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Núcleo de Enfermeiros & Estudantes De Medicina

CURSO PRÁTICO DE CAPACITAÇÃO EM ENFERMAGEM

SINAIS VITAIS

PROF. Assunção De Liz


Técn. Enfª Céd.nº 14483
e Estdt. M.D nº44133
OBJECTIVOS

GERAL.
 1-Executar todas as normas obedecendo princípios
científicos, técnicos de enfermagem necessárias ao
cuidado no centro de saúde, posto de saúde, hospital, na
família e comunidade.
OBJECTIVOS ESPECIFICOS:
 Ser capaz de aferir os sinais vitais e as suas alterações e
fornecer uma assistência adequada aos pacientes.
DEFINIÇÃO: SINAIS VITAIS

Sinal:

Vida-Morte

Saúde-Doença

São sinais que indicam o funcionamento e as alterações da


função corporal , indicam a ausência ou presença de vida

São indicadores do funcionamento fisiológico básico, ou seja, o


estado de equilíbrio térmico, endócrino, circulatório e respiratório,
tais como: temperatura, pulso, respiração e pressão arterial.
MOMENTOS EM QUE OS SINAIS VITAIS
DEVEM SER VERIFICADOS

 1-Sempre que o paciente se levantar


 2-Antes, durante e apos a administração de medicamentos que
alteram os sinais vitais.
 3- Antes, durante e após uma hemotransfusão e soroterapia
 4-sempre que o paciente sentir-se estranho.
 5-Sempre que a dor do paciente aumentar
CLASSIFICAÇÃO

 Existem quatro sinais vitais básicos  na maioria das


situações médicas, havendo discussão sobre a inclusão
da dor como o quinto sinal vital
CLASSIFICAÇÃO

1-TEMPERATURA CORPORAL

2-PULSO  (OU FREQUÊNCIA CARDÍACA)

3-PRESSÃO ARTERIAL

4-FREQUÊNCIA RESPIRATÓRIA

5-DOR
OBJETIVOS:

 Auxiliar no diagnóstico e tratamento de doenças.


 Acompanhar a evolução da doença.
MATERIAL:

 Esfigmomanómetro e estetoscópio
 Termômetro

 Relógio com ponteiros de segundos

 Canetas

 Recipiente para lixo (frasco de soro vazio cortado)

 Recipiente com bolas de algodão

 Almotolia com álcool a 70%

 Bloco de anotação.
1-TEMPERATURA CORPORAL

 A temperatura corporal esta direitamente relacionada com a


atividade metabólica, ou seja, a energia liberada pelas reações
químicas que ocorrem nas células
FATORES QUE ALTERAM A
TEMPERATURA

Fisiologicos:
 Sono e repouso: nestas condições o metabolismo é
menor e também a temperatura corporal.
 Idade: a taxa metabólica do recém-nascido é bem mais
elevada do que das pessoas de idade mais avançada.
 Exercícios: o trabalho muscular eleva a temperatura.
CONT.

 Banhos e temperaturas muito quentes ou frias podem


provocar alterações transitórias da temperatura.
 Agasalhos: provocam menor dissipação de calor e,
portanto, contribuem para o aumento de calor.
 Fator alimentar: há alteração transitória na temperatura
corporal relacionada com a ingestão de alimentos e
bebidas muito quentes e frias.
CONT.

 Emoções: o estresse aumenta a atividade metabólica, e


consequentemente, a temperatura.
 Fator hormonal: o ciclo menstrual na fase de ovulação,
eleva a temperatura
 Em jovens observam-se níveis de hormônios de
crescimento aumentados que provocam aumento da taxa
metabólica.
CONT.

Patologicos:
 A desnutrição: indivíduos desnutridos geralmente
apresentam temperatura mais baixa, devida a falta de
nutrientes para o metabolismo celular.
CLASSIFICAÇÃO E VALORES NORMAIS

 Axilar - 35,5 a 37,0ºC


 Bucal - 36,0 a 37,4ºC
 Rectal - 36,0 a 37,5 º
TERMINOLOGIA:

 HIPOTERMIA: é o termo usado em temperatura abaixo do valor


normal. Caracteriza-se por pele e extremidades frias, cianoses e
tremores.
 HIPERTERMIA: aumento da temperatura corporal. É uma
condição em que verifica: pele quente e seca; sede, secura na
boca, calafrios, dores musculares generalizadas, sensação de
fraqueza, taquicardia, taquipneia, cefaleia, delírios e ate
convulsões.
VALORES DA TAX:

 Hiperpirexia: (risco de convulsão) acima de 40ºC


 Normotermia: Termo usado em temperaturas que estão
nos valores normais.
TEMPERATURA ORAL

