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Tecnologia de

Aplicação de
Produtos
Fitossanitários

COGAP – Comitê de Boas Práticas Agrícolas


A ANDEF faz um agradecimento especial
ao Dr. HAMILTON HUMBERTO RAMOS,
pesquisador do Centro Avançado de
Pesquisa Tecnológica do Agronegócio de
Engenharia e Automação do Instituto
Agronômico - CEA/IAC, pela grande
colaboração na elaboração do cd e por ter
cedido as fotos desta apresentação.
Uso Correto e Seguro de Produtos Fitossanitários

• Aquisição
• Transporte
• Armazenamento
• EPI
• Tecnologia de Aplicação
• Preparo da Calda
• Destinação de Sobras e Embalagens
Tecnologia de Aplicação de
Produtos Fitossanitários
Emprego de todos os conhecimentos científicos
que proporcionem a correta colocação do
produto biologicamente ativo no alvo

• Em quantidade necessária
• De forma econômica
• Com o mínimo de contaminação de
outras áreas e do aplicador
Diferença entre Pulverização e Aplicação

Pulverização: processo físico-mecânico de


transformação de uma substância líquida em
partículas ou gotas.

Aplicação: Deposição de gotas sobre um


alvo desejado, com tamanho e densidade
adequadas ao objetivo proposto.
Fatores que Interferem na Aplicação

PRAGAS

PRODUTO
AMBIENTE

MÁQUINA MOMENTO
Praga – Alvo Biológico

O Alvo da Pulverização nunca é a cultura mas


onde a praga ocorre dentro desta.

Alvo Biológico

Onde o produto deve atingir


para exercer sua função de
forma eficaz.
Produto – Alvo Químico

Alvo químico
Onde o produto deve ser colocado na cultura para
que tenha capacidade de atingir o alvo biológico
selecionado

Enquanto o alvo biológico é fixo, o


alvo químico poderá variar em função
da forma de redistribuição do produto
(sem redistribuição, mesostêmicos
ou sistêmicos).
Interação entre o produto e o pulverizador

Para uma calda homogênea, deve-se considerar:

Formulação do produto

Eficácia da agitação
Interação entre o produto e o pulverizador

Pó Molhável (PM) ou Suspensão Concentrada (SC)


Interação entre o produto e o pulverizador
Interação entre o produto e o pulverizador

Concentrado Emulsionável (CE)


Interação entre o produto e o pulverizador

Pó Solúvel (PS) ou
Solução Aquosa Concentrada (SAqC)
Interação entre o produto e o pulverizador

Pó Molhável (PM) Pó Solúvel (PS)


Concentrado
Suspensão Solução Aquosa
Emulsionável (CE)
Concentrada (SC) Concentrada (SAqC)
Uso de filtros corretos
Uso de filtros corretos

Tipo de formulação X malha do filtro


Ambiente

• O diluente mais comum na aplicação é a água


que, por ser volátil, sofre interferência das
condições climáticas.

• Ao se quebrar a calda em gotas, a superfície de


contato com ambiente é elevada, aumentando sua
interferência.
Influência das condições climáticas

Condições limites:

Umidade relativa do ar: mínima de 55%

Velocidade do vento: 3 a 10 km/h

Temperatura: abaixo de 30º C


Interferência do vento
Momento

• Todo produto tem o momento ideal de aplicação,


no qual sua máxima eficácia será obtida.

• O momento da aplicação deverá ser definido em


função do modo de ação do produto (preventivo e
curativo) e dos conceitos do manejo integrado de
pragas (nível de controle)
Máquina

Diferença entre regulagem e calibração


Regular: ajustar os componentes da máquina às
características da cultura e produtos a serem utilizados.
Ex.: Ajuste da velocidade, tipos de pontas,
espaçamento entre bicos, altura da barra etc.

Calibrar: verificar a vazão das pontas, determinar


o volume de aplicação e a quantidade de
produto a ser colocada no tanque.
Volume de pulverização a ser utilizado

O volume de pulverização a ser utilizado será


sempre conseqüência da aplicação eficaz e
nunca uma condição pré-estabelecida.

