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Teoria da Política Monetária no

Modelo Monetarista
UNIDADE III

Item 8
Curva de Phillips com expectativas adaptativas
• Friedman se opunha a idéia do fiscalismo dos keynesianos.
• Para ele era possível reduzir a taxa de desemprego com políticas
monetárias expansionistas, mesmo que temporariamente.
• Sua abordagem apoiava-se nos preceitos da:
• Taxa natural de desemprego,
• Curva de Phillips, e nas
• Expectativas adaptativas
Curva de Phillips com expectativas adaptativas
• TAXA NATURAL DE DESEMPREGO
• A hipótese da taxa natural de desemprego é o ponto de partida para
a construção da teoria política monetária fridemaniana.
• Quando uma economia está em repouso, sua taxa corrente de
desemprego é igual a taxa natural.
• O termo natural foi usado, por Friedman, no sentido de separar as
causas de natureza estrutural e institucional das causas
intervencionistas-monetárias.
Curva de Phillips com expectativas adaptativas
• TAXA NATURAL DE DESEMPREGO
• Logo, taxa natural de desemprego é aquela taxa que incorpora as
características estruturais e institucionais do mercado de trabalho e
do mercado de bens, tais como:
• Tecnologia
• As imperfeições;
• As variações sazonais na demanda e na oferta;
• O custo e o tempo de coletar informações sobre vagas disponíveis;
• Etc.
Curva de Phillips com expectativas adaptativas
• TAXA NATURAL DE DESEMPREGO
• Quando uma economia possui uma taxa de desemprego igual à taxa
natural, somente vigoram o desemprego friccional e o desemprego
voluntário.
• Tanto para Friedman quanto para os novos-clássicos, a taxa natural de
desemprego não é imutável. Tanto as características estruturais
quanto institucionais podem se modificar ao longo do tempo.
• Segundo a abordagem monetarista, a taxa corrente de desemprego
corresponde a taxa natural de desemprego quando o conjunto de
trabalhadores (empregados ou não) está obtendo satisfação plena.
Curva de Phillips com expectativas adaptativas
• TAXA NATURAL DE DESEMPREGO

A hipótese de taxa natural pode ser


resumida na noção de que existe um
único ponto de desemprego
(friccional e voluntário) de equilíbrio
na economia em que os agentes têm
suas preferências satisfeitas.
Curva de Phillips com Expectativas Adaptativas
• No modelo monetarista os trabalhadores formam expectativas de
preços utilizando-se exclusivamente de informações sobre o passado:

• A expectativa de inflação no período “t ” é exatamente a inflação do


período imediatamente anterior.
• O agente forma suas expectativas de inflação com base na expectativa
do ano anterior e no erro que cometeu, isto é, faz uma média
ponderada entre o período anterior e a inflação efetiva nesse período.
Curva de Phillips com Expectativas Adaptativas
• Partindo de uma situação de equilíbrio (estoque de moeda mantido
constante por vários períodos), uma expansão monetária provocará
uma redução da taxa corrente de desemprego em relação a taxa
natural, se as expectativas são formuladas tal como na equação
Curva de Phillips com Expectativas Adaptativas
Empresários oferecem salário nominal Trabalhadores pensarão que um salário
Expansão
mais elevado aos trabalhadores nominal mais elevado representa um
Monetária
voluntariamente desempregados salário REAL mais elevado
Taxa corrente
de Expectativas dos trabalhadores de que não
Alguns trabalhadores aceitarão
desemprego haverá inflação porque os preços eram
trabalhar pelo novo salário esperado
torna-se constantes no passado
menor do que
a taxa natural Salário NOMINAL mais elevado não
corresponde a um salário REAL mais Alguns trabalhadores continuarão considerando
elevado porque os preços também que o salário real esperado não proporcionará
aumentarão em função do aumento do mais satisfação que as horas de lazer.
estoque de moeda.

