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Centro Universitário UNIRG

Curso de Enfermagem – 6º Período


Enfermagem em Cuidados Paliativos – Teoria.

O PROFISSIONAL DE ENFERMAGEM
NOS CUIDADOS PALIATIVOS
Enf. Esp. Nara F. Resende Azevedo.
Enfermeira
PERGUNTAS ESSENCIAIS PARA
CONSTRUÇÃO DO SABER ...
O que são cuidados paliativos?

Cuidados Paliativos são os cuidados assistenciais oferecidos para todo


paciente que tenha uma doença fora de possibilidades de cura (que
ameace a vida) visando melhor qualidade de vida através da prevenção
e alivio do sofrimento imposto pela doença.  Para isso é fundamental
que o paciente tenha acesso a uma equipe multidisciplinar. Essa equipe tem
o desafio de avaliar e tratar da dor e outros sintomas físicos, assim como
aspectos sociais, psicológicos e espirituais.
PERGUNTAS ESSENCIAIS PARA
CONSTRUÇÃO DO SABER ...
Quando e para quem é indicada?

Esses cuidados são oferecidos para o paciente e sua família no momento


em que o médico assistente identifica que não existem mais possibilidades da
doença ser curada. Todos os envolvidos nesse processo de adoecimento e
terminal idade devem ser acolhidos e contemplados pelos Cuidados
Paliativos.
PERGUNTAS ESSENCIAIS PARA
CONSTRUÇÃO DO SABER ...
Quais são os cuidados necessários durante o tratamento?

Nessa modalidade de tratamento o principal cuidado é com o diálogo, que


deve ser aberto e franco entre todos, equipe que assiste, família e paciente.
Um diálogo feito com compaixão e atenção aos mínimos detalhes, para que
possamos garantir a autonomia do paciente.
O Profissional de Enfermagem nos
cuidados Paliativos:

Atualmente verifica-se que existe um grande aumento na cronicidade de doenças,


proporcionando maior tempo de vida populacional. Isto faz com que haja a existência não só
da morte, mas de todo um processo de adoecimento que leva a morte final;

Por isto, cresce cada vez mais a necessidade de estabelecer um modelo universal de
assistência no processo de Morte e Morrer, sendo encontrado hoje nos Cuidados Paliativos;

Este modelo assistencial, enquanto pode se dizer recente, bem como embasado nos
princípios da Bioética, é um modelo ainda em desenvolvimento. E a Enfermagem
enquanto área profissional de linha de frente no cuidado necessita estabelecer o seu
papel neste tipo assistência.
Visão da Enfermagem...
TRANSCORRER DA VIDA:

Genezini, 2015
Visão da Enfermagem...
TRANSCORRER DA VIDA:

Genezini, 2015
Visão da Enfermagem...
Visão da Enfermagem...
Por onde transita o Cuidado nos CP?

Christian Sinclair - on Twiter 2014


Por onde transita o Cuidado nos CP?

Christian Sinclair - on Twiter 2014


Por onde transita o Cuidado nos CP?

Christian Sinclair - on Twiter 2014


Enfermagem em Cuidados Paliativos:

“A assistência de enfermagem compreende tarefas e


relações que vão desde a interação com cada cliente
até articulações mais complexas, com familiares,
equipe de saúde multiprofissional e institucional, e
permeia diferentes fases do processo de cuidado,
desde a entrada até a saída do paciente, seja pela alta
hospitalar, seja pelo óbito.”

(Firmino F, 2008)
Assistência de Enfermagem em CP:
 Apoio ao indivíduo e a família durante todo o processo de
doença;

 Identificar e compreender as demandas e os desejos


individuais, planejando e implementando ações que permitam
ao indivíduo o máximo controle sobre sua própria vida e
doença;

 Conhecimento técnico para implementar ações do cuidado de


maneira individualizada;

 Prevenir ocorrência de novos problemas (não relacionados ao


processo de doença).
(Silva MJP, Araújo MT e Firmino F, 2008)
Papel do Enfermeiro:

 O trabalho inicia com a avaliação do grau de deficiência


para o autocuidado ocasionado pela enfermidade e seu
tratamento e a reação do paciente perante a esses problemas;

 A meta será promover maior independência do doente, ou,


quando isso não for possível, procurar a melhor maneira dele e
a família se adaptarem às limitações impostas pelo progresso
da doença.
Como elaborar a Assistência em CP:

CONHECER HISTÓRIA NATURAL


DO PACIENTE

PRIORIZAR
CUIDADOS!!!

PLANEJAMENTO
E o paciente?

Maria Gorethi Maciel

 Ser biográfico.
 Ativo.
 Com direito a informação e autonomia.
 Participa das tomadas de decisões sobre o seu
tratamento.
Significado de Cuidado:
 Um ato;

 Uma ação;

 Uma atitude;

 Estar disponível;

 Envolve várias dimensões.