  Antes de verificar certificar-se de que o paciente não ingeriu


alimentos quentes ou gelados, não mascou chicletes nem fumou
nos últimos 30 minutos.
 Colocar o bulbo do termômetro sob a língua do
paciente e solicitar que feche a boca aguardar 3 a 5 minuto.
TEMPERATURA AXILAR

 Contra indicação:
 Queimaduras de tórax;
 Furúnculos axilares;
 e fraturas de membros superiores.
TEMPERATURA RETAL

 Antes de verificar, identificar a embalagem do termômetro


com adesivo (temperatura retal);
 Colocar o protetor descartável no termômetro, lubrificar a
ponta e introduzir delicadamente aproximadamente 4 cm para
adulto e 1,5 cm para crianças e aguardar 5 minutos para
leitura. Retirar o protetor descartável; Ler a temperatura na
escala, anotar o valor obtido e especificar o local que foi
verificado;
CONTRA INDICAÇÃO:

 Pacientes com diarreias, cirurgias e ferimentos retais,


pacientes após infarto do miocárdio pois estimula o nervo vago.
 Obs: geralmente a temperatura retal é mais elevada cerca de
0,5 a 1.0 C que a temperatura axilar.
 Temperatura retal: 37⁰C-38⁰C.
MATERIAL VERIFICAR A
TEMPERATURA:

 Bandeja inoxidável;
 Termômetro;
 Relógio;
 Bolas de algodão embebidas em álcool a 70%;
 Lubrificante;
 Gazes;
 Caneta;
 Esparadrapo.
TERMÓMETRO
ESTRUTURA DO TERMÓMETRO
TÉCNICA:
OU PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM
 Lavar as mãos;
 Reunir o material, levar à unidade do paciente e colocar sobre a mesinha de
cabeceira.
 Orientar o paciente quanto ao procedimento e suas finalidades e posicioná-lo.
 Limpar o termômetro com algodão embebido em álcool.
 Fazer movimentos firmes semicirculares com o termômetro para que o
mercúrio desça até o bulbo.
 Enxugar a axila se for o caso, com as próprias vestimentas do paciente ou
papel toalha.
PROCEDIMENTO DE ENFERMAGEM
 Fazer a assepsia do termômetro, lavando com água e sabão e
depois com álcool 70% do corpo para o bulbo 3X.
 Colocar o termômetro na região axilar se for o caso, mantendo-
o com o braço bem encostado ao tórax; Manter o termômetro
nesta posição por 3 a 5 minutos;
 Retirar o termômetro, segurando-o pela haste;

 Ler a temperatura na escala, anotar o valor obtido e especificar


o local que foi verificado;
 Limpar o termômetro com algodão embebido em álcool;

 Lavar as mãos;

 Anotar no prontuário do paciente


ASSISTÊNCIA DE ENFERMAGEM AS ALTERAÇÕES DA TEMPERATURA

 NA HIPERTERMIA:
 Aumentar a ingestão liquida, usar roupas leves, providenciar
banho, ambiente arejado, aplicação de comprenssas frias,
aplicação de comprenssas com agua e álcool, repouso.
 Recomenda-se alternar aplicação de compressas com
massagens, para estimular a circulação de sangue através da
pele, proporcionando maior perda de calor pela superfície
corpórea. Durante o período de calafrios, o paciente deve ser
coberto e devidamente protegido da corrente de ar.
NA HIPOTERMIA:

 Aquecer o paciente com agasalhos e cobertores, manter


o ambiente aquecido, repouso e ingestão de alimentos quentes;
controlar a temperatura com maior frequência ate a sua
estabilização.
 -anotar e comunicar ao enfermeiro e ao médico e medicar
conforme a prescrição médica.
2-PULSO OU FREQUENCIA CARDIACA.

 Com a contração do ventrículo esquerdo há uma ejeção de um


volume de sangue rapidamente pelo sistema arterial, onde pode
ser percebida como pulso arterial. Portanto o pulso é a
contração e expansão alternada de uma artéria. As artérias em
que com frequência são verificados os pulsos são:
ÁREAS DE VERIFICAÇÃO DO PULSO

 Artéria radial,
 carótidas,
 braquial,
 femoral,
 pediosas,
 temporal,
 Mandibular
 Poplítea
 e tibial posterior.
O PULSO RADIAL É HABITUALMENTE O
MAIS VERIFICADO.

