia bastante significativa aliada ao fato
de que o estreitamento da garganta do
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
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Tratamento de Água e Esgoto.
Parshall favorece a uma distribuição mais
homogênea do coagulante. Quando aplicada
na estação de tratamento de esgoto, uma
calha "Parshall" têm a finalidade de medir a
vazão de entrada do esgoto bruto e outra tem
a finalidade de medir a vazão de saída do
esgoto tratado a fim de detectar eventuais
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
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https://pt.wikibooks.org/wiki/Mec
%C3%A2nica_dos_fluidos/Medidores_em_canais_abertos
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Controle de cheia.
Quando ouvimos falar em obras de prevenção
de enchentes em Belo Horizonte, logo vem o
palavrão PISCINÃO. Na verdade o termo
técnico é RESERVATÓRIO DE DETENÇÃO.
Sua função é retirar, por algum tempo, a
quantidade de água do sistema de drenagem,
durante a ocorrência das chuvas intensas.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
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Controle de cheia.
Os reservatórios de detenção podem ter um
caráter multifuncional agregando áreas ver-
des e de lazer e, compondo projetos urbanís-
ticos com valorização da presença de água
em espaço urbano.
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Controle de cheia
Várias são as vantagens da construção deste
tipo de obra hidráulica, tais como:
Depois de construídos, pouca interferência no
tráfego de veículos e no funcionamento de
atividades de comércio e serviços;
facilitam a limpeza e diminuem seu custo,
pois os sedimentos e o lixo carreados pelas
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
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Controle de cheia
concentrados em um único ponto;
Reduzem os custos de canalizações a jusante,
pois armazenam grandes volumes de água
pluvial.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
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Controle de cheia
Têm-se dois tipos de reservatórios.
O reservatório fechado que é empregado
em zonas urbanas altamente povoadas, onde
não existem áreas para implantação de reser-
vatório a céu aberto.
A cobertura destes reservatórios, normal-
mente possibilita a utilização do espaço para
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Fonte: http://www.solucoesparacidades.com.br/
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Controle de cheia.
Reservatórios a céu aberto armazenam
água apenas durante eventos de chuva e
podem ser construídos com fundo impermea-
bilizado, quando há risco de contaminação de
águas subterrâneas pelas cargas elevadas de
poluentes.
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Controle de cheia.
A impermeabilização em concreto pode de-
sempenhar outros tipos de funções, como a
implantação de quadras de esportes e áreas
de lazer.
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Fonte: http://www.solucoesparacidades.com.br
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Geração de energia.
Uma barragem, açude ou represa, é uma
barreira artificial, feita em cursos de água
para a retenção de grandes quantidades de
água. A sua utilização é, sobretudo para
abastecer de água zonas residenciais, agrí-
colas, industriais, produção de energia elétri-
ca, ou regularização de uma vazão.
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APLICADA
Geração de energia.
Já o vertedouro, vertedor, sangrador ou san-
gradouro é uma estrutura hidráulica que pode
ser utilizada para diferentes finalidades, como
medição de vazão e controle de vazão, sendo
estes os principais usos.
Quando o objetivo é a medição de vazão, uma
geometria bastante empregada é a
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
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Geração de energia.
triangular de parede delgada, embora possam
ser empregadas as formas retangular, semi-
circular, entre outras.
Em barragens, o excesso de água deve ser
descarregado para jusante de forma segura.
Isto pode ser feito de diferentes formas, sem-
do a principal delas com o uso de vertedores.
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Fonte: https://www.itaipu.gov.br/energia/caracteristicas-
tecnicas-do-vertedouro
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Navegação.
A utilização dos rios como via de transporte/
navegação sempre foi presente na história da
humanidade. Em países desenvolvidos, onde
a rede de transporte terrestre é extrema-
mente desenvolvida, as hidrovias ainda assim
são de fundamental importância.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
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Navegação.
Uma característica positiva desse meio de
transporte é o baixo custo, por essa razão o
transporte ferroviário não substituiu o hidro-
viário, com exceção dos lugares impróprios
para a implantação de hidrovias. Como exem-
plo de canal de navegação cita-se o Canal
Pereira Barreto,
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Navegação
situado próximo à cidade brasileira de Pereira
Barreto, no Estado de São Paulo, é conside-
rado o maior canal artificial da América do
Sul. Trata-se de um canal navegável, com
9.600 m de extensão que interliga o lago da
barragem da Usina Hidrelétrica de Três Ir-
mãos, no rio Tietê,
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
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Navegação.
ao rio São José dos Dourados, afluente da
margem esquerda do rio Paraná e ao reser-
vatório de Ilha Solteira, propiciando a opera-
ção de geração de energia integrada.
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Fonte:
https://www.facebook.com/SegundoMaiorCanalArtificialDoMund
oPereiraBarretoSp/photo
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Navegação.
Os trechos hidroviários mais importantes, do
ponto de vista econômico, encontram-se no
Sudeste e no Sul do País. O pleno aproveita-
mento de outras vias navegáveis depende da
construção de eclusas, grandes obras de
dragagem e, principalmente, de portos que
possibilitem a integração intermodal.
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Navegação
Entre as principais hidrovias brasileiras, des-
tacam-se duas: Hidrovia Tietê-Paraná e a Hi-
drovia do Solimões-Amazonas. As eclusas são
câmaras que ao serem cheias, com água,
elevam as embarcações e as abaixam ao
serem esvaziadas.
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Navegação.
Neste processo a eclusa usa exclusivamente a
força da gravidade para o seu funcionamento.
Com a construção das eclusas de Barra Boni-
ta, o Rio Tietê tornou-se navegável desde a
região de Conchas até a sua foz no rio Para-
ná, sendo utilizado para o turismo e trans-
porte de cargas, como milho, soja, cana de
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
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Casos Gerais dos Escoamentos Livres
- Escoamentos Não Permanentes (Transitó-
rios) = Caso Geral.
- Escoamentos Permanentes = Caso Particular
- Escoamentos Não Permanentes (Transitó-
rios):
- Escoamentos Uniforme Variado: Gradual-
mente Variado e/ou Bruscamente Variado.
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APLICADA
- Escoamentos Permanentes Uniforme Varia-
do: Gradualmente Variado e/ou Bruscamente
Variado.
- Escoamento Permanente: Q = c te
- Escoamento Permanente e Uniforme:
Q = cte
V média = cte
y = cte ; (tirante de água) altura d’água.
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- Escoamento Permanente e Variado:
Q = cte
A ≠ cte
V média ≠ cte
- Escoamento Permanente Gradualmente Va-
riado: Moderado Gradiente de Velocidades.
- Escoamento Permanente Bruscamente Va-
riado: Acentuado Gradiente de Velocidades
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- Escoamento Não Permanente:
Q = cte
- Profundidade em uma dada seção varia ao
longo do tempo.
Ex.: Enchimento e esvaziamento de eclusas,
golpe de aríete, ondas do mar.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
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Escoamento livre.
O escoamento ou regime é permanente se a
velocidade local em um ponto qualquer da
corrente permanecer inalterado no tempo, em
módulo e direção. Por conseguinte, a profun-
didade, a área molhada, o perímetro molhado
tem valor constante ao longo do canal,
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Escoamento livre.
bem como a vazão é constante. Apesar da
diferença entre dois tipos de escoamento, os
princípios básicos que regem os escoamentos
livres são essencialmente os mesmos daque-
les que regem os escamentos forçados.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
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Escoamento livre.
As equações fundamentais são as mesmas:
• Equação da continuidade;
• Equação da continuidade de movimento;
• Equação de energia Para que ocorra o es-
coamento uniforme nos condutos livres, a
profundidade da água,
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Escoamento livre.
a área molhada da seção transversal e a
velocidade são constantes ao longo do condu-
to. Nestas condições a linha energética total,
a superfície do líquido e o fundo do canal
possuem a mesma declividade, ou seja, J = I.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Escoamento livre.
Esta condição de escoamento pressupõe que
o líquido não sofra nenhuma aceleração ou
desaceleração, ou seja, a velocidade é a
mesma em todas as seções, correspondendo
a uma situação de equilíbrio das forças
atuantes no volume de controle.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Escoamento livre.
A profundidade associada ao escoamento,
constante em todas as seções, é denominada
profundidade normal, sendo designada por
yn. Pode-se visualizar a situação através da
Figura a seguir.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Conforme pode ser visto na Figura a seguir,
as forças atuantes no volume de controle
entre as seções 1 e 2 são:
• Peso W;
• Forças devidas as pressões em 1 e 2: F1 e
F2;
• Força resistente ao escoamento, decorrente
ao atrito: Ff.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA

