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Não tenho, a 

pretensão de esgotar a matéria, primeiro por


se tratar de um assunto bastante polêmico, segundo
porque os meus conhecimentos não me permitiriam
chegar a tanto e, em terceiro lugar, porque para nós
maçons não existem verdades absolutas, o que significa
dizer que nenhuma análise sobre o assunto aqui por mim
abordado será tida como definitiva, uma vez que um de
nossos princípios é a infinita busca da verdade.
OBRIGATORIEDADE OU NÃO
DA ABOBADA CELESTE
A Ordem tem sua disciplina firmada em dois corpos de leis: O corpo
jurídico e O corpo litúrgico. O corpo jurídico rege as normas legais
reunidas nas Leis civis e Maçônicas: a Constituição (Estatutos), o
Regulamento, as Resoluções, os Decretos, os Atos das Autoridades
Maçônicas e as Leis do país. O corpo litúrgico rege as sessões
econômicas, as iniciações e os diversos cerimoniais da instituição.
Ambos os ordenamentos subordinam os Maçons e as Lojas. Assim,
os rituais que são manuais litúrgicos, ao preverem a abóbada celeste
no teto dos templos, obrigam as Lojas em expressá-la seguindo suas
disposições. Se plena em quantidade e detalhes das figuras ou se
simples pela redução aos principais elementos da imagem celeste.
Mas não falam da obrigatoriedade de um determinado conjunto de
figuras celestes, mas sim da obrigatoriedade de pelo menos da
presença dos principais astros, ou seja, do Sol e da Lua.
COMO PODE SER DEFINIDA
UMA ABOBADA CELESTE
Mais conhecida como Firmamento para o público em geral, a
Abóbada Celeste define-se como o hemisfério celeste visível, cujo
estudo pertence ao campo específico da astronomia.

Firmamento é o nome dado para a abóbada celeste, geralmente


usada no contexto das religiões baseadas nas escrituras
hebraicas. O termo vem do latim clássico firmamentum, que
significa "suporte". Já em hebraico em seu termo original, designa
uma placa rígida, ampla e sólida, possuindo uma certa espessura.

Contudo nesta apresentação pretendo transmitir aos irmãos, os


conceitos fora do campo científico, através da contextualização
unicamente simbólica, no seio da Maçonaria.
O TETO DO TEMPLO MAÇÔNICO
O templo maçônico tem o teto abobadado, na cor azul e
semeado de nuvens e estrelas, onde circulam o Sol, a
Lua e inúmeros outros Astros, representando claramente
o Firmamento Celeste. Nele os Astros traduzem uma
simbologia especial e se conservam em equilíbrio,
atraídos que são, uns pelos outros.

Ainda não houve uma definição clara de quando, onde e


como surgiu o uso da Abóbada Celeste nos tetos
dos Templos Maçônicos. Esta informação seria de
fundamental importância ante as inconsistências e
incoerências que poderiam ser resolvidas tendo-se
acesso às suas origens.
ESTRUTURA GEOMÉTRICA DO TEMPLO
PLANO TERRESTRE DO TEMPLO
 Ao dividirmos o eixo da Loj∴, em duas partes,
estaremos representando a Linha do Equador (a).
 Temos a linha do Trópico de Câncer (b), que
atravessa todo o Templo, em linha reta e paralela
ao eixo, que passa por cima da Col∴ B∴, e outra
linha, a do Trópico de Capricórnio (c), da mesma
forma reta e paralela ao eixo, que passa por cima
da Col∴ J∴.
 Temos também a linha do Meridiano da Loj∴ (d),
que vai do Norte ao Sul, passando pelo centro do
Oc∴ do T∴.
 Temos ainda a linha do Eixo das CCol∴ (f), que vai
do Norte ao Sul, passando por sobre as CCol. ∴
B∴ e J∴, paralela à linha do Meridiano da Loj∴.
 E, finalmente a linha da Grade do Or∴ (e), que
esta paralela à linha do Meridiano da Loj∴ passa
por sobre a Grade do Or∴.
PLANOS
PLANO CELESTE DO TEMPLO
Podemos ver que o teto do templo
maçônico do R∴E∴A∴A∴ representa
a imagem do universo estrelado com
o sol, os planetas do nosso sistema
solar, constelações, as nuvens e os
símbolos, estando porem, ausente
qualquer tipo de representação da
figura humana.

