Você está na página 1de 11

Culturas nativas

sul-americanas
América do Sul: culturas antes de 1500
Cenário histórico
Na América do Sul, as primeiras sociedades
hierarquizadas que ergueram construções
monumentais floresceram em torno de 2500 a.C. no
noroeste do continente, onde fica o atual Peru. A
região andina foi habitada por diferentes povos,
como os paracas, os mochicas, os nascas, entre
outros.
Por volta de 1200, os incas dominaram toda a
costa oeste do continente. Muitos povos, se
estabeleceram na região amazônica e produziram
sofisticada cultura material, entre eles a civilização
tapajônica e os marajoaras. Entretanto, todos os
povos que viviam na América do Sul tiveram sua
existência profundamente modificada a partir de
1500, com a chegada dos europeus ao continente.
Caral, ou berço da civilização mais antigo da América

Na costa do atual Peru, 200 km ao norte de Lima, foram encontradas as ruínas do


que se imagina ser a cidade mais antiga das Américas. O sítio arqueológico de
Caral apresenta uma arquitetura monumental que foi datada de
aproximadamente 2500 a.C., mesma época em que foram erguidas as pirâmides
de Gizé, no Egito.
Pirâmide do Anfiteatro, Caral, Peru. 2500 a.C.

Pouco se sabe sobre o povo que construiu este imponente anfiteatro. Nas escavações da Cidade
Sagrada de Caral, como ficou conhecido este sítio arqueológico, foram encontradas 32 flautas de
ossos de animais, sugerindo que a música teria grande importância nos rituais religiosos. A
civilização que viveu em Caral não produzia cerâmica, mas já cultivava algodão, que era trocado
por produtos de outros grupos que viviam na costa e na cordilheira.
Paracas Este manto utiliza um padrão característico da cultura
paraca, com repetição exata da mesma figura (neste
Dentre os povos que viveram na costa peruana, em caso, beija-flores), com variações de cor e tamanho.
épocas mais recentes, estão os paracas, os nascas e os
mochicas. Os paracas, que habitaram a costa sul entre
800 a.C. e 100 d.C., distinguiram-se por sua habilidade
na tecelagem. Cultivavam algodão e domesticaram a
lhama, animal que produz boa lã. Finos tecidos
bordados com lã colorida resultavam em composições
de até 22 cores. Para os paracas os tecidos significavam
prestígio e riqueza. Em alguns sepultamentos foram
encontrados corpos envoltos em até 200 tecidos.
Borda de um manto paraca, séculos VI-III a.C.
Nascas

A cultura nasca floresceu entre 300 a.C. e 700 d.C. Além dos tecidos, os artesãos nascas
produziram uma cerâmica multicolorida bastante distinta das peças feitas até então.
Misturavam pigmentos minerais à argila de modo a criar uma superfície lisa, sobre a qual
representavam animais, plantas, cenas cotidianas e cerimônias rituais. Na região em que
viveram os nascas, foram descobertos imensos desenhos geométricos e zoomórficos. Tais
desenhos, conhecidos como geoglifos, chegam a ter 300 metros de comprimento, de modo
que a única forma de observá-los é sobrevoando-os.
https://www.youtube.com/watch?v=TBzoEUuGjcU&ab_channel=CanalImagens
Mochicas
Enquanto os nascas habitavam a costa sul do atual Peru, os
mochicas se desenvolveram na costa norte. Entre o início da
era cristã e o ano 700, os mochicas criaram o primeiro Estado
da região com poder centralizado. Construíram um sistema de
canais para irrigação e um centro cerimonial às margens do
rio Moche, onde foram encontradas duas pirâmides de adobe,
uma dedicada ao Sol e outra à Lua. Além de excepcionais
produtores de cerâmica, os mochicas eram também bons
ferreiros, tendo inovado a tecnologia metalúrgica com o uso
de cobre para a fabricação de ornamentos, armas e Alguns vasos feitos pelos mochicas retratam
tridimensionalmente e com grande realismo
ferramentas. a figura humana. Havia também vasos
decorados com pinturas descrevendo cenas
de sexo, caça, combate e rituais de sacrifício,
https://www.youtube.com/watch?v=No-s_ry-2Z4&ab_channel=MuseoLarco nos quais os guerreiros-sacerdotes bebiam o
sangue de prisioneiros sacrificados.
Os incas
Quando os espanhóis
chegaram ao Peru, em
1532, encontraram uma
organização política que
se estendia por um vasto
território, compreendendo
os atuais Equador, Peru,
Bolívia e o norte do Chile As muralhas de Sacsayhuamán, erguidas pelos incas em Cuzco. Foto de 2008.
e da Argentina. Os líderes
supremos desse enorme Sacsayhuamán é uma fortaleza nas cercanias de Cuzco. Símbolo do
poder dos incas, foi destruída pelos espanhóis, que usaram parte de suas
território eram os incas,
pedras para erguer novos edifícios. Excelentes construtores, os incas
palavra que significa
criaram um método que permitia, mesmo sem nenhum tipo de
‘filhos do Sol’. argamassa, encaixar pedras irregulares com tanta precisão que suas
construções resistiam aos terremotos, frequentes na região.
https://www.youtube.com/watch?v=m1o6DBRPq80&ab_channel=Nerdologia
O centro do poder era a
cidade de Cuzco, nas
montanhas, de onde
partiam mais de 30 mil
quilômetros de caminhos
ligando as quatro regiões
do império, habitadas por
quase 200 diferentes etnias.

Machu Picchu é a única cidade inca que não foi destruída pelos espanhóis. Situada no topo de uma íngreme
montanha, a cidade é um exemplo do planejamento urbano e arquitetura incas. Edificações de pedra se
distribuem em terraços em torno de uma praça central. Na encosta da montanha, plataformas mais estreitas
serviam à agricultura.
Os povos amazônicos
No atual estado do Pará, os arqueólogos encontraram vestígios de grupos
humanos que por volta de 6000 a.C. já produziam cerâmica, embora tivessem um
modo de vida apenas parcialmente sedentário. Não se sabe se esses habitantes
praticavam algum tipo de agricultura, mas a planta mais importante para sua
alimentação era a mandioca.
Uma vez iniciado o cultivo da mandioca, estabeleceu-se um modo de vida
que, de maneira geral, é praticado até hoje pelos grupos indígenas da região.
Características culturais dos povos indígenas
no Brasil
Ritos, pintura e cestaria
Mais de trezentos povos indígenas vivem hoje no Brasil. As culturas
desses diferentes grupos, que falam cerca de 180 línguas e dialetos, são
muito diversas e variadas. Cada grupo tem seus próprios mitos,
costumes e rituais de interação com suas divindades, transmitidos de
geração em geração. Muitos rituais celebram as passagens da infância
para vida adulta, e desta para a morte. As celebrações envolvem, em
geral, preparação de comida, bebida, confecção de artefatos, cantos e
danças rituais

Você também pode gostar