Humanização no Cuidado:

O tecnicismo e o reducionismo surgem quando o


cuidado perde a sua essência, o que pode ser
fomentado pelos avanços de recursos tecnológicos que
se tornam cada vez mais presentes e dominantes na
assistência, pois proporcionam maiores possibilidades
de cura, reduzindo a visão dos profissionais a uma visão
de remediar, medicar ou intenso curativismo, como se
todas as condições de saúde fossem medicáveis, até
mesmo na situação de terminalidade e eminente morte.
Humanização no Cuidado:

É de extrema importância recordar tipos de necessidades que


nem todos os profissionais têm o hábito de avaliar, mas que são
de extrema importância para o andamento da terapêutica, como
necessidades espirituais, sociais, afetivas, pois a morte traz
sofrimento existencial, que já deve ser esperado por conta do
encontro com a finitude e a natureza de uma fase da vida
totalmente diferente das demais.
Humanização no Cuidado:

 Pessoas com fragilidade (física, psiquica,


emocional, social e espiritual);
 Olhar maior na pessoa;
 Cuidado focado na família;
 Como é o processo da doença;
 Foco nos sintomas;
 Cuidado integral;
 Equipe multiprofissional.
ATUAÇÃO DA ENFERMAGEM
EM CP:
ASSISTENCIAL:
ASSISTENCIAL:
ASSISTENCIAL:
http://enfermagem-a-arte-de-cuidar.blogspot.com/2014/10/feridas-curativos-e-coberturas.html
ASSISTENCIAL:
ASSISTENCIAL:

INGESTA
ALIMENTAR E
HÍDRICA
ASSISTENCIAL:
ASSISTENCIAL:
DESEJOS E VONTADES...
GERENCIAL:
 Indicadores do serviço e educação continuada;

 Acomodar o paciente e familiares;

 Orientar pacientes e familiares sobre normas/rotinas institucionais;

 Prever necessidade de recursos adequados à assistência;

 Planejar o cuidado individualizado e diário;

 Organizar visitas extra, em horário flexível;

 Orientar a equipe sobre particularidades (continuidade);

 Identificar sofrimento de membro da equipe e tentar auxiliar;


EDUCACIONAL:
 Orientar paciente e familiares sobre procedimentos, ocorrência de
sintomas, esclarecer dúvidas sobre informações recebidas;

 Orientar a família sobre como auxiliar e/ou realizar o autocuidado;

 Em caso de alta hospitalar, deve haver um treinamento do cuidador ao


longo de alguns dias que a precedem;

 Orientar e treinar a equipe sobre o por quê e como realizar as


atividades;

 Promover treinamento sobre temas pertinentes;


Em CP...
Se trabalha em Equipe...
Vamos praticar?
‘’Stella Kowalski é uma enfermeira recém-graduada que há pouco tempo terminou o estágio
hospitalar. Ela assumiu o turno da noite e é responsável por 18 leitos da unidade médico-
cirúrgica, junto com outro enfermeiro e dois auxiliares de enfermagem. Durante a troca de
turno, foi informada do caso do sr. Evans. Trata-se de um senhor de 80 anos, proveniente
de uma casa de repouso e recém-internado com diagnóstico de infecção urinária e
bacteriemia, que complica-se seu avançado estágio de Alzheimer. Sua esposa está ao lado
do leito e planeja passar a noite ali.
Stella observa que o sr. Evans tem como prescrição “ONR – somente medidas de conforto”.
A enfermeira não tem experiência com pacientes terminais e estava de licença médica na
aula em que seus colegas visitaram um hospice.* Ela também observa na prescrição um
pedido de consulta ao setor de cuidados paliativos para aconselhamento sobre o manejo
dos sintomas. O outro pedido é de um assistente social, para que gerencie uma eventual
transferência do paciente a um hospice em caso de alta. Nem o consultor de cuidados
paliativos nem o assistente social tinham avaliado o paciente ainda. ‘’
Questões Frequentes...

1. O que significa ONR para o meu paciente?


2. O que posso informar aos familiares?
3. O que posso esperar de uma equipe de consultores
de cuidados paliativos?
4. O que é cuidado hospice?
Questões Frequentes...
O QUE SIGNIFICA “ONR” PARA O MEU PACIENTE?

Uma ONR – sigla que significa “ordem para não reanimar” –


implica que não se deve tentar a reanimação cardiopulmonar
(RCP) no momento da morte do paciente. Às vezes, essa ordem
carrega outros sentidos. Por exemplo, antes da morte do
paciente, ONR pode significar “não transferir para a unidade de
terapia intensiva”, “não intubar” ou “não utilizar medidas
agressivas para preservar a vida”. Em alguns casos, significa
que só devem ser utilizadas “me- didas de conforto”. Alguns
hospitais norte-americanos mudaram a sigla de ONR para PMN,
de “permitir morte natural”.
Questões Frequentes...
O QUE SIGNIFICA “ONR” PARA O MEU PACIENTE?

A recomendação para o sr. Evans é de “ONR – somente medidas


de conforto”. Isso significa que ele receberá apenas condutas
que objetivem promover conforto. Assim, não será reanimado
em caso de morte durante a noite. Se forem detectadas
alterações nos sinais vitais e no padrão ventilatório, não
receberá nenhuma medida ex- tra, como intubação ou
administração de vasopressores. O sr. Evans receberá apenas
intervenções para minimizar ou evitar quaisquer desconfortos.
Questões Frequentes...
O que posso informar aos familiares?
Questões Frequentes...
Questões Frequentes...
O que posso esperar de uma equipe de consultores de
cuidados paliativos?