Figura 2.2: Representação das linhas de carga e piezométrica


num conduto livre
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 001
Em um canal retangular com base 5 m
transporta uma vazão de 15 m³/s entre os
pontos 1 e 2, em uma extensão de 1 km e
desnível de 13 m. Sabendo-se que a
profundidade a montante é 1 m e a
velocidade a jusante é igual a 4 m/s, pede-se
calcular a perda de carga total.
Dado:
Base do canal = 5m Q = 15 m³/s
L = 1000 m Y = 13 m
h=1m v2 = 4 m/s
∆H1,2 = ?
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 001

v 1²/ 2 x 9,81 + (13 + 1) = 4² / 2 x 9.81 +


(0 + y2) + ∆H1,2
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 001
Para determinar a velocidade no trecho 1 e a
altura de lâmina de água no trecho 2, aplica-
se a equação da continuidade.
Q 1 = V1 x Am
15 = V1 (5 x 1)
V1 = 3 m/s
Q2 = V2 x Am
15 = 4 x (5 x Y2 )
Y2 = 0,75 m
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 001

v1 ² / 2 x 9,81 + (13 + 1) = 4² / 2 x 9.81 +


(0 + Y2) + ∆H1,2

3²/ 2 x 9,81 + (13 + 1) = 4² / 2 x 9.81 + (0


+ 0,75) + ∆H1,2
∆H1,2 = 12,9 mca
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PROPOSTO 001
Em um canal quadrangular com lado 5 m
transporta uma vazão de 25 m³ /s entre os
pontos 1 e 2, em uma extensão de 1 km e
desnível de 15 m. Sabendo-se que a
profundidade a montante é 3 m e a
velocidade a jusante é igual a 6 m/s, pede-se
calcular a perda de carga total.
Dado:
Aresta do canal = 5 m Q = 25 m³
L = 1000 m Y = 15 m
h=3m v2 = 6 m/s
∆H1,2 = ?
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Elementos característicos da seção
transversal.
Os elementos que podem ser definidos pela
geometria da seção e pela profundidade do
escoamento denominam-se parâmetros geo-
métricos da seção transversal. Têm grande
importância e são largamente usados nos
cálculos de canais.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Elementos característicos da seção
transversal.
Para seções de forma geométrica definida,
estes elementos podem ser matematicamente
expressos por suas dimensões e pela profun-
didade da lâmina d’água. Para as seções
irregulares, como as dos canais naturais,
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Elementos característicos da seção
transversal.
usualmente são utilizadas curvas para repre-
sentar as relações entre as dimensões dos
canais e as respectivas profundidades. A pro-
fundidade do escoamento, a área molhada, o
perímetro molhado e o raio hidráulico consti-
tuem os elementos característicos da seção
transversais mais
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Elementos característicos da seção
transversal.
relevantes para a descrição do escoamento
em condutos livres e são mostrados na Figura
Estes elementos podem ser definidos da
seguinte maneira:
• A profundidade do escoamento (y) corres-
ponde à distância entre o ponto mais baixo da
seção do canal e a superfície livre;
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Elementos característicos da seção
transversal.
• A área molhada (Am) constitui a seção
transversal perpendicular à direção do escoa-
mento ocupada pela água;
• Denomina-se perímetro molhado (Pm) o
comprimento da linha de contorno da área
molhada;
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Elementos característicos da seção
transversal.
• Raio hidráulico (Rh) corresponde à relação
entre a área molhada e o perímetro sólido
molhado.
• Altura da água ou tirante d’água (y) é a
altura do escoamento medida perpendicu-
larmente ao fundo do canal.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Elementos característicos da seção
transversal.
• Profundidade hidráulica (yh) corresponde à
relação entre a área molhada e a largura
superficial.
• Superfície molhada (Sm) é a largura da
seção na superfície livre, em função da forma
geométrica da seção e da altura de água.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Elementos característicos da seção
transversal.
• Declividade do fundo (I0) é a declividade
longitudinal do canal. Em geral as declivi-
dades dos canais são baixas, podendo ser
expressas por I0 = tgα.
• Declividade da linha de energia (If) é a
variação da energia da corrente no sentido do
escoamento.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Elementos característicos da seção
transversal.
Quando a seção transversal do conduto livre
conservar-se invariável em toda sua exten-
são, o canal é denominado prismático. Os
canais artificiais geralmente são prismáticos e
possuem seções de forma geométrica sim-
ples. A seção trapezoidal é muito empregada
para canais sem revestimento.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Elementos característicos da seção
transversal.
As formas triangular e retangular, por sua
vez, constituem casos particulares de seção
trapezoidal. Como o retângulo tem taludes
verticais, é a forma adotada em canais
construídos com materiais muito estáveis,
como alvenaria, metal ou escavados em
rocha.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Elementos característicos da seção
transversal.
A forma triangular é comumente reservada
para seções pequenas, como as das canaletas
de drenagem que margeiam as estradas de
rodagem. A seção circular é de uso comum
nas redes de esgotos e nos bueiros.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Elementos característicos da seção
transversal.
Já a seção parabólica é usada, nos cálculos,
como aproximação das seções dos cursos
naturais de pequeno porte.
Para algumas seções, de forma geométrica
definida, esses elementos podem ser expres-
sos em função da profundidade da lâmina de
água conforme mostrado no Quadro 2.1.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 002
Calcular o raio hidráulico e a profundidade hidráulica de
um canal trapezoidal sabendo-se que a base tem 4 m,
talude 4H:1V e 2 m de lâmina d’água.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Área molhada
Am = (b+my) y
Am = (4 + 4 x 2) x 2
Am = 24 m²

Perímetro molhado
Pm = b + 2xy √1+ m
Pm = 4 + 2x2 √1 + 4
Pm = 12,8 m

Raio hidráulico
Rh = Am / Pm
Rh= 24,0 / 12,8 .‘. Rh = 1,17 m
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Superfície molhada
Sm = b + 2 x m x y
Sm = 4m + 2 x 4 x 2m
Sm = 20 m

Profundidade hidráulica
y h = Am/Sm
y h = 24 / 20
y h = 1,2 m
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Distribuição de velocidade nos canais.
Em uma seção transversal ao escoamento, a
velocidade varia com a posição, devido a pre-
sença das forças cisalhantes que geram atrito
contra o fundo e nas paredes laterais do ca-
nal. Diz-se que a velocidade do escoamento é
função da posição.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Distribuição de velocidade nos canais.

