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Tema IV

Pára-raios e Centelhadores
Agradecimento especial: Engº. Oscar Kastrup Filho (Consultor)
Prof. Manuel Martinez (UNIFEI)
SUBESTAÇÕES E EQUIPAMENTOS ELÉTRICOS DE EXTRA & ALTA TENSÃO
Pára-raios e Centelhadores

 Funções na Rede:

 SUBESTAÇÕES:
 Proteger os equipamentos e instalações contra as sobretensões
 Origem externa (descargas atmosféricas)
 Origem interna (surtos de manobra)

 LINHAS:
 Diminuir os índices de desligamentos por descargas atmosféricas e limitar as
sobretensões de manobra

 GERADORES:
 Cubículos de proteção contra surtos (pára-raios/isolação fase-terra +
capacitores/isolação entre espiras)

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 Localização nas Subestações e Linhas de Transmissão

 Vãos de linhas de  Vãos de  Eletricamente em paralelo com


transmissão: descargas transformadores e cadeias de isoladores das LTs
atmosféricas e surtos de reatores: isolamentos
manobra não-regenerativos

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 Localização nas Subestações e Linhas de Transmissão

 Vãos de bancos de capacitores: proteção dos


capacitores não autoprotegidos (função da potência
do banco) e dissipação de energia (nº de bancos -
manobras back-to-back)
 Pára-raios de bancos de capacitores instalados
em SEs já em operação (p.ex: com pára-raios
SIC): pára-raios de sacrifício

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 Função Principal: Limitar as Sobretensões Transitórias

kV
FRENTE DE
ONDA (kV/µs)
ABNT/IEC/ANSI
{ t1= 1,2µs
t2= 50µs
kV
ABNT/IEC

{ t1= 250µs
t2= 2500µs

{
Va
0,9Va
ANSI
t1= 250±50µs
Vmax
t22== 2500±1500µs
2500±500 µs

0,5Va
0,5Vmax
0,3Va

0
t1 µs t1 t2 µs
ZERO VIRTUAL
t2

IMPULSOS ATMOSFÉRICOS IMPULSOS DE MANOBRA

UP

t1 d
t2

L
s UP tensão de disparo ou nível de proteção
ia
s UT
d efeito distância (surtos atmosféricos) UT > Up
A

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 Função Principal: Limitar as Sobretensões Transitórias
 Margem de Segurança
Surto
de tensão UP

d UT

UT>UP IMPULSOS
MARGEM 25% → NBIA (BIL)
ATMOSFÉRICOS

UT=UP IMPULSOS DE
MARGEM 15% → NBIM (BSL)
MANOBRA

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 Evolução, Tipos e Detalhes Construtivos
 Centelhadores, primeiros dispositivos de proteção contra as sobretensões
(descargas atmosféricas)
 Pára-raios de SiC (Carbureto de Silício) e de ZnO (Óxido de Zinco)

SiC SiC ZnO I


Evolução dos dispositivos de proteção contra sobretensões Característica V x I de um pára-raios ideal

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 Dispositivos Auxiliares
 Dispositivo de alívio de pressão

ALÍVIO DA PRESSÃO

Operação de Alívio de Pressão

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 Atuação do dispositivo de alívio de pressão sem explosão de pára-
raios de banco de capacitores de 138 kV - SE Jacarepaguá

Abertura do pára-raios para inspeção (quebrando a porcelana)

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 Características Principais
 Tensão nominal (rating/rated voltage) – kV rms
 Critérios de escolha (sobretensões 60Hz)

V60Hz min 1,35 x Vrating


Pára-raios
SiC
Energia Estudos e Curvas fabricante

V60Hz Magnetudes e durações


Pára-raios
ZnO
Energia Estudos e Curvas fabricante

 Níveis de proteção para impulsos – kV crista: tensões de disparo (SiC) ou


tensões residuais (ZnO)
CAPACIDADE DE ABSORSÃO DE ENERGIA
SiC 1 – 5 kJ / kV rating (resistor SiC + gap)
ZnO 7 – 13 a 20 kJ / kV rating
Colunas em paralelo: maior capacidade de absorção de energia

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 Colunas em Paralelo:
maior capacidade de
absorção de energia

Pára-raios CA de 588 kV
(Tranquell da GE) do sistema
800 kV de Itaipu com 5 colunas
de pastilhas de ZnO em
paralelo

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 Pára-raios em Linhas de Transmissão

Pára-raios de LT

?
melhoram
• Em que torres
significativamente os • Posição em relação
índices de desligamentos às cadeias
CONSTATAÇÃO por descargas • Em que fases
PRÁTICA atmosféricas de linhas • LTs sem cabo
com blindagem guarda / com PRs -
ineficiente, ou com torres LTs
com altas resistências de • Energia
aterramento (ineficiência
dos cabos contrapesos)

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Fontes de dados de descargas atmosféricas
Mapas cerâunicos – NBR 5419/2005: Mapa Brasil

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Grade de densidade de descargas atmosféricas

1998 a 2009

Programa SINDESA: DAT/GAT-3

Ref: Apresentação eng. Carlos Campinho


(ONS)
Abril/2012

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Comparação Mapa de Densidade x Mapa NBR 5422 (modificado)

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Blindagem dos condutores pelos cabos pára-raios e do solo
[2]

[2]

r – striking distance (m)


A e b – constantes
I – corrente da descarga (kA)

[2] IEEE Std 1243/1997 – Guide for Improving the


Lightning Performance of Transmission Lines –
Transmission and Distribution Committee of the
IEEE Power Engineering Society – 26/06/1997.