O volume depende de fatores, como:

 Alvo desejado
 Tipo de ponta utilizado
 Condições climáticas
 Arquitetura da planta
 Tipo de produto a ser aplicado
Categorias de aplicação via líquida
(Matthews, 1979)
COBERTURA
(Courshee, 1967)

2
VRK
C = 15
AD

C = Cobertura (% da área)
V = Volume de aplicação (L/ha)
R = Taxa de recuperação (% do volume aplicado,
captado pelo alvo)
K = Fator de espalhamento de gotas
A = Superfície vegetal existente no hectare
D = Diâmetro de gotas
A cobertura ideal deve variar com:

• O agente a ser controlado


• O modo de ação do produto aplicado

Doença Praga
Classificação da Pulverização
Amostra de Gotas
Classificação de bicos segundo tamanho de gotas
(FAO, 1997)

• Com a evolução dos sistemas de


dimensionamento de gotas, a forma de
classificação mudou, adotando-se pontas padrão
ao invés de DMV fixos. Entretanto, a classificação
ainda permanece.
Tamanho e número de gotas produzidos por
diferentes bicos aplicando 200 L/ha

1000 990
vmd (micrometros)
900 gotas/cm2
800 745

700 TJ, XR, DG e TT: 30 psi (e = 50 cm)


TF e FL: 20 psi (e = 75 cm)
600
500
500
385
360
400
265
300 220 205
200
67
100 20 8 4
0
TJ60-11003 XR11003 DG11003 TT11003 TF-2 FL-5
Tamanho das gotas

Gotas Deriva Evaporação Cobertura Penetração Escorrimento

Grandes (>400 µm)  Bom Bom Ruim Ruim Ruim

Médias (200 - 400 µm)   Médio Médio Médio Médio Médio

Pequenas (<200 µm)   Ruim Ruim Bom Bom Bom

Quanto mais difícil for para se enxergar o alvo químico


a partir do bico de pulverização, menor deverá ser o
tamanho de gotas.
Gotas muito finas, com dmv inferior a 100 micrometros,
devem ser evitadas devido ao alto risco de deriva.
Bicos e Pontas de pulverização

Ponta de pulverização

Bico de pulverização
Pontas hidráulicas

As pontas hidráulicas de pulverização para a agricultura


têm três funções muito importantes, que são determinar:

 Vazão = função: tamanho do orifício, características do


líquido e pressão

 Distribuição = função: modelo da ponta, característica do


líquido e pressão

 Tamanho de gotas = função: modelo da ponta,


características do líquido e pressão
Tamanho das Gotas

Pressão
SF8001 SF80015 SF8002 SF8003 SF8004 SF8005 SF8006 SF8008
(bar)

2,0 0,32 0,48 0,65 0,96 1,29 1,61 1,94 2,58

2,5 0,36 0,54 0,72 1,08 1,44 1,80 2,16 2,88

3,0 0,39 0,59 0,79 1,18 1,58 1,97 2,37 3,16

3,5 0,42 0,64 0,85 1,27 1,71 2,13 2,56 3,41

4,0 0,45 0,68 0,91 1,36 1,82 2,27 2,74 3,65

Fina Média Grossa Muito Grossa


Pontas de jato plano

Tipo impacto
Pontas de jato plano

Tipo leque
Subdivisões:
• Padrão • Redutora de deriva
• Uniforme • Injeção de ar
• Baixa pressão • Leque duplo
Pontas de jato cônico

Cone cheio Cone vazio


Avaliação das pulverizações

Formas de amostragem da cobertura:

• Corantes

• Papel hidrossensível

• Traçadores fluorescentes
Avaliação das pulverizações
Regulagem de Pulverizadores
Avaliação da rotação de trabalho

Plano Inclinado
Subida Descida Subida Descida
Velocidade (km/h)

3a R 4,65 4,66 4,45 4,95


+0,22% +11,24%
4a R 6,35 6,59 6,14 6,75
+3,78% +9,93%
Perdas com a má seleção do espaçamento
entre pontas na cultura da cana

Considerações:

• Área de plantio: 1.210 ha ou 500 alq.