Média normal do pulso:

Lactentes: - 110 a 130 bpm (batimentos por minuto)

Abaixo de 7 anos: - 80 a 120 bpm

Acima de 7 anos: - 70 a 90 bpm

Puberdade: - 80 a 85 bpm

Homem: - 60 a 70 bpm

Mulher: - 65 a 80 bpm

Acima dos 60 anos: - 60 a 70 bpm


CLASSIFICAÇÃO

 1-Quanto a frequência;
 Acelerado, Normal Lento

 2-Quanto ao ritmo cardíacos;


 Rítmico e arrítmico
 3-Quanto ao volume de sangue;
 Cheio e fino
 4-Quanto ao tipo
 Apical e periférico
FACTORES QUE INFLUENCIAM

 FISIOLÓGICO
 Exercícios físicos,

 emoções,

 banhos frios, drogas antihipertensivas

 PATOLÓGICOS

 Febre, doenças agudas


VALORES NORMAIS:

 Primeira infância varia de 120 a 130 bat/min. Segunda


infância de 80 a 100 bat/min.
 Adulto de 60 a 100 batimentos por minuto.
TERMINOLOGIA

 NORMOCARDIA: frequência normal


 TAQUICARDIA: frequência acima do normal
 BRADICARDIA: frequência abaixo do normal
 TAQUISFIGMIA: pulso fino e taquicardíaco
 BRADISFIGMIA: pulso fino e bradicárdico.
 DICROTICO: percepção de dois batimentos.
MATERIAL PARA VERIFICAÇÃO

 1-Bandeja
 2-Relógio de ponteiro de segundos
 3-Esferográfica
 4-Bloco de anotações
INTERVENÇÃO
DE ENFERMAGEM NA VERIFICAÇÃO DO PULSO

 1. Colocar os dedos indicadores, médio e anular da mão direita


sobre a artéria, fazendo leve pressão – evitar a compressão da
artéria – e começar a contar quando as pulsações forem
perceptíveis;
TÉCNICA

Colocar as polpas digitais dos dedos sobre a artéria do paciente


exercendo suave compressão Contar por um minuto.

 2. Contar os batimentos durante 60 segundos;


 3. Anotar o valor obtido no impresso próprio;

 4. Colocar o cliente em posição confortável e a unidade em


ordem.
2-RESPIRAÇÃO OU FREQUENCIA RESPIRATORIA

 A respiração é a troca de gases dos pulmões com o meio


exterior, que tem como objetivo a absorção do oxigênio e
eliminação do gás carbônico.
FATORES QUE INFLUENCIAM A RESPIRAÇÃO

 Exercícios físicos,
 Emoções,
 choro,
 variações climáticas,
 drogas podem provocar alterações respiratórias, compreende a
verificação da frequência e outras características, como ritmo e
profundidade.
VALORES NORMAIS:

 Crianças (30 a 40 rpm).


 Adulto (12 a 20 rpm)
TERMINOLOGIA

 BRADIPNEIA: frequência respiratória abaixo do normal.


 Taquipneia: frequência respiratória abaixo do normal.
 Dispneia: é a respiração difícil, trabalhosa ou curta.
 É sintoma comum de várias doenças pulmonares e cardíacas;
pode ser súbita ou lenta e gradativa.
TERMINOLOGIA

 Respiração de Cheyne stokes: caracteriza-se por um aumento


gradual na profundidade, seguido de decréscimo gradual na
profundidade das respirações e, apos segue-se apneia.
 Apneia: parada respiratória
 Respiração estertorosa: respiração ruidosa.
 Normopneia: respiração normal entre 12 a 20 rpm.
CLASSIFICAÇÃO

 Frequência
 Ritmo
 Amplitude
INTERPRETAÇÃO

 Frequência:
 Crianças - 30 a 40 movimentos respiratórios/minuto
 Adulto – 12 a 20 movimentos respiratórios/minuto
PROCEDIMENTOS DE ENFERMAGEM

 1-Segurar o punho do paciente, sem mencionar o


procedimento;
 2-Contar a frequência respiratória durante um minuto.
 4. Anotar o valor obtido no impresso próprio;
 5. Deixar o cliente confortável e a unidade em ordem.
PRESSÃO OU TENSÃO ARTERIAL
 É a medida da força do sangue contra as paredes das artérias. A
medida da pressão arterial compreende a verificação da pressão
máxima chamada sistólica e pressão mínima diastólica.
A PRESSÃO ARTERIAL DEPENDE DE:

 Debito cardíaco: representa a quantidade de sangue ejetado do


ventrículo esquerdo para o leito vascular em um minuto,
decorre do bom funcionamento da bomba cardíaca.
 Resistência vascular periférica: determinada pelo calibre,
pela elasticidade dos vasos e pela viscosidade sanguínea.
Traduz uma força que se opõe ao fluxo sanguíneo.
 Viscosidade do sangue: decorre das proteínas e elementos
figurados do sangue.
FINALIDADES
 Avaliar as condições do sistema cardiovascular; Auxilia o
diagnóstico;
 Auxilia no tratamento; Acompanha a evolução do paciente.
VARIAÇÕES FISIOLÓGICAS
 • Idade - em crianças é nitidamente mais baixos do que em
adultos
 • Sexo - na mulher é pouco mais baixa do que no homem,
porém na prática adotam-se os mesmos valores
 • Raça - as diferenças em grupos étnicos muito distintos talvez
se deva à condições culturais e de alimentação.
CONT.

