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Planejamento e Controle da Produção

Teoria e Prática

Previsão da Demanda
Capítulo 2
Prof. Dalvio Ferrari Tubino, Dr.
tubino@deps.ufsc.br
www.deps.ufsc.br/lssp
Fluxo de Informações e PCP
Marketing Planejamento Estratégico da
Produção
Previsão de Plano de
Vendas Produção
Pedidos em

Acompanhamento e Controle da Produção


Carteira
Planejamento-mestre da Avaliação de Desempenho
Produção
Plano-mestre
Engenharia de Produção
Estrutura do
Produto
Roteiro de Programação da Produção
Fabricação Administração dos Estoques
Seqüenciamento
Emissão e Liberação

Compras Ordens de Ordens de Ordens de


Compras Fabricação Montagem
Pedidos de
Compras

Fornecedores Estoques Fabricação e Montagem

Clientes

2 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Previsão da Demanda

 As previsões têm uma função muito importante


nos processos de planejamento dos sistemas de
produção, pois permite que os administradores
destes sistemas antevejam o futuro e planejem
adequadamente suas ações

 São usadas pelo PCP em dois momentos distintos


 para planejar o sistema produtivo
 para planejar o uso deste sistema produtivo

3 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Previsão da Demanda
 A responsabilidade pela preparação da previsão
da demanda normalmente é do setor de Marketing
ou Vendas. Porém, existem dois bons motivos
para que o pessoal do PCP entenda como esta
atividade é realizada:

 A previsão da demanda é a principal informação


empregada pelo PCP na elaboração de suas atividades

 Em empresas de pequeno e médio porte cabe ao


pessoal do PCP (geralmente o mesmo de Vendas)
elaborar estas previsões

4 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Previsão da Demanda

 A previsão da demanda dos produtos não é uma


ciência exata, envolve uma boa dose de
experiência e julgamento pessoal do planejador –
sujeita a erros

 Será sempre mais vantajoso basear os planos de


longo e de médio prazo em informações
confiáveis, vindo diretamente dos clientes
parceiros, do que fazer previsões sujeita a erros
(manufatura enxuta)

5 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


6
nitoração
Obtenção
Seleção
do dasda
Modelo Coleta
Técnica Objetivo
e Análise
Previsões de Previsão do Modelo
dos Dados

Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Modelo de Previsão da Demanda
Objetivo do Modelo
 Consiste em definir a razão pela qual se necessita
de previsões
 Que produto (ou famílias de produtos) será previsto, com
que grau de acuracidade e detalhe a previsão trabalhará,
e que recursos estarão disponíveis para esta previsão
 A sofisticação e o detalhamento do modelo dependem da
importância relativa do produto (ou família de produtos) a
ser previsto e do horizonte ao qual a previsão se destina
 Itens pouco significativos podem ser previstos com maior margem
de erro, empregando-se técnicas simples, assim como se admite
margem de erro maior para previsões de longo prazo,
empregando-se dados agregados de famílias de produtos

7 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Coleta e Análise de Dados
 Alguns cuidados básicos devem ser tomados na
coleta e análise dos dados, dentre eles os seguintes
 Quanto mais dados históricos forem coletados e analisados, mais
confiável a técnica de previsão será
 Os dados devem buscar a caracterização da demanda pelos produtos
da empresa, que não é necessariamente igual as vendas passadas,
pois podem ter ocorrido falta de produtos, postergando as entregas ou
deixando de atendê-las
 Variações extraordinárias da demanda, decorrentes de promoções
especiais, por exemplo, devem ser analisadas e substituídas por
valores médios, compatíveis com o comportamento normal da
demanda

8 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Coleta e Análise de Dados
 O tamanho do período de consolidação dos dados
(semanal, mensal, trimestral, anual, etc.) tem influência
direta na escolha da técnica de previsão mais adequada,
assim como na análise das variações extraordinárias

1.200
1.000
800
600
400
200
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

A (mensal) B (trimestral)
azonalidade

média

9 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Seleção da Técnica de Previsão
 Uma vez coletados e analisados os dados
passados, pode-se decidir pela técnica de
previsão mais apropriada
 Existem técnicas qualitativas e quantitativas
 Cada uma tendo o seu campo de ação e sua
aplicabilidade
 Não existe uma técnica que seja adequada a todas as
situações

10 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Seleção da Técnica de Previsão
 Fatores que merecem destaque na escolha da técnica
de previsão são
 Custo e acuracidade
 Disponibilidade de dados históricos
 Experiência passada com a aplicação de determinada
técnica
 Disponibilidade de tempo para coletar, analisar e preparar os
dados e a previsão
 Período de planejamento para o qual se necessita da
previsão