 Nos hospitais, as equipes de cuidados paliativos são comumente interdisciplinares e,


em geral, incluem um médico e/ou um enfermeiro experiente. Contam com o apoio de
um ou diversos assistentes sociais e religiosos, além de profissionais de nutrição e
reabilitação, como fisioterapeutas e terapeutas ocupacionais. A consulta inicial é
normalmente realizada por um médico ou enfermeiro.

 Em alguns casos, pode haver divergências entre os familiares e o médico ou mesmo


entre os membros da equipe de saúde so- bre os objetivos do tratamento do paciente
em estado terminal. O consultor de cuidados paliativos pode ser um mediador útil entre
as partes e ajudar a encontrar a melhor opção terapêutica.
Questões Frequentes...
O que é um cuidado HOSPICE?

 O cuidado hospice segue a mesma filosofia dos cuidados


paliativos. No entanto, “todo cuidado hospice é um cuidado
paliativo, mas nem todo cuidado paliativo é um cuidado
hospice”.
 Os cuidados paliativos devem ser oferecidos a qualquer
paciente que necessite de tais serviços. Por sua vez, cuidados
hospice são exclusivos de indivíduos com expectativa de
sobrevida inferior a seis meses.
 Nos Estados Unidos, somente nesses casos o doente contará
com o auxílio previdenciário específico para tais cuidados.
Questões Frequentes...
O que é um cuidado HOSPICE?

 O cuidado hospice é fornecido por meio de um modelo de equipe


interdisciplinar, geralmente na casa do paciente ou em uma instituição,
por exemplo, em uma casa de repouso. Em alguns locais, esse tipo de
cuidado é opcional;

 Há hospitais que promovem acordos de co- laboração para fornecer


assistência hospitalar ao doente terminal quando o manejo de sintomas
graves é necessário, quando ele está morrendo ou quando a família
necessita que alguém assuma tem- porariamente os cuidados do
paciente.
ENCERRAMENTO...
Stella faz sua ronda e se apresenta à sra. Evans: “Me chamo
Stella Kowalski e vou cuidar de seu marido esta noite. Sei que
nosso objetivo é mantê-lo confortável e estarei à disposição de
vocês. Ainda sou uma enfermeira novata, mas vou fazer o
melhor possível e agradeço se a senhora me disser como posso
ajudá-los. Os especialistas em cuidados paliativos avaliarão seu
marido amanhã pela manhã”. Durante a noite, Stella observa o
casal Evans toda vez que passa pelo quarto. Ela não tem
certeza de quantas vezes deve fazer a mudança de decúbito
nem como estão os cuidados com as lesões por pressão.
ENCERRAMENTO...

Então, planeja questionar seus colegas a respeito quando


passar o plantão pela manhã.
O sr. Evans necessita dos analgésicos que lhe foram prescritos
somente uma vez. Visto que a sra. Evans cochilou na cadeira ao
lado do leito, Stella providenciou-lhe um cobertor do hospital,
bem como sopa e bolachas.
Considerações Finais:
A Enfermagem possui o papel de profissional responsável por
humanizar a assistência, pois como enfermeiro, sua visão deve estar
atenta as reais necessidades que o paciente apresenta, podendo
identificá-las rapidamente, seja de forma verbal, ou não verbal, e
suprindo-as da melhor maneira possível, e quando não lhe couber,
tendo voz e auxílio de uma equipe multiprofissional.

Para que isto aconteça, é necessário que o profissional entenda o


motivo de se executar Cuidados Paliativos, bem como os seus
princípios, que são aquilo que os diferencia de uma assistência
comum, intervencionista, curativa.
A Enfermagem também se torna responsável não
somente pelas necessidades fisiológicas, porém aquelas
psicossociais, espirituais, afetuosas, que nem sempre
serão fáceis de dar suporte assistencial, então o
profissional deve assumir papel de facilitador, detectando
necessidades e tornando possível supri-las
Referencial Bibliográfico:

• Artigo: Franco, HCP, et al. Papel da enfermagem na equipe de cuidados paliativos: a


humanização no processo da morte e morrer. RGS 2017;17(2): 48-61, Acessado: dia
15/08/2020 ás 23:45 – Link: http://
www.herrero.com.br/files/revista/file56fb2faad065b8f7980ccdf2d0aa2da1.pdf ;

• Nurse to nurse [recurso eletrônico] : cuidados paliativos em enfermagem / Margaret L.


Campbell ; tradução: Maiza Ritomy Ide ; revisão técnica: Leila Ambrosini, Rosmari
Wittmann Vieira. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : AMGH, 2011.
‘’O sentimento que cada um pode ter da sua
dignidade, depende também do olhar do outro. É no
olhar do outro que vejo que ainda inspiro AMOR, é
na maneira como me falam, como cuidam de mim,
que sinto se ainda faço parte do mundo dos
VIVOS.’’

Marie de Hennezel!

FIIIM! OBRIGADA...

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