Psicologia júridica

Escolha e Formulação de Quesitos e

Perturbações da personalidade

Elaborado por Tânia Barros

Psicologia Forense
I Capítulo

Escolha e Formulação de Quesitos

O que são quesitos

São perguntas formuladas pelo juiz para

esclarecimento técnico e delimitação do campo da
perícia. Shine, 1991
Escolha dos quesitos

A escolha dos quesitos vão depender da demanda que

se nos apresenta e da necessidade jurídica que se
impõe.
Tipos de quesitos
Quesitos iniciais - aqueles que são elaborados na fase
inicial do processo ou seja na fase de instrução processual
pelo juiz.

Quesitos suplementares - produzidos durante a

diligência pericial, durante a elaboração laudo pericial
do psicólogo.

Quesitos de esclarecimentos - quesitos que servem para

esclarecer alguma questão que as partes queiram da
parte do perito.
 QUESITOS PRIMÁRIOS
Memória Futura

 Veracidade e da credibilidade do relato

Avaliação do desenvolvimento global do menor
Sintomatologia e dinâmicas traumáticas
 QUESITOS PRIMÁRIOS
Alienação Parental

Veracidade e da credibilidade do relato

 Competências parentais
Interação da criança com os Progenitores
Percepção da Criança sobre a situação
Síndrome de Alienação Parental
Ajustamento familiar
 QUESITOS PRIMÁRIOS
Violência doméstica

Impacto da Violência para a vítima e os para os

familiares (filhos uterinos, filhos adoptivos ou outros);
Risco de reincidência;
Sintomatologia;

Relativamente aos menores

Nível de desenvolvimento global do(s) menor (es);

Saúde Mental;
 QUESITOS PRIMÁRIOS
Guarda, Fuga ou Prestação Alimentícia

Percepção da Criança
Desenvolvimento global e relação com genitores
Há negligência ?
Impacto da Negligência?
Competências e responsabilidades parentais
 QUESITOS PRIMÁRIOS
Abuso Sexual

Veracida e Credibilidade do relato

Sintomatologia e Consequências
Como a criança reage ao sofrimento causado pela
situação de abuso.
Nexo de causalidade (entre o seu perfil e o acto
criminal)
II Capítulo

Perturbações da personalidade
 Personalidade

Personalidade - Personalidade é o conjunto de

características psicológicas que determinam os
padrões de pensar, sentir e agir, ou seja, a
individualidade pessoal e social de alguém.
Perturbação /Transtorno de
Personalidade

A Perturbação da personalidade – è um padrão

persistente de experiência interna e
comportamento que se desvia acentuadamente da
cultura daquele indivíduo é difuso ou inflexível
que começa na adolescência ou início da vida
adulta, é estável ao longo do tempo e leva a
sofrimento ou prejuízo.
 Explicação
Persistente - não é algo que vá e volta, simples se
mantém.
Experiência interna - não é o que a pessoa sente mas
também o que ela faz.
Difuso – não é apenas num aspecto da sua vida mas
em todos os contextos da sua vida.
Inflexível – rígido
Estável ao longo do tempo - não muda
Factores que podem influenciar no
transtorno da personalidade

São vários os fatores que podem influenciar a

personalidade de um indivíduo, nomeadamente as
experiências, o meio ambiente e características
hereditárias.
 Tipo de comprometendo resultantes desse tipo de transtorno de
personalidade.

Processos mentais - Cognição (da percepção e

interpetração).
Comportamento/personalidade - Afecto (afecto
alterado ou comprometido)
Personalidade/comportamento- Funcionamento
interpessoal - conjugal, profissional, de pares ou
social.

Personalidade - Controlo dos impulsos

impulsividade.
Perturbações da Personalidade

Existem diversas perturbações da personalidade, que

podem ser dividas em três grupos distintos.
Perturbações da Personalidade
A - O primeiro grupo inclui as perturbações da
Personalidade paranoide, esquizoide e esquizotípica
– estes são considerados esquisitos ou excêntricos.

B - Personalidade antissocial, borderline, histriónica

e narcisista – são tidos como pessoas dramáticas,
emotivas e erráticas.

C- Personalidade evitativa, dependente e obsessivo-

compulsiva – são pessoas ansiosas e receosas.
 Grupo A
Paranoíde – desconfiança e supersticioso , rancorosa.

Esquizoíde - não deseja conviver com ninguém, indiferente

aos elogios, ausência de prazer no convívio).

Esquizotípico - desconfiança, pensamento mágico e

superticioso, distorção cognitiva (discurso e pensamento
estranho (metafórico ou elaborado), embotamento afectivo.
 Grupo B
Antissocial - desconsideração e desrespeito em relação aos direitos
dos outros, as regras e as normas sociais ou legais, tem tendência para
mentira compulsiva, impulsiva, agressiva, irresponsável e não tem remorso
ou culpa.

Borderline - Instável (relações interpessoais e identidade), problemas com

a autoimagem, impulsiva, automutilação, autoditrutivos e suicidas, raiva e
sentimento de vazio.

Histriónico – Necessidade de atenção, teatral, comportamento

inadequado ou provocativo, necessidades de atenção, labilidade emocional,
busca por muita expressão da emoção e atenção .

Narcisismo – grandiosidade, necessidade admiração para alimentar o

seu ego e sensível a crítica e acha que merece sempre mais do que os outros,
invejoso.
 Grupo C
Evitativo - inadequação social, inibição social, tem um
sentimento de hipersensibilidade a crítica, reservado nas
relações íntimas.

Dependente - necessidade excessiva de ser cuidado,

sentimento de inadequação social não consegue tomar decisões,
incapacidade de assumir responsabilidades, dificuldades em iniciar
projectos, submissa , temor de separação.

Obssessivo – compulsivo – preocupação, excessiva com a

organização e perfeccionismo, dedicada ao trabalho,
excessivamente escrupuloso e inflexível em relação a sua
moralidade (100 porcento correcta), não consegue trabalhar com
outras pessoas e teimoso.
Bibliografia
MATOS Marlene, GONÇALVES A. Rui, MACHADO Carla;
Manual de Psicologia Forense: contextos práticos e
desafios, Psiquilíbrios Edições, 2011.
LIMA Ponciano D. Alltiere, I Curso de Psicologia Jurídica
em Angola, Vetor,2017
LOPES, E. Mira Y. Manual de Psicologia Jurídica. São
Paulo: LZN, 2005. RIGONATTI, Sérgio Paulo. Temas em
Psiquiatria Forense e Psicologia Jurídica. São Paulo:
Vetor, 2003.
SERAFIM, António de Pádua (org.). Temas de Psiquiatria
Forense e Psicologia Jurídica II. São Paulo: Vetor, 2006.
TRABALHO PARA AVALIAÇÃO
1- De acordo com o modelo de Laudo Pericial, elabore
um laudo, tendo como demanda avaliação do
transtorno da personalidade antissocial.

2- Mencione a diferença entre Avaliação, Laudo e Perícia

psicológica
Obs: tenha em conta todos os elementos para
elaboração de um Laudo Pericial Psicológico..
Fiedler, Peter (1998): Persönlichkeitsstörungen. In:
Hans Reinecker (Hrsg.) Lehrbuch der Klinischen
Psychologie. Göttingen: Hogrefe.
 Carvalho, Lucas Francisco,(2008) Construção e
validação do inventário dos transtornos de
personalidade. Dissertação sobre Transtorno da
Personalidade.