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Distâncias fase-terra: condutor – estrutura e cadeia de isoladores
Condutor exposto Condutor eficazmente blindado

Dimensionamento ideal da blindagem:


1) Posicionar os cabos para-raios de forma a garantir o condutor eficazmente blindado para um
valor mínimo ou crítico de corrente de descarga (Ic) em kA;
2) Calcular a tensão crítica de descarga (CFO) pela expressão: (kV);
3) Corrigir o valor de CFO para as condições atmosféricas locais;
4) Verificar se U50% da cadeia de isoladores é igual ou superior ao valor de CFO corrigido;
5) Dimensionar o espaçamento fase-terra mínimo na estrutura pela expressão: (m);
Obs: Zo- impedância de onda própria da fase (Ω);
ka – fator de forma do eletrodo.

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Distâncias fase-terra: condutor – estrutura e cadeia de isoladores

Algumas constatações:

1) A blindagem eficaz dos condutores é mais difícil de ser atingida quanto menor for a
tensão nominal da LT;
V
2) A suportabilidade da LT no meio do vão costuma ser maior que junto das estruturas;

3) Normalmente se avalia a blindagem dos condutores para as cadeias de isoladores em


repouso ou com pequeno ângulo de balanço;

4) Dificilmente se consegue blindar eficazmente os condutores com apenas um cabo


pára-raios.

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Protótipo de um Sistema para Gerenciamento das Informações de
Descargas Atmosféricas
Backflashover x Resistência de aterramento das estruturas
Backflashover – Perda do isolamento na LT devido a uma descarga atmosférica nos
cabos para-raios ou na estrutura e a consequente elevação do potencial do solo. Não é
devido à descarga direta no condutor.

[7]

[8]

[7] Simplified Approach to Calculate the Back Flashover


[8] http://www.jspf.or.jp/journal/kaminari/02.html Voltage of Shielded H.V. Transmission Line Towers –
Ghada M. Amer.
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Protótipo de um Sistema para Gerenciamento das Informações
de Descargas Atmosféricas
Backflashover x Resistência de aterramento das estruturas
Soluções mais eficientes para melhoria do desempenho:
1- Baixar a resistência de aterramento das estruturas;
2- Aumentar o número de isoladores da cadeia;
3- Instalar para-raios de linha.

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 Pára-raios em Linhas de Transmissão: Descargas Indiretas “Backflashovers”
I I
QUEDA NO TOPO QUEDA NO CABO
DA TORRE GUARDA

VCG
CG
=Z00.I
VT
VT VT

VII
VT

VCG = tensão trafegante no cabo guarda


VI = tensão induzida no cabo condutor
VT = tensão de topo de torre RG VCADEIA = VCG - VI

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 Pára-raios em Linhas de Transmissão: EM QUE TORRES?

DESCARGAS ATMOSFÉRICAS
DESCARGAS ATMOSFÉRICAS

Rpé de torre = 20 a 300 ohms


Raterramento_SE = 1 ohm

CABO GUARDA

CONDUTOR
ALTA RESISTÊNCIA
DE ATERRAMENTO

ALTA RESISTÊNCIA
DE ATERRAMENTO
BAIXA RESISTÊNCIA
DE ATERRAMENTO

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 Pára-raios em Linhas de Transmissão: EM QUE FASES?
d
TORRES COM CONFIGURAÇÃO TRIANGULAR
DOS CONDUTORES

FASE “a”,”b” ou “c”?


a

b 138 kV – LTs SEM CABO GUARDA?


COM PRs - LTs

I VT
c

a VCC

ZG

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 Pára-raios em Linhas de Transmissão
HISTÓRICO / TIPOS CONEXÃO
CEMIG ELÉTRICAMENTE EM PARALELO COM
COM E SEM GAP
EXTERNO AS CADEIAS DE ISOLADORES
(POSIÇÃO EM RELAÇÃO ÀS CADEIAS?)

PÁRA-RAIOS
PÁRA-RAIOS
ISOLADORES ISOLADORES

CENTELHADOR
CONDUTOR

LINHA DESCONECTORA

PÁRA-RIOS

LINHA DESCONECTORA

PÁRA-RAIOS
PÁRA-RAIOS COM
COM GAP
GAP EXTERNO
EXTERNO PÁRA-RAIOS
PÁRA-RAIOS SEM
SEM GAP
GAP EXTERNO
EXTERNO

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 Pára-raios em Linhas de Transmissão

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27
 Torre de Circuito Duplo

28
 Torre de Circuito Simples

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 Centelhadores
 Histórico
 Funcionamento
 Influência no Índice de Desligamento das Linhas

Furnas - SE Cachoeira Paulista 138 kV

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CESP - SE SÃO CARLOS 138 kV
Acoplados aos TCs das entradas de linha

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 Ensaios Dielétricos e Arco de Potência

COPEL - SE Campo Comprido 230 kV

LACTEC

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Reportagem do Fantástico

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 Pára-raios Conectados à Rede Básica: Submódulo 23.2 – rev. 2.0
 7.6.1 Devem ser instalados pára-raios nas entradas de LT, nas conexões de
unidades transformadoras de potência, de reatores em derivação e de
bancos de capacitores não autoprotegidos.
 7.6.2 Os pára-raios devem ser do tipo estação, a óxido metálico, sem
centelhador.
 7.6.3 Para as conexões de LT em 230 kV pode ser proposto o uso de
centelhadores nas subestações terminais, desde que:
(a) Não exista e também não esteja prevista a instalação de bancos de capacitores
série, em derivação ou unidades FACTS.
(b) O proponente demonstre, por meio de estudos de coordenação de isolamento,
que os equipamentos da subestação são protegidos adequadamente, ou seja, os
equipamentos não são submetidos a riscos de falha superiores àqueles que utilizam
pára-raios a óxido metálico.

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