ILUSÃO Com fim da ilusão monetária os trabalhadores retornam ao desemprego voluntário que lhes
MONETÁRIA proporciona maior satisfação.
Curva de Phillips com Expectativas Adaptativas
• A curva de Phillips indica que quando maior for a decepção de expectativas,
maior será a diferença entre a taxa corrente e a taxa natural de desemprego.
Trabalhadores subestimam a inflação futura em razão de uma política
monetária expansionista, o desemprego reduz.
Taxa corrente de desemprego (Ut) < Taxa Natural de Desemprego (Un)

Sem decepção das expectativas


Situação de equilíbrio
Inflação esperada = inflação efetiva
Inflação presente = inflação passada

Curva de Phillps versão Friedman


A curva de Phillips aceleracionista
• A política monetária pode aumentar a taxa de inflação e reduzir o
desemprego.
• Contudo, ao desfazer a ilusão monetária os trabalhadores iludidos
voltam a condição inicial de desempregados voluntariamente, onde
sua satisfação é maximizada. Logo, o equilíbrio é estável.
• Para que o desemprego permaneça abaixo da taxa natural é
necessário que os trabalhadores sejam iludidos permanentemente.
• Assim, é necessário que seja implementada uma política de aumento
constante das variações positivas do estoque de moeda.
A curva de Phillips aceleracionista
• Isso faz com que a inflação presente seja sempre maior que a inflação passada
e a taxa corrente de desemprego permanecerá em nível inferior a taxa
natural.
Ponto B: expansão monetária provoca uma taxa de inflação superior a
inflação esperada em que a taxa corrente de desemprego é ainda menor
que a taxa natural e a taxa de inflação efetiva e P’>Pe’=0

Ponto C: os trabalhadores percebem que a variação de


preços superou as expectativas, saindo de B para C.
Em “C” a Taxa Corrente de Desemprego será
normalmente igual a Taxa Natural de Desemprego

Ponto A: a inflação efetiva confirma as expectativas


e a Taxa Corrente de Desemprego é igual a Taxa de
Desemprego Natural.
A curva de Phillips aceleracionista
• Para manter a taxa de desemprego em seu nível natural, uma política
monetária de características expansionista, porque é necessário que
uma inflação superior a ocorra.
• Ressalta-se que : (F) (E) (D)

• Se uma política que torne a inflação crescente é implementada diante


da situação expectacional do ponto D a economia se deslocaria de D
para F e não de D para E.
A curva de Phillips aceleracionista
• Assim, para que a taxa corrente de desemprego (U*) seja mantida é
necessário que os trabalhadores sejam, de forma permanente,
iludidos.
• Para tanto, o governo deveria ampliar a variação do estoque de
moeda que realizou no período anterior.
• Sendo assim, as expectativas dos trabalhadores subestimariam a
inflação futura e o desemprego permaneceria abaixo da taxa natural.
Friedman e o ativismo monetário
• Pelo fato da política monetária ser eficaz apenas durante os períodos
de ilusão diz-se que ela é eficiente apenas no curto prazo.
• No longo prazo, seria neutra, somente alteraria o valor nominal das
variáveis preços, salários e outras.
• O Bacen deveria manter os trabalhadores em permanente estado de
ilusão monetária.
• Dado que no modelo fridmaniano os agentes formam expectativas do
tipo adaptativas. Isso só seria possível se a inflação fosse crescente.
Friedman e o ativismo monetário
• O monetarismo identificou dois tipos de defasagens na condução de
política monetária que formam a base de outros de seus argumentos
contrários à sua utilização:
• Defasagem Interna – intervalo de tempo entre o choque econômico
(aumento do desemprego) e ação das autoridades monetárias para conter os
distúrbios;
• Defasagem Externa – decorrente do intervalo que ocorre entre a
implementação da medida e seus efeitos sobre a economia;
• Tais defasagens podem transformar a política monetária em uma
fonte desestabilizadora.
Friedman e o ativismo monetário
• Seu receituário é uma meta de inflação publicamente pré-anunciada.
• Isso porque seria melhor ter uma taxa fixa, que reproduziria, segundo
Friedman, uma inflação ou uma deflação moderada desde que
fossem constantes, do que sofrer perturbações amplas e irregulares,
que são uma decorrência inevitável do discricionarismo monetário.
Os custos da desinflação e a Taxa de Sacrifício
• O dilema enfrentado é que quando maior a contração monetária
visando uma redução drástica da inflação, maior será o desemprego
corrente em relação ao desemprego expresso pela taxa natural.
• Se as autoridades monetárias desejarem combater a inflação com
menores custos sociais, terão que reduzir a inflação gradualmente.
• Ressalta-se que inúmeras políticas poderiam ser apresentadas,
inclusive aquelas que tivessem como consequência uma redução de
salários nominais e preços, pois é plena a possibilidade dessas
variáveis que permitem que tais políticas sejam bem sucedidas.
Os custos da desinflação e a taxa de sacrifício
1º CASO – POLÍTICA DE REDUÇÃO DRÁSTICA DE INFLAÇÃO EM CURTO ESPAÇO DE TEMPO