11 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Obtenção das Previsões e Monitoração
do Modelo
 Com a definição da técnica de previsão e a aplicação dos
dados passados para obtenção dos parâmetros
necessários, pode-se obter as projeções futuras da
demanda
 Quanto maior for o horizonte pretendido, menor a

confiabilidade na demanda prevista

12 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Obtenção das Previsões e Monitoração
do Modelo
 À medida que as previsões forem sendo alcançadas
pela demanda real, deve-se monitorar a extensão do
erro entre a demanda real e a prevista para verificar
se a técnica e os parâmetros empregados ainda são
válidos
 Em situações normais, um ajuste nos parâmetros

do modelo
 Em situações críticas, um estudo desde o primeiro

passo

13 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Técnicas de Previsão

 A definição da técnica de previsão que melhor se


adapte a uma situação específica é apenas um dos
passos do modelo de previsão, porém, sem dúvida, o
mais importante

 Existe uma série de técnicas disponíveis, com


diferenças substanciais entre elas

14 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Técnicas de Previsão
 As características gerais presentes em todas as
técnicas de previsão, que são
 Supõe-se que as causas que influenciaram a
demanda passada continuarão a agir no futuro
 As previsões não são perfeitas, pois não se é capaz
de prever todas as variações aleatórias que
ocorrerão
 A acuracidade das previsões diminui com o aumento
do período de tempo auscultado
 A previsão para grupos de produtos é mais precisa
do que para os produtos individualmente, visto que
no grupo os erros individuais de previsão se
minimizam

15 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Técnicas de previsão

 As técnicas de previsão podem ser subdivididas


em dois grandes grupos:
 As técnicas qualitativas: privilegiam principalmente
dados subjetivos, os quais são difíceis de representar
numericamente
 Baseadas na opinião de especialistas

 As técnicas quantitativas: envolvem a análise numérica


dos dados passados, isentando-se de opiniões
pessoais ou palpites.
 Séries Temporais

 Correlações

16 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Previsões: Séries Temporais
Tendência
70
60 Sazonalidade
50
Demanda

40
30
20 Variação irregular
10 Variação randôm ica
0
Jan. Fev. Mar. Abr. Mai. Jun. Jul. Ago. Set. Out. Nov. Dez.

 A demanda futura será uma projeção dos valores


passados, não sofrendo influência de outras
variáveis

17 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Previsão da Média
4.500

4.000
Demanda (kg)

3.500

3.000

2.500

2.000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Períodos (meses)

 Média móvel:
móvel usa dados de um número
predeterminado de períodos para gerar sua previsão
 Média exponencial móvel: o peso de cada observação
decresce no tempo em progressão geométrica, ou de
forma exponencial

18 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Média Móvel

∑D
i =1
i
Mm n =
n

19 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Média Móvel
4.500

4.000
Demanda (kg)

3.500

3.000

2.500 D.Real Mm3 Mm6 Mm12

2.000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Períodos (meses)

 Vantagem: simplicidade operacional e facilidade de entendimento


 Desvantagem: armazenar um grande número de dados
 Utilização: para produtos não muito relevantes e demandas estáveis

20 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Média Exponencial Móvel
M t = M t −1 + α ( Dt −1 − M t −1 )

21 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Média Exponencial Móvel
4.500

4.000
Demanda (kg)

3.500

3.000

2.500 D.Real Μα = 0,10 Μα = 0,50 Μα = 0,80

2.000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Períodos (meses)

 Cada nova previsão é obtida com base na previsão


anterior, acrescida do erro cometido na previsão anterior,
corrigido por um coeficiente de ponderação.

22 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Previsão da Tendência
4.500
4.000
Demanda (kg)

3.500
3.000
2.500
2.000
1.500
1.000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Períodos (meses)

 Equação linear para a tendência


 Ajustamento exponencial para a tendência
23 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática
Equação Linear

Y = a + bX

b=
n ( ∑ XY ) − ( ∑ X )( ∑ Y )
n( ∑ X ) − ( ∑ X )
2 2

∑ Y − b( ∑ X )
a=

935 - 75,2870 X
n

24 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Equação Linear

4.500
4.000
3.500
Demanda (kg)

3.000
2.500
2.000 D.Real D.Prev
1.500
1.000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

5,2870 . 25 = 2.053 kg
Períodos (meses)

R2 (coeficiente de determinação)
5,2870 X

25 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Ajustamento Exponencial

Pt +1 = M t + Tt
M t = Pt + α 1 ( Dt − Pt )

Tt = Tt −1 + α 2 ( ( Pt − Pt −1 ) − Tt −1 )

 Chamado também de duplo ajustamento


 Quando a demanda apresenta tendência, o emprego da média
exponencial móvel simples demorará a reagir a esta tendência.
O duplo ajustamento corrige mais rapidamente

26 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Ajustamento Exponencial

27 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Ajustamento Exponencial

4.500
4.000
3.500
Demanda (kg)

3.000
2.500
2.000 D.Real D.Prev
1.500
1.000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Períodos (meses)

28 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Previsão da Sazonalidade
10.000
9.000
8.000 D.Real 1 D.Real 2
Demanda (kg)

7.000
6.000
5.000
4.000
3.000
2.000
1.000
0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Períodos (meses)

 Sazonalidade Simples (D. Real 1 – ciclo 9 per.)