Para representar o escoamento de uma forma


geral, usa-se determinar um valor para a
velocidade, denominada de velocidade média,
tal que:
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Distribuição de velocidade nos canais.
A determinação das velocidades nos diferen-
tes pontos das seções transversais dos ca-
nais, de um modo geral, só é possível por via
experimental. Na Figura 2.4 vemos alguns
exemplos de distribuição das velocidades em
seções transversais, onde estão represen-
tadas as linhas que ligam os pontos de iguais
89
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Figura 2.4: Comportamento da velocidade nas diferentes seções
transversais.
90
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Figura 2.4: Comportamento da velocidade nas diferentes seções
transversais.
91
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Figura 2.4: Comportamento da velocidade nas diferentes seções
transversais.
92
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Figura 2.4: Comportamento da velocidade nas diferentes seções
transversais.
93
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Figura 2.4: Comportamento da velocidade nas diferentes seções
transversais.
94
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Figura 2.4: Comportamento da velocidade nas diferentes seções
transversais.
95
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Figura 2.4: Comportamento da velocidade nas diferentes seções
transversais.
96
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 003
Em uma Avenida foi implantado um canal em
concreto in loco, de forma retangular com
base de 4,50 m. Sabendo-se que irá funcio-
nar com uma profundidade de fluxo 1,60 m e
que a velocidade média de escoamento pre-
vista é de 2,20 m/s, pede-se calcular a vazão
transportada.
Dados: base 4,5m profundidade 1,6 m
V= 2,2m/s Q = ?
97
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 002
Resolução:
Área molhada
Am = b x y
Am = 4,5 x 1,6
Am = 7,2 m²

Vazão
Q = v x Am
Q = 2,2 x 7,2
Q = 15,84 m³/s
98
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 004
Variação de pressão na seção transversal Nos
condutos livres, as diferenças de pressão
entre a superfície livre do líquido e o fundo do
conduto não podem ser desprezadas, sendo
linear e hidrostática. A pressão no fundo do
conduto pode ser estimada a partir da
seguinte expressão:
99
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 002
Sendo θ o ângulo que define a declividade do
fundo do canal e y a profundidade da lâmina
líquida medida perpendicularmente ao fundo
do canal, conforme ilustrado na Figura 2.5.
100
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 002
Dimensões características da seção longitu-
dinal de um canal.
101
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 003
Durante uma cheia, um vertedor de altura
igual a 10m e largura 7m, descarrega uma
vazão de 42.000 l/s. Os raios de curvatura do
vertedor nos pontos A e C são respec-
tivamente, 1,2m e 4m. A calha (ponto B) tem
uma inclinação de 85%. Sabendo-se que no
ponto A à lâmina d’água atinge 1,6m de
altura e nos pontos B e C as velocidades de
escoamento são 9m/s e 13m/s, respecti-
vamente, pede-se calcular a pressão hidros-
tática nestes três pontos.
Q = 42m³/s AmA = 11,2m² VB = 9 m/s
VC = 13 m/s rA, C = 1,2m
102
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 003

Resolução: Calculo da pressão no ponto A


(convexa) do vertedor.
P = P + ∆P
103
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 003
A velocidade no ponto A é
VA = Q/Am

VA = 42/(7 x 1,6)
VA = 42/11,2
VA = 3,75 m/s
104
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 003
Logo a pressão resultante será:
d= 9,81 x 1000

P = 9810 x 1,6 + 9810 x 1,6 x 3,75²


9,81 x (-1,20)
P = 15696 - 18750
P = 3054 N/m² ou 3 kN/m²
105
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 003
A pressão na seção B do vertedor, que tem
inclinação de 85% é igual a arctag 0,85 40 θ
∴ θ = 40.
106
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 003
Com a velocidade e a largura do canal no
ponto B é possível encontrar à altura de
lâmina de água é
QB = v x Am
42 = 9 x (7 x Y)
63y = 42
YB = 0,7 m
107
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 003
A pressão para o trecho inclinado é calculada
por P = γ x γ cos θ , ou seja,
P = 9810 x 0,7 cos² 40
P = 4029,5 N/m² ou 4 kN/m²
108
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 003
Para calcular a pressão na seção C (côncava)
do vertedor sabe-se que a velocidade é de 15
m/s e a largura do canal é possível encontrar
usando a lâmina de água.
Logo, se
QC = v x Am
42 = 13 x (7 x y)
YC = 0,5 m
109
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 003

Para o trecho côncavo deve-se fazer a cor-


reção da pressão, ou seja,

P = 9810 x 0,40 + 9810 x 0,50 x 13


9,81 x 4,0

P = 29924 kN/m² ou 30 kN.


110
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 003
A pressão hidrostática nestes três pontos são:
111
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Resistência ao Escoamento.
Fórmula de Manning
É uma das fórmulas mais usada e confiável
para escoamentos uniforme em canais,
publicada por Manning em 1890, e construída
à partir de numerosos testes de campo e de
laboratório.
112
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Resistência ao Escoamento.
Fórmula de Manning
Mesmo em países que adotam outras fórmu-
las para o cálculo dos canais, ela vem sendo
utilizada com muita vantagem, devido à sua
simplicidade. Manning propôs que o coefi-
ciente de Chézy, além de variar com a
rugosidade do fundo e das paredes,
113
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Resistência ao Escoamento.
Fórmula de Manning
também variava com as condições do escoa-
mento, representado pelo número de Reynol-
ds. Assim, Manning propôs que C = f(Rh,n) e
em seguida afirmou que:
114
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Resistência ao Escoamento.
onde, n é o coeficiente de rugosidade de
Manning. Assim, já que Q v Am = , tem-se a
equação de Manning escrita para a velocidade
média e para a vazão, respectivamente:
115
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Resistência ao Escoamento.
Substituindo-se a velocidade na equação da
continuidade obtém-se:

Sendo
Q: vazão, em m³/s;
A: área, em m²;
Rh: raio hidráulico em m;
I: declividade, em m/m;
116
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Resistência ao Escoamento.
A chamada fórmula de Manning é bastante
utilizada para cálculos hidráulicos relativos a
canais naturais e artificiais. A grande dificul-
dade na sua utilização reside na determinação
ou fixação do coeficiente de rugosidade Man-
ning. De fato, a adoção de um coeficiente
adequado pode ser um tanto subjetiva,
117
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Resistência ao Escoamento.
envolvendo vivência prática e traquejo do
engenheiro hidráulico. Ainda neste capítulo
serão descritos processos para a fixação des-
te coeficiente. O cálculo do dimensionamento
uniforme implica na aplicação da equação
correspondente à Fórmula de Manning de
escoamento.
118
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Resistência ao Escoamento.
Nesta expressão podem-se distinguir as
deferentes variáveis segundo sua natureza:
Variáveis geométricas: a área da seção
transversal e o raio hidráulico, que são
funções da profundidade de escoamento.
Variáveis hidráulicas: a vazão, a rugosi-
dade e a declividade.
119
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 004
Resistência ao Escoamento.
Um canal trapezoidal revestido com grama,
com inclinação dos taludes de 0,5H:1V base
de 6,00 m e declividade de 0,02 %, apresenta
um coeficiente de rugosidade de Manning de
0,025. Determinar a vazão transportada, em
regime uniforme, sabendo-se que nesta
situação a profundidade normal é 5,00m.
120
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 004
Resolução: Determinar os parâmetros hidráu-
licos.
Área molhada
Am = (b+my)y
Am=(6,0+0,5x 5,0)x 5,0
Am= 42,5m²
121
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 004
Perímetro molhado 2 2
Pm = b+2xyx√ 1+m²
Pm = 6,0+2×5,0× √1+0,5²
Pm = 17,18m
122
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 004

Raio hidráulico
Rh = Am/Pm
Rh = 42,5
17,18
Rh = 2,47m
123
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 004

Encontrado os parâmetros determina-se a


vazão por meio da equação de Manning.

