Você está na página 1de 20

COMUNICAÇÃO EM

SAÚDE
Prof Maria Cecília Santos
Palavras e gestos são ações
comunicativas, assim como as
páginas de um livro, as folhas
de jornais, o som de receptor
de rádio e as imagens de
televisão.
Comunicação é convivência. Está
na raiz de comunidade.
Agrupamento caracterizado por
forte coesão, baseada no consenso
espontâneo dos indivíduos.
"O grande objetivo da comunicação é
o entendimento entre os homens.
Para que exista entendimento, é
necessário que os indivíduos que se
comunicam se compreendam
mutuamente." (PENTEADO, 2012)
 Linguagem verbal e não verbal

Linguagem verbal
Ocorre quando usamos a escrita ou a fala.
Um grupo de pessoas com interesses comuns
que se reúnem para trocar informações.
Linguagem não verbal

Compreende o uso de símbolos,


imagens, cores, postura corporal,
gestos, a arte, a música, a fotografia,
entre outras, e tem também por
objetivo transmitir determinada
informação.
Ressaltamos que uma
linguagem complementa a
outra, sendo ambas
determinantes na relação
interpessoal dos indivíduos.
(ZIMMERMANN, 2016)
DIFICULDADES NA COMUNICAÇÃO
As maiores dificuldades são decorrentes de linguagens e
níveis de conhecimentos diferentes, nem sempre
compartilhados entre os envolvidos, limitações orgânicas do
receptor ou emissor (afasias, déficit auditivo, déficit visual),
imposição de valores e influência de mecanismos
inconscientes. Acrescenta-se a esses fatores, as diferenças
socioculturais e a fase de desenvolvimento cognitivo e
intelectual dos diversos atores sociais que influenciam a
comunicação. (CORIOLANO-MARINUS et al., 2014).
Independentemente da sua área de atuação, o
profissional nutricionista é constantemente
desafiado pela sua aptidão de comunicação, sendo
essencial quando se trabalha na área do
comportamento humano.

Logo, é primordial diferenciar informação de


comunicação para determinar ações e estratégias
em educação alimentar.
Para que haja comunicação é indispensável haver um emissor (quem envia a mensagem),
um receptor (quem recebe a mensagem) e a existência de uma mensagem.

Por isso, o emissor deve trabalhá-la muito bem e conhecer exatamente o tipo de mensagem que
deseja transmitir.

É essencial que o emissor compreenda o que espera que seu receptor receba como mensagem e
gerencie o tipo de informação publicada, bem como as características do receptor e sua
capacidade de recepção, tais como compreensão, disponibilidade emocional, cultura, situação
econômica etc.

Para que a mensagem chegue de fato até o receptor, é necessário um meio de comunicação
eficaz, podendo ser a fala, a escrita, a imagem ou o corpo. Esses meios de comunicação podem
ser conduzidos de forma direta por meio de instrumentos de comunicação de massa, tais como
rádio, televisão, cinema, revistas e jornais eletrônicos ou não, redes sociais, entre outros.

Porém, independentemente do meio de comunicação que será utilizado, podem


surgir ruídos entre o emissor e o receptor, interferindo e dificultando a emissão e recepção da
mensagem.
Se transferirmos essa teoria, da maneira
bem simples como foi apresentada, para a
prática do profissional nutricionista,
podemos denominar os envolvidos
(receptor e emissor) e identificar suas
características na comunicação, bem como
determinar os objetivos da comunicação, o
conteúdo e o tipo de mensagem a ser
transmitida, limitando assim os ruídos
potenciais.
EMISSOR

Podemos considerar como emissor os especialistas e profissionais da área de alimentação e


nutrição; os profissionais das áreas de saúde; os profissionais da área da educação; ou seja,
todos aqueles que, em virtude da sua prática profissional, são conduzidos ou “forçados” a
falar de alimentos, alimentação e nutrição; os agentes de saúde; os leigos etc.

O emissor não é necessariamente um especialista em alimentação e nutrição, e aí está toda


a complicação e riqueza da comunicação nessa área. Com o intuito de diminuir os ruídos da
comunicação, os profissionais especialistas, além de se posicionarem como emissores,
devem também se posicionar como mediadores, colocando-se entre o emissor e o receptor.

Esse mediador pode trabalhar a mensagem emitida ou prepará-la, facilitando, desse modo,
a compreensão do emissor. Nos dois casos é fundamental elaborar a mensagem em função
dos objetivos de comunicação (que devem estar bem definidos) e do conhecimento
profundo do receptor.
Receptor
O receptor, na área que nos interessa, é toda e qualquer pessoa que deve receber,
assimilar e, sobretudo, compreender uma mensagem. Por isso, é imprescindível e de
extrema importância conhecer o máximo possível o indivíduo ou grupo de pessoas que
deve ou necessita compreender e assimilar a mensagem.

O pior e mais comum erro cometido em algumas áreas da saúde, embora estejamos
evoluindo neste contexto, ainda acontece muito na área da nutrição. Trata-se do fato
de considerar o receptor pronto, apto e receptivo às mensagens, somente porque, de
modo injusto, decidimos que ele deve receber mensagens.

Ora, mesmo que o receptor esteja apto e motivado para recebê-las, é extremamente
importante saber quem é essa pessoa, o que ela pode e deve saber e compreender
sobre determinado assunto e, principalmente, como deve ser feita a abordagem para
que ela seja sensível à informação recebida que será decodificada em mensagem.
Muitas vezes, decidimos que a melhor maneira de
resolver alguns problemas é pela abordagem
cognitiva; porém, na maioria dos casos, essa
abordagem é ineficaz.

