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DIABETES MELLITUS

Curso: Técnico de Enfermagem


Município: Feijó-Ac
FISIOPATOLOGIA
O DM pode ser causado por dois mecanismos principais: deficiência
na produção ou ação da insulina, sendo classificado em dois grupos
principais de acordo com a causa, o tipo 1 e o tipo 2, respectivamente.

 DM tipo 1
No DM tipo 1, a deficiência na produção da insulina possui dois
mecanismos já estabelecidos:
Autoimune (1A): Possui autoanticorpos (Anti-Ilhota, anti-GAD,
anti-IA-2) identificados como marcadores da doença autoimune, que
muitas vezes aparecem nos exames antes mesmo das manifestações
clínicas.
Idiopática (1B): Não possui marcadores de doença autoimune, não
sendo identificada a sua causa.
Ambos levam a destruição gradual das células β pancreáticas.
 No DM tipo 2, há resistência à insulina nas células, que gera
um aumento da demanda de síntese da insulina na tentativa de
compensar o déficit em sua ação. Inicialmente, por conta disso,
há um hiperinsulinismo, sendo representada clinicamente pela
acantose.
A manutenção deste quadro, causa uma exaustão das células β
pancreáticas, explicando parcialmente o déficit na secreção da
insulina nestes pacientes, quando a doença já está avançada.
O hipoinsulinismo relativo, devido a produção insuficiente para
a alta demanda sistêmica, não consegue manter os níveis
glicêmicos normais e, portanto, há uma hiperglicemia
persistente.
Outras causas de hipoinsulinismo são descritas, sendo elas
a hipossensibilidade das células β pancreáticas à glicose,
devido há baixa expressão do GLUT2 e deficiência de
incretinas, sendo a causa de ambas ainda desconhecida.
EPIDEMIOLOGIA DO DIABETES
O diabete é comum e de incidência crescente. Estimase que em 1995, atingia
4,0% da população adulta mundial, e que em 2025, alcançará a cifra de
5,4% . A maior parte desse aumento se dará em países em
desenvolvimento ,acentuando- se nesses países o padrão de concentração de
casos na faixa etária de 45 á 64 anos . No Brasil ,no final da década de 1980
estimou-se que o diabetes ocorria em cerca de 8% da população ,de 30 á 69
anos de idade, residentes em áreas metropolitanas brasileiras.
Essa prevalência variava de 3% a 17% entre as faixas de 30 a 30 anos e 60 a
69 anos. A prevalência da glicose diminuída era igualmente de 8% ,variando
de 6 a 11% entre as mesmas faixas etárias. Hoje estima-se 11% da população
igual ou superior a 40 anos, o que representa cerca de 5 milhões e meio de
portadores (população estimada IBGE 2025). O diabete apresenta alta
morbimortalidade ,com perda importante na qualidade de vida. É uma das
principais causas da mortalidade : insuficiência renal , amputação de
membros inferiores, cegueira e doença cardiovascular.
O diabetes acarreta támbem outros custos associados a dor, ansiedades
,inconveniência e menor qualidade de vida que afeta doentes e suas famílias.
Representa támbem carga adicional à sociedade, em decorrência da perda de
produtividade no trabalho, aposentadoria precoce e mortalidade prematura .
DIAGNÓSTICO
 O diagnóstico da diabetes mellitus e feito através da dosagem
da glicose em jejum, podendo ser necessária uma dosagem
para a confirmação, a critério do médico.
 Quando em duas dosagens,os níveis obtidos na dosagem da
glicose em jejum não esclarecem o diagnostico, o médico
poderá solicitar o teste Oral de tolerância a glicose
(TOTG),que consiste em fazer uma sobrecarga da glicose
através da ingestão de um líquido bastante açucarado para
avaliar o quanto a glicose sanguínea se elevara. Nesse caso,
além de uma primeira coleta em jejum, haverá outras duas
horas após ou conforme determina o medico .
 OBS: em gravidas, esse teste pode ser realizado de formas
alternativas, com quantidades diferentes de açúcar na
solução e com tempos diferentes de coleta após a ingestão
de solução.
DIAGNÓSTICO
TRATAMENTO DIABETES