Q = 93,33m/s
124
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
O Coeficiente de Rugosidade de Manning.
No cálculo do escoamento uniforme uma
grande dificuldade que se apresenta diz
respeito à avaliação dos fatores de atrito, que
traduzem a perda de carga. Assim, na utiliza-
ção da fórmula de Manning, o maior problema
a resolver consiste na determinação do coefi-
ciente de rugosidade “n”.
125
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
O Coeficiente de Rugosidade de Manning.
Para efetuar-se a estimativa do coeficiente de
rugosidade através deste processo, encontra-
se na literatura um grande número de tabe-
las, obtidas a partir de ensaios e medições de
campo.
126
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
O Coeficiente de Rugosidade de Manning.
Devem ser destacados os elementos apresen-
tados na obra Open Channel Hydraulics, de
Ven Te Chow (1959), onde consta uma
extensa lista de coeficientes. A seguir são
apresentados alguns valores de coeficiente
de rugosidade.
127
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Quadro 2.2: Coeficientes de rugosidade para
canais artificiais.
128
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Coeficiente de rugosidade para seções
simples - rugosidade variável.
Em canais e cursos d'água com seções
simples que apresentam situações em que a
rugosidade varia ao longo do perímetro do
canal e conforme o nível de água atingido na
seção. A velocidade média, entretanto, pode
ser ainda calculada levando-se em conta a
seção com um todo,
129
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Coeficiente de rugosidade para seções
simples - rugosidade variável.
sem a necessidade de efetuar uma subdivisão
desta. Nestes casos torna-se necessária a
utilização de uma sistemática de ponderação
da rugosidade, permitindo levar em conta as
diferenças existentes e chegar a um coefi-
ciente global. Segundo Chow (1959), pode-se
adotar a seguinte ponderação:
130
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Coeficiente de rugosidade para seções
simples - rugosidade variável.
Segundo Chow (1959), pode-se adotar a
seguinte ponderação:

n: coeficiente de rugosidade global;


P: perímetro molhado total;
Pi: perímetro molhado associado à superfície
“i”;
ni: coeficiente de rugosidade associado à
superfície “i”
131
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 005
Calcular o coeficiente de rugosidade global,
bem como a máxima vazão transportada,
para um córrego em que sua seção trans-
versal é constituída parcialmente com gabião
(n2= 0,03) e o fundo revestido em concreto
sem acabamento (n1= 0,017). Sabe-se que o
córrego quando sua vazão é máxima atinge a
altura de lâmina de água de 1,6 m.
132
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 005

Resolução: Determinação da rugosidade global


133
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 005

N = 0,026
134
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 005
Determinação da vazão máxima transportada
levando com consideração todas as caracte-
rísticas do canal.
Am = b x y
Am = 1,8 x 1,6
Am = 2,88 m²
Pm = b + 2y
Pm = 1,8 + 2 x 1,6
Pm = 5,0 m
135
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 005
Rh = Am/Pm
Rh = 2,88 / 5,0
Rh = 0,58 m
136
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Escoamento uniforme.
Para que ocorra o escoamento uniforme nos
condutos livres, a profundidade da água, a
área molhada da seção transversal e a veloci-
dade são constantes ao longo do conduto,
conforme é mostrado na Figura a seguir no
trecho CD do canal.
137
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Escoamento uniforme.
A profundidade associada ao escamento cons-
tante é denominada de profundidade normal
(yo).
138
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Figura: Tipos de escoamento que ocorrem em
condutos livres.
139
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Como observado na Figura anterior às um-
danças de regime de escoamento pode ocor-
rer com:
• Mudança de declividade,
• Variação na seção transversal,
• Eventuais obstáculos no escoamento.
No trecho AC o regime de escoamento é
variado (acelerado) onde a altura de lâmina
140
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Já no trecho BC ocorre uma aceleração devido
a componente gravitacional ser maior que a
resistência ao escoamento. O aumento de
velocidade é acompanhado de aumento da
resistência ao escoamento até tornar-se igual
no ponto C.
141
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Para o trecho CD observa-se que o escoa-
mento tornou-se estabelecido e uniforme, ou
seja, y torna-se constante, assim como a
velocidade de escoamento.
142
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
No trecho DE o escoamento é variado brusca-
mente, pois sofre desaceleração rápida devida
à diminuição da declividade entre D e E.
Depois ocorre a formação de remanso para
atravessar o obstáculo.
143
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Indicadores Adimensionais.
O escoamento em condutos livres pode,
também, ser caracterizado pelo Número de
Reynolds, Rey = 4 v Rh/υ, que traduz a ação
de forças de viscosidade mas é melhor
representado pelo Número de Froude,
Fr = v /√⋅g.y, que incorpora a ação da gra-
vidade.
144
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Energia Específica ou Carga Específica
A energia correspondente a uma seção
transversal de um canal que é dada pela
soma de três cargas: cinética, potencial e
piezométrica conforme demonstrado na
Figura 3.2.
145
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA

H1 = H2 + ∆E
146
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA

Como efetuado por Bakhmeteff, em 1912


(Chow, 1959), pode-se considerar a quanti-
dade de energia medida a partir do fundo do
canal, obtendo-se a expressão da energia
específica, que corresponde apenas à soma
das cargas cinética e piezométrica:
147
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Escoamento bruscamente variado
Neste capítulo serão estudados os escoa-
mentos permanentes bruscamente variados,
ou seja, aqueles cujas características de fluxo
variam de forma repentina de uma seção a
outra.
148
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Escoamento bruscamente variado
Um escoamento permanente é denominado
bruscamente variado quando existe uma mu-
dança rápida e localizada das características
do escoamento, ou seja, ocorre em:
• Curvatura do fluxo pronunciada, não sendo
possível admitir-se a distribuição hidrostática
das pressões;
149
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Escoamento bruscamente variado
• Distribuição de velocidades;
• Ocorrência em pequena extensão;
• Ocorrência de turbulência, vórtices, corren-
tes secundárias, zonas de estagnação. Onde
ocorre:
1. Estruturas hidráulicas: vertedores, com-
portas, dissipadores de energia.
150
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Escoamento bruscamente variado
2. Singularidades: degraus, obstáculos,
transições bruscas de dimensões, cotas ou
alinhamentos.
3. Cursos d’água naturais: cachoeiras,
corredeiras, transições, curvas. Um caso im-
portante de escoamento bruscamente variado
é quando ocorre a passagem do
151
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Escoamento bruscamente variado.
regime torrencial para o fluvial em uma curta
distância, com o aparecimento de turbilhões e
grande dissipação de energia. Essa situação
corresponde ao ressalto hidráulico, que ocorre
com a passagem de um escoamento supercrí-
tico para o subcrítico, com grande turbulência
e perda de energia, conforme mostrado na
152
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
153
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em canais retangulares horizon-
tais.
Em função da elevada perda de energia ao
longo do trecho de ocorrência do fenômeno
invalida-se a utilização da equação de conser-
vação de energia para determinação das pro-
fundidades correspondentes ao ressalto.
154
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em canais retangulares horizon-
tais.
Aplicando a equação da conservação da quan-
tidade de movimento e de equilíbrio de forças
e supondo o canal horizontal encontram-se as
seguintes equações as profundidades conju-
gadas:
155
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em canais retangulares horizon-
tais.
Já a perda de carga localizada do ressalto po-
de ser obtida através da aplicação da equação
de Bernoulli entre as seções de ocorrência das
profundidades conjugadas:
156
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em canais retangulares horizon-
tais.
O comprimento do ressalto não pode ser defi-
nido através de expressões teóricas, tornando
necessário o desenvolvimento de estudos ex-
perimentais para a obtenção dos elementos
que permitam o seu cálculo.
157
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em canais retangulares horizon-
tais.
Existem diversas fórmulas empíricas que
possibilitam sua estimativa, sendo a U.S.
Bureau of Reclamation (U.S.B.R.), a mais
comum no meio técnico.
Lr = 6,9(y2² - y1 )
158
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Para canais retangulares é possível utilizar a
equação abaixo que permite a obtenção da
profundidade montante y2 , conhecida a
profundidade conjugada montante y1, ou vice-
versa.
159
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Outros estudos, mais detalhados, também do
U.S.B.R., nos permitem definir o comprimento
do ressalto de acordo com o gráfico
apresentado na Figura 4.2.
160
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
161
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em Canais Inclinados.
No que diz respeito a canais inclinados, o
peso do volume de controle correspondente
ao ressalto hidráulico apresenta um compo-
nente no sentido do escoamento, levando a
uma maior complexidade no seu tratamento
matemático.
162
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em Canais Inclinados.
Estudos descritos por Chow permitem a
obtenção de gráficos que possibilitam o
tratamento prático da questão.
As Figuras 4.4 e 4.5 apresentam gráficos que
permitem o cálculo das profundidades conju-
gadas e do comprimento do ressalto em
canais retangulares inclinados.
163
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
164
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
165
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em Canais Inclinados.
A definição da localização do ressalto hidráu-
lico também é muito importante, tendo em
vista a eventual necessidade de proteção na
região de ocorrência, em função da forte
dissipação de energia e de consequente
possibilidade de erosão.
166
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em Canais Inclinados.
Para efetuar sua determinação é necessário
que sejam determinadas as duas linhas
d’água, a montante e a jusante, a partir das
profundidades conhecidas. Calculando-se a
linha d’água conjugada a partir de montante o
ressalto fica definido pela interseção desta
curva com a jusante, e primeira aproximação.
167
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em Canais Inclinados.
Deve-se, em seguida satisfazer simultanea-
mente, a equação do comprimento do ressalto e
a relação entre as profundidades conjugadas.
De acordo com as características, sobretudo
quanto à eficiência na dissipação de energia,
podem-se distinguir diversos tipos de ressaltos,
em função do Número de Froude a montante
como mostrado nas Figuras.
168
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em Canais Inclinados
169
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em Canais Inclinados
170
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em Canais Inclinados
171
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em Canais Inclinados
172
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em Canais Inclinados
173
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em Canais Inclinados.
Quanto à localização do ressalto, podem-se
distinguir, essencialmente, três situações bá-
sicas, correspondentes à relação entre a pro-
fundidade conjugada jusante, y2, e a profun-
didade final de escoamento a jusante, y2’,
conforme mostrado na Figura 4.3.
174
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em Canais Inclinados
A profundidade final do fluxo, a jusante do
ressalto, condiciona a posição relativa deste.
O Caso 1 corresponde ao ressalto estabi-
lizado; no Caso 2, com a profundidade de
escoamento a jusante menor do que a pro-
fundidade conjugada jusante, o ressalto des-
locasse para jusante.
175
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em Canais Inclinados.
Enfim, no Caso 3 corresponde à situação
contrária, ocorrendo o deslocamento do res-
salto para a montante, podendo mesmo
ocorrer o “afogamento” deste.
176
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Ressalto em Canais Inclinados
177
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Formas de controlar o ressalto.
Os escoamentos supercríticos podem conter
energia excessiva, sendo necessário dispor
meios para dissipá-la, evitando danos não
previstos. O fluido, acima de determinadas
velocidades, provoca um desgaste rápido das
estruturas através da abrasão, erosão e
impacto.
178
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Formas de controlar o ressalto.
Essas forças hidrodinâmicas aparecem nos
descarregadores de grandes estruturas como
barragens, adutoras, drenagem. Há várias
estruturas que dissipam energia mas a
escolha é função de uma série de fatores de
projeto, principalmente custo e eficiência,
podendo-se destacar:
179
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Formas de controlar o ressalto
• O Desnível.
• A Vazão específica.
• As Características geológicas.
• O Números de Froude.
• A Relação entre a curva da altura conjugada
do ressalto e a curva chave do rio ou com-
duto.
180
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Formas de controlar o ressalto.
Para dissipar a energia os tipos mais fre-
quentes de estruturas são:
- Bacias de dissipação devido ao ressalto
hidráulico,
- Bacias de dissipação devido ao “roller”,
- Bacias de dissipação devido ao impacto e
macrorugosidades.
181
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Formas de controlar o ressalto.
• Elevação do fundo ou rebaixamento do
fundo.
• Blocos.
• Bacias de dissipação.
• Anteparos e/ou soleira espessa
182
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 006
A jusante de um vertedor observa-se a
ocorrência de um ressalto em um canal
retangular com largura de 50 m. Sabendo-se
que a vazão é de 350 m³/s e que a
profundidade inicial do ressalto é de 0,80m,
pede-se o tipo de ressalto, a profundidade
jusante, o comprimento e a energia dissipada.
183
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 006