No que diz respeito à representação


pictórica da abobada celeste existe
apenas um elemento comum entre o
templo cristão e o templo maçônico,
que consiste na representação do
céu e do firmamento.
OS ELEMENTOS SIMBÓLICOS
DA ABÓBADA CELESTE
Cada astro e estrela, uniformemente dispostos na
abobada celeste, representam funções e possuem
valores místicos próprios, sendo que, no templo
destinado à pratica do R.:E.:A.:A.: encontramos 36 (trinta
e seis) astros, cuidadosamente escolhidos, colocados em
posição geométrica apropriada, os quais regem os
cargos em Loja.
OS ELEMENTOS SIMBÓLICOS
E OS CARGOS EM LOJA
É a luz do céu da Loja, representa o Ven:. M:.. Colocado
no oriente e no eixo da Loja. 
A Lua não tem luz própria, mas reflete a luz do Sol. Também
chamada de Selene, era filha de Hyperion e de Teia e irmã de
Hélios. Nas antigas Escolas de Mistérios sempre estava
representada. No Egito era a deusa Isis, na Síria era a deusa
Astaroth, na Grécia, Heate. Rege o Primeiro Vigilante. 
A Estrela Virtual ou Estrela Flamejante, colocada
sobre o Altar do 2º Vig∴ Representa o iniciado que
consegue integrar-se ao Universo.
É o sexto planeta e o segundo em tamanho, possui três anéis na
altura do Equador e mais quinze satélites, dos quais só nove
eram conhecidos na época em que os rituais foram escritos. Na
Loja, Saturno é representado com seus três anéis e seus nove
satélites, exatamente sobre o centro geométrico do ocidente.
Saturno rege a cadeia de união. Os seus três anéis representam
os Aprendizes, os Companheiros e os Mestres Maçons.
Os nove satélites representam os nove cargos Sefiróticos –
refere-se a árvore da vida (da cabala) assimilando a localização
dos cargos em loja: Venerável Mestre, Primeiro Vigilante,
Segundo Vigilante, Secretario, Orador, Tesoureiro, Chanceler,
Mestre de Cerimonias e Guarda do Templo. 
Símbolo da astúcia, protetor dos viajantes e dos
comerciantes. Identificado como Hermes dos gregos, era
filho de Maia e de Zeus (Júpiter) de quem recebeu o
encargo de mensageiro dos deuses. Carregava um
bastão com duas serpentes enroladas (Caduceu) símbolo
da paz, (Harmonia e Forças Opostas). É o menor e mais
rápido dos planetas, e também o primeiro e o mais
próximo do Sol e por isso representa o Primeiro Diácono.
Era considerado Zeus para os gregos. O maior planeta
do sistema solar era o guardião do Direito, o defensor do
Estado, protetor das fronteiras e do matrimônio. Júpiter é
o astro regente do ex-venerável e por isso fica no
Oriente.
É o segundo planeta e o mais próximo da Terra. Surge
sempre próximo à Lua (Primeiro Vigilante) e é o astro
regente do Segundo Diácono.

Conhecido ainda hoje como “Estrela Vésper”, a primeira


a aparecer no céu, Vênus era o “Mensageiro do Dia”,
anunciava a hora de começar e de encerrar o período de
trabalho.
VEJAMOS AS ESTRELAS REAIS
Estrela Alfa da constelação de Bootes (muito brilhantes).
Por sua posição junto à Ursa Maior é conhecida como a
"guardiã do Urso" e correspondente ao cargo de Orador,
guardião do Oriente. Sua posição é em cima da grade do
Oriente.
 
Estrela Alfa da constelação de Touro, as quais pertencem
as Plêiades e as Hyades. Na abóbada maçônica rege o
cargo do Tesoureiro.
 
É a estrela mais brilhante da constelação de Peixes
Austral, e é uma das 4 estrelas reais dos persas, junto
com Antares, Aldebaran e Régulus.  Fomalhaut é uma
palavra árabe que significa "a boca do peixe do sul", o
que se aplica ao cargo de Chanceler.
 
É a estrela mais brilhante na constelação de Leão. Na
Astrologia, Régulus sempre manteve posição de
comando. Ela dirige todos os trabalhos do paraíso. Foi
Nicolau Copérnico quem a batizou com o nome Régulus,
que significa "Regente". Correspondente ao cargo de
Mestre de Cerimônia.
Spica é a estrela alfa mais brilhante da constelação de
Virgem, uma das constelações mais importantes para
homem desde tempos remotos, e riquíssima em
significados em diversas culturas. É a estrela gerente do
cargo de Secretário.
É uma estrela supergigante vermelha na constelação de
Scorpius. Durante muitos séculos, a maior estrela
conhecida. Às vezes confundida com Marte, razão do
grego chama-la de “O Rival de Marte”. Tanto Antares
como Marte, são vermelhas e, ocasionalmente, aparecem
próximas. Por essa razão, Antares é conhecida como o
astro regente do Guarda do Templo.
 