• Volume de aplicação: 150 L / ha

Columbia Cross

• Barra com 37 pontas espaçadas de 0,5m


• Faixa tratada de 18,5 m
• Faixas de aplicação com 13 linhas de 1,40 m
• Faixa plantada de 18,2 m
Perdas com a má seleção do espaçamento
entre pontas na cultura da cana

Perda:

• Sobreposição: 18,5 – 18,2 = 0,3 m


• Perda: 500 alq. * 24.200 m2 ÷ 18,2 m = 664.835,17 m
• 664.835,17 m * 0,30 m = 199.450,55 m2
• Área: 8,24 alq. ou 19,95 ha / aplicação (1,65%)
• Água: 19,95 ha x 150 L / ha = 2.992,5 L ou
1,50 tanques de 2000 L
Perdas com a má seleção do espaçamento
entre pontas na cultura da cana

• Condor AM-14:
• Faixa tratada: 29 bicos * 0,50 m = 14,50 m
• Faixa plantada: 10 linhas * 1,40 m = 14,00 m
• Sobreposição: 0,50 m

• Perda:
• Área: 17,86 alq. ou 43,21 ha / aplicação (3,57%)
• Água: 43,21 ha x 150 L / ha = 6.481,50 L ou
3,24 tanques de 2000 L
Perdas com a má seleção do espaçamento
entre pontas na cultura da cana

• Condor 600:
• Faixa tratada: 24 bicos * 0,50 m = 12,00 m
• Faixa plantada: 8 linhas * 1,40 m = 11,20 m
• Sobreposição: 0,80 m

• Perda:
• Área: 35,71 alq. ou 86,43 ha / aplicação (7,14%)
• Água: 86,43 ha x 150 L / ha = 12.964,50 L ou
21,61 tanques de 600 L
Manutenção do Equipamento
Manutenção do Equipamento
Manutenção do Equipamento
Manutenção do Equipamento
Manutenção do Equipamento
Manutenção do Equipamento
Manutenção do Equipamento
Perdas com o Pulverizador Columbia A-17

Dados Observados
• Capacidade de tanque: 2000 L
• Volume de aplicação: 248 L/ha ou 600 L/alq.
• Volume de perda no vazamento: 0,05 L/min
• Número de pontas vazando: 25

Considerações
• Ruas com 500 m de comprimento
• Área plantada: 740 ha ou 306 alq.
• Comprimento das barras: 17 m
• Tempo para manobra: 1 min
Perdas nas culturas do amendoim, soja e milho
• 17 m de barra * 500 m extensão = 8.500 m2/virada
• 306 * 24.200 m2 = 7.405.200 m2
• 7.405.200 ÷ 8.500 = 871 viradas

• 871 * 0,05 * 25 = 1.089 L / aplicação


Calibração de Pulverizadores
Calibração do pulverizador costal
Calibração do pulverizador costal
Calibração do pulverizador estacionário
passo 1: velocidade do aplicador
Calibração do pulverizador estacionário
passo 2: vazão dos bicos -
Calibração do pulverizador estacionário
passo 2: vazão dos bicos -
Calibração do pulverizador estacionário
passo 2: vazão dos bicos
Calibração do pulverizador de barras

• Para pontas com 50 cm


• 1 L coletado = 400 L/ha

• Para pontas ≠ 50 cm
• 1 L coletado = 400 x 50 L/ha
E
Calibração do Turbopulverizador
Calibração do pulverizador
Cálculo do volume de aplicação (L/ha)

q=VxQxE
600

q = Vazão da barra de bicos (L/min)


V = Velocidade do aplicador (km/h)
Q = Volume de aplicação (L/ha)
E = Faixa de aplicação (m)
E
E
E
E
E
E
E
E
E
Calibração do pulverizador
Cálculo do volume de aplicação (L/ha)

q=VxQxE
600

q = Vazão da barra de bicos (L/min)