Resolução:
Q = V x Am ⋅ ∴ 350 = (0,80 x 50,0) x V
v = 8,75m/s
184
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA - Exercício 006
Número de Froude
Fr1 = 8,75 / √9,81 x 0,80
Fr1 = 3,12
2,5 < Fr1 < 4,5 Ressalto oscilante
185
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
FORONOMIA
É um ramo de hidrodinâmica cujo estudo se
concentra no fluxo de líquido a partir de
aberturas chamadas bocas ou luzes. Um
exemplo de "luz" na hidráulica pode ser a
abertura lateral de um reservatório de líquido.
O objetivo principal da anomalia é a esti-
mativa da quantidade disposta
186
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
FORONOMIA
a jusante da luz, cujo valor é menor que o
caudal na ausência de dissipação fluídica-
dinâmica devido à inevitável perda de carga
que ocorre perto da luz.
187
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
VERTEDOR
É uma passagem feita no alto de uma parede
por onde a água escoa livremente (apresen-
tando, portanto, a superfície sujeita à pressão
atmosférica).
São utilizados na medição de vazão de
pequenos cursos d’água, canais, nascentes,
ou seja, vazões menores a 0,3m³/s.
188
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Figura: Partes constituintes de um vertedor.
189
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Principais usos dos vertedores
• Medição de vazão;
• Extravasores de Barragens;
• Tomada d´água em canais;
• Elevação de nível nos canais;
• Decantadores e estação de tratamento de
água;
• Escoamentos em galerias;
190
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Classificação
Quanto à espessura da parede (e):
Figura: Espessura da parede do vertedor.
191
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
• Parede delgada ou soleira fina:
A espessura (e) não é suficiente para que
sobre ela se estabeleça o paralelismo das
linhas de corrente (e < 2/3 y).
• Parede espessa ou soleira espessa:
A espessura é suficiente para que sobre ela se
estabeleça o paralelismo das linhas de
corrente (e ≥ 2/3 y).
192
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Quanto à largura relativa da soleira (L):
Figura: Vertedor sem contração lateral.
193
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Figura: Vertedor com uma contração lateral.
194
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Figura: Vertedor com duas contrações.
195
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
• Vertedor retangular de parede delgada
196
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Os filetes inferiores se elevam para atravessar
a crista do vertedor. A superfície livre da água
e os filetes próximos são rebaixados, ocor-
rendo o estreitamento da veia fluida. Fazendo
h1 = H e h 2 = 0 temos fórmula de Du Buat.
197
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
• Vertedor retangular de parede espessa
198
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
• Vertedor retangular de parede espessa
Soleira deve ter espessura suficiente para que
ocorra paralelismo dos filetes de fluido.
• e > H/2 .
• Caso H/2 < e < 2H/3, veia instável,
podendo ou não aderir à crista.
• Caso e < H/2 utilizar equações para
vertedor de parede delgada.
199
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
• Caso e > 2H/3 Usar fórmula de Basin
(1889):
mas m=xm e X = 0,70 0,185 + H/e sendo

Caso e > 3H: superfície da água sofre um


rebaixamento no início da soleira e depois fica
paralela à soleira.
200
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA

Pode-se escrever em função de H1:

Segundo Lesbros a vazão real será


201
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Vertedor triangular
Utilizado para medição de pequenas vazões
(Q < 30 l/s). Tem maior precisão na medida
da carga, H.
São construídos em chapa de aço.
202
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Vertedor triangular
203
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Vertedor triangular
Na realidade Cd varia com θ°. Na prática,
utiliza-se um triângulo isósceles com a
bissetriz na vertical. Thomson propôs um
vertedor com θ = 90º e um Cd tal que:
Nesse caso: 0,05 < H < 0,38 m,
p > 3 H e B > 6 H;
Q em m³/s e H em m.
204
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Vertedor trapezoidal
205
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Vertedor trapezoidal
É um tipo especial de um vertedor trape-
zoidal, onde as faces são inclinadas de 1:4
(H:V), tal que tg(θ/2) = ¼. A declividade de
1:4 tem o objetivo de compensar a diminui-
ção de largura devida à contração lateral, de
forma que a equação a ser usada é a do ver-
tedor retangular de parede delgada com duas
206
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA

Cipolleti propôs que Cd = 0,63 E que os


limites seguintes fossem respeitados:
0,08 < H < 0,60 m .’. H < L/3 .’. p > 3.H e
a >2 H .’. Largura do canal (B) > 7.H,
Valendo a .’. seguinte fórmula:
207
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Orifícios:
São perfurações, geralmente de forma geo-
métrica definida, feitas abaixo da superfície
livre do líquido em paredes de reservatórios,
tanques, canais ou canalizações.
Classificação dos orifícios.
Os Orifícios são Circulares, Retangulares
Triangulares e outros.
São denominados bocal.
208
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Coeficiente de contração (Cc):
Constata-se, experimentalmente, que o jato
d’água se contrai logo após sair do orifício.
209
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Coeficiente de velocidade Cv:
É a relação entre Vr e Vt, ou seja:
É a queda de energia cinética que é carac-
terizada por um coeficiente conhecido. Esse
valor representa a razão entre a velocida-
de do líquido após cruzar o acessório e a ve-
locidade que ele teria se não houvesse essa
defasagem de energia.
210
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
O coeficiente de descarga Cd:
É definido como a razão entre a vazão real e
a vazão máxima (teórica) que um dado
dispositivo pode fornecer.
211
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
O coeficiente de vazão Cv: 
É um fator de projeto que relaciona a queda
de pressão (ΔP) através da válvula com a
taxa de vazão (Q). O CV é diretamente
proporcional a vazão do fluido pela válvula.
212
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocal
Bocal ou tubo adicional é um tubo curto que
se adapta a um orifício, tendo quase sempre
uma seção transversal circular, sendo coloca-
do normalmente à parede do reservatório.
É utilizado para regularizar e dirigir o jato.
O seu comprimento (L) deve estar compre-
endido entre 1,5 e 5 D, onde D é o seu
213
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Classificação
Em função do comprimento (L) e diâmetro
(D) é utilizada a seguinte classificação:
• Orifícios em paredes delgadas: L < 0,5 D;
• Orifícios em paredes espessas:
0,5 D < L< 1,5 D;
214
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Classificação
• Bocais ou tubos adicionais:
1,5 D < L < 5,0 D;
• Tubos curtos: 5,0 D < L < 100 D
• Encanamentos ou tubulações: L > 100 D
215
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocal cilíndrico externo:
216
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
217
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocal cilíndrico externo:
É um tubo cilíndrico que se projeta para fora
da parede, ou um orifício numa parede
espessa.
Bocal padrão é o bocal cujo comprimento
iguala-se a 2,5 vezes o seu diâmetro. Quando
a altura d’água é grande em relação ao
comprimento do bocal,
218
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocal cilíndrico externo:
o jato é idêntico ao do orifício; no bocal
propriamente dito, porém, há contração da
veia liquida como nos orifícios, seguindose
uma expansão do jato que na seção de saída
enche completamente o bocal.
O coeficiente tem a seguinte ordem de
grandeza: CC = 1,0 ; CV = Cd = 0,82.
219
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocal cilíndrico interno:
220
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
221
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocal cilíndrico interno:
É um tubo cilíndrico que se projeta para o
interior da parede. Se o comprimento do
bocal é de 0,5 D a 1,0 D, o jato sofre
contração na entrada do bocal, maior que a
observada nos orifícios, e não toca nas
paredes internas do mesmo. Os coeficientes
têm a seguinte ordem de grandeza:
222
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocal convergente:
223
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocal convergente:
É quando a entrada do bocal tem bordas agu-
das há pequena contração do jato, seguida de
expansão; na saída, o jato sofre uma peque-
na contração, que pode ser reduzida adaptan-
do-se a forma do bocal à jato do jato, para
guiar os filetes líquidos. Os coeficientes vari-
am segundo o ângulo de convergência (θ) e o
224
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocal divergente:
225
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocal divergente:
Se a entrada tem bordas agudas, há uma
pequena contração do jato, que logo depois
se expande, enchendo completamente o bocal
que, na saída, funciona a plena seção.
226
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Com os bocais cônicos aumenta-se a vazão,
experimentalmente pode-se variar o ângulo q
de 0 a 13º30’, quando observa-se a máxima
vazão. Nessa situação Cd = 0,94.
227
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocal de Venturi
228
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocal de Venturi:
Para o bocal de Venturi as experiências
demonstram que um ângulo de divergência
de 5º, combinado com o comprimento do
tubo L, com L= 9 D, onde D é o diâmetro de
seção estrangulada, permite obter Cd = 1,00.
229
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
230
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Pode-se citar como exemplos de tubos curtos:
canalização para esvaziamento de tanques,
descargas de canalizações, bueiros, instala-
ções industriais a e alguns tipos de extravaso-
res.
231
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Para comprimentos acima de 100 D
empregarmos fórmulas utilizadas em condu-
tos forçados. Para o cálculo da vazão do
bueiro os valores de Cd são os adotado na
Tabela abaixo,
232
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Tabela: Coeficiente de descarga de bueiros de
concreto.
233
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Calha:
É um medidor de regime crítico, porém com o
perfil do fundo alterado convenientemente.
Emprego do Calha Parshall:
• Medição de vazão.
• Irrigação.
234
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Calha:
• Controle de velocidade nas caixas de areia
das estações de tratamento de esgoto;
• Estações de tratamento de água;
• Dispositivo de mistura rápida nas ETA.
O medidor tem uma seção convergente, de
fundo plano que termina em uma seção de
largura constante,
235
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Calha:
denominada de garganta, que possui o fundo
com declividade acentuada. Após a garganta
tem-se uma seção divergente e com o fundo
em aclive suave.
A seção divergente deve ser ajustada ao canal
de jusante, conforme a Figura
236
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
237
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
ELEMENTOS DA DRENAGEM URBANA
A microdrenagem urbana é definida pelo
sistema de condutos pluviais no loteamento
ou na rede primária urbana, em que são
apresentados os procedimentos convencionais
utilizados no projeto de uma rede deste tipo,
juntamente com o conceito de controle do
aumento da vazão.
238
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
ELEMENTOS DA DRENAGEM URBANA
O dimensionamento de uma rede de pluviais
é baseado nas seguintes etapas:
• Subdivisão da área e traçado;
• Determinação das vazões que afluem à rede
de condutos;
• Dimensionamento da rede de condutos;
• Dimensionamento das medidas de controle.
239
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
ELEMENTOS DA DRENAGEM URBANA
Iremos inicialmente tratar dos elementos
físicos do projeto, das definições e dos
procedimentos para cálculo da vazão através
do Método Racional, do dimensionamento
hidráulico da rede e da(s) detenção(ões) do
sistema de drenagem.
240
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Dados necessários
Os principais dados para à elaboração de um
projeto de rede pluvial de microdrenagem são
os seguintes:
Mapas: Mapa de situação da localização da
área dentro do município;
Planta geral da bacia contribuinte: escalas
1:5.000 ou 1:10.000, juntamente com a
241
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Dados necessários
No caso de não existir planta plani-altimétrica
da bacia, deve ser delimitado o divisor
topográfico por poligonal nivelada; Planta
plani-altimétrica da área do projeto na escala
1:2.000 ou 1:1.000, com pontos cotados nas
esquinas e em pontos notáveis.
242
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Dados necessários
Levantamento Topográfico: O nivelamento
geométrico em todas as esquinas, mudança
de direção e mudança de greides das vias
públicas;
Cadastro: O cadastro das redes existentes de
esgotos pluviais ou de outros serviços que
possam interferir na área de projeto;
243
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Dados necessários
Urbanização: Na urbanização devem-se
selecionar os seguintes elementos relativos à
urbanização da bacia contribuinte, nas
situações atual e previstas no plano diretor:
• Tipo de ocupação das áreas (residências,
comércio, praças, etc.);
• Porcentagem de área impermeável proje-
244
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Urbanização:
• Ocupação e recobrimento do solo nas áreas
não urbanizadas pertencentes à bacia. Dados
relativos ao curso de água receptor: as
informações são as seguintes:
• Indicações sobre o nível de água máximo do
canal/arroio que irá receber o lançamento
final;
245
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Urbanização:
• Levantamento topográfico do local de
descarga final. Adicionalmente, em função da
configuração a ser definida será necessário o
levantamento de áreas específicas para
detenção do escoamento.
246
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Critérios para o traçado da rede pluvial
A rede coletora deve ser lançada em planta
baixa (escala 1:2.000 ou 1:1.000), de acordo
com as condições naturais do escoamento
superficial.
Algumas regras básicas para o traçado da
rede são as seguintes:
247
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Critérios para o traçado da rede pluvial
• Os divisores de bacias e as áreas
contribuintes a cada trecho deverão ficar
convenientemente assinalados nas plantas;
• Os trechos em que o escoamento se dê
apenas pelas sarjetas devem ficar
identificados por meio de setas;
248
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Critérios para o traçado da rede pluvial
• As galerias pluviais, sempre que possível,
deverão ser lançadas sob os passeios;
• O sistema coletor, em uma determinada via,
poderá constar de uma rede única, recebendo
ligações de bocas-de-lobo de ambos os
passeios;
249
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Critérios para o traçado da rede pluvial
• A solução mais adequada, em cada rua, é
estabelecida, economicamente, em função da
sua largura e condições de pavimentação;
• O amortecimento do escoamento é realizado
nas áreas baixas junto a drenagem principal.
250
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Critérios para o traçado da rede pluvial
• Procura-se localizar a área de amor-
tecimento preferencialmente junto a saída do
sistema projetado;
• Preferencialmente os sistemas de detenções
devem estar integrados de forma paisagística
na área,
251
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Critérios para o traçado da rede pluvial
neste caso, poderá ser necessário utilizar
detenções ou retenções internas ao parcela-
mento na forma de lagos permanentes ou
secos integrados ao uso previsto para a área;
• O projeto deve estabelecer a área máxima
impermeável de cada lote do parcelamento,
além das áreas comuns.
252
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Componentes da rede hidráulica
Bocas-de-Lobo: As bocas-de-lobo devem ser
localizadas de maneira a conduzirem,
adequadamente, as vazões superficiais para a
rede de condutos.
Nos pontos mais baixos do sistema viário,
deverão ser necessariamente, colocadas
bocas-de-lobo com vistas
253
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Componentes da rede hidráulica
Bocas-de-Lobo:
a se evitar a criação de zonas mortas com
alagamentos e águas paradas.
Poços de Visita PV: Os poços de visita
devem atender às mudanças de direção, de
diâmetro e de declividade à ligação das
bocas-de-lobo,
254
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Componentes da rede hidráulica
Poços de Visita PV:
ao entroncamento dos diversos trechos e ao
afastamento máximo admissível, conforme
mostrado na Figura a seguir.
Corte de um poço de visita (PV)
255
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
256
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
257
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Galerias circulares:
O diâmetro mínimo das galerias de seção
circular deve ser de 0,30m.
Os diâmetros comerciais correntes são: 0,30;
0,40; 0,50; 0,60; 0,80; 1,00; 1,20 e 1,50m.
Alguns dos critérios básicos de projeto são os
seguintes:
258
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Galerias circulares:
• As galerias pluviais são projetadas para
funcionamento a seção plena com a vazão de
projeto.
• A velocidade máxima admissível determina-
se em função do material a ser empregado na
rede.
259
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Galerias circulares:
Para tubo de concreto, a velocidade máxima
admissível é de 4,0m/s, a velocidade mínima
é de 0,80 m/s;
• O recobrimento mínimo da rede deve ser de
1,00m, quando forem empregadas tubulações
sem estrutura especial.
260