Por isso, a maioria dos programas de alimentação e


nutrição que investem somas exorbitantes na
comunicação não funciona.
Mensagem
A mensagem não é aquilo que se fala ou transmite de maneira inteligível,
mas sim o que desejamos que o receptor capte. Sob esse ponto de vista, ela
não precisa ser explícita. A mensagem deve ser simples e curta.
Embora uma consulta dure em torno de 45min a 1h, devemos esperar que
apenas uma mensagem seja emitida por encontro. Isso não quer dizer que
não haverá nada a dizer ou escutar, mas que, de tudo o que falamos e
ouvimos, se uma única mensagem for veiculada e bem recebida, nossa
comunicação obteve sucesso.
A dificuldade dos profissionais especialistas é selecionar, dentre tudo o que
sabem, um único elemento para ser comunicado. Isso porque temos sempre
a ansiedade de querer falar tudo de uma vez e por completo. No entanto,
não podemos cair nessa armadilha.
As pessoas vivem muito bem sem todos
os conhecimentos que temos; elas
comem por diversas razões e não
somente por terem conhecimento.
Devemos selecionar mensagens
importantes e transmiti-las uma a uma.
Esse processo é mais lento, porém mais
eficaz e eficiente.
Elementos básicos da comunicação humana
Conheceremos os elementos básicos da comunicação humana (PENTEADO, 2012):
Um estímulo interno ou externo provoca uma reação, que é a de comunicar-me.
Traduzo em palavras a ideia (o conteúdo, o referente) e, por associação, interpreto-a, organizando
as palavras em uma frase-mensagem.
Seleciono o meio mais adequado à movimentação de minha mensagem rumo ao receptor.
Emito a mensagem pelo meio selecionado.
Coloco essa mensagem num código que possa ser devidamente apreendido por meu destinatário.
A mensagem caminha e chega ao receptor.
O receptor recebe a mensagem, procurando interpretar o significado.
O receptor compreende a mensagem, decifrando os símbolos, em termos de sua própria
interpretação.
A reação do receptor, após a sua interpretação, é transportada como nova mensagem, de volta à
minha pessoa.
 Interpreto a reação do receptor e avalio se o significado que recebi é o mesmo significado que
enviei.
Coincidindo os dois significados, o meu e o do receptor, completa-se pela compreensão mútua o
circuito da Comunicação.
Dez dicas para um processo de comunicação efetivo na educação em
saúde

1- Perceber que a educação em saúde tem como objetivo a compreensão partilhada entre o
profissional de saúde e o público alvo, sendo uma via de mão dupla entre o emissor e o receptor. Além
disso, devemos compreender que nem todos que escutarem a mensagem vão compreender de forma
correta.

2- Conhecer o público alvo, compreendendo suas características biológicas, sociais e emocionais, a fim
de desenvolver materiais de acordo com suas necessidades.

3- Envolver o público-alvo no processo para que tenha uma participação ativa, pois, quando os
indivíduos participam do desenvolvimento e teste de estratégias de comunicação, os resultados tendem
a ser mais eficazes. Pedir um feedback sobre todo o conteúdo da mensagem, bem como do formato do
material desenvolvido (cores, tamanho) até a escolha das palavras.

4- Avaliar se o público alvo possui a capacidade de abstração e é capaz de aplicar e utilizar as


informações na prática. Não investigar somente a habilidade de leitura, pois é importante que os
participantes sejam capazes de explicar com suas próprias palavras a mensagem transmitida pelo
profissional (teach-back).

5- Evitar o uso de mais de três ou quatro mensagens ao mesmo tempo, utilizar uma linguagem clara e
objetiva, transmitir ações específicas e manter a simplicidade na comunicação.
6- Disponibilizar fontes e materiais para aprendizado extra, assim aqueles que
desejam aprofundar-se sobre o assunto poderão buscar informações confiáveis.

7- Ampliar parcerias com profissionais que conhecem sua audiência, tais como
educadores e jornalistas, pois estes poderão ajudá-lo a difundir sua mensagem.

8- Levar em consideração a cultura e a linguagem do público, lembrando que as


pessoas não necessariamente conhecem os jargões da sua área, e que a cultura
influencia o modo como as pessoas se comunicam, compreendem e respondem a
informações sobre saúde.

9- Avaliar seu ambiente, verificando a facilidade de acesso e uso de seus


serviços, programas e materiais.

10- Incluir o desenvolvimento de habilidades de comunicação como meta,


participando de cursos e treinamentos sobre a importância e implicações da
educação em saúde e envolvendo seus colegas nessas atividades.
ATIVIDADE
Independentemente da sua área de atuação, o profissional nutricionista é
constantemente desafiado pela sua aptidão de comunicação, sendo essencial quando
se trabalha na área do comportamento humano. Logo, é primordial diferenciar
informação de comunicação para determinar ações e estratégias em educação
alimentar. Para que haja comunicação é indispensável haver:

 a) Um preceptor (quem envia a mensagem), um receptor (quem recebe a


mensagem) e a existência de uma técnica.
 b) Um emissor (quem envia a mensagem), um técnico (quem recebe a mensagem)
e a existência de uma mensagem.
 c) Um facilitador (quem envia a mensagem), um receptor (quem recebe a
mensagem) e a existência de uma metodologia.
 d) Um emissor (quem envia a mensagem), um receptor (quem recebe a
mensagem) e a existência de uma mensagem.
 e) Um ouvinte (quem envia a mensagem), um emitente (quem recebe a
mensagem) e a existência de uma mensagem.

Você também pode gostar