Existem, ainda, representadas na Abobada Celeste do
Templo Maçônico, quatro grupos de estrelas
pertencentes a quatro constelações, sendo elas: 
 
Conhecidas popularmente por “Três Marias” ou “Três
Reis Magos”. Na Maçonaria, Órion pode ser associado
ao avental com as três estrelas do cinto representando
a abeta e as quatro externas representando o retângulo
do avental.
No teto do T∴, são representadas as três estrelas, pois
lembram a idade do Apr∴ M∴, que ainda não tem o
domínio do espírito sobre a matéria. A respeito da
imagem do avental, mais uma coincidência, pois, na
tradição árabe mais antiga, Órion era chamado de “a
ovelha de cinto branco” e o avental do Apr∴ é feito de
pele branca de carneiro com um cinto. Portanto, as três
estrelas de Órion, são as regentes dos AApr∴ MM∴.
É o notável grupo de cinco estrelas formando a ponta de
uma flecha na constelação de Touro. As Híadas são as
regentes dos Companheiros.
 
É um outro grupo de estrelas da mesma constelação de
Touro. São também conhecidas como “As Sete Irmãs”.
Elas regem os Maçons, a paz, plêiade de homens justos.
 
É considerada a constelação mais antiga. No teto da Loja são
Representadas as sete estrelas mais importantes que formam a
“Charrua (semelhante ao arado) ”. A última estrela da cauda da Ursa
Maior é ALKAID, também conhecida como BENETNASCH; ambos os
nomes fazem parte da frase árabe “QUAID AL BANAT AD NASCH”, que
significa “A Chefe dos Filhos do Ataúde”. Este nome provém da
concepção árabe mais antiga, que representava a Ursa Maior como
um caixão e três “carpideiras (Mulheres a quem se pagava para chorar
nos funerais)”.
Esta interpretação interessa à Maçonaria, pois a representação egípcia
coincidia com a arábica, de um sarcófago (de Osíris) e sua viúva (Ísis)
e o filho da viúva (Hórus) em procissão fúnebre. A Constelação da
Ursa Maior é a regente dos Past-Masters, pois as quatro estrelas da
cauda formam o chamado “arco real”, atributo dos Mestres Instalados.
Mestres Instalados.

São todos os Mestres que já foram instalados como Venerável Mestre,


incluindo o atual

Past Masters referem-se aos Ex Veneráveis Mestres

Past Masters e Mestres Instalados não são sinônimos


Ao todo até aqui citamos 35 astros da ABÓBADA
CELESTE DO TEMPLO MAÇÔNICO, ressaltando que
havíamos comentado anteriormente da existência de 36
astros. Então temos a ausência de um astro.

QUAL?
Ressaltamos a ausência do Planeta Marte, o qual para os
gregos era o deus da guerra e, como tal, não poderia
figurar entre aqueles que buscam a paz e a harmonia
universal, por isso foi para o átrio, o reino profano dos
tumultos e das lutas. 
Por essa interpretação, Marte tem a incumbência de
“cobrir o Templo”, sendo o astro do Cobridor Externo,
enquanto, do lado de dentro do Templo foi colocado
Antares, do Cobridor Interno, para garantir a fronteira
entre o mundo iniciático e o profano.
CONCLUSÃO
Posso concluir afirmando que, a origem de nosso Rito nos leva às
belezas vislumbradas e estudadas pelos nossos valorosos irmãos que
nos antecederam e a eles devemos nosso respeito e gratidão. Assim,
a Abóbada Celeste existente nos Templos Maçônicos preparado para a
prática do R∴E∴A∴A∴, se caracteriza numa gigantesca e inesgotável
fonte de pesquisas e estudos, razão de nos levar as mais brilhantes
viagens mentais, ou mesmo, de forma simples, vibrarmos unidos em
contemplação do belo firmamento a nos elevar espiritualmente.
Não podemos nos esquecer também que os rituais dos Graus
Simbólicos apenas fazem algumas (poucas) citações a respeito do
assunto, o que gera dúvidas e críticas, pois devemos saber de que
tudo que há dentro de um Templo, tem uma razão de ser e um
simbolismo próprio, além das opiniões dos IIr∴ que se dedicam ao
estudo de nossa Sublime Ordem.
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS
Rituais de Graus Simbólicos

Internet - árias consultas

Revista A Verdade – A Abobada Celeste - GLESP

Mago da Franco-Maçonaria -T. Churton – Madras

Maçonaria e Astrologia – José Castelani

História da Astrologia – Serge Hutin

Sociedades Secretas – A. Tenório de Albuquerque.  

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