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Galerias circulares:
Quando, por condições topográficas, forem
utilizados recobrimentos menores, as canali-
zações deverão ser projetadas do ponto de
vista estrutural;
Nas mudanças de diâmetro, os tubos deverão
ser alinhados pela geratriz superior, como
indicado na Figura a seguir.
261
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Alinhamento do conduto
262
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Controle da vazão utilizando
amortecimento
A medida de controle, tradicionalmente
utilizada para eliminar as inundações na
microdrenagem, consiste em drenar a área
desenvolvida através de condutos pluviais até
um coletor principal ou riacho urbano.
263
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Controle da vazão utilizando
amortecimento
Esse tipo de solução acaba transferindo para
jusante o aumento do escoamento superficial
com maior velocidade, já que o tempo de
deslocamento do escoamento é menor que
nas condições preexistentes.
264
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Controle da vazão utilizando
amortecimento
Desta forma, acaba provocando inundações
nos troncos principais ou na macrodrenagem.
A impermeabilização e a canalização produ-
zem aumento da vazão máxima e do
escoamento superficial. Para que esse
acréscimo de vazão máxima não seja
265
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Controle da vazão utilizando
amortecimento
utiliza-se o amortecimento do volume gerado,
através de dispositivos como: tanques, lagos
e pequenos reservatórios abertos ou enter-
rados, entre outros. Essas medidas são
denominadas de controle a jusante (downs-
tream control)
266
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Características e funções dos reserva-
tórios
Os reservatórios são utilizados de acordo com
o objetivo do controle desejado. Esse dispo-
sitivo pode ser utilizado para:
Controle da vazão máxima:
Este é o caso típico de controle dos efeitos de
inundação sobre áreas urbanas.
267
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Características e funções dos reserva-
tórios
O reservatório é utilizado para amortecer o
pico da vazão a jusante, reduzindo a seção
hidráulica dos condutos e procurando manter
as condições de vazão pré-existente na área
desenvolvida.
268
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Controle do volume:
Normalmente, esse tipo de controle é
utilizado quando o escoamento cloacal e
pluvial é transportado por condutos combi-
nados ou quando recebe a água de uma área
sujeita a contaminação. Como a capacidade
de uma estação de tratamento é limitada, é
necessário armazenar o volume para que
269
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Controle do volume:
O reservatório também é utilizado para a
deposição de sedimentos e depuração da
qualidade da água, mantendo seu volume por
mais tempo dentro do reservatório. O tempo
de detenção, que é a diferença entre o centro
de gravidade do hidrograma de entrada e o
de saída,
270
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Controle do volume:
é um dos indicadores utilizados para avaliar a
capacidade de depuração do reservatório.
Controle de material sólido:
Quando a quantidade de sedimentos produ-
zida é significativa, esse tipo de dispositivo
pode reter parte dos sedimentos para que
sejam retirados do sistema de drenagem.
271
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Disposição dos componentes
Através de critérios usuais de drenagem
urbana, devem ser estudados diversos
traçados da rede de galerias, considerando-se
os dados topográficos existentes e o pré-
dimensionamento hidrológico e hidráulico.
272
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Disposição dos componentes
A definição da concepção inicial é mais
importante para a economia global do sistema
do que os estudos posteriores de
detalhamento do projeto, de especificação de
materiais, etc. Esse trabalho deve ser desen-
volvido simultaneamente ao plano urbanístico
das ruas e das quadras,
273
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Disposição dos componentes
pois, caso contrário, ficam impostas, ao
sistema de drenagem, restrições que levam
sempre a maiores custos. O sistema de
galerias deve ser planejado de forma homo-
gênea, proporcionando, a todas as áreas,
condições adequadas de drenagem.
274
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Disposição dos componentes
Coletores: existem duas hipóteses para a
locação da rede coletora de águas pluviais:
(i) no passeio, a 1/3 da guia (meio-fio) e
(ii) a menos utilizada, sob o eixo da via
pública. Além disso, deve possibilitar a ligação
das canalizações de escoamento das bocas-
de-lobo.
275
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
REDE COLETORA
276
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
REDE COLETORA
277
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
REDE COLETORA
278
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocas-de-Lobo:
A locação das bocas-de-lobo deve considerar
as seguintes recomendações:
• Serão locadas em ambos os lados da rua,
quando a saturação da sarjeta assim o exigir
ou quando forem ultrapassadas as suas
capacidades de engolimento;
279
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocas-de-Lobo:
• Serão locadas nos pontos baixos da quadra;
• A localização das bocas-de-lobo deve ser
determinada através do cálculo da capacidade
hidráulica da sarjeta, considerando-se uma
altura do meiofio de 0,15 m e uma largura da
lâmina d’água variável (estipulada caso a
caso);
280
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocas-de-Lobo:
• A melhor solução para a instalação de
bocas-de-lobo é que esta seja feita em pontos
pouco a montante de cada faixa de
cruzamento usada pelos pedestres, junto às
esquinas;
281
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocas-de-Lobo:
• Não é conveniente a sua localização junto
ao vértice de ângulo de interseção das
sarjetas de duas ruas convergentes, pelos
seguintes motivos:
(i) os pedestres, para cruzarem uma rua,
teriam que saltar a torrente num trecho de
máxima vazão superficial;
282
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocas-de-Lobo:
(ii) as torrentes convergentes pelas diferentes
sarjetas teriam, como resultante, um
escoamento de velocidade em sentido
contrário ao da afluência para o interior da
boca-de-lobo.
283
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
TIPOS DE BOCA-DE-LOBO
284
HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
TIPOS DE BOCA-DE-LOBO
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
TIPOS DE BOCA-DE-LOBO
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Caixas de ligação:
São utilizadas quando se faz necessária a
locação de boca-de-lobo intermediária ou
para se evitar a chegada em um mesmo poço
de visita de mais de quatro tubulações.
Sua função é similar a do poço de visita, dele
diferenciando-se por não serem visitáveis.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
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Caixas de ligação:
Na Figura seguinte são mostrados exemplos
de localização de caixas de ligação.
Por dificuldade de manutenção, essa configu-
ração esta em desuso.
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Locação da caixa de ligação
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Poços de visita e de queda:
O poço de visita tem a função primordial de
permitir o acesso às canalizações para
limpeza e inspeção, de modo que se possam
mantê-las em bom estado de funcionamento.
Sua locação é sugerida nos pontos de
mudanças de direção,
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
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Poços de visita e de queda:
cruzamento de ruas (reunião de vários cole-
tores), mudanças de declividade e mudança
de diâmetro. O espaçamento recomendado
para os poços de visita é de 50 m.
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CORTE DO PAVIMENTO.
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Detenção ou retenção:
Como foi mencionado acima, os reservatórios
podem ser abertos ou enterrados, de acordo
com as condições para sua localização. Em
locais onde o espaço seja reduzido ou que
seja necessário manter-se uma superfície
superior integrada com outros usos,
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
PROJETO DE DRENAGEM URBANA
Método Racional
O método racional é largamente utilizado na
determinação da vazão máxima de projeto
para bacias pequenas.
Para o dimensionamento de redes, utilizando
método racional, adota-se como limite uma
área de até 2 km² .
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APLICADA
PROJETO DE DRENAGEM URBANA
Método Racional
Os princípios básicos do Método Racional são:
• A duração da precipitação máxima de
projeto é igual ao tempo de concentração da
bacia. Admite-se que a bacia é pequena para
que essa condição aconteça, pois, a duração é
inversamente proporcional à intensidade;
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
PROJETO DE DRENAGEM URBANA
Método Racional
• Adota um coeficiente único de perdas,
denominado C, estimado com base nas
características da bacia;
• Não avalia o volume da cheia e a distri-
buição temporal das vazões, portanto não
pode ser utilizado para o dimensionamento de
reservatórios de amortecimento. A equação
do modelo é a seguinte:
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Q = 2,78 x C x I x A⋅
Onde:
Q: vazão máxima (m³/s);
C: coeficiente de escoamento;
I: intensidade da precipitação (mm/h);
A: área da bacia (ha).
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A intensidade da precipitação depende dos
seguintes fatores:
Equação IDF característica da região,
Precipitação;
Tempo de concentração: Para a estimativa
da intensidade da precipitação, é necessário
conhecer o tempo de concentração da bacia,
já que o mesmo é considerado igual à
duração concentração;
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APLICADA
Tempo de retorno (TR): O TR utilizado na
microdrenagem varia de dois a dez anos.
Coeficiente de escoamento. O coeficiente
de escoamento utilizado no método racional
depende das seguintes características tais
como: solo, cobertura, tipo de ocupação,
tempo de retorno e a intensidade da
precipitação.
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: VALORES DE C POR TIPO DE OCUPAÇÃO
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
VALORES DE C DE ACORDO COM
SUPERFÍCIES DE REVESTIMENTO
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APLICADA
VALORES DE C DE ACORDO COM
SUPERFÍCIES DE REVESTIMENTO
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APLICADA
Dimensionamento hidráulico da rede de
condutos
As águas, ao caírem nas áreas urbanas,
escoam, inicialmente, pelos terrenos até
chegarem às ruas. Sendo as ruas abauladas
(declividade transversal) e tendo inclinação
longitudinal, as águas escoarão rapidamente
para as sarjetas e, destas ruas abaixo.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Dimensionamento hidráulico da rede de
condutos
Se a vazão for excessiva poderão ocorrer:
- Alagamento das ruas e seus reflexos;
- Inundação de calçadas;
- Velocidades exageradas, com erosão do
pavimento.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Dimensionamento hidráulico da rede de
condutos
A capacidade de condução da rua ou da
sarjeta pode ser calculada a partir de duas
hipóteses, ou seja, a água escoando por toda
a calha da rua ou
• a água escoando somente pelas sarjetas.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Dimensionamento hidráulico da rede de
condutos
Para a primeira hipótese, admitem-se a
declividade da rua (seção transversal) de 3%
e a altura de água na sarjeta h1 = 0,15 m,
conforme mostrado na Figura abaixo.
Seção da sarjeta
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Dimensionamento hidráulico da rede de
condutos
Para a segunda hipótese, admite-se
declividade também de 3% e h2= 0,10 m.
O dimensionamento hidráulico pode ser
obtido pela equação de Manning
transformada:
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Onde:
Q: vazão (m³/s);
A: área de seção transversal (m²);
Rh: raio hidráulico (m);
I: declividade do fundo (m/m);
n: o coeficiente de rugosidade de Manning.
Para via pública, o coeficiente de rugosidade,
em geral, é de 0,017.
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Bocas-de-Lobo
As bocas coletoras (bocas-de-lobo) podem ser
classificadas em três grupos principais:
Bocas ou ralos de guias;
Ralos de sarjetas (grelhas);
Ralos combinados.
Cada tipo inclui variações quanto às depres-
sões (rebaixamento) em relação ao
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
Bocas-de-Lobo
nível da superfície normal do perímetro e ao
seu número (simples ou múltipla). Quando a
água acumula sobre a boca-de-lobo, gera
uma lâmina com altura menor do que a
abertura da guia. Esse tipo de boca-de-lobo
pode ser considerado um vertedor e a
capacidade de engolimento será:
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
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Onde
Q: vazão de engolimento (m³/s);
y: altura de água próxima à abertura na guia
(m);
L: comprimento da soleira (m).
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Com base na altura e largura da depressão do