V = Velocidade do aplicador (km/h)
Q = Volume de aplicação (L/ha)
E = Faixa de aplicação (m)
Calibração do pulverizador
Cálculo do volume de aplicação (L/ha)

q = 60 x V x Q
E

q = Vazão da barra de bicos (L/min)


V = Velocidade do aplicador (m/s)
Q = Volume de aplicação (L/planta)
E = Espaçamento entre plantas na linha (m)
Cuidados com o Ambiente
Cuidados com o ambiente

Deriva
É o deslocamento
da calda de produtos
fitossanitários para
fora do alvo desejado.

Tipos de deriva

Exoderiva

Endoderiva
Causas da deriva

 (Quanto
Tamanho das gotas
menores forem estas gotas, mais sujeitas à deriva serão)

 Condições climáticas
• Evaporação
• Correntes de ar

Importância do controle da deriva


A deriva representa:
• Prejuízos ao agricultor
• Contaminação do trabalhador
• Contaminação ambiental
Cuidados para não contaminar
as coleções de água

 Sobra da calda no tanque do pulverizador


 Solução: diluir e aplicar nos carreadores ou bordaduras
da área tratada.

Nunca jogar sobras ou restos de produtos em rios,


lagos ou demais coleções de água.

 Captação/abastecimento do tanque:
• Qualidade da água

• Local apropriado para evitar acidentes


Lavagem das embalagens vazias

TRÍPLICE LAVAGEM
1 Esvazie completamente o conteúdo da
embalagem no tanque do pulverizador

2 Adicione água limpa à embalagem


até ¼ do seu volume

3 Tampe bem a embalagem e agite-a


por 30 segundos

4 Despeje a água de lavagem no


tanque do pulverizador

5 Inutilize a embalagem plástica ou


metálica, perfurando o fundo

IMPORTANTE:
Realizar a operação durante
o preparo da calda.
Lavagem das embalagens vazias

LAVAGEM SOB-PRESSÃO

1 2 3 4
IMPORTANTE:
Realizar a operação durante
o preparo da calda
Perdas com pontas desgastadas

Considerações
• Volume de aplicação: 150 L/ha ou 360 L/alq.
• Número de aplicações por safra: 5
• Área plantada: 100 ha ou 41 alq.
• Pulverizador: 37 pontas espaçadas de 0,50 m
• Erro no volume em função do desgaste: 10%
• Preço das pontas de pulverização: US$ 9,00 a 15,00
Perdas com pontas desgastadas

Perdas de calda
• 150 L/ha x 100 ha x 5 aplicações = 75.000 L / safra
• 10% x 75.000 = 7.500 L calda ou 3,75 tqs de 2000 /safra
• 7.500 L ÷ 150 L/ha = 50 ha

Ponto de equilíbrio em US$ (menor custo da ponta)


• Custo: 37 pontas x US$ 9,00 = US$ 333,00
• Perda
• Soja – 50 ha x US$ 90,00/ha = US$ 4.500,00
• Milho – 50 ha x US$ 70,00/ha = US$ 3.500,00
Perdas com pontas desgastadas

• Ponto de equilíbrio em US$ (maior custo da ponta)


• Custo: 37 pontas x US$ 15,00 = US$ 555,00
• Perda
• Soja – 50 ha x US$ 90,00/ha = US$ 4.500,00
• Milho – 50 ha x US$ 70,00/ha = US$ 3.500,00
Produto Falsificado
Produto Falsificado

LINHA VERDE IBAMA:


0800 618080
Agricultura sustentável (Kogan, 2001).

ӎ aquela que, no longo prazo, melhora


a qualidade do ambiente e dos recursos
básicos dos quais depende a agricultura;
atende as demandas de fibras e alimentos;
é economicamente viável; melhora a
qualidade de vida dos agricultores e
da sociedade como um todo.”
Educação e Treinamento do Homem do Campo

www.andef.com.br
andef@andef.com.br
(11) 3087-5033

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