 TIPO 1 • O tratamento consiste no uso de insulina.•


controle estrito dos níveis de açúcar na
alimentação.• manter estilo de vida saudável, com
exercícios físicos incluídos.• Fumantes são
estimulados a deixar o vício.• As bebidas alcoólicas
devem ser ingeridas com moderação.• Na dieta,
uma ótima medida é priorizar os alimentos
integrais, ricos em fibra.• os doces não são
proibidos, porém vale a máxima da moderação.•
Verificar as taxas de açúcar no sangue
diariamente. • Acompanhamento médico.
DIABETES TIPO 2

Tudo começa com a recomendação de um estilo de


vida saudável incluindo exercícios físicos.
 Redução da massa corporal.

 Dieta.

 Medição da Glicemia.

 Fumantes são orientados a deixar o vicio.


Consumo de bebidas de forma moderada assim
como de doces também.
 Uso de medicamentos.

 Acompanhamento médico.
SINAIS E SINTOMAS

 Os sintomas da diabetes podem variar de acordo com o tipo da


doença, porém de forma geral os primeiros sinais e sintomas da
diabetes são:
 Fome freqüente;
 Sede constante;
 Vontade de urinar diversas vezes ao dia;
 Perda de peso;
 Fraqueza;
 Fadiga;
 Mudanças de humor;
 Náusea e vômito.
A diabetes do tipo 1 está relacionada com fatores genéticos
e imunológicos, sendo os primeiros sintomas percebidos
ainda durante a infância e a adolescência. Já a diabetes do
tipo 2 está normalmente relacionada com os hábitos da
pessoa, sendo os sintomas percebidos à medida que a
quantidade de glicose aumenta no sangue e a produção de
insulina não é suficiente.
Assim que surgirem os primeiros sinais e sintomas de
diabetes é recomendado que a pessoa vá ao clínico geral,
pediatra ou endocrinologista para que sejam feitos exames
com o objetivo de diagnosticar a doença. A melhor forma de
diagnosticar a diabetes é por meio de exames de sangue
que avaliam a quantidade de açúcar circulante, como a
avaliação da glicose em jejum, hemoglobina glicada e o
TOTG, por exemplo.
 Primeiros sintomas da diabetes
 Os primeiros sinais e sintomas que podem surgir e ser indicativos de
diabetes são:
 Cansaço frequente, falta de energia para brincar, muito sono, preguiça;

 A criança pode comer bem, mas mesmo assim começar a emagrecer de


forma repentina;
 A criança pode acordar para fazer xixi à noite ou voltar a fazer xixi na
cama;
 Muita sede, mesmo nos dias mais frios, mas a boca permanece seca;

 Apresenta irritabilidade ou falta de disposição para realizar as atividades


do dia-a-dia, além de diminuição do rendimento escolar;
 Muita fome;

 Formigamento ou câimbras nos membros;

 Dificuldade para cicatrizar feridas;

 Infecções fúngicas de repetição;

 Escurecimento das dobras, principalmente pescoço e axila.


É comum que a diabetes tipo 2 permaneça silenciosa por 10 a 15 anos,
podendo nesse período a glicose em jejum permanecer normal, por
exemplo. Assim, quem tem casos de diabetes na família, é sedentário
ou está acima do peso, precisa ser monitorado periodicamente para
avaliar os níveis de glicose por meio do exame da glicemia em jejum,
exame da picada do dedo e hemoglobina glicada, por exemplo
CUIDADOS DE ENFERMAGEM
 O Diabetes Mellitus é uma patologia que modifica os hábitos de
vida de um indivíduo e consequentemente lhe aumenta os riscos
de várias complicações, tanto agudas quanto crônicas. As
complicações do Diabetes têm uma repercussão na qualidade de
vida do paciente, uma vez que suas consequências podem ser
devastadoras, como são os casos das perdas de visão,
amputações e insuficiência renal. Desta forma, é correto afirmar
que a prevenção é o melhor caminho para que as pessoas não
venham a adquirir diabetes e, se diagnosticadas com a doença,
possam evitar ao máximo a ocorrência de complicações.A
enfermagem tem papel fundamental na prestação da informação
ao paciente frente às medidas preventivas, tanto envolvendo as
ações de prevenção primária, que incluem mudanças no estilo de
vida da população saudável e ações de prevenção secundária,
que abarcam a incorporação do tratamento diante do diabetes, e
nos casos de complicações decorrentes do diabetes o paciente é
assistido em sua reabilitação social, física e emocional.
Então, é possível citar como as principais ações de enfermagem no tratamento do
paciente diabético, as seguintes:

• Orientar e educar a população saudável a manter hábitos de vida que diminuam o risco
de adquirir o Diabetes Tipo II, como por exemplo, manutenção de uma dieta adequada,
realização de exercícios físicos, parar de fumar, realização de exames periódicos;

• Orientar o paciente portador do Diabetes de qualquer tipo a manter os hábitos de vida


saudáveis citados no item anterior como forma de diminuir a ocorrência de
complicações advindas de um tratamento diabético ineficaz;

• Orientar o paciente diabético tipo 2 quanto à realização de vacinação contra a


Influenza, já que o índice de mortalidade é aumentado mediante esse vírus nos
portadores de diabetes;

• Monitorar o paciente e educar quanto ao tratamento farmacológico prescrito pelo


médico. Identificar primeiramente a clareza do paciente para realizar o tratamento
domiciliar, usar mecanismos para que o paciente não esqueça os horários das
medicações e explicar a ele sobre reações e atitudes frente ao uso de hipoglicemiantes;
• Educar e monitorar o paciente em uso de insulinoterapia, demonstrar a aplicação da
insulina, fornecer esquema de rodízio ao paciente, instruir sobre como se faz a
aspiração das unidades de insulina e mesmo as complicações que podem ocorrer nos
locais onde se aplica insulina, bem como o armazenamento, conservação e transporte.
Fornecer informações sobre o uso dos instrumentos existentes para uso da insulina;

• Orientar o paciente a realizar a automonitorização e ensiná-lo a manusear o material e


equipamento utilizado para tal, nos casos em que o paciente não tem condições de
realizar em casa e necessita, deve ser orientado a comparecer ao posto de saúde;

• Monitorar a participação dos pacientes nas consultas médicas conforme a


preconização do médico de retorno ao consultório, realização de exames e participação
nos grupos de diabéticos;

• Participar de campanhas de rastreamento de casos de pacientes diabéticos e realizar


os encaminhamentos necessários;

• Prestar cuidados de enfermagem ao paciente diabético hospitalizado, monitorar


frequentemente a glicemia capilar (principalmente nos casos de estresse extremo,
como por exemplo, nos pré e pós-operatórios), coletar dados do paciente sobre o
esquema terapêutico que utiliza em domicílio e sempre registrar informações no
prontuário. Assistir o paciente e monitorizar níveis de hipoglicemia nos pacientes
hospitalizados e administrar medicações conforme a prescrição médica. Seguir ações
de enfermagem específicas em cada complicação conforme citado no módulo;
• Interagir com a família do diabético para que a mesma compreenda certas
manifestações do paciente e a correlação com a doença, tornando-se a
família incentivadora do tratamento;

• Questionar sempre ao paciente sobre questões que podem envolver sinais


de complicações da doença;

• Promover ao máximo o autocuidado eficiente;• Incentivar o paciente a


manter uma boa higiene bucal e relatar quaisquer casos de hemorragias,
edemas ou dores na gengiva;

• Manter uma boa higiene e cuidados com a pele, orientar o paciente para que
realize em casa e nos casos de pacientes hospitalizados realizar os
cuidados;• Instruir o paciente para que seja menos exposto possível a
situações de estresse;

• Auxiliar o paciente a manter níveis adequados de glicemia como forma de


proporcionar uma melhor qualidade de vida;

• Participar da prestação do cuidado aos pacientes que tiveram complicações


e interagir em sua reabilitação familiar e social.

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