bueiro, declividade transversal e altura proje-
tada de água. Quando a altura de água sobre
o local for maior do que o dobro da abertura
na guia, a vazão será calculada por:
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onde,
L: comprimento da abertura (m);
h: altura da guia (m);
y1: carga da abertura da guia (m);
(y1 = y - h/2).
Para cargas de uma a duas vezes a altura da
abertura da guia ( 1 < y1/h < 2 ), a opção
por um ou outro critério deve ser definida
pelo projetista.
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APLICADA
As bocas-de-lobo com grelha funcionam como
um vertedor de soleira livre para profun-
didade de lâmina de até 12 cm.
Se um dos lados da grelha for adjacente à
guia, este lado deverá ser excluído do
perímetro L da mesma.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
A vazão é calculada pela vazão do engoli-
mento, substituindo-se L por P, onde P é o
perímetro do orifício em m. Para profun-
didades de lâmina maiores que 42 cm, a
vazão é calculada por:
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APLICADA
A: área da grade, excluídas as áreas
ocupadas pelas barras (m²);
y: altura de água na sarjeta sobre a grelha
(m).
Na faixa de transição entre 12 e 42 cm, a
carga a ser adotada é definida segundo
julgamento do projetista.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA
A capacidade teórica de esgotamento das
bocas-de-lobo combinadas é, aproximada-
mente, igual à somatória das vazões pela
grelha e pela abertura na guia, consideradas
isoladamente.
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HIDRÁULICA E HIDROLOGIA
APLICADA

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