 Sazonalidade com Tendência (D. Real 2 – ciclo 6 per.)

Inicialmente, tem que se identificar o ciclo de sazonalidade

29 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Sazonalidade Simples

 Calcular o Índice de
Sazonalidade,
dividindo-se o valor
da demanda no
período pela média
móvel centrada

IS1 = (1,1942 + 1,2320)/2


nesse período
 O período
empregado para o
cálculo da média
móvel é o ciclo da
sazonalidade.

30 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Sazonalidade Simples

 Aplicar o índice de
sazonalidade do
período em cima da
demanda média
(média das médias
móveis centradas)

Período D.
1
31 2
Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática
Sazonalidade Simples

4.000
Demanda (kg)

3.000

2.000

D.Prev D.Real
1.000
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Períodos (meses)

32 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Sazonalidade com Tendência

 Obter os índices de sazonalidade através da média móvel centrada

33 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Sazonalidade com Tendência

 retirar o
componente de
sazonalidade da
série de dados
históricos,
dividindo-os
pelos
correspondentes
índices de
sazonalidade

34 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Sazonalidade com Tendência
10.000

8.000
Demanda (kg)

6.000

4.000
y = 286,35x + 1108,3
2.000 R2 = 0,9955

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24

Períodos (meses)

286,35 X + 1.108,3
 Com esses dados, desenvolver uma equação que represente o
componente de tendência

35 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Sazonalidade com Tendência

 Com a equação da
tendência fazer a
previsão da
demanda e
multiplicá-la pelo
índice de
sazonalidade

36 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Sazonalidade com Tendência

10.000

8.000
Demanda (kg)

6.000

4.000

2.000 D.Real D.Prev

0
1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
Períodos (meses)

37 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Previsão Baseada em Correlações

Correlação dos
Y
Y = a + bX

quadrados
mínimos
correlação entre duas variáveis
Pode-se medir a existência de
β

de
correlação de Pearson (r)
através do coeficiente
∑ ⇒ mínimo
β 2

Y = a + bX
n( ∑ XY ) − ( ∑ X )( ∑ Y ) Y − b( ∑ X )
b= a=

n( ∑ X ) − ( ∑ X )
2 2
n
38 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática
39
,99 x 143.100)] / 13 = 1.757

0) – (143.100 x 450.710)] / [(13 x 1.663.370.000)


143.100 x 143.100)] = 2.99

Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática

57 + 2,99 X
Previsão Baseada em Correlações
Previsão Baseada em Correlações
50.000

s de 13.750, a demanda prevista de refeições é


45.000
Y = 1.757 x 2,99 X
Vendas por Casa

40.000

Correlação Linear
35.000

30.000

25.000

20.000
5.000 7.000 9.000 11.000 13.000 15.000 17.000

Núm ero de Alunos

2,99 x 13.750 = 42.869 refeições


Y = 1.757 + 2,99 X

de:

40 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


41
MAD =
omo monitorar?
 Objetivos


acumulado
ErroVerificar que deve tender
a acuracidade dos valores
a zero previsto

D
Gráfico de controle de 4 MAD
 Identificar, isolar e corrigir variações anorm

atual

n
 Permitir a escolha de técnicas, ou parâmetr
eficientes
Manutenção e Monitoração

− D prevista

Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Manutenção e Monitoração

42 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Manutenção e Monitoração
500
400
300

dos
200
100
Erro (kg)

dimensionamento
0
-100 1 2 3 4 5 6 7 8 9 10 11 12 13 14 15 16 17 18 19 20 21 22 23 24
-200
-300
-400
-500

kg
Períodos (meses)

113 x 4 =e452
de segurança do sistema de PCP
MAD
irá de4base para=o planejamento

43 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Manutenção e Monitoração
 De uma forma geral, uma série de fatores pode afetar o
desempenho de um modelo de previsão:
 a técnica de previsão pode estar sendo usada incorretamente, ou
sendo mal interpretada;
 a técnica de previsão perdeu a validade devido à mudança em uma
variável importante, ou devido ao aparecimento de uma nova variável;
 variações irregulares na demanda podem ter acontecido em função de
greves, formação de estoques temporários, catástrofes naturais, etc.
 ações estratégicas da concorrência, afetando a demanda;
 variações aleatórias inerentes aos dados da demanda.

 Um modelo de previsão para a demanda funciona


adequadamente quando apenas os erros decorrentes de
variações aleatórias ocorrem. Quando outros tipos de erros
aparecem, eles devem ser investigados para identificar suas
causas e corrigir o problema.

44 Planejamento e Controle da Produção: Teoria e Prática


Planejamento e Controle da Produção
Teoria e Prática

Previsão da Demanda
Capítulo 2
Prof. Dalvio Ferrari Tubino, Dr.
tubino@deps.ufsc.br
www.deps.ufsc.br/lssp

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