Ponto inicial da economia com taxa de inflação P’’’ e com taxa de desemprego
coincidindo com a Taxa Natural de Desemprego (Un)

Para eliminar a inflação, as autoridades terão que estancar integralmente a


variação do estoque de moeda que causa variação do nível de preços P’’’.

Fazendo isso os salários nominais não poderão ser


reajustados o que será interpretado pelos
trabalhadores como uma redução dos salários reais, já
que suas expectativas são P’’’>0.

Isso provocará uma redução da oferta de trabalho e um


aumento do desemprego, que terá uma taxa “B” que é muito
maior que o desemprego natural (Un)
Os custos da desinflação e a taxa de sacrifício
2º CASO – POLÍTICA DE REDUÇÃO GRADUAL DA INFLAÇÃO DE UM PERÍODO PARA O OUTRO

Ponto inicial da economia com taxa de inflação P’’’ e com taxa de desemprego
coincidindo com a Taxa Natural de Desemprego (Un)

Ao reduzir o estoque monetário, imediatamente, de um período em


relação ao outro (de P’’’ para P’’) a economia se deslocará inicialmente
para o ponte C’ onde o desemprego resultante dessa política terá taxa
D que é maior que a taxa natural (mas é inferior a B).
Posteriormente a economia se deslocará do ponto C’
para o ponto C

Se as autoridades desejarem eliminar a inflação, terão que estancar


integralmente a variação do estoque de moeda que causa a variação do
nível de preços P’’.
Os custos da desinflação e a taxa de sacrifício
• Isso sendo feito, os salários nominais não poderão sofrer qualquer
reajuste.
• Esta variação nula dos salários nominais será interpretada pelos
trabalhadores como uma redução dos salários reais, já que suas
expectativas são
• Isso provocará uma redução da oferta de trabalho e um aumento do
desemprego, que reforçará à taxa D.
• Finalmente a economia se deslocará para o ponte E de equilíbrio
ótimo, com o desemprego coincidindo com o desemprego natural e
em que a taxa de inflação é zero.
Os custos da desinflação e a taxa de sacrifício
• Contudo, a transição da economia que segue a sequência de pontos
A-C’-C-D-E consome um tempo muito superior à sequência A-B-E.
• Esse é o dilema que as autoridades monetárias têm que enfrentar: se
desejam eliminar rapidamente a inflação, causarão um enorme
desemprego; inversamente, se não desejam criar um elevado
desemprego terão que aceitar a cura da inflação em tempo maior.
• Do que foi visto até o momento, pode-se escrever a seguinte
equação:
Os custos da desinflação e a taxa de sacrifício
• TAXA DE SACRIFÍCIO – TS

• Sempre que a Taxa de Sacrifício (TS) for igual a α as expectativas são


do tipo adaptativas.
Referência
• CARVALHO, F. K. C.; et al. Economia Monetária e Financeira: teoria e
política. Rio de Janeiro: Elsevier, 2007. Cap.9.
• FROYEN, R.T. Macroeconomia. São Paulo: Saraiva, 2006. Cap.9 e 10.

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