 • Sono - durante o sono ocorre uma diminuição de cerca de


10% tanto na sistólica como na diastólica
 • Emoções - há uma elevação principalmente da sistólica
 • Exercício físico - provoca intensa elevação da PA, devido
ao aumento do débito cardíaco, existindo curvas normais
da elevação da PA durante o esforço físico. (testes
ergométricos).
VALORES NORMAIS:
 Pressão Sistólica (100 a 140 mmhg) Pressão Diastólica (60 a 90
mmhg)
 Alterações:
 HIPERTENSÃO maior ou igual a 140/90mmhg
 HIPOTESÃO – menor ou igual a 100/60mmhg
 NORMOTENSÃO – de 110/60mmhg a 139/89mmhg
 A série de sons que o operador ouve, ao verificar a pressão
sangüínea, é chamada de sons de Korotkoff.
MATERIAL NECESSÁRIO
INTERVENÇÃO DE ENFERMAGEM

 Colocar o indivíduo em local calmo com o braço apoiado a


nível do coração e deixando-o à vontade, permitindo 5 min de
repouso. Usar sempre o mesmo braço para a medida;
 Localizar a artéria braquial ao longo da face interna superior do
braço palpando-a;
 Envolver a braçadeira, suave e confortavelmente, em torno do
braço, centralizando o manguito sobre a artéria braquial.
Manter a margem inferior da braçadeira 2,5cm acima da dobra
do cotovelo. Encontrar o centro do manguito dobrando-o ao
meio;
CONT.
 Determinar o nível máximo de insuflação palpando o pulso
radial até seu desaparecimento, registrando o valor (pressão
sistólica palpada) e aumentando mais 30 mmHg;
 Desinsuflar rapidamente o manguito e esperar de 15 a 30
segundos antes de insuflá-lo de novo;
 Posicionar o estetoscópio sobre a artéria braquial palpada abaixo
do manguito na fossa antecubital. Deve ser aplicado com leve
pressão assegurando o contato com a pele em todos os pontos.
As olivas devem estar voltadas para frente;
CONT

 Fechar a válvula da pera e insuflar o manguito rapidamente até


30 mmHg acima da pressão sistólica registrada;
 Desinsuflar o manguito de modo que a pressão caia de 2 a 3
mmHg por segundo;
 Identificar a Pressão Sistólica (máxima) em mmHg, observando
no manômetro o ponto correspondente ao primeiro batimento
regular audível (sons de Korotkoff);
CONT.

 Identificar a Pressão Diastólica (,mínima) em mmHg,


observando no manômetro o ponto correspondente ao último
batimento regular audível. Desinsuflar totalmente o aparelho
com atenção voltada ao completo desaparecimento dos
batimentos;
 Esperar de 1 a 2 minutos para permitir a liberação do sangue.
Repetir a medida no mesmo braço anotando os valores
observados;
VALORES NORMAIS DA PRESSÃO
ARTERIAL:

 Indivíduos acima de 18 anos é de 140/90 mmHg.


 Termologia básica:
 Hipertensão: acima de 140/90mmHg.
 Hipotensão: inferior a 90/60mmHg.
 PA convergente: sistólica e a diastólica se aproximam. ( Ex:
120/100mmHg).
 PA divergente: sistólica e a diastólica se distanciam. ( Ex:
120/40mmHg).
CUIDADOS INDISPENSÁVEIS
PROFISSIONAL / CLIENTE

 Braço ao nível do coração;


 Repouso do cliente – 5 / 10min. (antes da aferição);
 Mãos e equipamentos excessivamente frios;
 Interação;
 Indagar sobre ingestão de drogas que possam vir a interferir
com os mecanismos de regulação da PA.
INTERVENÇÃO.
EVITAR:

 Fumo,
 alimentação,

 álcool,

 café, conversar,

 presença de dor,

 tensão,

 ansiedade durante o procedimento,

 bexiga cheia.
PROFISSIONAL / EQUIPAMENTO
EVITAR:

 Posicionamento adequado da escala de valores;


 Pressão excessiva do diafragma sobre a artéria;
 Inflação excessiva;
 Deflação muito rápida;
 É fundamental que estejam calibrados - recomenda-se calibração
semestral (Mion et al.1998);
 Observar periodicamente sistemas de válvulas (vazamentos) e
tubos de borrachas (integridade).
DEFINIÇÃO DA DOR

 “A dor é uma experiência sensorial ou emocional desagradável


associada a lesão tecidular, real ou potencial, ou descrita em
função dessa lesão”(Associação Internacional para o estudo da
dor)
FIM
SINAIS VITAIS

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